My Sunshine! escrita por LilyCarstairs


Capítulo 3
Capítulo 3 - Waco City Rules!


Notas iniciais do capítulo

Boa Leitura!



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Viagens de avião são legais, mas ficam tão cansativas quando seu meio-irmão fica trollando as pessoas dos outros acentos e aeromoças. As pessoas já estavam olhando para nós com cara feia quando finalmente chegamos ao Aeroporto. Sai o mais rápido que pude do avião, mais alguns minutos com Travis zoando todos no avião e eu pegaria minha adaga e enfiaria na garganta dele.

Sentamos em algum lugar e notei que Travis tinha pegado as passagens para a cidade errada, não estávamos no aeroporto de Waco¹, e sim em Austin². Droga, teríamos que viajar de carro até a cidade certa. Vida injusta.

Expliquei para meu meio-irmão idiota e ele parece ter ficado um pouco ofendido comigo por estar sendo grossa com ele. Combinamos de “pegar” outro carro e dirigir direto e sem interrupções para Waco.

Nico ficou calado a viagem de avião inteira, parecia constrangido. Aquele sorriso que ele me deu ainda estava gravado em minha mente, foi um sorriso tão... Verdadeiro, tão bonito... Ok, voltando para a parte que eu não pensava como uma adolescente bocó.

— Travis, fique aqui com Nico que eu vou arrumar alguns lanches. – pedi.

— Por que não posso ir? Perder a diversão pra ficar com ele? – apontou para Nico e fez ênfase no “ele”, como se Nico fosse algo totalmente tedioso.

— Cala a boca e se comporte. – revirei os olhos e fui arrumar algum lanche.

Uma linda e aparentemente saborosa lanchonete estava bem na minha frente. Dei uma olhada na variedade de coisas. Perfeito. Estava prestes a saquear alguns lanches quando me lembrei de Nico e de como ele valorizava o ato de pagar devidamente o que se pega e em como ele me olharia caso eu roubasse novamente. Oh droga, eu não acredito que pagaria pelos lanches. Inacreditável, Summer Stuart, comprando coisas devidamente. Tenho que parar de pensar no que o Nico pensaria de mim. Droga.

Depois de comprar as coisas, dei uma volta pelo aeroporto. Lembro-me de ter passado por aqui algumas vezes com minha mãe. É, deixa para lá. Voltei para onde havia deixado os dois e encontrei Travis segurando Nico pelo colarinho da camiseta preta. Nota mental: Matar o meio-irmão mais idiota de todos! Pigarreie e Travis olhou para mim, deu um sorriso sínico e largou o pobrezinho do Nico.

Bom, eu poderia dizer que alguma animação aconteceu durante a viagem para Waco, mas foi um completo tédio. Travis cantava sozinho, sentei-me no bando de trás e estava lendo, Nico estava ao meu lado observando a estrada.

Cutuquei Nico discretamente com o pé. Ele olhou para mim e fiz com os lábios as palavras: “Travis machucou você?”, Nico balançou a cabeça negativamente e voltou a olhar para o Céu. O que será que Travis falou para o Nico? Balancei a cabeça e voltei a ler.

Quando anoiteceu começou a chover, sorte que o carro era coberto, mas estava muito frio. Frio no Texas, irônico. Não levamos muito agasalho, quer dizer, EU não levei. Nico e Travis estavam quentinhos com casacos de lã, e eu fingindo estar quentinha com minha blusa finíssima.

— Ah, preciso me divertir um pouco. – Travis disse. – Volto pela manhã. – sorriu para mim e saiu do carro.

— Aonde ele vai? – Nico quis saber.

— Provavelmente só quis sair de perto de você. – fui sincera, talvez demais. – O que ele te disse?

— Nada...

— Não vai me dizer né? – perguntei.

— Não é necessário. – ele disse.

É. Imagino que eles tiveram uma conversa intensa. Travis idiota.

