Tell Me That You Love Me escrita por Madu Oms


Capítulo 6
Let’s keep it in secret, alright?


Notas iniciais do capítulo

Gente!
Eu fico com uma vontade de pular quando vejo a quantidade de comentários dessa fanfic! Todos os pensamentos que me ocorrem de deletá-la - não que isso aconteça com frequência, é claro - desaparecem. E três comentários por capítulo? Nossa, muito mais do que meu pobre coração de escritora consegue aguentar.
Eu peço desculpas pelas datas do diário. É que eu fico confusa quando a questão é o ensino norte-americano (eles não podiam complicar um pouco mais, não? poxa, mudaram todo o calendário!), então apenas coloquei datas aleatórias.
Ah, lembrando que as novas leis ortográficas não se aplicam nos EUA, então uso hífen em tudo mesmo.
Nos vemos lá embaixo.



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Annabeth’s P.O.V

Tive vontade de me estapear quando fiquei incomodada ao ouvir Rachel dizendo que faria Percy se apaixonar por ela. Nós éramos apenas amigos. Isso. Apenas amigos. Uma ótima desculpa.

– Ela é tão... Arg! – Thalia bufou e cruzou os braços. – Ela ainda vai causar uma confusão e tanto na família. Não é de hoje que Poseidon, Zeus e Hades competem para liderar a Olympus sem a ajuda uns dos outros. Se forem tomar as dores dos filhos...

– Então vocês estão ferrados. – concluí. – E eu também. Meu pai trabalha na Olympus.

– E sua mãe trabalhava. – Thals continuou. – Vai ter guerra.

Ela falou aquilo de modo tão banal que até fiquei com medo de acontecer uma guerra de verdade. Tentei fazer com que os pensamentos desaparecessem da minha mente. Não funcionou, é claro.

– Ei... – ela se levantou da minha cama e andou de fininho até a de Rachel. Não precisava disso tudo, lógico que não, mas eu sabia o quanto Thalia gostava de fingir que era uma espiã proficional. Ela pegou a mochila e correu até a minha cama novamente. – O zíper está aberto.

– E...?

– E? – Thals sorriu maliciosamente, e o tempo que eu levei para compreender que ela ia bisbilhotar nas coisas da ruiva não foi suficiente para impedí-la. – Diário. Que tosca, cara.

– Todo mundo já teve um diário. – dei de ombros. Espera aí. Eu estava defendendo a menina que queria roubar Percy de mim?

Ei, minha consiência ponderou. Perseus não é seu, nem de ninguém. Ela não estaria te roubando.

Fiquei, novamente, com vontade de me estapear.

– É claro. Mas trazer um diário para passar o final de semana na casa de praia de um menino que não te suporta rodeada de pessoas que não te suportam não é lá muito inteligente, né?

– Não. – concordei. – Mas é invasão de privacidade...

– Não quer saber o que ela fala sobre o Percy? – Thals ergueu uma sobrancelha. Não ia fazer diferença se eu dissesse que sim ou que não. Thalia já estava certa de que leria o diário da outra, página por página.

Thalia’s P.O.V

Ás vezes a bondade de Annabeth me irrita, devo dizer. Eu sempre detestei Rachel e, confesso, não só por ela usar meu primo. Mas por usar Luke para chegar até Percy. Que eu era superprotetora com Nico, não é nenhuma novidade. Mas isso é até mexerem com meu Castellan. Aí, eu viro uma fera.

Seu nada, Thalia. Mandei minha consiência calar a boca e me voltei para o diário. Era um livro grosso, brochura, rosa com as páginas brancas. Era bem bonitinho, e seria mais ainda se não pesasse o dobro da Bíblia.

Abri-o na primeira página.

“20 de março de 2009. Sexta-feira

Querido Diário,

Esse é o terceiro diário que eu faço. Estou pegando o jeito nisso, pra falar a verdade. É bem mais fácil do que eu, Silena e Katie imaginávamos. Até que estamos gostando.

Hoje eu me encontrei pela segunda vez na semana com Percy. Aquele menino da sétima que nós três babamos, sabe?

Silena me contou que ele ainda está sofrendo por uma amiga de infância que partiu. Uma tal de Annie Bell. Annibeta. Anne... Ah, Ann alguma coisa. Enfim, essa menina idiota parou de visitar o meu Percy, e ele está sofrendo por causa dela. Como ela pôde ser tão mesquinha? Quer dizer, Perseus Jackson é o menino mais bonito da sétima série. Da sexta e da oitava também, segundo Piper. De todo o ensino fundamental, como diz a Silena.

Mas do mundo inteiro para mim.

Eu disse que vou fazê-lo esquecer essa Ann-alguma-coisa-lá. Não dsse para ele, é claro. Mas prometi a mim mesma.

E eu vou conseguir isso. Ah, se vou.

XoXo, Rachel”

Olhei para Annabeth, com medo de ela arrancar o diário das minhas mãos e fazer picadinho dele. Mas não. Ela apenas olhava, transtornada, para a página que haviamos acabado de ler.

– Tem algum dela da sétima série? Ou da oitava. Ou... Ah, qualquer coisa. Tem algum aí de dois mil e dez? – perguntou.

