My Sunshine! escrita por LilyCarstairs


Capítulo 7
Capítulo 7 - Oh, Confusion!


Notas iniciais do capítulo

Ah, agradeço novamente aos divos que acompanham. ♥
Boa leitura gente!



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Oh droga. Droga. Droga. Droga!

Nico se aproximava e Will ficou tenso, um olhava para o outro com escárnio, e se encararam durante um bom tempo. E eu fiquei lá - parada - olhando os dois e desejando que um raio me acertasse.

– Summer, venha comigo. – Nico finalmente se pronunciou, sem tirar os olhos de Will.

– O que? – eu estava aturdida e olhei para Will, depois para Nico. Agora, ambos me encaravam esperando uma reação. Olhei novamente para Will e ele deu de ombros, com olhos tristes.

– Summer, vamos! – Nico repetiu e me segurou pelo braço a fim de me levantar.

Puxei o braço e balancei a cabeça negativamente. Isso daria briga de qualquer modo, então resolvi não falar nem fazer nada. Apenas olhava de um para o outro. Nico me olhava irritado e Will mascarava um sorriso. Aquele idiota estava se divertindo com a reação de Nico.

– Summer venha logo comigo... – Nico tentava controlar a irritação na voz.

– Por que ela tem que ir agora? – Will perguntou. – Deixe-a aqui, estávamos tratando de um assunto importante.

– Estavam falando sobre o que? – Nico perguntou, virando-se para Will. – Sobre seus bobos sentimentos por ela?

Will arregalou os olhos e eu também. Ok, aquilo me deixou chocada. “Bobos sentimentos”? Então... Ele gostava de mim. Nico também. E eu gostava dos dois? Qual é o nosso problema?!

– Conte a ela, Will, conte que todo o tempo que passa com ela tenta fazê-la gostar de você, - Nico agora estava com um tom de divertimento. – Conte que você soube quem é seu pai olimpiano e não falou nada pra ninguém. Conte como mentiu para ela! – a voz de Nico aumentava a cada palavra. – Conte a ela sobre sua mãe, sobre os surtos dela, conte...

Will levantou rapidamente e deu um soco em Nico, e depois outro, e outro. Nico finalmente reagiu, pegou sua espada e tentou acertar o braço de Will - que tentou desviar - mas levou um corte perto daquele que ganhou no Caça a Bandeira. Will segurou o braço e cambaleou para trás. Nico lhe deu um chute no rosto. Segurei Nico e o tirei de perto de Will.

– Largue-me Summer. – ele pediu.

– Não. Saia daqui Nico. – mandei.

– Ouça, preciso conversar com você...

– Saia daqui, AGORA! – gritei para ele, apontando para a saída do Anfiteatro.

Ele olhou mais uma vez com escárnio para Will e saiu de lá. Corri para Will. Ele estava tentando levantar. Ajudei-o a se sentar e ele limpou o fio sangue que escorria do nariz com a manga da blusa.

– O que ele disse... É verdade? – perguntei.

– Sobre o que? – a voz dele mostrava a dor que devia estar sentindo.

– Sobre tudo. – respondi.

– É. – ele confirmou e desviou os olhos.

– Então, sabe quem é seu pai? Desde quando? – perguntei.

– Desde ontem, eu estava na Praia dos Fogos e descobri. Eu não sei como ele descobriu isso... Desculpe-me. – ele pediu, seus olhos estavam fixos no chão. Eu tentei parecer brava, mas eu tinha vontade de abraça-lo e dizer que eu entendia.

– Quem é? – perguntei, segurando a vontade de abraça-lo.

– Apolo. – ele respondeu. – Hoje mesmo eu falo com Quíron e vou para meu novo chalé. Não precisa mais conviver comigo. – acrescentou.

– Oras, deixe de ser babaca. – falei. – Você vai para o seu chalé, mas nada de não conviver comigo, ouviu?

Ele sorriu com isso.

– O que tem sua mãe? E que ataques são esses? – perguntei.

O sorriso desapareceu.

– Minha mãe tem surtos de violência desde que eu tinha 5 anos. Meu irmão mais velho apanhava por nós dois. Ele se colocava na minha frente e não deixava minha mãe me bater. – ele estava com um olhar distante. – Ele sempre falava que tudo ia ficar bem, mas não ficou. Eles tiveram uma briga feia e... – sua voz falhou.

– Ele se foi? – adivinhei. Ele concordou com a cabeça e continuou:

– Ela se sentiu culpada durante alguns meses, mas logo ela começou a me bater, sem a proteção dele, eu ficava parado apanhando...

– Como fez quando te dei socos. – lembrei-me de como ele me olhava assustado e nem se defendia.

– Sim. – ele concordou. – E desde então me mantenho longe de casa pelo máximo de tempo que consigo.

– Eu sinto muito. – eu disse. E puxei-o para um abraço.

