Beneath The Nightmares escrita por Moogle94


Capítulo 9
[ ~ Capítulo 09 - A Batalha pela Sobrevivência]




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Os três bateram com força no chão frio e sólido. Confusos e tontos, ouviram uma voz vindo de longe...uma voz agoniada e...infantil. Um garoto loiro e baixinho, aparentando ter uns 12 anos de idade correu em direção aos recém chegados.
- AI MEU DEUS!! PESSOAS! – berrou o pequeno, abrindo o maior sorriso – VOCÊS SÃO MEUS SALVADORES! – Nisso, pulou em cima dos três para um abraço muito estranho.

- O que? Quem é você?! – exclamou o moreno, se assustando com o garotinho.


- Eu? Eu sou Simon. Moro aqui á bastante tempo, mas não tenho certeza de quanto, exatamente... E vocês? – respondeu o garoto, ainda sem desfazer o sorriso e sem largar o pé de Lowell


- Eu sou Lowell, e estes são April e Raymond. – disse, apontando os dois que ainda se recuperavam da queda. – Enfim, como você veio parar aqui?
Os dentes de Simon finalmente desapareceram.


- Bem... Há algum tempo atrás, eu e minha mãe estávamos explorando a redondeza na viagem de férias, e encontramos uma espécie de quebra cabeças. Já era tarde, e fazia uma linda lua cheia. Nós resolvemos acampar por ali, e então, na manhã seguinte encontraríamos com meu pai. Então, eu estava olhando as estrelas, e quando minha mãe ficou atrás de mim para me abraçar, o chão começou a tremer. Um tipo de planta nasceu das fendas sob piso, e quando ela encostou nelas, desmaiou. Eu, horrorizado, a arrastei até o centro, onde toquei em uma pedra que estava num pilar e... Vim parar aqui. – concluiu, com os olhos cheio d’água. – Minha mãe se foi e eu nunca mais consegui sair daqui.


- Bem...sinto muito. – consolou o estudante, agora apertando a mão do menor.
April e Ray já haviam acordado e escutado a história do pequeno Simon. Eles se apresentaram e passaram um bom tempo em uma fogueira improvisada que o menor fizera.

 - Então...o que os traz até esse fim de mundo? – começou o loiro.


Lowell contou toda a história desde o princípio. No final, o pequeno sorria:


- Bom, tenho uma ótima notícia para vocês... Sei onde elas estão.
Os três engasgaram com a própria saliva. Finalmente encontrariam as mulheres e sairiam dali.
- Você poderia nos levar até lá?


- Absolutamente... Mas saibam que é perigoso. – nesse momento, Simon percebeu a pedra no bolso de Lowell. – Ei! Se parece muito com um encaixe que tem bem ali – terminou o pequeno, apontando para uma pequena fenda na parede. O moreno se aproximou do local e encaixou a pedra. Nesse momento, abriu-se um tipo de passagem secreta na parede. Dentro estavam diversos tipos de armas. O garoto por instinto pegou a grande katana com esmeraldas cravejadas: ele sempre fora bom em luta de espadas nas aulas de educação Física, e essa era a hora de pôr suas habilidades á prova.


- Ei, vocês dois! Dêem uma olhada nisso.

April e Raymond se aproximaram.


- Demais! – exclamou o neto de Desireé, pegando o arco e as flechas pendurados no teto do cofre. Afinal, as aulas de mira com sua avó valeriam a pena.


April, por sua vez, escolheu uma pistola com uma pedra roxa cravada na base, muito similar á chave. Ela nunca pensou em usar uma arma de fogo, mas situações extremas requerem medidas drásticas.


- Então...vamos ter que lutar? – perguntou ela


- Se quiserem salvar suas parentes e sair daqui com vida, sim. – respondeu o menor.


- Então...que seja.


Os quatro descansaram bastante, acordando várias horas depois, já que lá não existia noite ou dia. Se armaram e seguiram Simon, que os levaria até o local.


- Estão prontos? – perguntou


- Sim. Vamos fazer rápido, temos pouco tempo. De acordo com o livro, o portal fecha 24 horas depois da lua cheia do dia da abertura. Temos umas 12 horas. Apenas se concentrem na luta e...tentem não morrer. – disse Ray, tentando animar, mas só gerou mais pânico. Tentando consertar o erro, acrescentou – Nós podemos fazer isso. Não chegamos tão longe para nada.


Os outros dois concordaram e seguiram Simon, que os esperava do outro lado do salão. O menor não lutaria, e esperaria do lado de fora.


A caminhada foi de 1 hora, e enfim, finalmente chegaram. O lugar era escuro e úmido e tinha um cheiro extremamente podre. April por muito pouco não deixou escapar um grito. Em cápsulas separadas, estavam boiando Anne, Naomi e Desireé. Ao encostarem nos vidros de suas respectivas parentes, os jovens ouviram uma voz fria e cortante.

