Quase Amigos - 2º Temporada escrita por kaka_cristin


Capítulo 15
Capítulo 15 - 2 meses depois...


Notas iniciais do capítulo

Bom, vamos ver dessa vez consigo mandar a fic, q merda de conexão, tô mais de uma hora tentando isso!!!



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L: estou indo na clínica visitar a Sarah, depois passo em Nova Jersey pra buscar o restante das coisas na antiga casa.

D: quer que eu vá com você?

L: não precisa mãe, eu vou rapidinho. De tarde to voltando.

D: ta bom. Vai com Deus.

L: tchau.  
Aqueles dois meses tinham sido uma barra pra mim. Ter que ver minha irmã naquela clínica como uma viciada foi horrível. E eu não parava de pensar nele. Mesmo com tudo isso continuei com minha vida de “estrela” e terminei de gravar meu CD. As músicas ficaram muito boas e Josh me deixou super orgulhosa de mim quando me disse que tinha feito a escolha certa ao me contratar. Ele estava crente que o CD iria ser um sucesso quando fosse lançado nas lojas, mas isso só aconteceria no próximo mês por que ainda faltavam alguns ajustes e eu precisava viajar pra divulgar as músicas.  
Quando cheguei na clinica fiquei esperando com outras pessoas que esperava pra ser autorizado pra entrar e visitar os pacientes. Logo fui chamada e assinei numa lista meu nome e depois me levaram pra uma sala em que só tinha a Sarah sentada à uma mesa. Um segurança ficou do lado de fora encostado na porta quando entrei. Fiquei espantada com tanto rispidez, mas já estava me acostumando com tudo isso.  
L: oi. – Sarah veio até mim e me abraçou.

S: Lola minha irmã. – disse me apertando. Me deu vontade de chorar ao vê-la naquele estado dela, estava mais magra do que nunca e pálida, parecia doente.

L: está tudo bem com você? – perguntei segurando seu rosto que estava mais fino do que a ultima vez que a vira.

S: na medida do possível né? – disse ela toda pra baixo.

L: eu sinto muito. Me sinto tão mal por que fui eu que te coloquei nessa situação. Você me perdoa?

S: Lola, eu tenho é que te agradecer. Você me acordou pra vida. Apesar desse lugar não ser lá essas coisas. eu estou feliz. Me livrei daquele pesadelo. Eu me sentia mal, só que não conseguia parar com as drogas, achei que fosse morrer.

L: ó Sarah! – disse abraçando ela de novo. – eu nunca ia permitir que algo ruim acontecesse a você.

S: mas vamos falar de você, como vai o cd?

L: bem, acabamos de gravar todas as músicas, agora faltam as fotos pro encarte e a divulgação. Já fiz até a dedicatória. – peguei um papel de dentro da minha bolsa e entreguei na mão dela.

S: Lola, você dedicou a mim. – disse lendo o papel.

L: sim, eu te amo irmã. – disse fazendo carinho na cabeça dela.

S: adorei. Muito obrigada mesmo. Fico até lisonjeada.

L: ficou ótimo não é?

S: ficou mesmo. – ela me entregou o papel. – e a
escola?

L: eu nem sei pra onde vou.

S: como assim? Vai continuar onde estudávamos.

L: não sei. Eu ainda nem fui buscar meu boletim por que não me decidi ainda. vai ficar cansativo todos os dias ter que me deslocar pro colégio.

S: ora por que isso agora se sempre fizemos isso?

L: Sarah eu não moro mais na nossa antiga casa. Estou morando com os nossos pais.

S mas por que?

L: nosso pai achou que fosse melhor assim pra que ele pudesse nos vigiar. Eu também acho melhor assim... – disse ficando cabisbaixa.

S: eu sei por que está assim.

L: não é nada...

S: é pelo Gerard. Por isso acha melhor ficar por aqui.

L: não, como foi pensar isso...?

S: não precisa mentir pra mim irmã. Eu sei muito bem.
É por causa dele que não decidiu se continua no colégio de antes.

L: não consigo mentir pra você não é? – ela respondeu com a cabeça que não.

S: eu preciso te contar uma coisa.

L: sobre?

S: é sobre o Gerard.

L: vamos parar de falar nele?

S: não, eu preciso te contar pra me livrar desse peso
todo por favor, me ouça.

L: de que peso está falando?

