Like Theres No Tomorrow escrita por Manu e Nati


Capítulo 7
Good and Broken


Notas iniciais do capítulo

Hey voltamos bem rápido dessa vez! Espero que gostem do capítulo tanto quanto eu!!



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(...)

No momento em que li a mensagem senti meu coração acelerar, não hesitei em discar o número do Brian e cada toque parecia infinito até que enfim escuto sua voz.

-Aria? Ainda bem que você me ligou

- O que aconteceu? Onde meus pais estão?

- Sua mãe esta bem, ela não se machucou muito.

- E meu pai?

- Ele está no hospital, ele fraturou a perna, os médicos disseram que não é nada grave. Sua mãe que me pediu pra te ligar.

- Tem certeza que esta tudo bem?

-Tenho, não se preocupa, aproveita a viagem.

-Ah, brigada – disse completamente aliviada – Brian tem algum jeito de eu falar com eles?

-Você pode ligar para o hospital

- E no celular?

- Eles perderam no acidente. Você vai querer o número do hospital?

- Vou sim, me passa – pego qualquer pedaço de papel na bolsa e uma caneta e espero ele falar

- 416-393-7909 ramal 4 – Assim que ele termina ficamos em silêncio por alguns segundos até que Brian quebra o silêncio

-Então... Como andam as coisas por aí?

- Interessantes... Ontem visitei a cidade com uma prima e hoje passeei um pouco para tirar algumas fotos

-Então, Londres é tão bonita quanto sempre ouvimos falar?

- É sim, é linda na verdade! – escutei no fundo a voz de alguém falando com ele, era uma voz feminina.

- Aria... É... Eu tenho que desligar. Boa sorte aí

- Brigada! Tchau

- Tchau – disse e parecia estar com pressa

Brian nunca tinha falado assim comigo, ele sempre foi bem carinhoso. E aquela voz não era familiar, reconheceria se fosse alguém da família dele, mas não era.

Cortei meus pensamentos sobre ele, eu mesma terminei, não deveria estar me sentindo assim, mesmo admitindo que de alguma maneira sentisse falta dele.

Reparei no taxi parando em frente a casa, minha aparentava estar impaciente e assim que viu o taxi chegando veio em direção a ele.

Desci um pouco envergonhada, afinal, estava ali a dois dias e já estava dando preocupação

Percebi minha tia pagando o homem do taxi e logo depois veio em minha direção.

-Pra quem chegou a tão pouco tempo você já parece bem empolgada com a cidade –disse com humor e eu ri pelo nariz

- Ontem eu fui a uma praça muito bonita, passei por lá hoje de novo – disse com um sorriso.

- Essa praça deve ser realmente muito bonita você passou o dia inteiro lá – disse enquanto caminhávamos para a porta

- Não – soltei uma pequena risada – eu andei um pouco pra tirar algumas fotos depois parei pra fazer um lanche e acabei perdendo a noção do tempo

- Ah sim!

Entramos em casa e Alicia estava sentada no sofá. Assim que me viu levantou as mãos como se estivesse comemorando minha chegada. Achei graça daquilo e soltei uma gargalhada. Logo que ela levantou eu apressei e dei um abraço nela, percebi que ela ficou um pouco espantada, mas logo retribuiu. Alicia é o tipo de pessoa que não precisa de muito tempo pra se apegar, assim como tia Emma. Precisava conversar com alguém e pensei que Alicia seria minha salvação.

-Preciso conversar com você – disse sussurrando ainda abraçando ela

- Mais tarde passo no seu quarto – disse sussurrando também me dando um alivio, pois me mostrou que eu podia ver ela como uma amiga

Fomos para sala de jantar e a mesa já estava pronta, não estava com nenhuma fome, no Canadá certamente não estava nem perto da hora do jantar. Comi mesmo assim deixando um resto de comida no prato e metade do copo de suco.

Subi para o meu quarto e me joguei na cama aliviando meu cansaço e deixando a tona todos os meus pensamentos, principalmente sobre Brian. Escutei batidas na porta que imediatamente contaram meus pensamentos, imaginava que fosse Alicia.

- Pode entrar! –disse e quando olhei pro lado me surpreendendo vendo minha tia entrar

- Meu amor, preciso conversar com você – sua voz doce e calma já me fez perceber que ela provavelmente falaria sobre os meus pais

- Sobre meus pais tia? Eu já soube – disse com desânimo na voz enquanto ela passava a mão nos meus cabelos

- Eles estão bem, sua mãe só ficou com alguns arranhões e seu pai fraturou a perna, mas ele está bem. Você já sabia?

- Já, um amigo me ligou, disse que minha mãe pediu pra ele me avisa, me deu o número do hospital e tudo.