- Ora, ora, ora. Finalmente. - disse uma voz feminina e desconhecida.


- Quem está aí? - perguntou Lowell, assustado.


- Quem diria...vocês realmente conseguiram. - continuou, dando risadas sarcásticas


- O que você quer de nós? - bradou Ray, apontando o arco para a silhueta da mulher.


- Apenas impedir que vocês estraguem o meu plano de 15 anos.


- O que você quer dizer com isso?


-Ah, já que a morte de vocês está certa, acho que não fará mal nenhum em contá-los. - riu-se. - Este lugar é habitado por criaturas que...digamos assim, podem causar um certo estrago. Pretendo levá-las para passear. - continuou, esboçando um sorriso. - Então, juntos, começaremos um novo mundo...onde EU serei a soberana...


- Mas...por que NÓS? O que temos com isso? - perguntou April


- Porque vocês seriam os únicos que poderiam me impedir, com suas habilidades de agilidade, vidência através de sonhos, e leitura de mentes – completou, olhando respectivamente para cada um dos donos desses poderes – a profecia me disse...então os trouxe até aqui para dar um fim nessa história.
Os quatro se entreolharam: eles realmente teriam que lutar. Acharam que não seria necessário, mas agora viam claramente que sim. A mulher fez um breve gesto com as mãos:


- Então...vamos começar a festa?


Mal deu pra acreditar. Dito isto, um exército de criaturas horrendas e deformadas saiu das sombras. Eles andavam de um jeito curvado e manco, e a  pele era escamosa e em carne viva. Seus olhos meneavam desejo de sangue. Os quatro recuaram com medo, pensando em fugir. Mas precisavam salvar as mulheres, e Simon almejava demais sair dali. As criaturas rugiram em uníssono, num coro de arrepiar os cabelos da nuca.

 -Não – disseram os três ao mesmo tempo, sendo empurrados pelo menor. Então, partiram para o ataque. Lowell deu o primeiro golpe com a katana e atingiu certeiramente o peito de uma delas. Surpreso consigo mesmo, continuou o ataque, desviando das investidas e desferindo golpes inacreditáveis. April ficara no mesmo lugar, atirando contra os monstros e desviando das patadas. Ray, por sua vez, subiu em cima de uma pedra e de lá mutilava vários de uma vez só, esquivando-se das pedradas. Com o passar de alguns minutos de árdua batalha, umas 3 dezenas deles estavam mortos...mas não podia ter acabado. “Fácil demais”, pensou Lowell. Em então, seus temores se concretizaram. Mais ou menos uma centena das criaturas emergiam das fendas no chão, correndo em direção aos garotos. Scott, já ofegante, continuou os rápidos golpes com a espada, mas um dos oponentes acertou em cheio seu rosto com uma arranhada.

Ele voou uns 10 metros, batendo de cabeça contra a parede. Com a face sangrando muito e com a visão turva, ele se levantou com extrema dificuldade, conseguindo aniquilar uma última criatura antes de desmaiar.
Ele estava novamente sozinho, mas agora no local da batalha. A chave flutuava no centro do campo, rodando e brilhando. Ele a segurou, e no menor toque, a mesma penetrou na pele do garoto. E mais uma vez, sentiu-se puxado para baixo.


- LOWELL! - gritava April, se esquivando dos ataques e atirando – ACORDE!
O rapaz, sem pensar duas vezes e ainda deitado, pegou a pedra do bolso e furou seu braço com ela. A dor dilacerante invadiu seu sistema nervoso, e dois segundos depois, se via novamente em pé e lutando...se sentindo extremamente mais forte! Ele continuou com os ataques diretos, exterminando dezenas por conta própria. Raymond ainda flechava as criaturas, mas de outro lugar, que ninguém jamais alcançaria. Sua agilidade era incrível...ele era muito rápido e todos pareciam mover-se em câmera lenta. Aniquilou, sozinho, toda a parte de trás do exército. Estava demasiadamente distraído e não viu um enorme rochedo vindo em sua direção. Conseguiu retirar, por pouco, todo o tronco da mira da rocha, mas a perna ficou.

Ao ouvir o barulho de algo quebrando, Ray sentiu uma horrível dor, e constatou que sua perna havia sido fraturada. Se segurou para não gritar e denunciar sua posição ao inimigo. Lowell, que viu a cena, arremessou o cristal para o loiro.


- RAY! Perfure sua perna com isso! – berrou, acabando com o plano do mesmo de se manter oculto.


Não tendo mais nada a perder, o garoto agarrou a chave e fez o que lhe foi mandado. No momento seguinte, já estava atirando novamente contra os inimigos que o localizaram. April foi a única que não se feriu, atirando incessantemente contra os monstros. Alguns segundos depois estavam todos aniquilados.


- NÃO É POSSÍVEL! - gritou Monike. - Como vocês derrotaram meu exército?!
Os três estavam ofegantes e feridos, nada de grave. Mas Allen se levantou e atirou uma flecha certeira no peito de Monike, que simplesmente soltou uma gargalhada.