S: Lola, eu sou culpada por ele estar nesse meio.

L: do que está falando?

S: das drogas. Sou culpada por Gerard usar drogas. – disse meio irritada como se tivesse pressa pra se livrar de tudo aquilo que guardava em segredo.

L: como assim Sarah?

S: eu que vendia pra ele e fui eu que o viciei nesse
meio.

L: já sei por que está dizendo isso, pra que eu o
perdoe não é? Quer concordar com o que ele me
disse naquele dia pra eu voltar correndo pra ele. – ela me olhou como se não estivesse entendendo nada. – eu não te falei nada do que ele me disse né?

S: sobre o que?

L: o Gerard me disse isso de você. eu não acreditei nele. Então quer dizer que ele falava sério?

S: é. É a mais pura e envergonhante verdade.

L: ó meu Deus, mas Sarah, como entrou pra essa vida?

S: foi um dos meninos que eu fiquei lá do colégio. ele vendia essas coisas. Comecei a usar também achando que fosse onda entrar no meio deles. Depois comecei a vender pra eles e ganhava a metade da grana. Mas fui burra, muito burra. Me perdoa Lola.

L: não precisa pedir perdão Sarah. Eu que fui culpada por não ter percebido antes.

S: acabou o tempo. – disse o segurança entrando na sala.

L: tenho que ir agora. Se cuida viu?

S: vá atrás dele Lola, seja feliz. Vejo em seus olhos que o quer.  – nos abraçamos forte e depois o segurança a levou segurando pelo braço. Continuei na sala pensando no que ela disse e depois corri pro carro.  
Fui depressa pra New Jersey e quando cheguei em frente à casa do Gerard toquei a campainha louca pra vê-lo novamente. Mikey atendeu, mas Gerard não estava em casa. Tinha saído pra correr.  
** GERARD **

Estava cansado de tanto correr e continuei meu caminho andando. Era isso o que costumava a fazer desde o mês passado. Corria todas as manhãs, talvez pra esquecer das coisas, pra entrar em contato com a natureza, pra sair de casa, pra me manter no pique. Enquanto caminhava pensava numa noite que fui ao Clube...
Lembrando...

F: e aí brother. – disse Frank me cumprimentando.

G: desculpa a demora, mas estava estudando...

F: esquece os estudos. Vou te apresentar um pessoal bacana agora. – disse ele me empurrando com a mão nas minhas costas. – aí galera esse aqui é o Gerard, aquele que eu falei pra vocês.

G: oi pe...pessoal. – cumprimentei sem graça.todos começaram a rir da minha cara.


Haviam cinco pessoas: um garoto baixo cheio de piercing e o cabelo como o de Frank, uma enorme franja sobre o rosto. O outro era alto e forte e moreno e tinha os cabelos arrepiados e lembrei dele quando o vi, era do time de futebol da escola. Já o outro era loiro com o cabelo também arrepiado com enormes olhos azuis e abraçava uma menina linda loira dos olhos também muito azuis com um rosto super meigo e delicado. Havia também uma outra menina ao lado dessa dos olhos azuis, uma de cabelos bem negros e os olhos verdes. Todas aquelas pessoas eram do mesmo colégio que o meu, com exceção do menino cheio de piercing, não me lembrava ter visto por lá antes.

S: meu nome é Sarah, prazer. – disse a menina dos olhos azuis estendendo a mão em minha direção pra que eu apertasse.

G: er...prazer. – disse apertando a mão dela.

J: vamos parar de babaquice e partir pro que tem de melhor. – disse Jim, o loiro forte e alto que estava acompanhado de Sarah e que também era muito popular no colégio pois era o melhor jogador de futebol do colégio.  
Partimos na vã do Frank todos. Fui ao lado da menina de olhos verdes que logo se apresentou.

S: meu nome é Sheila.

G: muito prazer.

S: e você é?

G: Gerard, o Frank me apresentou a vocês no clube lembra?

S: eu sei, só não lembrava seu nome.

G: ah ta. – disse tímido.

S: e então, você costuma ir sempre no clube?

G: não, minha primeira vez.

S: Frank disse que vocês têm uma banda.

G: é, mas nada fora da garagem da minha casa.

S: legal. Espero que me convide algum dia pra ouvir o som da sua banda.

