Pov. Annabeth

_M-E-N-T-I-R-A!- Gritou Silena.

_V-e-r-d-a-d-e!- Ironizou Thalia.

_Thalia! Educação! É Silena, é verdade. Nós viemos perguntar se vocês querem ir ou não- Eu disse rapidamente.

_Eu não vou- Gritou Clarisse descendo as escadas.

_Vai sim! Quando é que a gente viaja?- Perguntou Charles.

_Bom, vocês tem que pagar até sexta, para viajarmos domingo pro Havaí. Aí nós ficamos lá até sexta e vamos para a Grécia- Respondeu Percy.

_Vou arrumar as malas agoraaaa- Cantarolou Silena.

_Por que eu tenho que ir?- Reclamou Clarisse.

_Ora, vamos Clarisse você é indispensável- Respondi docemente.

_Não me convenceu...

_Não esquenta gente, ela vai- Cortou Silena.

_Bom, eu deixei ai na mesa os formulários, só falta vocês preencherem e pagarem, é só até sexta- Informei.

_Vamos indo?- Perguntou Thalia.

_Vamos- Respondeu Percy me puxando.

 Nós caminhamos até a porta acompanhados por Silena que já estava perdida em pensamentos sobre o que levar na mala.

_Silena, nos vemos domingo então- Me despedi.

_Nos ligue para avisar sobre a confirmação do pagamento, se der errado já vamos ficar sabendo- Disse Thalia.

_Ora, não seja pessimista! Vai dar tudo certo- Disse Silena.

 Sim, eu convenci Thalia a convidar Silena, Clarisse e Charles. Seria a oportunidade perfeita para aumentarmos de vez o número de amigos, mesmo Thalia sendo um tanto quanto relutante.

 Percy estava animadíssimo com a viagem, comentando de cinco em cinco minutos sobre o que ele ia fazer primeiro quando chegássemos lá, com que prancha ele ia surfar (ele pegou uma da coleção particular de Poseidon) e que ele com certeza ia me ensinar a surfar. Mesmo eu não estando muito confiante com essa última parte.

 Thalia e Nico não estavam muito animados com o fato de terem de ir ao Havaí. Eles queriam ir á Grécia logo, não eram muito fãs de praia mas aceitaram.

 Thalia e eu fomos comprar de urgência biquínis novos. Para comprar dois biquínis para cada uma de nós demoramos umas três horas. Eu acabei comprando um maio azul escuro e um biquíni azul marinho. É azul por causa do Percy. Já Thalia comprou dois biquínis relativamente iguais. Os dois pretos, a diferença é a estampa, um de caveiras (novidade .-.) e o outro com pequenas listras. Aproveitando o dia de compras, adquirimos vestidos soltinhos para o luau e para o turismo mesmo.

 Nico e Percy foram comprar malas novas. Eles não tinham guardado as das últimas viagens, não me pergunte o porquê. Eles aproveitaram para comprar regatas. Não estranhe, aqui não é tão quente assim, temos mais roupas para um tempo fresquinho, não para o tempo do Havaí.

 Na sexta-feira nos reunimos todos na casa de Nico e fizemos a mala. Parecia que iriamos passar a vida inteira lá, tamanha as bagagens. Admito, foi divertido. Os meninos ficavam roubando nossas roupas e vestindo o que nos rendeu  uma boa dose de gargalhadas. Eu e o pessoal carregamos nossas câmeras e fomos dormir.

 No sábado eu e Percy passamos o dia com a minha mãe. Ela estava tendo aquelas crises típicas de que a menininha dela estava indo viajar sozinha, e aquela ainda de “Como crescem rápido”.  Nós assistimos alguns filmes e á noite fomos jantar em uma pizzaria.