- Hahaha...TOLO! - disse, retirando a flecha. Gesticulando com a mão, ela fez Ray levitar no ar e ser arremessado contra a parede. – Eu mesma acabo com vocês!
Dito isto, a mulher realizou o mesmo gesto com Lowell.


- Você vai ser o que vai morrer mais lenta e dolorosamente!


O garoto foi suspenso no ar por um tipo de mão invisível controlada pela mulher.

Com a outra mão, Monike gesticulou em direção a Ray, controlando seu corpo. E sem poder manipular seu próprio corpo, foi forçado a atirar contra Lowell. O corpo de mesmo foi penetrado por 3 flechas, e logo depois arremessado contra o teto rochoso. Ray caiu e se manteve imóvel.


- NÃO! - Berrou April, e então, como sempre fazia quando estava nervosa, pôs em prática sua habilidade especial, aproveitando que a mulher ainda não à descobrira.


A mente de Monike era um lugar escuro e sombrio. A voz da mesma ecoava ao fundo: Eles podem ter derrotado meu exército, mas nunca derrotarão a mim! Não sem a pedra...


Ao voltar a si, a garota esperou a morena se virar e se dirigiu a Lowell, retirando as flechas e curando seus ferimentos com a pedra.


- Por favor, acorde! – disse. Mas parecia não fazer efeitos. Mesmo com os ferimentos curados, o rapaz não reagia. – Você precisa derrotá-la com a pedra!
E então, a confirmação: ele estava sem pulso. Derramando lágrimas sobre o rosto dele, se levantou. Deveria acabar com aquilo por si mesma. E então, foi em direção á Monike.

 - Aha...mais uma ratazana para minha coleção – disse a mulher, com desdém.


- Você...matou meus amigos e minha família...EU VOU ACABAR COM VOCÊ! – bradou April, avançando contra ela.


Monike apenas riu, e estava prestes a arremessar a garota com apenas um movimento de mãos... e então, caiu de joelhos no chão com a mão sobre o peito. E com um grito, dissolveu-se em pó. April, paralisada, não havia entendido nada.


- Acabou.


A garota se virou para trás e encontrou Lowell segurando sua pistola.


- LOWELL! – gritou, correndo para um longo e demorado abraço. – Como foi que...?


- Acho que a pedra realmente funciona. – disse, sorrindo. – Você largou sua pistola lá, e eu carreguei-a com a pedra e atirei contra aquela estranha.
Então ele realmente ouvira o plano.


- Mas...o que aconteceu com ela? – perguntou a garota.
Como quase que ouvindo a questão, o corpo de Jason se materializou. O homem jazia no chão, morto. Então, era ele desde o começo...ele era o culpado. Ray que acordara nesse exato momento, ficou chocado com o que estava vendo. Olhou bem para o rosto do homem e chutou seu corpo com vontade.


- Você mereceu, traidor.


Neste momento, Richard chegou e ao olhar a cena, saiu correndo. Então, os três  se dirigiram a suas parentes, que agora estavam deitadas em camas fora dos tubos. Elas acordaram aos poucos, confusas e desnorteadas.


- Onde estou? - perguntou Anne, sendo interrompida por um esmagador abraço do filho.

- Mãe! Que bom que te achei – respondeu, em lágrimas. A mesma cena se repetia nas duas camas ao lado. Desireé estava fascinada com o local que procurara a vida inteira, mas concordou que sair dali era a melhor alternativa. April e sua tia se abraçavam.


- Sei exatamente como sair daqui. - disse Desireé, para alegria de todos, inclusive Simon, que agora chegara correndo aos berros e gargalhadas.


- Finalmente vou sair daqui! Nem acredito! - exclamou. Todos riram e, em seguida, uma luz cegante invadiu o local, e uma bela mulher apareceu no centro da sala. Ela sorriu em direção á Simon.


- M-mãe! MÃE! – berrou o menino, debulhando-se em lágrimas e recebendo um abraço acolhedor da moça.


- Meu filho... olhe só para você! – exclamou.


- Nós vamos sair daqui, mãe. – disse, sorrindo mais do que nunca. Ela retribuiu, e então se abraçaram mais uma vez.

- E então? Podemos ir? – perguntou Desireé. 

 
Todos assentiram com a cabeça.


- Muito bem. Façam o que eu fizer. – A mulher segurou a mão do neto, sorrindo. Todos repetiram a ação, formando então um círculo. – Agora fechem os olhos.
Obedientes, todos fizeram. E no segundo seguinte, pousaram suavemente no chã o do quente dia que fazia no Peru.

 


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Notas finais do capítulo

É isso, acabou. Confesso que foi a unica fic da minha vida que consegui terminar .-.
Espero que tenham gostado, e os que não, prometo me esforçar no segundo. Yup, já estou escrevendo a continuação. o/
Enfim, aproveitem e deixem review. (:



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