— Então... Como você está nessa fria noite? – perguntei, sem razão ou sentido.

— Estou bem, Summer. – ele respondeu.

O silencio se estendeu por alguns minutos, comecei a tremer mais ainda, tentei me controlar ao máximo, sem sucesso.

— Está com frio? – Nico perguntou.

Dei de ombros. Nico tirou o casaco de lã e me entregou. Não sei quem ficou mais surpreso, ele ou eu. Peguei o casaco e ele fez sinal para eu vesti-lo. Por que ele me emprestaria o casaco? Eu até devolveria, mas estava com tanto frio que logo vesti. Olhei para Nico e sorri. Ele deu um sorriso tremulo. Agora ele quem estava com frio. Cheguei perto dele devagar e puxei-o delicadamente para um abraço. Ele puxou minha cabeça para seu ombro em um gesto tímido e passamos os braços um em volta do outro. Corei muito, ele não viu, ainda bem! Corar é outra coisa de paixonites adolescentes que me irrita.

 

Acordamos ainda abraçados, nos afastamos rápido e ficamos sem jeito. Sorte que Travis ainda não havia chegado. Devolvi o casaco de Nico e agradeci. Descemos do carro e esperamos por Travis que apareceu pouco tempo depois com nosso café da manhã. Não notei como estava faminta até sentir o cheiro da comida que Travis me trouxe. Devorei todo o café da manhã, enquanto observava o movimento começando a aparecer, as pessoas texanas começando a fazer suas tarefas de sextas-feiras.

— Ok. Estamos quase lá. – informei.

— Poderíamos pegar um carro muito rápido ou... – Travis começou a sugerir maneiras de pegar coisas dos outros. Boas ideias, mas tínhamos um prazo para chegar lá.

— Entre logo na droga do carro e dirija até Waco. – mandei rispidamente.

O dia estava ficando mais quente a cada minuto. As cidades foram passando e algum tempo depois chegamos a Waco. Aquela cidade estava me trazendo lembranças de minha antiga vida. Isso era ruim. Eu senti saudades daqui. Chegamos a minha antiga escola e logo notei os sinais de um semideus por aqui.

Os alunos estavam do lado de fora da escola, aterrorizados e em choque. Os vidros das janelas estavam quebrados e o antigo estacionamento estava pegando fogo. Pegamos nossas espadas e corremos para dentro da escola. Não demorou muito até encontrarmos o causador desse estrago todo. Um garoto que aparentava ser um ou dois anos mais velho que eu, chutava e corria de um monstro estranho. O monstro não era muito grande, apenas uns dois metros, com pedaços de madeiras afundadas por todo o corpo, esse monstro devia estar ali faz um tempo correndo atrás do pobre semideus. Puxei o semideus para longe do monstro enquanto Travis e Nico começavam a enfrentar o monstro.

— Ei, não temos muito tempo. Vê isso? – entreguei minha espada para ele. – É uma espada. Use isso para bater naquilo. – apontei para o monstro.

Peguei uma adaga que eu tinha guardada e fui ajudar a enfrentar aquela coisa. Logo minha adaga caiu no chão, corremos para fora da escola e lá, as pessoas não pareciam nos ver. A névoa estava nos cobrindo. Uma caixa de correio estava caída no chão, peguei-a e comecei a bater com ela no monstro. A caixa de correio é melhor do que ficar desarmada, afinal. Travis estava arrancando pedaços da perna do monstro até o monstro finalmente cair no chão e Nico arrancar a cabeça dele.

— Uma caixa de correio? Grande arma! – Travis ironizou. Revirei os olhos para ele.

Uma filha de Hermes usar uma caixa de correio como arma. Ironia total.

— Mas o que foi isso? – o semideus perguntou.

— Venha, depois explicamos. – Travis chamou.