 Cinco horas da manhã eu acordei e tomei meu banho. O voo saia as nove horas da manhã, e é bom chegar três horas antes para fazer check-in e etc. Acordei Percy e fui me arrumar. Descemos nossas malas e minha mãe nos levou para o aeroporto. Eu estava numa ansiedade louca, tanto que nem dormi direito a noite. Eu compensaria essa noite, afinal quase 10 horas de voo dá uma boa soneca.

 Encontramos Nico e Thalia no aeroporto e depois de 20 minutos de choro (meu e da minha mãe) fomos fazer o check-in. Esse momento foi realmente o começo da viagem. Depois de estar tudo certo com as passagens, começamos a passear pelo aeroporto. Eu arrastei todos comigo para a livraria. Comprei três livros para a viagem e mesmo assim bati o pé e insisti que era pouco. Comprei o livro “ O Lado Bom da Vida” e queria começar a ler naquele momento, um ser me impediu, vulgo Thalia. Comprei também “Querido John” do aclamado Nicholas Sparks e comprei o último livro da saga da Maldição do Tigre, O destino do Tigre.

 Me obrigaram a sair da livraria e fomos dar uma olhada típica nas lojas de perfumes, coisas que sempre se faz antes de viajar nos aeroportos. Meia hora antes de embarcar tomamos café e fomos para o nosso portão de embarque. Aparentemente fomos os primeiros a chegar mas, olhando direito vimos três figuras sentadas sonolentamente perto do portão. Silena apoiada em Charles que lia uma revista de esporte.  Clarisse lia um livro aparentemente não violento sentada ao lado de Silena.

_Oi pessoal!- Eu disse super animada.

_Oi Annie. Oi gente- Respondeu Charles.

 Silena acenou com a cabeça e Clarisse soltou um grunhido que eu levei como um cumprimento. Thalia, Nico e Percy disseram “oi” e se sentaram ao lado deles. Eu fui literalmente puxada por Percy quando ele viu numa banca uma revista com os melhores lugares para surfar no Havaí. Ah, uma curiosidade curiosa sobre o Nico ele também surfa.  (N/a: Pelo menos na minha fic ele surfa auhiudhw)

 Quando liberaram o embarque eu fui a primeira a entrar no avião. Eu sai correndo para ficar na janela, eu e Percy  discutimos a semana inteira sobre quem iria sentar na janela e eu não perdi a oportunidade. Quando ele me encontrou me olhou mortalmente e eu fiz questão de beija-lo para acalmar os ânimos. Claro que ele não se importou de verdade. Eu realmente não sabia o porquê da demora de Nico e Thalia. Eu acho que eles foram em alguma loja, sei lá. Tirei meu livro (“O Lado Bom da Vida”) do plástico e comecei a ler. Percy fazia o mesmo ao meu lado com a sua revistinha (ele ficou muito incomodado com eu ter chamado-a de “revistinha). Eu estava quase da décima página, os passageiros entravam vagarosamente, guardando suas bagagens de mãos e se acomodando. Minha leitura foi interrompida com um Percy carente do meu lado. Ele recomeçou a falar sobre praia, mar e etc. e eu o calei com um beijo que acabou se seguindo por vários. Eu não aguentava mais ele falando sobre surf e esse método de cala-lo era realmente agradável.

 Nós dois acabamos nos distraindo com o cadarço colorido do meu tênis (.-.) e eu tomei um grande susto com um chute na minha poltrona. Olhei para trás e um casal estranhíssimo, Thalia e Nico, olhavam para o teto fingindo profundo interesse. Rindo de mim, Percy se virou e perguntou na cara dura aonde eles tinham ido.

_Nós fomos comprar uns remédios aí...-Disse Nico incomodado.

_Remédios?- Pergunto Percy, sendo um tanto quanto curioso demais.

_É...- Respondeu Thalia.

_Que remédios???- Perguntou Percy.

_Percy! Eles não querem falar, você não entendeu.

_Espera aí...- Disse Percy franzindo a testa.

_Não é pra isso Percy! Por Deus! É apenas por um medo meu aí...- Disse Thalia.

_Medo??

