My Sunshine! escrita por LilyCarstairs


Capítulo 4
Capítulo 4 - Goodbye, My Friend...


Notas iniciais do capítulo

Ah, boa leitura! >_<'



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Chegamos ao Acampamento e levamos Will até a Casa Grande. Lá ele encontrou Quíron e ficaram conversando.

Voltei ao meu chalé e notei que muitas crianças indefinidas tinham sumido. Parece que enquanto estive fora, vários semideuses descobriram seus pais olimpianos. Isso é bom. Os semideuses indefinidos que estavam aqui já tinham começado a esconder seus itens de nós, filhos de Hermes. Agora teremos mais espaço para novos semideuses, mais espaço para as pessoas que futuramente furtarei.

Joguei minha mochila no chão e chutei-a para debaixo da minha cama e me deitei na cama. Fechei os olhos e por alguns felizes instantes cochilei, mas Travis veio me irritar. Idiota.

– Travis, vá roubar novatos! – resmunguei.

– Quero falar com você, Summer Stuart. – ele disse sério.

Sentei na cama e olhei para ele. Ele deu um sorriso amarelo e puxou meu braço, levando-me para fora do Chalé 11. Ele podia falar “Siga-me”, mas não! Tinha que me puxar até o Anfiteatro.

– O que você quer?! – gritei para ele, quando chegamos até o Anfiteatro.

– Afaste-se do garoto Di Angelo. – ele disse, ele realmente estava sério, o que só aumentava minha confusão.

– O que? Por quê? - perguntei.

– Ele não é boa coisa. – ele afirmou. - Sabe como são esses filhos de Hades. Traiçoeiros.

– Só pode estar brincando né? – perguntei incrédula. – Travis Stoll falando sobre ser traiçoeiro? Você é o maior de todos eles! – sentei-me em um lugar no Anfiteatro e olhei com desgosto para meu meio-irmão.

– Summer, justamente por ser traiçoeiro que reconheço outro, – ele sentou ao meu lado. – Nico Di Angelo não é boa coisa.

– Não fale como se o conhecesse, seu grande idiota. – disse, tentando controlar a raiva na voz.

– Você é caidinha por ele, por isso não percebe. – ele disse em tom de urgência. - Por que acha que ele não tem amigos? – perguntou.

– Saia daqui. – mandei.

– Summer, escute, sou seu irmão quero o seu bem... – ele começou a falar com uma voz estranha, parecia chateado.

– Saia daqui! – gritei.

Travis virou-se e foi embora. Como ele ousa falar aquilo de Nico? Era a pessoa mais gentil que eu conhecia...

– Summer? É seu nome né? – perguntou uma voz vinda do meu lado. Olhei e vi que era Will. A voz dele era bonita, nem grossa demais, nem fina demais, perfeita.

Concordei com a cabeça. Ele se sentou ao meu lado.

– O sátiro que estava me ajudando morreu. – ele anunciou. - Achei que talvez você o conhecesse. Se chamava Josh.

– Josh...? – senti meu coração dar um pulo. Aquele sátiro, eu o conhecia, foi o mesmo que me trouxe para cá e agora está morto.

– Você o conhecia? – Will perguntou.

– Sim... – respondi com a voz sumida. Ele era meu amigo, um grande amigo. E agora estava morto.

Lágrimas começaram a encher meus olhos, Will tentou me abraçar, mas eu lhe desferi um chute com toda a força que consegui.

– Isso é culpa sua! – acusei. -Se ele não tivesse ido te ajudar ainda estaria vivo!

Ele olhava para mim com os olhos arregalados, mas não tentava se defender, apenas olhava enquanto eu desferia socos contra ele. Alguém me puxou para longe de Will. Tentei me soltar, mas a mão que me segurava era mais forte. Olhei e vi Leo me segurando. Ele também parecia assustado. Olhei para Leo e ele me soltou do aperto e sai de perto dos dois. Corri para longe daquele idiota chamado William.

As lágrimas começaram a cair descontroladas de meus olhos. Malditos flashbacks de bons momentos com meu amigo sátiro que começaram a atormentar minha mente. Quando parei por um instante, notei que estava na Praia dos Fogos, sentei lá, abracei os joelhos e comecei a chorar.

Lembrei-me da primeira vez que encontrei Josh, ele estava me ajudando a chegar ao Acampamento. Um gigante apareceu e tivemos que correr muito. Josh enfrentou o monstro com um pouco de minha ajuda, na época eu não sabia nada de lutas (Ainda sou horrível em uma luta), e Josh quase morreu.

Will não teve culpa de Josh estar morto. Sátiros tinham a função de dar suas vidas por semideuses e Will nem sabia de nada quando aconteceu. Depois eu me desculpo. Ou não.

Deitei na areia e fiquei ali, parada, sem saber o que fazer a seguir. Nem sei quanto tempo se passou até que ouvi alguém me chamando, olhei vagamente para a direção da voz e vi Will. Sentei na areia e ele sentou ao meu lado. Olhei para o rosto dele e notei algumas marcas dos socos. Droga. Desviei os olhos para a praia.

