Conspiração Divina - Versão I escrita por Jubs C, Julia Brito


Capítulo 5
Segredos.


Notas iniciais do capítulo

Oláa *-*
Quem não foi pra escola de novo?
Eu ooo/
Mas é porque eu to doente ):
Enfim, vamos lá, vamos lá. Capítulo novinho, que acabou de sair do forno, para você :D



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A noite tinha sido longa. Daniel só tinha dado as caras novamente, depois que teve certeza de que Evan havia deixado a casa.

Depois da nossa conversa no andar de cima, ele tinha simplesmente sumido e eu confirmei isso quando vi meu primo passar pela porta da frente, com uma cara que não era nada boa.

Eu não tinha comentado com ninguém sobre as acusações que fiz a Evan mais cedo e também não pretendia fazê-lo. Foi mal educado da minha parte falar todas aquelas coisas, principalmente depois de ouvir tio John dizer várias vezes que Evan era um suspeito descartado. Porém, no calor do momento eu não consegui me conter, despejando todas as minhas duvidas para cima dele. Eu sabia que não teria outra chance.

Mas sabia que teria oportunidade para me desculpar. Se Evan tinha conhecido Ambre no colégio, ele provavelmente ainda estudava lá, apesar de parecer uns dois anos mais velho. E seria lá, no colégio Roosevelt, aonde eu não visitava desde os meus 15 anos, que eu o procuraria e me desculparia pelo meu ato nada amigável.

Obviamente eu não comentaria com Daniel o que eu pretendia fazer. Visto que, se eu o fizesse, ele faria o possível e o impossível para tirar essa ideia da minha cabeça.

E foi com esse pensamento que eu me ergui da cama, suspirando pesadamente e me preparando psicologicamente para encarar o olhar curioso de todos. As suspeitas da polícia não tinham se espalhado, ficaram apenas entre minha família e a família dele. E não seria eu quem espalharia os boatos. Portanto, boa parte da escola ainda não acreditava na inocência de Evan. Inclusive Daniel.

Enfiei uma calça jeans surrada, pela minha perna e completei com a camiseta do colégio que cheirava á roupa nova. Nunca me imaginei usando-a novamente, para falar a verdade, nunca me imaginei novamente em Bolton. Mas ali estava eu, prestes a encarar mais um ano letivo. O último.

Um suspiro escapou por entre meus lábios ao lembrar como Amber sonhava com sua formatura. E agora, alguém havia arrancado esse sonho, e tantos outros, dela. Não conseguia me livrar da sensação que me imundava, de que eu poderia ter a protegido, de algum jeito. O arrependimento de ter me afastado de todos, depois da morte de meus pais, não deixava minha mente. Se eu fosse forte o bastante para encarar a morte deles e todas as pessoas da cidade me olhando com cara de piedade e pensando "Pobrezinha dela. Perder os pais de uma forma tão trágica", eu teria permanecido em Bolton. Mas nessa parte Ambre sempre fora mais forte que eu. Forte para encarar qualquer coisa.

E dessa vez eu teria que ser. Não deixaria Bolton, até todos os detalhes terem se encaixado. Até todas as minhas perguntas serem respondidas.

Duas batidas na porta me sugaram de volta para a realidade, e o rosto bonito de Daniel acalmou meu coração. Nós sempre fomos próximos, do tipo que faziam qualquer coisa juntos. Desde criança eramos assim. Enquanto Ambre brincava de boneca dentro de casa nos dias chuvosos, eu e Dan saíamos para o jardim e nos lambuzávamos de barro. O que deixava nossos pais loucos!

– Está pronta? - Perguntou. - Jorge já está nos esperando no carro.

Jorge era um senhor, cuja a idade eu não fazia ideia de qual era, que havia se tornado o motorista de tio John há anos. Me lembrava de que quando era pequena, corria para a casa de Jorge, que ficava atrás da nossa, para me esconder de qualquer visita que chegasse. E ele me acobertava, não dizia para ninguém aonde eu estava enfiada, apenas se sentava ao meu lado e contava algumas histórias antigas. Sentia falta dessa infância, aonde todos eram puros e sem nenhuma malícia. Aonde nós só ouvíamos falar de assassinatos em filmes policial.