_Percy!- O repreendi.

_Eu tenho medo de altura CARAMBA!- Se exaltou  Thalia- Comprei um remédio pra me ajudar a dormir, assim eu não tenho de ter uma crise durante o voo. Feliz?

_Desculpa...- Respondeu Percy baixinho.

_Hunf.

_Ora Thalia, desfaz esse bico. Não tem que ter vergonha por ter medo- Eu disse.

_Hunf.

_Vaamos Tha, um sorrisinho só- Disse Percy.

_Hunf.

_Um sorrisinho linda, um só!- Disse Nico.

_Hunf.

 Nico deu um sorrisinho de lado e beijou Thalia. E adivinhe, nunca vi um sorriso tão verdadeiro dela. Ficamos conversando um tempo, foi avisado que logo se iniciaria o voo e ficamos procurando Silena, Charles e Clarisse. Descobrimos que Silena e Charles estavam sentados na nossa frente, tirando um cochilo, eu só imaginei que horas eles dormiram pra estar com tanto sono. Clarisse demoramos um pouco para encontrar mas ela estava duas fileiras atrás de nós, conversando com um menino. Nós lançamos vários olhares curiosos e astutos para ela que fingiu não ver continuando a conversar calorosamente com o garoto. Admito ele era bem bonito. Moreno e alto. Clarisse sorria graciosamente para ele, e eu sei isso é bem estranho vindo da Clarisse.

 Duas horas depois, já tínhamos percorrido uma pequena parte da viagem. Eu estava AMANDO meu livro, lendo igual uma condenada. Thalia e Nico namoravam atrás de nós enquanto assistiam algum filme aleatório, o que eu achei curioso, cada um com seu fone e ainda assim conversando. Percy estava apoiado em meu ombro assistindo um filme. A revistinha já estava guardada, ele não tinha paciência para ler. Ele brincava ocasionalmente com as pontinhas do meu cabelo, que a essa altura já estava solto.

 Cinco horas depois o almoço foi servido. Percy roubou minha sobremesa (tortinha de morango) e comeu mais um pãozinho que estava na minha bandeja também.

 Conversamos um pouco com Thalia e Nico e eles voltaram ao seu filme. Segundo eles, um sobre o fim do mundo. Percy assistia um filme de cachorrinhos, dando ocasionais risadinhas. Eu exausta e já no final de meu livro, comecei a assistir o filme “Antes de Partir”. Dormi por o que pareceu para mim uma hora, mas fui acordada por Percy que alegava já termos chegado. Estávamos todos ansiosos.

 Saímos do aeroporto uma hora depois, aquela demora todo de pegar as bagagens e tudo demorou um pouco mais do que o previsto. Mesmo super cansados decidimos que depois de deixar as coisas na “pousada” iriamos passar num restaurante e passear numa feirinha. Claro que soubemos dessa feirinha pelo taxista.

 Quando chegamos na pousada eu fiquei surpreendida. Ela era bonita e tudo nas fotos, mas lá era realmente divina. Era em uma prainha afastada do “centro”. Toda pintada de azul, era cercada de coqueiros que davam um charme a mais. Tochas na areia indicavam o caminho até a porta que era de bambu. O andar superior tinha várias varandas, que tinham venezianas e uma mesinha.  A volta, várias árvores grandes e antigas e mais adiante, já perto do mar um “barzinho” que tinha quase que a mesma aparência da pousada, apenas menor e á frente uns banquinhos e mesinhas. Naquele horário havia musica ao vivo e vários hospedes dançavam ou bebiam ou apenas olhavam o mar e a linda lua que pairava no céu.