– Desculpe por... Isso. – pedi.

– Tudo bem. – ele disse.

– Por que não se defendeu? – perguntei.

– Longa história. Deixa pra lá. – ele não parecia inclinado a continuar o assunto, então deixe pra lá.

Dei um sorriso amarelo e olhei para o chão. Droga. Estava querendo chorar de novo.

– Sinto muito se fiz seu amigo morrer. – ele disse, parecia se sentir culpado.

– Não é culpa sua... – mas não consegui continuar por conta das lágrimas.

Ele me abraçou e eu não neguei o abraço, eu precisava de um pouco de apoio agora. Desabei nos braços daquele quase completo estranho. Por minutos, talvez meia hora, chorei e chorei. Ele não parecia incomodado por eu estar chorando na camiseta dele e a mesma estar começando a ficar realmente molhada com as minhas lágrimas.

Depois de um tempo parei de chorar e continuei ali, parada, nos braços de Will. Ele me passava uma estranha segurança. Olhei para ele e notei que seus olhos também estavam cheios de lágrimas. Quando fui perguntar o que ele tinha, ele limpou as lágrimas e fez um movimento com a cabeça como se dissesse: “Nada”.

– Obrigada, Will. – agradeci e sorri para ele.

– De nada, Sum. – ele sorriu de volta. “Sum”, é, vejo que tenho um novo apelido. Soava como “Sam”, mas não era. Enfim, esquece...

– Josh terá alguma homenagem? – perguntei.

– Hoje, na fogueira. – Will respondeu. Josh era amigo de muitos aqui. Será uma noite triste.

Will levantou e me ofereceu a mão. Segurei sua mão e caminhamos pela areia, Will me contou um pouco dele. Nasceu em Waco, sua mãe era uma cozinheira que trabalhava em um restaurante famoso no centro da cidade. Ele estudava musica e artes marciais, passava o dia longe da mãe de propósito (ele não contou o porquê), inventava qualquer curso ou coisa que o fizesse ficar longe de casa.

Depois dessa conversa mostrei o Acampamento para ele e como ele ainda não sabia quem era seu pai olimpiano arrumei um canto no chalé 11. O chalé não estava tão cheio agora, apenas cinco ou seis crianças indefinidas e o resto filhos de Hermes. Nunca vi o chalé tão vazio. Isso era legal, embora tivesse menos opções para trollar.



Na hora da fogueira, Quíron anunciou a morte de Josh, muitos semideuses ficaram chocados e alguns choraram, como eu disse, uma noite triste. Eu estava sentada ao lado de Will e Travis, e o resto do nosso chalé lançou olhares tristes para mim. Sabiam que eu considerava aquele sátiro um grande amigo.

Sai de perto daquela melancolia um pouco e dei de cara com a filha de Afrodite, Lívia. Era uma garota bonita por motivos óbvios. Olhos verdes, cabelo claro, lábios finos e bem desenhados, o nariz em perfeita harmonia com o rosto, enfim, uma filha de Afrodite.

– Uma pena seu sátiro amiguinho ter morrido, e agora você usa o novo garoto bonitinho de consolo? – ela sorriu ironicamente para mim.

– O garoto bonitinho? Will? – perguntei. – Não estou usando-o de consolo. Ele apenas me ajudou em um momento ruim. – respondi rispidamente.

– Como fez o garoto de Hades. Nico, não é? – aquela voz estridente dela só piorava tudo que ela dizia.

– Cale a boca. – mandei.

– Seu amiguinho sátiro morreu e você está triste, é? – perguntou.

Ok. Josh morreu e ela faz piadas? Idiota. Meu punho acertou o rosto dela mais rápido do que imaginei. Ela caiu e começou a gritar, tapei sua boca e sussurrei rispidamente:

– Cale a boca ou eu te dou mais socos até a benção de sua mamãezinha sobre você acabar.

Ela arregalou os olhos para mim e eu a soltei. Sai de perto dela antes que eu chutasse aquele rosto maquiado. Voltei para a mesa 11 e percebi que a situação continuava triste e agora algumas pessoas estavam lá na frente falando coisas sobre Josh. “Melhor sátiro”, “Grande amigo”, “O mais legal de todos”, coisas do tipo. Encostei a testa na mesa e ouvi tudo que as pessoas tinham a dizer. Eu poderia dizer muitas coisas legais sobre ele, mas não. Levantei-me e fui até o meu chalé. Peguei o cachecol que ele me dera na primeira vez que nos vimos, quando me ajudou a chegar ao Acampamento. Fui até a árvore onde ele costumava tocar flauta aos domingos de manhã e amarrei o cachecol em um dos galhos. Peguei algumas pedras e cerquei a árvore com elas.

Meus olhos já estavam cheios de lágrimas quando terminei. Olhei para a árvore e me lembrei de como Josh não gostava de tristeza, como gostava de dançar e roubar morangos nos campos. Sorri com a lembrança.

– Adeus amigo. – sussurrei.


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Notas finais do capítulo

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