- Ah, que bom, sua mãe me ligou, mas não pedi o número. Pode me passar? – assenti com a cabeça e logo peguei um papel e uma caneta anotando o número pra ela

- Aqui – disse entregando o papel

- Brigada. Agora vou parar de encher e te deixar descansar – disse rindo e logo saiu do quarto

Antes de voltar a pensar em Brian me levantei em direção da cômoda pegando o único pijama que encontrei. Joguei-o na cama e fui direto para o banho. Me despi e logo entrei no chuveiro.

A água que caia se misturava aos meus pensamentos e quando me peguei pensando no Brian percebi o choro chegando e a primeira lágrima que desceu se misturou ao resto das gotas de água dando espaço a segunda, terceira...

Não entedia porque me sentia assim em relação a ele, quando estava com ele não sentia nada e sem ele sentia saudades. Eu mesma tinha terminado o namoro e enquanto ele pareceria indiferente á minha opinião eu estava aqui, chorando pela minha atitude.

Terminei o banho, sequei o rosto com a toalha e depois me enrolei indo pro quarto. Me vesti, penteei o cabelo deixando eles soltos e sentei na cama ligando a televisão pra me distrair. Lembro-me das fotos que tirei e dou pulo até a bolsa puxando a câmera, volto pra cama e começo a vê-las. Perdi a conta de quantas tirei, vejo cada uma ainda deslumbrada com a beleza da cidade. Depois de passar por dezenas de fotos começo a passar mais rápido até que passo uma bem estranha, volto pra vê-la melhor , é um pedaço de papel escrito alguma coisa.

  “776923-9263

Se quiser me liga – Peter”

Sorri involuntariamente com isso, tinha me esquecido completamente de pedir o número dele e ele fez questão de me dar. Peguei o celular no mesmo instante e salvei o número. Comecei a pensar nele, ele foi tão gentil, será um bom amigo enquanto eu estiver aqui. Deixei a câmera de lado e fixei meu olhar em qualquer coisa deixando a mente vazia. Logo sai do transe lembrando que devia ligar pra os meus pais. O papel com o número estava em cima da mesa cabeceira, peguei e disquei o numero no celular e esperei ouvindo os toques

- Alo - uma voz feminina atende, mas não é a voz da minha mãe.

- Alo, aqui é a Ariana filha das pessoas que estão internadas aí - eu digo. Escuto a enfermeira informa á alguém que sou eu e logo ela passa o telefone para outra pessoa.

- Aria! - diz minha mãe.

- Mãe? Mãe a senhora está bem? Como está meu pai? Eles estão cuidando bem de vocês? - eu a encho de perguntas.

- Aria! Minha filha - minha mãe diz com a voz meio chorosa, afinal eu também estou chorando e não é em silêncio - Sim estamos bem e elas cuidam muito bem da gente. Como você está você não me ligou hoje, o que aconteceu?

- Mãe eu tinha esquecido e isso não importa. O importante no momento é o bem estar de vocês. Como foi que isso tudo aconteceu?

- Estávamos voltando de uma festa de conhecidos nossos e seu pai estava meio embriagado, eu pedi para que ele não dirigisse, mas seu pai é muito teimoso. Estava chovendo e seu pai perdeu o controle, um caminhão que vinha na pista contrária capotou tentando desviar e esmagou o carro.

- Meu deus! - eu falo quase num sussurro.

- Sorte que conseguimos correr para longe antes disse acontecer. A bebida não teve muito a ver com isso, mas influência, seu vai ter que responder por dirigir embriagado e pagar uma multa altíssima! - ela conta.

- nossa! Mas todos estão bem não é?

- Sim! Seu pai ó sofreu uma fratura na perna, mas está respondendo bem á recuperação. Eu só sofri alguns arranhões, o caminhoneiro também está bem. Bem até demais, ele saiu ileso do caminhão, dá para acreditar?

- Não - eu digo.

- Aria seu pai acabou de acordar, você quer falar com ele?

- Claro! - ela passa o telefone.

- Oi filha! Como vão as coisas por aí? Anda passeando muito? 

- Pai! - digo com uma felicidade meio - por aqui está tudo bem, ontem eu conheci alguns lugares com a Alícia, aqui é muito bonito o senhor tem que ver!

- É a sua tia contou, ela sempre comenta o quanto as construções daí são bonitas.

- O senhor tem que desligar agora, tem uma cirurgia - escuto uma pessoa falar.

- Filha! Desculpa, mas eu vou ter que desligar. Outra hora a gente se fala!- 

- Ta bom! E vê se obedece, tudo isso aconteceu por teimosia do senhor! - eu digo com um tom de humor para que não pareça que eu estou o culpando.

- Eu vou, tchau.

- Tchau - eu digo e ele desliga.

