Quase Amigos - 2º Temporada escrita por kaka_cristin


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Vou colocar mais 3 capítulos hoje Hihihihi!



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No ônibus ia olhando o meu retrato que Gerard tinha desenhado. Estava perfeito, eu não sabia que ele gostava tanto de desenhar e que sabia tão bem. Desci do ônibus no ponto do outro lado da rua da minha casa. Quando o ônibus saiu da minha frente vi Gerard sentado nos degraus da porta da minha casa. Quando ele levantou a cabeça e me viu se levantou. Eu andei até ele e quando me aproximei ele me abraçou. Era um abraço gostoso então o apertei forte agarrando seu casaco com as mãos. Nos soltamos e ele me olhou e estava chorando, olhou depois pro céu tentando se acalmar e mordia os lábios o que ele sempre fazia quando estava nervoso. Depois ele enxugou as lágrimas e o nariz com as mãos e me olhou novamente. Eu só consegui olha-lo, não sabia nem por onde começar.

G: você ainda tem...sorvete? – perguntou ainda com voz de choro, mas logo começamos a rir juntos.

L: tenho.

G: acho que vou precisar.

 

Nós entramos e sentamos à mesa da cozinha e eu dei o pote de sorvete na mão dele.

G: por favor, come comigo.

L: mas eu...ta, mas só hoje, não posso exagerar. – peguei uma colher e balancei-a em frente a ele exibindo-a.

G: posso comer e depois falar?

L: pode. – ele voltou a comer o sorvete e eu comecei a rir daquela situação dele, eu o viciei em sorvete.

Depois dele comer várias colheradas de sorvete percebi que ele já tinha se acalmado. Ele fechou o pote e deslizou ele em cima da mesa até mim.

L: e então, se sente melhor?

G: bem melhor sim.

L: ok.

G: a gente pode conversar?

L: claro.

G: ok. – ele respirou fundo e começou a falar. – aquilo fala de mim não é?

L: do que está falando?

G: da redação.

L: é.

G: obrigada.

L: pelo que?

G: por abrir meus olhos.

L: Gee eu te amo, não quero que você se mate aos poucos.

G: quer que eu me mate de uma vez então? – disse começando com suas palhaçadas.

L: Gee é sério, não quero mesmo te perder. Você foi meu primeiro amigo homem e primeiro amigo daqui de Nova Jersey. Eu nunca havia falado com ninguém antes. Todos me evitavam e fingiam que eu não estava ali só pra não ter que falar comigo e você foi a única pessoa que me enxergou. Mesmo sendo por causa da minha irmã... – rimos de novo e ele fez carinho no meu rosto.

G: desculpa ter sido tão interesseiro. Mas eu não sabia que você era tão legal e que seria minha amiga um dia.

L: esquece o que importa é o que acontece agora, somos amigos e eu estou aqui do seu lado pra te ajudar com o que você quiser.

G: Lola, eu voltei a usar drogas.

L: desde quando isso Gerard?

G: desde Setembro.

L: como?

G: lembra dos amigos lá do clube que eu te falei que me encontro pra beber?

L: lembro.

G: não saio pra beber com eles, saio pra fumar maconha.

L: ai Gerard. – eu disse esfregando meu rosto com as mãos sem saber o que responder ou perguntar.

G: mas eu parei. Não fumo desde anteontem.

L: até quando vai continuar assim Gerard? Fuma não fuma depois volta novamente a fumar...

G: eu sei que eu errei, mas é que...minha vida estava mal, a banda, minha mãe, minhas notas...

L: não é justificativa pra isso Gerard. Você tem que se afastar dessas amizades. Tem que ficar longe disso. Eles não querem o seu bem, pois se quisessem  não te dariam essas coisas.

G: eu sou o culpado.

L: também é culpado por aceitar. Pelo menos você admite.

G: você não vai deixar de ficar do meu lado depois do que te falei?

L: não, agora quero mais ainda ficar ao seu lado e fazer você esquecer desse troço. Não quero o seu mal.

G: eu não quero voltar pra nenhuma clinica. eu sei que posso parar por mim mesmo. Eu já consegui da outra vez.

L: então continua assim Gerard, esquece esses troços e quando sentir recaída pense no seu pai. Pense no que aconteceu. Eu sei como é péssimo ter que lembrar de tudo aquilo, mas é a única coisa que irá te salvar. Tenho certeza que ele está ao seu lado querendo te guiar pra fora desse caminho.

G: eu o amava muito.

L: então Gerard, tenho certeza que ele também te ama. Ele deve estar muito feliz por ver que você está querendo sair dessa. Olha você pode contar comigo sempre que quiser, pode me ligar qualquer hora que quiser quando sentir alguma recaída que eu vou te ajudar e não vou deixar que você volte a se entregar às drogas.

G: eu fico muito feliz por você ter voltado sabia?

L: fico feliz também, ainda mais por que sei que agora comigo aqui você vai voltar a entrar na linha.

G: eu conversei com a diretora hoje ela disse que eu ainda tenho chance de passar, mas preciso de pelo menos A- em todas as matérias no mínimo.

L: ótimo, se quiser eu te ajudo.

G: Será que eu conseguiria?

L: é claro, você tirou A+ nas primeiras provas. Não vamos perder mais tempo. Vamos estudar.  – eu disse puxando ele pelo braço pra sala.

 

Estudamos até de noite pra três matérias diferentes. Depois ele foi embora pra casa dele. Estava arrumando meus materiais quando minha irmã desceu toda arrumada.

L: nossa que chique, pra onde vai assim?

S: sair.

L: está linda.

S: obrigada. E aí como foi o estudo?

L: foi bem, Gerard está quase lá de novo. Conseguiu acertar bastante coisa, a maioria dos erros foi bobo.

S: que boa professora. E a escola como você está se saindo?

L: muito bem. Continuo com boas notas é isso que importa.

S: e o pessoal o que comentou sobre seu novo visual?

L: nada, mas recebi um convite pra entrar pras Líderes de torcida. – falei fingindo sacudir um pom pom nas mãos.

S: nossa que demais. Pena que eu não pude mais ser uma por causa do meu problema no joelho. E você aceitou né?

L: lógico que não. Você sabe que não gosto dessas coisas.

S: mas agora você não é a Lola de antigamente, você pode.

L: não é por que mudei minha aparência que vou mudar meu jeito de pensar. Eu sempre achei esse negócio de líderes de torcida ridículo e não vou mudar minha opinião.

S: você que sabe. Opa já chegou. – disse ouvindo uma buzina tocar do lado de fora. – não me espere pois devo chegar tarde.

L: ok. 

 

Quando ela saiu me levantei e fui pra janela e a vi entrar num carro azul escuro, não deu pra ver o motorista, pois estava com o vidro fechado, além do que o vidro era escuro.


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