G: ia ser bem legal.  
Enfim chegamos no lugar. Frank parou a vã em frente a uma praça e depois abriu a porta pra que saíssemos todos. Jim agarrou a Sarah e a levou no colo pro meio da praça e se jogou no chão com ela e os dois começaram a se beijar.  
F: putaria agora não. Espera um pouco.  – gritou Frank pro casal que se beijava no chão.

G: onde estamos?

S: numa praça. – respondeu Sheila se encolhendo por
causa do frio.

G: sim, mas em que lugar?

S: perto do colégio.

F: como é que é vocês dois aí?  – disse apressando o casal Jim e Sarah.

L: Frank anda logo estou louco pra fumar um baseado. – disse o tal do franjão que estava encostado na vã.

F: calma Lucas, eles já estão vindo.  
Sarah veio correndo até nós com um enorme sorriso no rosto e distribuindo o que parecia um simples cigarro pra cada um.  
S: toma. – disse estendendo pra mim. Aqueles olhos e aquele rosto meigo era apaixonante. Peguei um da mão dela.

G: o que é isso? - perguntei olhando pra troço sem saber.

F: isso aí meu irmão, é o que vai te fazer viajar totalmente e vai te relaxar depois de tantos livros.

G: relaxar?

F: isso mesmo, experimenta logo.   
Aquele foi o suficiente pra começar a ver tudo rodar. Me sentei no banco da praça não conseguindo mais ficar em pé. De repente vi Frank beijar o tal do baixinho não acreditei naquela cena. Desde quando Frank era gay? Comecei a rir achando aquilo tudo a maior loucura da minha vida. Estava rindo sem parar de tudo que eu via. Sarah e o tal de Jim estavam no chão no maior amasso e o outro cara moreno, alto e forte corria pelado pela praça feito um louco. A tal de Sheila que estava rindo do outro que corria nu veio até mim e sentou-se no meu colo com cada perna de um lado. Olhei assustado sem saber o que fazer e ela me beijou. Eu nunca tinha beijado uma mulher antes e não sabia bem o que fazer, mas logo fui pegando a malícia. Ela abriu o zíper da minha calça me deixando totalmente louco de prazer. E foi assim que perdi minha virgindade. E foi assim que fiquei preso àquela vida das drogas. Todos os dias íamos ao clube, depois nos dirigíamos a praça, fumávamos e depois começava a putaria. Descobri que o Frank era Bi, e cada vez tava com uma pessoa diferente. Com o tempo o número de pessoas na praça foi aumentando e aquilo foi virando ainda mais uma zona.  


 

[...]

Depois da lembrança de como comecei a usar drogas, me lembrei de um dia em que cheguei em casa às cinco da manhã e meu pai com cara de preocupado me olhava depois de acordar no sofá com o bater da porta.

W: que horas são?

G: não sei.

W: filho onde estava até agora? Nossa já está amanhecendo. – disse ele olhando pra janela que mostrava que já estava ficando claro. – ainda continua na mesma coisa? – fazia dois dias que eu tinha saído da reabilitação.

G: ah pai, não quero mais falar sobre isso.

W: por que meu filho? Sempre tive orgulho do filho que eu tinha tão inteligente, educado, responsável.

G: ainda sou o mesmo.

W: você está praticamente reprovado.

G: me erra pai. – disse indo pra escada pra subir e dormir.

W: já gastei todo meu dinheiro com você esperando que te salvasse dessa vida, mas só o que consegui foi afundar minha empresa. Não sei nem como vou pagar os funcionários esse mês já que gastei tudo o que eu tinha com você.

G: isso é problema seu, eu não pedi nada disso. – eu parei num dos degraus pra poder jogar isso na cara dele.

