- Filha acorda! – minha mãe batia freneticamente na porta – Está na hora! – Ela grita e sai da porta do meu quarto resmungando alguma coisa. Espreguiço-me e me levanto me arrastando até o banheiro. Entro e faço minha higiene matinal com moleza e preguiça. Volto pro quanto coloco uma roupa simples e desço correndo as escadas para tomar o meu café da manhã, meus pais já estão na cozinha me esperando e aparentemente já tomaram café.

- Até que em fim! Bom dia. Achei que nunca ia descer – diz minha mãe meio carrancuda.

- Bom dia mãe, bom dia pai – eu digo com a voz rouca.

- Bom dia – responde o meu pai enquanto lê o jornal do dia. Sento-me a mesa e logo como meu café da manhã em seguida indo direto ao banheiro escovar os dentes.

Meus pais iriam me levar ao aeroporto e já estavam com minhas malas me esperando.

- Não acredito que você já vai viajar – minha mãe disse já com uma voz chorosa – Você vai passar tanto tempo longe.

- Mãe, são só três meses – eu digo, e depois de pronunciar essas palavras eu vejo que é muito tempo – Logo já vou estar de volta.

- Três meses dura muito minha filha – ela diz, eu não consigo ver ela chorando desse jeito, dou um abraço nela.

- Já podemos ir? – disse meu pai nos cortando.

- Claro! – respondo indo em direção ao carro.

15 minutos depois chegamos ao aeroporto, me despedi dos meus pais com um grande abraço e fui fazer o meu check-in foi quando fui avisada de que meu voo atrasaria por conta de uma tempestade.

Já estou ficando impaciente. Já se passaram pouco mais de 1 hora e eu tive que ficar esperando junto a uma família com pelo menos cinco crianças descontroladas que só sabem gritar e correr. Senti meu celular vibrar no meu bolso, assim que peguei notei que era uma mensagem, do Brian, ele pediu pra que eu o ligasse, eu ainda não estava pronta pra ter uma conversa com ele então apenas ignorei a mensagem. Continuei fitando o nada quando senti meu celular vibrar novamente, era outra mensagem do Brian, sem nem ao menos ler guardei o celular novamente, tentei me distrair olhando em volta do aeroporto cheio e de todas aquelas pessoas sentadas, deitadas, algumas até dormindo, mas nada me distraí, eu sabia que teria que conversar com ele alguma hora, eu só precisava adiar isso o quanto possível.      

Resolvo sair dali, minha mala já não está mais comigo, só estou com a bagagem de mão. Saio do andar onde estou e fico andando pelo aeroporto para poder passar o tempo, encontro uma área aberta, como uma varanda, só que bem grande do lado de fora do aeroporto. Muitas pessoas estão lá e principalmente falando no telefone. Entro e pego o celular, penso em ligar para o Brian, mas logo desisti. Meu celular vibrou e vi no visor uma ligação da minha mãe e logo atendi percebendo que ela já sabia dos atrasos.

- Alo? – escuto a sua voz.

- Mãe! Sou eu Aria!

- Oi filha! Já chegou? Foi tão rápido.

- Não, alguns voos atrasaram e o meu foi um deles.

- Ai filha, eu já estou sentindo sua falta.

- Eu também mãe. Estou esperando a mais de uma hora

- Eu soube, estava preocupada com você aí sozinha, não acredito que você vai passar todo esse tempo fora – Tem uma longa pausa dela.

- Mãe? A senhora está ai? – escuto alguns soluços – Oh mãe a senhora está chorando? Não fica assim – ouço a voz de uma mulher avisando os voos – Mãe, preciso desligar agora, quando chegar lá te ligo.

- Tudo bem filha. Tchau!

- Tchau, mãe – eu digo e ele desliga.

Meu voo finalmente foi liberado, queria sair logo dali, mas alguma coisa me dizia que deveria ligar para o Brian. Peguei o celular discando seu número, não estava segura daquilo e assim que deu o primeiro toque, desliguei rápido guardando o celular novamente.

Segui com minha mala até a gentil moça que recolhia as passagens em frente a porta que embarcaria. Senti meu celular vibrar e logo percebi que era uma ligação, sem nem ver quem era atendi.

- Alô? – disse pouco preocupada.

- Ária sou eu Brian.