Saímos correndo da minha antiga escola e várias viaturas da policia e dos bombeiros estavam lá fora, ajudando os alunos que estavam em estado de choque. Droga. Atravessamos a rua até nosso carro, mas o semideus tinha ficado para trás perdido, voltei para busca-lo, segurei a mão dele e comecei a correr, mas bati em uma policial. OH DROGA.

— Summer...? – ela olhou para mim confusa.

— Oi. – respondi.

— Onde você esteve todo esse tempo...? Eu fiquei tão preocupada... – ela começou a falar. Aquela voz... Meu coração sentiu tanta falta dela. Pensei em fugir, mas ao olhar para aquele rosto que cuidou de mim por tanto tempo não pude fazer isso. Segurei sua mão delicadamente e a levei ao outro lado da rua, onde Travis e Nico estavam.

— Pessoal... Esta é a minha mãe. – anunciei. Eles arregalaram os olhos para mim.

— Summer, quem são essas pessoas? - minha mãe perguntou.

— Esses são Travis, Nico e esse aqui é um novo amigo nosso. – apresentei. - Fui até o acampamento meio-sangue depois de ser quase morta por um monstro e fiz esses novos amigos lá.

Minha mãe começou a explicar o porquê de não me contar quem era meu pai, e explicou que estava noiva, e se desculpou muitas vezes. Eu até poderia falar que a odiava, mas era mentira. Eu simplesmente a abracei. Eu deveria estar parecendo uma boba ali abraçando a mamãe. Eu não ligava, pelo menos não agora. Eu sentia saudade daquele abraço.

Passamos o dia na minha antiga casa, minha mãe me apresentou seu noivo (parecia ser um cara legal, mas fingi não gostar dele), tomamos banho e nos alimentamos de outra coisa que não fosse bolinhos, dormimos lá também, e na manhã seguinte já eu tinha resolvido tudo com minha mãe e ela disse que me buscaria para passar as férias com ela. Enfim, não tínhamos tempo para ficar na casa dela, eu a veria novamente nas férias.

Travis pegou o “nosso” carro e fizemos uma viagem até o aeroporto de Waco. Não era muito longe. Travis conseguiu as quatro passagens e entramos no avião. Dessa vez os assentos eram separados. Travis em um dos assentos da frente, Nico em um assento do meio, e eu e o semideus sentamos em cadeiras juntas, lá no fundo do avião.

— Ainda não sei o seu nome. – eu disse a ele.

—William Linn. – ele disse.

William tinha olhos e cabelo castanhos, o cabelo liso tinha uma franja e o um corte repicado. Usava uma camisa branca e uma calça preta. Ele usava suspensório também. Ele sorriu para mim. Sorri de volta.

— Obrigado por aparecer lá. Ou eu teria morrido, mas ainda não entendi que história é essa de semideus. – ele disse.

— Um semideus nasce quando um homem ou uma mulher namoram, por assim dizer, com um deus. – expliquei.

— Sua mãe namorou Hermes? – William perguntou.

— É, Will. E quando você chegar ao acampamento você vai descobrir quem é seu pai ou mãe. – eu disse.

— Maneiro! – exclamou Will empolgado.

Ele realmente pareceu feliz com isso. Bom, não posso dizer que ser semideusa é ruim. É divertido ter vários irmãos e irmãs, ter habilidades especiais, viver no acampamento. É o máximo.

Saímos do avião e almoçamos lá no aeroporto. Dessa vez pagamos a comida com aquele dinheiro que ainda nos sobrou dos garotos do carro conversível.

Pegamos outro carro de um garoto metido (Eu já tinha perdido a conta de quantos carros roubamos desde que começamos essa viagem), e seguimos para o Acampamento Meio-Sangue.


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Notas finais do capítulo

¹ Waco é uma cidade texana do Condado de McLennan. ² Austin é a capital do Texas.
(Crédito a Amanda pela ideia da caixa de correio.)
Gostou ou tem sugestões? Comente! :3



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