 Corremos e deixamos toda nossa bagagem nos nossos respectivos quartos. Falando em quartos, eles eram lindos. Um pra mim e pro Pers, sim minha mãe deixou. Lá havia uma espaçosa cama de casal, as pernas de bambu, uma pequena televisão, um grande e lindo quadro acima da cama reproduzindo a pequena praia da qual tínhamos a linda visão da varanda. As paredes eram de um bege quase areia e a parede da cama de um azul água forte para dar destaque. Ainda havia um pequeno sofá do lado da cama, e um baú no pé da mesma, o que usaríamos como guarda roupas. Na parede da televisão havia um enfeite feito com folhas de coqueiro. O banheiro era de um azulejo branco com detalhes em verde, e neste havia uma grande banheira.

  Silena, eu, Thalia e Clarisse demoramos um pouco para nos trocarmos. Estava muito calor, colocamos uns vestidos e fomos encontrar os meninos no salão principal. Minha surpresa foi enorme ao encontrar o garoto com quem Clarisse estava sentada no avião conversando com Nico, Charles e Pers.

_Uau!- Exclamaram.

_Pera, tem um a mais aqui. Quem é você?- Perguntou Thalia sem nenhuma delicadeza.

_Ah me desculpe! Chris Rodriguez, acompanhante de Clarisse essa noite- Disse ele com um perfeito inglês o que me fez ter certeza de que não morava muito longe de nós.

 A parte do “acompanhante da Clarisse” gerou algumas especulações no carro que eu, Thalia, Nico e Pers dividíamos. Os outros foram em outro taxi, obviamente. Chegamos num restaurante temático, de um verde vivo e telhado de folha de coqueiro, o que eu achei muito fofinho. Ele era bem espaçoso e cheio de mesas de bambu. Pegamos uma mesa grande, já que erámos oito e nos sentamos. Tocava uma música bem tranquila, havaiana. O restaurante era iluminado por umas imitações de tochas pregadas na parede e um lustre de luz amarelada no meio. Os garçons estavam vestidos com blusas floridas e dançarinas rodopiavam entre as mesas.

 Um garçom nos cumprimentou com “Aloha” e nos estendeu o cardápio. Resolvemos por uma entrada de frutas tropicais, ou seja, abacaxi, goiaba, coco, manga e banana. O prato principal seria o leitão kalua, que o garçom nos explicou ser cozido durante oito horas em um forno de pedras vulcânicas, para acompanhar a carne pedimos também Poi que é uma pasta de raiz de taro esmagada. Silena estava numa dieta de peixes então pediu Poko (atum cru com molho de soja) e salmão lomi -lomi com cebola e tomate picados. Como sobremesa pedimos haupia, um delicioso pudim de côco.

 Comemos como reis. Estava tudo divino. O garçom nos ofereceu, depois de tudo para beber o mai-tai, um aperitivo que consiste na mescla de run, curaçau, laranja, açúcar, pedaços de abacaxi e gelo que é pedido por quase todos os turistas. Aceitamos e não nos arrependemos.

 Dançamos um pouco de hula-hula com as dançarinas após o jantar, o que foi muito divertido. Fomos andando até a feirinha.  Eles vendiam aperitivos, havia música, pessoas dançando, garrafas de bebida, bijuterias de grãos, frutas e muitas outras coisas legais. Nos divertimos muito.

 Chegamos exaustos na pousada, nos despedimos com rápidos “Boa noite” e fomos para nossos respectivos quartos. Tomei um banho muito relaxante, e depois foi a vez de Percy. Ficamos conversando mais uma hora sobre tudo, fascinados, combinando tudo o que faríamos amanhã. Percy me fez prometer que eu o acordaria quando fosse tomar café da manhã, porque ele não queria perder um minuto perto de mim o que eu achei muito fofo.

_Boa noite Pers...

_Boa noite Annie...- Disse me dando um beijo depois- Não esquece de me acordar amanhã!

_Não vou prometo.

 Dei um selinho nele e me aconcheguei em seus braços. Ele sorriu e beijou minha testa, sussurrando algo que eu não entendi,  anotando mentalmente de perguntar amanhã. Adormeci feliz e animada para o dia de amanhã. Conhecer o Havaí seria realmente maravilhoso.