Tell Me That You Love Me escrita por Madu Oms


Capítulo 3
Do you remember?


Notas iniciais do capítulo

Capítulo com alguns flashbacks. É meio longo por isso. Mas, sei lá, achei que vocês gostariam de saber mais sobre a infância de Annabeth, Percy e Thalia.
Ah, outra coisa: eu tenho uma "regra" que posto os capítulos á medida que ganho reviews. Como recebi quatro de quatro leitores diferentes (love you, guys) e consta cinco leitores na fanfic, resolvi que não ia morrer por postar o capítulo hoje.
Espero que gostem.



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Annabeth e Thalia seguiram até o refeitório. Era um pouco diferente do que a loira estava acostumada – parecia muito mais com um restaurante chique do que com uma lanchonete de escola.

- Não se impressione. – disse Thals. – A comida daqui é horrorosa.

Annabeth ficou sem saber se a amiga havia lido seus pensamentos ou se sua expressão de surpresa delatava tudo.

Elas andaram até uma mesa no centro, onde Percy e Luke conversavam. Annie sentiu o coração falhar uma batida quando viu Perseus. Já faz muito tempo, ela pensou, tentando se acalmar. Ele nem deve lembrar.

Seria bom se fosse assim.

Castellan apontou para as duas garotas, e Percy virou-se para encará-las, corando e franzindo o cenho ao ver Annabeth. Ótimo, ele se lembra.

A loira forçou um sorriso, mas provavelmente estava corada até a raiz dos cabelos.

- Oi. – ela acenou e puxou uma cadeira para sentar ao lado de Thalia. – Tudo bem?

Percy não respondeu.

- Jackson? – ela franziu o cenho. Ele continou a encarando. – Para com isso, vão acabar descobrindo seu retardo mental.

- Annie...? – ele começou a falar, mas não completou a fala.

Luke afundou a cabeça nas mãos, talvez envergonhado pela atitude do amigo.

- Sou eu. Para, Percy, você parece um babaca.

- Ele é um babaca. – Corrigiu Thalia.

A morena se levantou a caminhou até as costas da cadeira do primo. Deu um passo para o lado, de modo a ficar entre ele e Luke.

- Desculpe, Perseus. – e puxou a cadeira do menino, que virou para trás.

Apesar do barulho enorme e das risadas que preencheram a mesa, mais ninguém olhou para o moreno caído no chão, tampouco ajudaram-no a se levantar. Isso foi suficiente para despertar Percy do transe.

- Desculpe. – ele passou a mão na parte de trás da cabeça. – Ai, isso doeu Grace.

- Se não doesse, não teria graça. – ela deu um sorriso maroto e se levantou para buscar o almoço. – Vem, Annie.

- Ok.

Percy as seguiu.

- Hey, Annabeth. – ele puxou a mão da loira para que ela o olhasse. – Por que você sumiu?

- Difícil explicar, Percy. – Annie se soltou e  correu atrás de Thalia, cem porcento consciente do menino correndo atrás dela. – Depois a gente fala sobre isso.


Thalia foi para a casa de Annabeth. Não só para matar as saudades da antiga amiga, mas também por medo de voltar para casa e Zeus não ter chegado. Ela acabaria tendo que aguentar Hera, sua madrasta, e isso estava totalmente fora de cogitação.

Ela tinha um relacionamento sensível com o pai.

Enquanto Marie Grace, sua mãe, era viva, Thalia e Zeus tinham um bom relacionamento. Saiam a maioria dos finais de semana, um sempre ajudando o outro a se safar das broncas de sra. Grace. Porém, após o acidente de avião que matara Marie, Zeus e Thalia se afastaram. Zeus afogara as mágoas no trabalho, e vivia por negócios, viagens, reuniões. E dinheiro. O dinheiro sempre a cima de tudo.

Thalia era o contrário. Se tornara uma pessoa desleixada, descompromissada e definitivamente preguiçosa. Isso mudara um pouco quando conhecera Luke, e definitivamente quando o pai se casou de novo. Mas isso é outra história.

- Ei, Annie. – disse, quando as duas estavam no quarto da loira. – Você se lembra daquele dia, em Montauk, um dos verões em que Sally nos levara para lá, quando apelidamos o Percy de...

- Cabeça de alga? – Annabeth riu. – É, eu lembro.

[Flashback]

Percy, Annabeth e Thalia apostaram: quem fosse mais fundo ganhava a sobremesa dos dois “perdedores”. Sally Jackson não apoiara a ideia – Vocês são malucos? Vão se machucar... -, mas acabou cedendo ao ver que três crianças de cinco anos não poderiam ir muito longe.

A primeira “perdedora” foi Annabeth. Ela não gostava muito de água, tampouco nadava bem.

A segunda foi Thalia. Apesar de ser uma ótima – na verdade, excelente – nadadora, não conseguia prender a respiração por tempo suficiente para passar Percy que, óbviamente ganhou.