Ele deitou a cabeça em meu ombro e eu senti as lágrimas silenciosas molharem meu braço. Eu não disse nada, apenas apertei o abraço.



Então... Will se mudou para o chalé de Apolo e eu fiquei sem ter com quem conversar antes de dormir. Levei um tempo a mais para dormir pensando em tudo o que aconteceu. Will e sua mãe... Nico e o modo como agira... Will e Nico gostarem de mim. Pensei nisso durante um tempinho, não vou mentir e falar que fiquei a noite toda acordada por causa disso porque o sono me venceu.

Acordei e fui direto para a Praia dos Fogos, onde fiquei o dia todo. Eu realmente não queria ficar naquela multidão. Cochilei encostada em uma pedra e só acordei horas depois, com Travis me colocando nas costas e me levando pra longe da praia. Tentei me soltar, mas ele não permitiu, chegamos até a Casa Grande e ele me colocou no chão.

– O que foi? – perguntei irritada.

– Connor está morrendo. – ele falou.

– Como assim? – perguntei. – Que tipo de piada é essa?!

– Acha que é uma piada? – ele perguntou. – Meu irmão está morrendo e você acha que estou fazendo piadas? – ele gritou.

– Ele não estava em missão? – perguntei baixinho.

– Voltou hoje de manhã. Venha ver. – ele disse e caminhamos até o lugar onde ficavam os doentes; enfermaria, hospital, casa de cura, chame como quiser.

Connor estava deitado em uma das ultimas camas com metade dos filhos de Apolo cercando-o, pálido e com ataduras sangrentas em volta do tronco e da perna direita. Estava inconsciente, tudo nele começava a perder a cor. Meu coração deu um salto. Meu meio-irmão... Estava realmente morrendo.

Olhei para Travis em busca de respostas, mas ele estava sentado em uma das camas com as mãos no rosto. Cheguei perto dele e perguntei:

– Como isso aconteceu?

– O garoto Di Angelo trouxe um cão infernal! – ele disse com ódio verdadeiro na voz.

– E mandou atacar Connor? – perguntei ainda mais assustada.

– Eu não sei. Não sei o que aconteceu, o cão foi na direção dele e o atacou... – Travis parou de falar e ao julgar pelo movimento de suas costas estava chorando.

Olhei para Connor... Ele não fazia piadas, não roubava ninguém, nem ao menos sorria... Ele estava parado naquela cama - inconsciente e ferido. Olhei para Travis... Ele chorava, o garoto mais alegre que eu já conheci estava chorando. Meu coração parecia estar se partindo em pedaços. Até que me lembrei do cão... E de Nico.

Corri para fora daquele lugar e fui até o chalé de Hades. Por sorte, Nico estava na porta. Segurei seu pescoço contra a parede do chalé e ele arregalou os olhos para mim.

– Como pode fazer isso com Connor? – gritei apertando ainda mais o pescoço dele.

– O que...? Eu não quis... – ele tentava se explicar, mas eu apertava seu pescoço cada vez mais. Ele tentou tirar minhas mãos do seu pescoço, soltei uma das mãos e peguei minha adaga, acertei-a de raspão no ombro de Nico que urrou de dor. Eu estava com ódio.

– Sua sorte, garoto de Hades, - falei ríspida. – é que minha mira é horrível.

Larguei-o e sai pisando forte dali. Ele estava atrás de mim – me chamando – e segurando o ombro. Olhei para trás e ele tentou explicar:

– Eu não queria acertar Connor, foi um acidente...

Eu estava com raiva, muita raiva mesmo, de Nico. Nunca senti isso e, devo admitir, foi um pouco assustador estar com tanto ódio de alguém que durante tanto tempo quis abraçar. Agora eu sentia vontade de joga-lo no Tártaro.

Sai de perto dele antes de fazer algo ruim e ser punida por Quíron depois. Voltei para onde estavam Travis e Connor. Oh, pobre Connor. Sentei-me ao lado de Travis.

– Por que não dão Ambrosia ou Néctar pra ele? – perguntei baixinho. – Qualquer coisa...

– Eles estão fazendo o que podem... – Travis estava com uma voz horrível, mesmo.

Ficamos em silencio, e assim permaneceu durante muito tempo. Minha mente era um turbilhão de pensamentos. Como ajudar Connor? Como me vingar de Di Angelo? Como esquecer essa preocupação? Tirar essa dor no coração? E se eu estou assim só por Connor ser meu meio-irmão, imagina Travis que é irmão gêmeo dele. Olhei para Travis e ele estava com os olhos distantes e tristes. Não podia culpa-lo. Talvez seu irmão morresse e ele não podia fazer nada a não ser esperar que outras pessoas curem seu irmão. Segurei sua mão e ofereci um abraço. Ele deitou a cabeça em meu ombro e eu fiz o mesmo. Ficamos assim enquanto nosso irmão lutava para sobreviver.