– Pronta. - Sorri, pegando minha mochila e a colocando nos ombros. Passei por Daniel que segurava a porta com uma das mãos, para que eu passasse por ela e lhe dei um cutucão na barriga como nos velhos tempos. Ele se encolheu brevemente e soltou um riso abafado, fechando a porta e me seguindo pelo corredor.

– John já arrumou as coisas na escola, está tudo pronto, seu horário foi colocado no caderno e tudo o que você precisa fazer é chegar lá e sentar essa bunda gorda na cadeira.

– Ei! - Exclamei, batendo meu ombro em suas costas. - Estou fazendo regime, ok?

Daniel riu do bico que se formou em meus lábios e continuou com a brincadeira.

– Mas continua gorda. Acho que não está funcionando.

– Me ame menos! - Falei, o seguindo escada á baixo. - Cadê seu pai?

– Saiu mais cedo. - Ele deu de ombros. - Negócios.

– Não gostei da forma que você falou "negócios". O que está acontecendo?

– Meu Deus, como você é desconfiada! - Ele riu. - John foi até a delegacia, acertar mais algumas coisas.

– Que coisas? - Perguntei, sentindo meu peito se apertar.

– Sobre Ambre. - Ele pausou. - É meio difícil falar com as autoridades, quando o filho do delegado é o maior suspeito dos últimos tempos.

Evan é filho do delegado?

Ele assentiu, abrindo a porta da frente para que eu pudesse passar por ela. O encarei.

– E quando você ia me falar isso?

– Não achei que fosse preciso.

Meus olhos se arregalaram de surpresa. Como assim ele pensava que eu não precisava saber disso?

– É da Ambre que estamos falando, é claro que eu precisava saber disso!

– Não. Nós estamos falando do Evan. - Respondeu calmamente. - E ele é um assunto morto aqui, Melanie.

Dito isso Daniel apressou o passo para chegar logo até o carro, me deixando parada na entrada. Não conseguia entender como ele estava misturando as coisas. Enquanto Evan tivesse algo haver com a minha irmã, eu queria sim saber o que estava acontecendo!

– Você vem ou não?

Balancei minha cabeça, afastando minha pequena birra momentânea com meu primo e segui em direção ao carro. Abri a porta de trás e me sentei na janela oposta a de Daniel. Eu estava tentando afastar nossa discussão da minha cabeça, mas isso não significava que eu a tinha esquecido. Suspirei, encarando a paisagem pelo vidro, enquanto o carro se movimentava, deixando a casa.

– Me desculpe, Mel. Não queria ser rude. - Dan se aproximou, tocando uma de minhas mãos que estavam sobre meu colo.

– Só não quero que esconda as coisas sobre Ambre, só porque tem algum tipo de birra com o Evan, Daniel. - Murmurei em resposta, encarando seus olhos azuis.

– Tudo bem. - Ele suspirou. - Sem mais segredos.

Deixei que minha boca se abrisse em um pequeno sorriso, e apertei sua mão que permanecia sobre a minha.

O dia havia começado mal e alguma coisa dentro de mim me alertava de que não seria apenas o começo que seria ruim.

Jorge parou o carro na frente do colégio, que estava com a entrada praticamente cheia. As pessoas de Rockford eram apressadas, não gostavam de se atrasar e essa era uma das coisas que nunca mudaria. Algumas garotas agitavam seus pom-pons freneticamente perto das escadas, enquanto alguns rapazes gritavam gracinhas para elas, acendendo um baseado. Era algo típico em uma cidade com aquela, onde toda a diversão que você poderia encontrar eram em Pubs espalhados pela cidade e em maconha comprada ilegalmente em alguma esquina.

Daniel bateu em meu vidro, eu mal tinha notado que ele havia descido, dizendo a mesma frase, pela segunda vez naquela manhã.

– Você vem ou não?





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Notas finais do capítulo

E então? Daniel e seus segredos! Aposto que esse não é o único u_u O que vocês acham?
No próximo capítulo vamos ver Melanie tentar pedir desculpas para o Evan, sem que Daniel ou qualquer outra pessoa veja '-' Muitas surpresas vão vir e novos suspeitos também *O*
Agora chega de spoilers e me digam o que acharam *-*
Beijos ;*