Quando os três voltaram para a praia, Perseus levantou um punhado de algas marinhas que havia arrancado da areia.

- Olhem só! – ele fechou a mão em punho e colocou as algas em cima. – Parece um cabelo verde e fedido.

Thalia teve uma ideia. Rápida como um foguete, ela tirou as algas da mão de Percy e colocou na cabeça do menino, fazendo uma franja verde que contrastava com os cabelos negros.

- Haha! Cabelo de algas marinhas! – ela apontou para o menino, gargalhando.

- É! – Annabeth concordou e acompanhou a amiga, se dobrando ao rir. – Seu Cabeça de Alga.

As duas meninas começaram a pular em volta de Perseus, batendo palmas e berrando “Cabeça de Alga, Cabeça de Alga.” Levou muito tempo para que Percy se acostumasse com o novo – e permanente – apelido.

[/Flashback]

Sem perceber, as duas amigas começaram a bater palmas e cantarolar Cabeça de Alga, Cabeça de Alga...

- Você ainda o chama assim? – Annie perguntou.

- Claro. – Thals respondeu, rindo. – Ele fica muito irritado, mas é tão divertido...

- Ah, Thalia! – Annabeth teve uma súbita lembrança. – Lembra aquela vez, quando nós tínhamos uns seis anos, em que trancamos Percy no banheiro das meninas?

- Lembro!

[Flashback]

Os três amigos estavam brincando juntos no recreio. Eles participavam de uma colônia de férias na escola de Percy e Thalia. Essa era a hora da “brincadeira livre”, onde deixavam as crianças soltas no pátio para escolherem o que queria fazer.

- Eu sempre quis saber como era o banheiro das meninas... – Percy falou. – Me disseram que ele é rosa, que tem até um pônei lá dentro.

Annabeth e Thalia se entreolharam.

- É verdade, primo. – a morena mentiu. – Tem um pônei rosa lá dentro. Ele é todo cheio de glitter, sabia? Por isso a gente demora tanto no banheiro. O pônei solta um monte de brilho na gente, um montão mesmo!

- E daí a gente tem que se limpar. – a loira continuou a contar a lorota. – Mas o pônei não gosta de meninos. Eu acho. Nenhum menino nunca quis entrar lá.

- Vocês me levam no banheiro das meninas? – Percy pediu, e se envergonhou logo em seguida ao perceber a pergunta que tinha feito. – Quer dizer, eu quero ver o pônei...

- Claro. – responderam as duas em uníssono.

Digamos que o garoto não gostou de descobrir que suas amigas haviam mentido.

Ele deu um passo a frente, ainda segurando a porta. É verdade, o banheiro era rosa mesmo. Mas não tinha pônei nenhum.

- Ei, vocês mentiram! – Percy ficou triste. – Não tem nenhum pônei aqui.

- Tem sim, Perseus! – Annabeth apontou para um box perto da pia, longe o suficiente para que as meninas completassem seu plano maroto. – Vai lá ver.

Percy achou estranho. Um pônei na privada? Não era assim tão fácil.

- Não deixem ninguém entrar aqui. – ele pediu, e seguiu até o box.

As meninas esperaram até que ele saísse de perto, apagaram a luz e fecharam a porta. Por sorte, ela abria para fora. Thalia e Annabeth fizeram peso para que Percy não conseguisse abrir a porta.

- Thals? Annie? – ele chamou. As meninas seguraram o riso. Percy andou até a porta e empurrou. Estava emperrada. – Ei! Socorro!

Perseus começou a chorar, esmurrando a porta e berrando “eu estou preso aqui”. Annabeth se arrependeu.

- Thals, vamos abrir. – sussurou. Ela estava prestes a chorar ouvindo o desespero do amigo. – Tadinho do Percy.

Thalia concordou, mas não estava arrependida. Elas puxaram a porta, e Perseus caiu aos pés das meninas, apavorado. A filha de Zeus riu, mas Annabeth não achou a menor graça.

- Para, Thals! – ela ajudou o menino a se levantar. – Eu acho que ele se machucou.

Porém, Percy negou com a cabeça.

- Não to machucado, não. Obrigada, Annie. – e fuzilou a prima com o olhar. Ela nem percebeu, estava morrendo de rir.

[/Flashback]

- Eu fiquei brava com você durante uma semana. Percy também. – Annabeth se lembrou.

- Mas foi engraçado. Foi muito engraçado, Annie. – Thalia enxugou as lágrimas do riso. – Você não reparou porque era apaixonadinha pelo Percy naquela época.

- Não, eu não era. – disse Annabeth, apesar de saber que era mentira.

E assim elas passaram a tarde inteira. Relembrando os melhores momentos que passaram juntas, rindo, discutindo, brigando e fazendo as pazes. Exatamente como "nos velhos tempos".


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Notas finais do capítulo

Vejo vocês nos reviews.
Adeus.