Conspiração Divina - Versão I escrita por Jubs C, Julia Brito


Capítulo 4
Interrogatório.


Notas iniciais do capítulo

Capítulo fresquinho pra vocês ;D
Espero que gostem (:



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A cada estava praticamente lotada e a cada segundo chegam mais e mais pessoas. Não era um típico funeral. Boa parte das pessoas que estavam ali não se importavam com Ambre. E eu não as culpava. 

Ambre não era o tipo de pessoa que todos morriam de amor. Ela era egocêntrica e se você não a conhecesse a muito tempo, diria que era até orgulhosa demais. Que se baseava em status.

Desde o oitavo ano ela sempre se destacava mais. Gostava de atenção, era bonita e tinha todo o direito de exigir que os holofotes ficassem sempre grudados nela. Mas por dentro, era só uma garota boba, que bloqueava seus sentimentos com medo de sofrer.

No ano passado, recebi uma carta sua, me contando sobre como seu ano estava sendo. Ela gostava de se gabar e fazia com que suas palavras demonstrassem o quão maravilhosa sua vida estava sendo. Em uma, das diversas cartas que chegaram nos últimos quatro anos, Ambre relatava sobre seu romance com Evan. Havia contado que mantinha um relacionamento as escuras com ele e que queria a todo custo contar para a namorada dele, para poder exibir para todos o quão apaixonados eles estavam. Daniel deveria saber desse "romance proibido", como ela mesma chamava, visto que ele parecia ter motivos fortes para acusar Evan de assassinato.

Mas eu não queria pensar nisso. Não era o momento certo. Aquele era apenas o momento de me focar para que tudo corresse bem. Pela primeira vez eu estava participando de algo que tinha haver com Amber. Não era por remorso de não ter participado com deveria de sua vida, era apenas por querer que ela aprovasse o meu ato. Isso me fazia pensar em como a vida é engraçada. Você passa os seus dias brigando e arrumando encrencas com as pessoas, as fazendo chorar, e quando a pessoa deixa esse mundo é como se uma onde de culpa invadisse o seu corpo. Essa era uma das sensações que eu carregaria comigo pelo resto da minha vida.

Daniel caminhava em silencio do meu lado, acenando com a cabeça para algumas pessoas e trocando olhares silenciosos com outras. Ao contrário de mim que preferi o silencio e não demostrar nenhuma expressão. 

Tio John estava cercado de alguns amigos, e se separou deles pedindo licença quando nos viu. Seus olhos estavam pacíficos ao contrário de seus ombros que estavam eretos, numa tentativa frágil de acalmar os ânimos na casa.

- Está tudo bem? - Perguntou depositando um leve beijo em minha testa.

Não foi preciso que eu respondesse, Daniel o vez por mim.

- Não, não está. Quem convidou Evan?

Sua voz estava nervosa, e tremia em variados tons. Minhas mãos suaram ao ouvir o nome de Evan, e eu encarei os olhos azuis enigmáticos de Daniel. Tio John manteve a calma, calculando calmamente cada palavra que deixaria sua boca.

- A lista não foi feita por mim, Daniel.

- Foi feita por quem então? Não acho que Ambre gostaria de ver seu assassino em seu funeral.

- Não, - John elevou sua voz, porém notando que atraía atenção para nós, voltou ao seu tom paciente. - Não temos provas de que foi ele quem matou sua prima. Não posso impedi-lo de vir no funeral de sua namorada.

Daniel bufou: - Se ele vai ficar, então eu saio. - E assim o fez, deixando a sala com pisadas fortes no chão e atravessando a porta da entrada em seguida. Tio John suspirou e eu toquei levemente seu ombro, tentando lhe confortar de alguma forma.

- O senhor acha melhor que eu vá falar com ele?

Ele negou: - Não. - Um suspiro. - Não. Daniel é um garoto mimado, acostumado a ter o que quer, quando quer. - Assenti, lhe dando força para continuar. - Prefiro que fique aqui e me ajude a passar por isso rápido.

Dizendo isso ele se afastou, com um suspiro leve. Encarei o chão, tomando o máximo de folego que meus pulmões aguentavam e dei o fora dali, me dirigindo para as escadas, em uma fuga, um tanto clássica, da realidade.

Quando finalmente estava no corredor, deixei que minhas costas pendessem na parede, enquanto tentava buscar dentro de mim alguma força para encarar aquilo tudo. Passos no corredor me trouxeram de volta á realidade e novamente foram os olhos negros de Evan que eu encontrei, ao subir os meus.

Ele deu um sorriso leve, antes de passar por mim, se preparando para descer as escadas.

Não me contive.

- Foi você que matou Ambre?

Minha voz não saiu mais alta do que um sussurro, mas ele fora completamente capaz de ouvi-la com nitidez. Suas costas enrijeceram e eu podia apostar que seu rosto demonstrava surpresa.

- Só... responda. - Continuei, me desencostando da parede e seguindo em passos incertos, para perto dele.

- Não importa o que eu diga, você não irá acreditar.

Pela primeira vez naquela noite, ele se dirigia á mim. Sua voz estava calma, sua respiração tranquila, quase como se ele não tivesse ao que temer.

- Amber me contou que vocês estavam tendo um caso. - Pausei, me aproximando mais dele. Alguma coisa me dizia que aquele interrogatório só me levaria á mais perguntas sem respostas. - Daniel também sabia disso? Eu ouvi vocês falando no corredor mais cedo. Quantas pessoas sabiam disso, Evan?

Ao contrário do que eu imaginei, sua voz continuou calma, mesmo depois de todas as acusações que eu despejei sobre ele. Lentamente, ele se virou para ficar de frente para mim, seus olhos procuraram os meus e alguma coisa neles não deixou que eu quebrasse o contato.

- Não é porque eu e sua irmã tínhamos um relacionamento escondido, que eu a mataria, Melanie.

Meu corpo enrijeceu quando ele falou meu nome. Mas me mantive firme.

- A mataria se ela tivesse contado para sua namorada. 

O silêncio dominou o lugar, Evan ainda matinha seus olhos colados nos meus. Aproveitei a deixa para encontrar algum pingo de dúvida ou de medo neles. Mas estavam vazios. Não demonstravam nada, assim como sua face, que permanecia pacífica.

Esperei por uma resposta que não veio, ao invés disso ele apenas baixou os olhos e me desejou uma boa noite, descendo as escadas calmamente em seguida. E eu nem tive forças para segui-lo e lhe fazer mais perguntas.

Alguma coisa dentro de mim tinha acreditado que suas palavras eram verdadeiras. Mas se realmente eram, porque todos os olhavam daquela forma? Como se ele tivesse matado minha irmã?

As dúvidas não deixavam minha mente. E por mais que eu tentasse dar respostas as diversas perguntas que me cercavam, eu só acabava com mais e mais perguntas, que nunca teriam uma resposta clara o bastante.

Deixei que meu corpo se arrastasse para perto da parede e desabasse nela novamente, exatamente como eu tinha feito minutos antes. Se uma parte de mim acreditava em sua inocência, porque haviam tantas perguntas? Porque existiam tantas dúvidas? 

Alguma coisa dentro de mim me dizia que aquilo era só o começo. Eu não desistiria de saber quem assassinou Ambre de uma forma tão cruel. Não seria justo com ela que eu desistisse.


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Notas finais do capítulo

E então, e então? Ficou bom? Ficou uma merda? Podem dizer, eu aguento D:
Mentira, sejam legais e façam criticas construtivas u___u hahaha'
Bom, é isso.
E antes que eu me esqueça: Leitoras novas, sejam bem vindas! *-*
Até a próxima ;*