Conspiração Divina - Versão I escrita por Jubs C, Julia Brito


Capítulo 3
De volta á casa.


Notas iniciais do capítulo

Eu gostaria de fazer uma pergunta á vocês ok?
Eu, pessoalmente, acho muito cansativo ler em terceira pessoa, parece que o ponto de vista dos personagens não ficam claros D: Então, eu gostaria de perguntar, se vocês preferem que daqui pra frente a fanfic seja em primeira pessoa. E então, acham melhor?
Vou fazer o teste nesse capítulo, qualquer coisa, se vocês não concordarem, eu o edito e passo para a terceira pessoa, pode ser?
Vamos lá então.



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A casa dos Campbell nunca foi tão vazia. O cheiro de Amber ainda estava em todos os lugares. Eu a via em todos os lugares. Dizem que irmãos gêmeos tem uma ligação mais profunda do que os outros tipos de irmãos.

Eu nunca tinha parado para pensar no assunto, para ser sincera. Mas estando ali, no lugar em que crescemos, aonde qualquer objeto me lembrava ela, eu não conseguia deixar esse pensamento de lado.

Quando recebi a notícia do falecimento de Amber, eu senti que mais do que uma parte de mim tinha partido. Era como se minha alma tivesse ido junto com a dela. Eu nunca pensei em perder minha irmã, mesmo tendo desejado a morte dela mentalmente durante as nossas brigas. Eu preferia morrer a vê-la partir de uma forma tão bruta.

Retratos estavam espalhados pela sala, alguns eram de nossa infância, junto com Daniel, outros eram mais recentes. Amber com os cabelos loiros, recém pintados, fazendo uma cara tediosa enquanto posava para uma fotografia ao lado de Dan.

Eu nunca imaginei que sentiria tanta falta de vê-la reclamando pelos cantos.

Tio John havia me avisado que algumas fotos tinham sido colocadas na sala, para receber alguns parentes e amigos que passariam parte do dia conosco, já que o corpo havia sido liberado. Olhei para os lados, em busca de alguma fotografia que me trouxesse uma lembrança feliz, e não demorei para encontrar.

A foto era das férias que Amber, eu e Daniel havíamos passado em Paris, há pouco menos de cinco anos. Eu me lembrava bem das reclamações de Amber antes de tirarmos a fotografia, lembrava que ela estava ansiosa para me arrastar para os shoppings da cidade, o que deixava Daniel irado. Ele queria fazer um programa mais interessante, do que passar a tarde com duas garotas fazendo compras. Eu não tirava sua razão. Preferia passar o dia em algum museu ou até mesmo lendo um livro, mas quando Amber pedia alguma coisa não era tão fácil negar. E creio que nós dois concordávamos, que vê-la feliz fazendo compras era melhor do que vê-la resmungando de cara feia o dia todo. No fim, Amber concordara em tirar a foto, depois de termos prometido segui-la por todas as lojas.

Ri com a lembrança. Era realmente verdade, a gente só dá valor quando perde. Daniel me tirou de meus pensamentos falando que me ajudaria a levar as coisas para o meu quarto. Concordei sem falar nada e o segui escada á cima.

Quando já estávamos no corredor ele começou a me explicar sobre como as coisas iriam acontecer durante o dia.

– Alguns amigos de Amber vão vir para cá. - Falou baixo. - Você não precisa ficar na sala, se preferir.

– Está tudo bem. - Garanti, com a voz rouca. - Amber ficaria furiosa se eu não permanecesse na sala.

– Ficaria. - Ele riu triste e apontou para a porta de meu conhecido quarto. - Então, tome um banho e desça. Acho que não vai demorar muito para a casa estar cheia.

Assenti e empurrei a porta com as duas mãos, em seguida, peguei minha mochila nos ombros de Daniel e agradeci, entrando no quarto enquanto o via desaparecer pelo corredor.

O cômodo estava exatamente igual. A cama próxima a janela, minha estante de livros, sem o mínimo vestígio de pó, a cômoda colocada exatamente aonde eu havia posto há quase dez anos atrás. Tudo permanecia igual. Bem cuidado.

A porta do banheiro estava escorada, então me dirigi para ela, jogando minha mochila na cama. Tudo que eu precisava era de um banho depois de uma viagem cansativa.

Abri o chuveiro e entrei nele em seguida, deixando que a água quente fizesse todo o seu trabalho. Como eu queria que chuveiro lavasse a alma! Não queria pensar muito, por isso tomei meu banho rapidamente e sai do box, enrolando uma toalha ao meu corpo.

