Like Theres No Tomorrow escrita por Manu e Nati


Capítulo 6
a known stranger


Notas iniciais do capítulo

Voltamos tão cedo não? Pois é, fiquei empolgada com o capítulo e postei logo.



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Hoje acordei com uma breve sensação de que eu deveria voltar á mesma praça de ontem e reencontraria o menino de cabelos escuros e olhos azuis. Seu rosto não saia da minha mente, ele me parecia conhecido, mas eu não consegui conciliar ele com nenhum das pessoas que conheço ou conheci algum dia. Assim que a tempestade de neve passou deixando uma camada de neve nas ruas e calçadas eu me despedi da minha tia e sai encarando o misto de frio e sol do lado de fora. O engraçado de tudo isso é que ontem mesmo estava quente, essas mudanças de clima repentinas me irritam!

Fiz o mesmo caminho que fiz ontem indo até a praça, sentei na mesma mesa e fiquei observando as pessoas que passavam apressadas para os seus compromissos. De vez em quando eu olho para a mesma mesa em que ele estava sentado, sempre vazia, incrível como ninguém escolhe aquela mesa para se sentar, elas sentam ao redor de todas menos daquela, como se elas não gostassem dela ou algo do tipo. Cansada de só ficar olhando as coisas e pessoas ao meu redor me levantei. Assim que voltei meu olhar para a multidão eu avisto um casal apaixonado caminhado abraçados e sorridentes, em um momento eles param e se beijam. Lembro-me de Brian e eu no início do nosso relacionamento. Eramos apaixonados e sorridentes, um sempre ajudando o outro, não sabíamos o que nos esperava no futuro e nem nos preocupávamos com isso. Então, do nada, um névoa começou a embaçar minha vista e só quando a lágrima caiu que eu percebi que estava chorando. Rapidamente limpei ela e respirei fundo me acalmando. Voltei a caminhar.

Enquanto andava e observava as pessoas avistei uma cabeleira bem conhecida. Era ele. Ele segurava um pacote de papel em um braço e o outro estava no bolso no casaco. Seus olhos pareciam mais reluzentes em contraste com o branco da neve e o brilho do sol fraco. Seus olhos se cruzam com os meus e ele dá um meio sorriso e acena com a cabeça, dou um sorriso em resposta e ele toma o caminho contrário ao meu. Enquanto ainda caminho um sorriso involuntário brota em meu rosto. Por um motivo inexplicável eu fiquei feliz por isso, é como a sensação que eu deveria vir aqui , que eu iria encontrar ele. Como se algo quisesse nos juntar, talvez o destino. Balanço a cabeça afastando o pesamento. Não Aria, falei comigo mesma você não vai se apaixonar outra vez e depois fazer outra besteira como fez com o Brian.

Forço o sorriso a sair do meu rosto. Para por um instante examinando o local e em vez de seguir em frente para casa atravesso a rua e entro em uma rua estreita, viro a esquerda e sigo direto. A rua tem calçadas largas e ruas estreitas. De modo que alguns carros estão estacionados alem das calçadas. Eu sou obrigada a andar no meio da rua, ainda bem que não passam muitos carros por aqui. A rua é bem calma, as pessoas estão sempre dentro de casa, de vez em quando algumas pessoas saem arrumadas e novamente apressadas para os seus compromissos, outras entram em casa, tiram o lixo para fora ou até mesmo se debruçam na janela para olhar o há do lado de fora, mas logo depois fecham a janela por causa do frio. A rua estava coberta de neve, toda a rua tem várias arvores enormes e com vários galhos, o tronco estava negro por causa da umidade e do frio, a neve pendia nos galhos como se fizesse parte da arvore, como se já tivesse nascido ali. A paisagem estava lindo, eu aprecio uma paisagem de inverno, geralmente as pessoas ficam mais "cinzas", digamos assim, no inverno, mas ai vem a neve mais branca do nunca para alegrar o lugar, em contraste com o sol fica brilhantes e as vezes é possível ver um breve arco-íris.

Retiro a minha câmera que sempre carrego na bolsa e coloco a sua alça no pescoço. Tiro fotos do lugar, depois de uma viagem os pessoal lá de casa vai esperar fotos, principalmente minha mãe. Enquanto caminho tiro fotos dos pessoas, dos comércios e tudo mais. Não são os tipos de fotos que se esperam depois de uma viajem mais é o que eu posso fazer no momento, não vou confiar minha câmera na mão de ninguém e também tem a questão que eu não sou nenhuma fotógrafa ou modelo.

Começa a nevar outra vez, para não correr o risco de pega um resfriado entro em uma cafeteria e peço um chocolate quente. Sento-me em uma das mesas perto da enorme janela de vidro e tiro a jaqueta ficando somente com um regata de alcinhas. Observo o ambiente lá fora, isso tá começando a virar hábito. Eu fiquei tão concentrada no que estava fazendo que não o vi se aproximando.