Notei que passamos o dia inteiro ali, esperando por melhoras, quando alguém nos chamou para o jantar. Tentei levar Travis, mas ele se negava a sair dali. Fui até o refeitório e sentei a mesa 11. Will acenou da mesa de Apolo e eu dei um sorriso torto. Hoje eu não estava feliz de jeito nenhum. Depois do jantar encontrei Will perto da saída do refeitório e ele me olhou preocupado. Notei que seu braço não tinha mais curativo, mostrava apenas uma cicatriz.

– Agora é um de nós oficialmente. – comentei, apontando para a cicatriz.

– Você tem uma? – ele perguntou levantando uma sobrancelha. Ele ficava tão bonito quando fazia isso.

– A maioria de nós tem. – dei de ombros.

Voltei para encontrar Travis. Will conversava comigo sobre algo que eu não prestava atenção. Só parei de caminhar quando ele se colocou a minha frente e trombei com ele.

– O que foi? – perguntei.

– Me diga o que você tem. – ele disse, e como dei de ombros ele usou aquele tom de voz autoritário chato que ele tinha: - Agora, Sum. Conte-me.

Segurei sua mão e levei-o até Connor. Acho que ele lamentou ter perguntado por que ficou com um ar culpado e sentou perto de Travis, que ainda não havia de movido. Entreguei os bolinhos que peguei lá no refeitório e entreguei a meu meio-irmão. Ele aceitou, mas não disse nada.

– Ei, ele vai melhorar. – Will disse.

– Como pode saber? – Travis perguntou.

– Porque nenhum órgão vital foi afetado. – Will respondeu. – Apenas alguns ferimentos profundos aqui e ali, mas nenhum que o mate.

– Como sabe disso? – perguntei.

– Meu irmão... – a voz de Will falhou por um breve momento. – Estudava medicina. Eu sempre aprendi coisas assim com ele. E sou filho de Apolo, talvez tenha algum dom da medicina.

– Seu irmão é medico? – Travis perguntou.

– Não. – Will respondeu e saiu de lá.

– O que aconteceu? – Travis olhou para a porta por onde Will passou e depois para mim.

– O irmão dele... – oh droga, como eu poderia falar que o irmão de Will morreu? – Não sei. – menti e dei de ombros.

Depois de um tempo resolvi sair de lá para dormir. Mas quem disse que consegui? Fui à Praia dos Fogos escondida e encontrei Will sentado à beira mar. Will olhava para o mar em silencio, enquanto me aproximava dele, notei que estava com uma blusa cinza, sua típica calça preta, um All Star vermelho. A touca da blusa cobria seu cabelo e o começo da testa, deixando apenas parte da franja para fora. Estava com aquele sorriso maravilhoso dele em minha direção. “Oh, droga Summer, pare de prestar tanta atenção nele!”, repreendi a mim mesma.

– Sum, gostaria que soubesse de algo. – ele disse. O sorriso desaparecendo.

– O que? – sentei-me a seu lado e olhei para ele.

– Nico queria que o cão me acertasse, mas Travis estava apresentando Connor a mim, e o cão atacou o primeiro que apareceu. – Will falou. – Então Connor caiu e eu fiquei apavorado, fui até Nico e ele me disse que era para ser eu. E era mesmo. Desculpe.

– Era? – perguntei, olhando para ele. Eu sabia que ele não estava mentindo. – Você acha que se fosse você lá, deitado e pálido, eu ficaria melhor? Acha que eu não estaria chorando desesperada pelos cantos? Acha que eu não estaria matando Nico por tirar você de mim? – falei sem pensar. Droga. Ele arregalou os olhos para mim e enrubesceu. Acho que ambos fizemos isso.

– Sum... Você acha que Nico poderia me tirar de você? – ele perguntou. Concordei com a cabeça.

– Ele poderia mandar outro cão... – comecei.

– Ele não me tiraria de você nem se arrancasse minha cabeça fora. – ele disse, enrubescia a cada palavra, eu também. – Eu sou seu. E só seu, Sum.

Olhei surpresa para ele. Will desviou os olhos, estava muito vermelho. Ele era tão branco, e quando corava ficava muito visível. Na verdade, ambos éramos assim. Ele olhou de novo para mim e eu cheguei perto dele, meu coração acelerava a cada centímetro que diminuía entre nós. Ele não recuou quando nossos lábios se tocaram. Um beijo tão puro, tão verdadeiro e suave. Eu não notei o quanto almejava aquele beijo até o momento. Nossos corações batiam acelerados e juntos. Separamos nossos lábios e nos olhamos por um momento, sorrimos um para o outro e desviamos o olhar para o mar.


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Notas finais do capítulo

Gostou ou criticas? Comente, é de graça e vai me fazer feliz e vou dançar com as ninfas. K



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