Suspiro aliviada e bem mais tranquila. Olho no relógio da parede e marcava 21:34, me assusto um pouco, por causa do fuso horário sinto que a hora aqui passa voando. Volto a lembrar da foto com o número do Peter, sinto uma repentina vontade de ligar e quando me dou conta já está no terceiro toque, penso em desligar, mas não tenho nada a perder mesmo depois de mais um toque ele finalmente atendeu.

- Alo? –escutei sua bem calma

- Oi Peter, sou eu Ariana

- Ah você! Pelo visto você viu a foto – pareceu um pouco envergonhado quando falou

- Vi sim, achei até legal, não queria mesmo perder o contato – estava muito envergonhada, disse qualquer coisa que passou pela minha cabeça

- Por que você não me passa o seu número também?

-Claro! Posso falar?

- Pode

- 967-3472 é diferente porque, você sabe, sou do Canadá e... – não terminei a frase, pois não tinha mais o que dizer

- Eu percebi – disse e eu pude escutar que ele riu pelo nariz

- Te atrapalhei?  Você estava ocupado? Não devia ter ligado essa hora! – disse completamente enrolada e atrapalhada

- Calma – disse enquanto ria – não atrapalhou em nada - ainda rindo – não tenho nada pra fazer mesmo você me livrou do tédio

- Ah, ainda bem – disse aliviando a voz

- Não achei que você ia ligar. Talvez você pensasse que eu sou um maníaco ou um sequestrador – disse com humor

- Na verdade eu pensei – disse enquanto gargalhava – mas achei que seria legal ter dar uma chance

- Ah bom saber – disse rindo – um amigo meu está me chamando, tenho que desligar. Amanhã 15:30 no Starbucks?

- Ok, não esquece

- Não vou esquecer. Tchau

-Tchau – disse e desliguei o telefone

Voltei a fitar o nada, agora pensando nele, isso me deixou completamente desligada sobre Brian, fiquei pensando sobre tudo que tinha acontecido, tinha chegado há tão pouco tempo, mas sinto como se morasse aqui há muito mais tempo.

Ouvi alguém bater na porta, certamente era Alicia, fui até a porta e abri vendo que realmente era ela, fiquei feliz, ela era a única pessoa que tinha vontade de conversar. Dei passagem a deixando entrar, assim que entrou sentou-se na cama colocando os braços para trás apoiando o peso nele, olhou pra mim com cara de tédio. Ainda parada na frente da porta, ri pelo nariz e Alicia arqueou dando uma pequena risada em seguida.

- Garotos ou saudade de casa? – Alicia disse com humor na voz

- O que? – disse indicando que era um dos dois – Garotos – sussurrei derrotada

- Namorado, ex-namorado? O que?

- Você ta louca – disse eu meio de risadas – meu ex

- Saudades?

- Eu não gosto mais dele, eu mesma terminei com ele e agora... Estou com saudades – disse andando pelo quarto

- Ai meu Deus, toda garota já passou isso! Você ta com ciúmes do seu ex-namorado! – disse completamente óbvia

- Eu não estou! – pausei por uns segundos – ele me tratou diferente hoje no telefone e tinha uma garota da voz irritante – Alicia e interrompeu rindo

- Para com isso, deixa a onda passar. Se você não gosta dele por que vai ficar agindo assim?

- Você ta certa – disse derrotada

- Agora vem cá – disse enquanto me puxava para o lado dela – ele era bonito? – dei uma gargalhada enquanto assentia com a cabeça e ela ria também

Puxei Alicia pra um abraço me sentindo completamente confortável. Não a conhecia muito bem então resolvi fazer algumas. Me surpreendi quando soube que ela tinha 20 anos, ela tinha aparência de uma adolescente e as vezes agia como uma também, fiz mais perguntas sobre ela e sobre a faculdade, ela também não hesitou em fazer um relatório sobre a minha vida, não fiz questão de esconder nada.

- Não acredito que você só tem 16 anos – disse já em direção a porta – Eu achei que você era mais velha

- E você achou que eu tinha quantos?

- 17 ou 18 – disse completamente óbvia

- Você é louca – disse com humor

- Garota você não deveria estar com sono? – falou e bocejou ao mesmo tempo

- Será que vou ter que te explicar de novo sobre o fuso horário? – disse rindo

- Boba. Vai dormir, Boa noite – disse e me deu um abraço

- Boa noite

Fechei a porta e fui ao banheiro, fiz minha higiene bucal, lavei o rosto e voltei pra cama. Deitei ajeitando minha cabeça entre os travesseiros, fechei os olhos e mesmo sem sono não demorou muito para minhas pálpebras pesarem e eu finalmente dormir. 


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Notas finais do capítulo

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