– Oi - Ele disse. O garoto dos olhos azuis. Ele estava sentado na minha frente com uma xícara de chocolate na mão. Suas mãos estavam com uma luva engraçada, ela não tinham os dedos. Pareciam terem sidos cortados em casa pela irregularidade.

– Você anda me seguindo? - foi a única coisa que eu consegui falar. Ele sorriu pelo nariz.

– Digamos que coincidimos de estar no mesmo lugar na mesma hora - ele disse com um olhar sarcástico.

– Vou fingir que acredito - eu respondo. Um silencio se instala sobre nós.

– Ham... Você é fotógrafa? - ele pergunta quebrando o silencio e apontando para a minha câmera pendurada nos pescoço, me perguntei porque ele estava olhando para lá.

– Não! Eu só estava tirando fotos para quando eu voltar mostrar ao pessoal lá de casa.

– Você não é daqui é? - ele pergunta.

– Não eu sou do Canadá, estou passando as férias aqui.

– Entendo - ele responde. Percebo que já parou de nevar, tomo o pouco do chocolate que estava na minha xícara e recoloco a jaqueta.

– Você já vai?

– Vou, preciso chegar em casa antes das sete - eu digo, não é verdade, ma sue precisava ir embora.

– Eu posso te acompanhar?

– Por que não? - respondo/pergunto. Acho que seria grosseria dizer não, seus olhos azuis pareciam tão inocentes que eu não pude dizer não. Saímos juntos da cafeteira e ele andou todo o tempo ao meu lado.

– Então, me fale mais de você - eu disse enquanto caminhávamos.

– Não tenho nada de interessante para contar. Minha mãe é casada, mas o meu pai trabalha muito e é muito ausente, faço faculdade fora, mas vim durante as férias visitar minha família, porém estou morando com uma amigo aqui por perto, e você?

– Meus pais estão juntos, terminei um namoro não faz muito tempo. Estou morando na casa da minha tia durante as férias e é só isso - Caminhamos por um tempo em silêncio, ele pede para virarmos á direita e explica que por ali tem um ponto de ônibus e que não é para mim ir sozinha para casa andando. Enquanto caminhamos até lá eu pego a minha câmera e tiro fotos do lugar, encontro um daqueles telefones que ficam dentro de uma cabine vermelha.

– Ei! você pode tirar um foto minha dentro dessa cabine? - eu pergunto para ele, ele parece ser a pessoas perfeita para eu confiar minha câmera.

– Claro - Entrego minha câmera para ele e entro dentro da cabine e finjo que falo no telefone. Saio da cabine e vejo a foto.

– Ficou ótima! - eu digo - obrigada.

– Não foi nada - voltamos a andar até o ponto. Finalmente chegamos. Eu já cheguei lá cansada de andar, antes de sentar no ponto comprei duas garrafas de água e dei uma para o garoto - eu ainda não descobri o seu nome. No momento em que eu iria perguntar meu celular toca, estávamos vendo as fotos que eu tinha tirado de modo que deixei ele vendo as fotos e me afastei para atender o celular.

– Alo.

– Aria! Onde você está? Já são 7:00hrs da noite já era para você está em casa! - minha tia diz do outro lado da linha desesperada.

– Desculpa tia, é que ouve uma tempestade por aqui e eu me atrasei um pouco, já estou no ponto para pegar um ônibus para casa - isso parece tranquiliza-la um pouco.

– Pegue um taxi! - ela disse.

– Mas eu não tenho dinheiro para pagar um táxi.

– Apenas pegue e resolvemos isso aqui, não quero você tarde da noite nas ruas sozinha.

– Mas eu não estou sozinha, estou com um amigo.

– Aria! - ela me reprimiu como se fosse minha mãe - Não me contrarie e me obedeça, sei que não sou sua mãe, mas tem que me obedecer! - suspiro derrotada.

– Tudo bem, vou desligar - desligo e volto para o ponto. Informo ao menino que terei que pegar um táxi e ele entende e novamente temos que andar mais um pouco até o ponto dos táxis.

– É... Qual o seu nome mesmo? - eu pergunto enquanto nos arrastamos até o local.

– Peter e o seu?

– Ariana - falo o meu nome inteiro, meu apelido é somente para íntimos.

– Bonito nome

– O seu também.

– Ufa! Finalmente chegamos, então, acho que é um adeus? - ele pergunta.

– Talvez podemos nos encontrar por aí outra vez, que tal na mesma cafeteria? - sugiro.

– Ótimo - ele diz.

– Tchau!

– Tchau - Entro no carro e informo o endereço.

Sinto meu celular vibrar e o pego. É uma mensagem, abro-a sem me preocupar de quem é.

Queria falar com você, mas você não atende os meus telefonemas. Como vão as coisas por aí? As coisas aqui não vão muito bem... Seu pai dirigiu bêbado e sofreu um acidente com a sua mãe hoje á tarde, mas não foi nada grave, por favor me liga.

-Brian.



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Notas finais do capítulo

Genteeee! Seria muito pedir reviews ou uma pequena divulgação da fic? Se poderem para conseguirmos mais leitores se agradeceria muuuito a todas vcs!