Voltei para o quarto seguindo diretamente para meu antigo guarda-roupa que ainda continha algumas peças que eu preferi não levar para Londres. Um vestido negro trabalhado em rendas escuras, estava preso no cabide quase pedindo para que eu escolhesse ele. O peguei em minhas mãos, era perfeito, não tinha pensado que um dia o escolheria para usar em uma ocasião dessas.

Sequei meu cabelo e logo depois coloquei o vestido, olhando o espelho embutido no guarda- roupa. Eu era a mesma, não havia mudado nada nos últimos anos. Ao contrário de minha irmã, que havia desenvolvido um corpo escultural, graças á academia e exercícios. Era ela líder de torcida, era seu dever ter um corpo bonito. Agora eu, era só a nerd tímida. Meu cérebro era totalmente exercitado por todo o meu corpo.

Passei a escova por meu cabelo, um pouco mais curto do que o natural, e em seguida o prendi em um coque mal feito. Passei lápis preto na parte inferior dos olhos e um batom claro em meus lábios. Peguei uma sapatilha perdida no meio de meus sapatos e a calcei. Estava pronta.

Me dirigi para a porta, ouvindo os murmúrios da parte de baixo da casa que já devia estar cheia. Respirei fundo antes de começar a andar pelo corredor. Meus passos eram incertos, eu não tinha completamente certeza de que estava pronta para fazer isso. Mas eu devia a Amber, devia por todos meus anos longe dela.

Respirei fundo, me aproximando da escada com passos leves e ponderados, pronta para descer o primeiro degrau, quando um ombro forte bateu no meu, me fazendo cambalear para o lado direito. A mão fria segurou-me pelo cotovelo firmemente, me ajudando a voltar para a posição inicial. Agradeci mentalmente. Vendo minhas experiências com tombos, aquele com certeza seria lindo!

Subi meus olhos para agradecer á meu salvador, que também era o culpado por eu ter me desequilibrado, ele ainda permanecia parado do meu lado, seu corpo na direção contrária do meu, eu podia ouvir sua respiração pesada. Talvez de susto?

Os olhos negros que eu encontrei não eram assustados. E sim surpresos, muito surpresos. Não consegui entender o motivo de sua surpresa, porque Daniel subiu em seguida, pisando forte nos degraus, quase como se insistisse para que notássemos que ele estava á caminho. O garoto largou meu braço e se afastou alguns centímetros, esperando para ver Daniel chegar ao topo da escada. O que não demorou para acontecer. Os olhos azuis confusos de Daniel, encontraram os meus, e depois o do rapaz.

– Está tudo bem aqui, Mel?

Assenti. Por que não estaria?

– Então desça, papai me pediu para chamá-la. - Continuou, olhando fixamente para o garoto. Porém em sua última frase, seus olhos encararam os meus e ele sorriu levemente. - Acho que ele precisa de sua ajuda.

Assenti novamente, olhando rapidamente para o garoto que havia me salvado de um tombo horrível, antes de começar a descer as escadas. Pude ouvir os murmúrios de Daniel, o que me fez parar no quinto degrau, me encostei na parede, tentando ouvir alguma coisa do que ele dizia.

"Ela não é a Amber, Evan! Fique longe dela!"

Esse era o namorado de Amber, que Daniel havia me dito no caminho para casa. Para Dan, ele era o assassino da minha irmã. Esperei mais uns minutos pela resposta de Evan, que veio logo em seguida.

"Ela tinha se desequilibrado. Só quis ser prestativo."

Era verdade. Ou pelo menos um pouco dela, vendo que eu havia me "desequilibrado" por ter esbarrando com tanta força nele.

"Não seja."

A voz de Daniel saiu dura, de uma forma que eu nunca tinha escutado antes, ouvi seus passos em direção á escada e me apressei para chegar a sala antes que ele notasse que eu tinha ouvido sua... ameaça.

Pousei meus pés no final da escada, e examinei o lugar. Algumas pessoas ali presentes eu não conhecia, nunca as tinha visto. Provavelmente aqueles eram os amigos de Ambre. Respirei fundo e desci o último degrau, notando a presença de Daniel á meu lado. Ele era rápido!

– Vai ficar tudo bem. - Garantiu. Eu pude notar em sua voz um duplo sentido, mas não sabia do que se tratava. - Isso vai acabar logo.





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Notas finais do capítulo

E então? Melhor em primeira pessoa? Querem que eu volte a escrever em terceira? Vocês quem sabem, ein!
Bem, até a próxima. Beeeijos ;*



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