Começamos a procurar um relato do ano de 2010.

Viramos as páginas compulsivamente, e Ann-alguma-coisa tentava ignorar as milhares de vezes que o nome de Percy fora mencionado.

Finalmente, achamos o que procurávamos.

“20 de agosto de 2010. Sexta-feira

Alannis morreu ontem. Eu sabia que isso ia acontecer, uma hora, sabe? Ela usava drogas como água. Bebia mais do que os mendigos daqui do bairro.

Mas eu acho que nunca mais vou ser a mesma.

Alannis não era exatamente uma irmã. Eu quase nunca a via. Ela morava com a mãe, ex-mulher do meu pai, no outro lado do país. E era bem mais velha que eu. Cinco anos.

Mas era minha melhor amiga.

Sabe, tem coisas que eu não posso contar para a Silena e a Bianca. Elas são muito fofoqueiras. São minhas amigas, é claro, mas não dá pra confiar nelas segredos como os que eu contava para Annie. Nem no meu diário. Vai que as empregadas descobrem e mostram para os meus pais?

Todos os dias, enquanto mamãe e papai não voltavam do trabalho e os empregados já tinham ido embora, eu ligava pra ela. Contava todo o meu dia, de cabo a rabo, e relatava com os mínimos detalhes como Percy estava vestido na escola e como ele era sensacional. Eu repetia a mesma coisa todos os dias. Mas ela nunca reclamou.

Annie também contava sobre seus dias. Arranjava um emprego por quinzena, e não parava em nenhum. Faltava muito, e por beber demais durante a noite, quase sempre acordava de ressaca. Ela parou durante dois ou três meses, mas quando o namorado drogado a dispensou para ficar com sua melhor amiga, Annie surtou. Eu também teria surtado no lugar dela. Não conseguiria me afundar em drogas e bebidas, já que é só tocar no assunto que meu estômago se revira. Mas passaria o resto da vida jogada num sofá tomando sorvete de chocolate com calda de caramelo e vendo os últimos capítulos das piores novelas que passam na televisão.

Eu vou sentir tanta falta dela.

Mas Annie vai ficar guardada no meu coração. Nunca, nunca mesmo, vou deixar Alannis morrer.

P.s.: Meu pai não ficou abalado com a morte dela. Disse que era uma menina sem concerto. Ou morreria por dever aos drogados, ou por overdose, ou se mataria mesmo. Ele não sabe que foi uma infecção generalizada que ela pegou ao beber a mesma vodka que um mendigo tinha bebido. Ele também deve ter morrido, mas aposto que ninguém sentiu falta.

P.p.s.: Mamãe ficou fragilizada. Não que ela gostasse de Alannis, muito pelo o contrário, na verdade. Mas eu passo tanto tempo chorando que ela deve estar se sentindo mal por não ligar.

P.p.p.s.: A mãe de Alannis, Roberta, quer vir aqui grampear meu pai num outdoor escrito “Esse homem não presta”. Eu a ajudo. Ele não presta, mesmo. E não consigo aceitar que não está triste pela morte da filha.

XoXo, Rache.”

Annabeth tentava secar as lágrimas. Eu tive que engolir elas. Sabia que, se chorasse, só faria minha amiga se sentir pior.

– Sabe, ela pode não ser tão má assim. – comentou, enxugando o nariz com a palma da mão. – Devolve isso, Thals, não quero me ferrar no primeiro dia de viagem.

Dei de ombros e guardei o diário na mochila. Devolvi-a para a cama, fazendo o possível para deixar a mala na mesma posição em que estava antes de mexer nela.

– Vamos, Ann-qualquer-coisa-lá. – levantei-me e estendi uma mão.

– É Ann-alguma-coisa-lá. – ela corrigiu e se levantou.

– Tanto faz. – eu disse, e nós duas rimos.

Tentei fingir que não ouvi Annabeth resmungando “e é tudo culpa minha”.



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Notas finais do capítulo

Cheguei a conclusão de que não posso usar essas notas finais porque ninguém lê. Não sei se vocês leem, é claro, mas eu não leio. Passo reto.
Ou para marcar o capítulo como lido, ou para ir pro próximo capítulo, ou para deixar um review. Vocês não sabem quantas vezes me emputeci com um autor ou autora por ter sumido, mas na verdade eles tinham alertado nas notas finais!
Vou começar a por tudo nas notas lá em cima.
Me digam se o capítulo ficou bom com esse point of view, ok? Se vocês preferirem, eu volto a narrar em terceira pessoa. Considerem esse capítulo um teste.
Espero que tenham mudado o ponto de vista de vocês sobre a Rachel. Eu queria colocar essas páginas antes de soltar a bomba - que só acontece daqui dois capítulos. Ou um. Depende de quanto tempo eles vão passar tomando sol - que vai fazer vocês odiarem-na para sempre.
Até eu estou odiando, agora.
Mas estou me odiando ainda mais por fazer ela ficar desse jeito.
E eu não lembro da mãe da Rachel. Fiquei com preguiça de pesquisar se ela morreu ou sumiu mesmo. Vamos fingir que ela tem uma.
Adeuzinho.