W: eu só queria te ajudar meu filho, por que eu te amo e só quero o seu bem. Não esqueça nunca disso, eu te quero bem – disse com lágrimas nos olhos.  
Eu senti pena dele, estava tão abatido, mas estava com raiva dele que queria estar sempre me contrariando e jogando na minha cara que eu estava errado. Eu não queria admitir que estava errado. Não queria mesmo. Quando cheguei no meu quarto tirei minha roupa ficando apenas de samba-canção e me deitei quando estava quase adormecendo ouvi aquele tiro que me fez arregalar os olhos de susto. O barulho ainda estava na minha cabeça mesmo depois de tantos anos. Ainda conseguia lembrar de tudo. Me levantei da cama assustado e fui ver o que era quando ouvi correria no corredor. Quando cheguei na sala pude ouvir o desespero da minha mãe que chorava e gritava dentro do escritório e mikey chamava pelo meu pai. Quando cheguei na porta do escritório fiquei em choque olhando aquela cena. Minha mãe ajoelhada no chão com meu pai em seu colo com um buraco na cabeça por onde saia muito sangue. Meu irmão estava mais atrás da minha mãe em pé e apertava uma mão contra a outra dizendo “pai” e chorando, só conseguia dizer isso. A arma que meu pai tinha usado pra se matar estava no chão, ao lado dele. Coloquei a mão na cabeça ficando perturbado com tudo aquilo. A culpa era minha, discuti com ele, por isso ele fez isso. Não sabia o que fazer. Olhava aquela cena e minha cabeça girava, não sabia o que dizer ou o que fazer, pra onde ir, não sabia. Subi pro meu quarto me arrumei, peguei minha mochila e fui pro colégio. Fugi de casa como se nada tivesse acontecido ou pelo menos era o que eu queria que fosse. Queria que nada daquilo estivesse acontecendo. Quando estava a caminho da escola lembrava do meu pai, depois vinha aquela cena dele morto no colo da minha mãe. Por que você fez isso pai? Eu pensava. Meu Deus por que? 

Cheguei no colégio atordoado não conseguia derramar nenhuma lágrima, mas estava perturbadíssimo com tudo aquilo. Estava nervoso, não sabia o que estava fazendo ali no colégio. Abri meu armário e fiquei ali segurando a porta dele pensando no que tinha acontecido. Ainda não acreditava, talvez fosse tudo um sonho louco, um pesadelo não sei...foi quando alguém me cutucou. Olhei pra trás e vi uma menina gorda, loira e dos olhos verdes. Ela me olhava com um sorriso que me fez ficar com ódio. Não estava pra aturar felicidade de ninguém.

L: Gerard, você fez o exercício de hoje?  
Juro que me deu vontade de espanca-la, mas eu me segurei pra não agredi-la nem ao menos tratar ela muito mal. A olhei com bastante raiva o que a fez recuar, percebi que ficara com medo do meu olhar. Bati a porta do meu armário e me retirei sem responde-la. O pessoal começou a rir da cara dela que saiu correndo em direção ao banheiro. Quando entrei na sala de aula Sheila veio até onde eu estava sentado.

S: precisamos conversar.

G: o que você quer? – perguntei ignorante.

S: eu vou embora de Nova Jersey hoje.

G: e daí? O que eu tenho a ver com isso? – ela me olhou com raiva pela minha ignorância.

S: estou te deixando seu babaca. Está tudo terminado entre nós.

G: foda-se, eu não estou nem aí se é o que você pensa. Hoje o dia já começou sendo uma desgraça mesmo. – me levantei e quando passava na porta esbarrei novamente com a gorda e fugi do colégio.

Quando cheguei na rua onde morava, havia uma ambulância em frente a minha casa e uns caras carregavam uma maca com um pano cobrindo o corpo do meu pai. Minha mãe e mikey estavam abraçados seguindo o corpo até a ambulância. Os dois estavam muito abalados e choravam sem parar. A rua estava cheia de pessoas que olhavam curiosos aquela cena. Enfim consegui chorar, corri o mais depressa pra longe dali, queria fugir daquele lugar. Corri o mais rápido que consegui. meus pés não conseguiam parar de correr e eu não conseguia parar de chorar. Queria fugir, queria desaparecer do mundo.
 Fim das lembranças...

Nesse momento estava em frente a antiga casa de Lola com algumas lágrimas nos olhos pela terrível lembrança. Soube através da diretora Alice que Lola havia se mudado pra casa dos pais. Havia um carro em frente a antiga casa dela. Provavelmente um novo morador. Olhava praquela casa e tinha ótimas lembranças. Lembrei do dia que a ouvi cantar e quando a beijei depois de dias desejando tanto que aquilo acontecesse. Como demorei pra beija-la...pensei. tentei resistir por que estava com a irmã dela, mas não suportei mais ficar longe daqueles lábios. Eram tão delicados, rosado e perfeito. Lola era toda perfeita. Como eu queria revê-la. Continuei minha caminhada pra casa pensando nela.  

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