Todos festejavam por terem conseguido vencer Reiou Shihouin Karin mas Toushirou ainda não sabia se deviam festejar, pelo que seu Ojiisan tinha contado ataques simples eram quase impossíveis fazer com que Reiou morre-se.

–Como conseguiu, Rukia? –Momo perguntou.

–Só usei o Tsukishiro quando ela menos esperava, não foi nada demais. –Rukia disse coçando a cabeça.

–Acho que não devíamos festejar ainda. –Rangiku disse

–Porque? –Ichigo perguntou.

–Reiou-sensei não é fácil de vencer, tenho a certeza que um ataque deste nível não conseguiu nem quase nem um arranhar nela.

Dentro do círculo de gelo onde Reiou se encontrava, uma luz azul escura e com um branco se pode ver, com a força da reiatsu o gelo se partiu em bocadinhos pequenos.

–Yoshiaki, Tsukiyomi No Mikoto.

Assim que Reiou libertou sua zanpakutou pode se ver uma foice de cabo longo e a lâmina um pouco curvada e da cor preta.

–O que é aquilo? –Hinamori perguntou.

–É a Shikai da Reiou-sensei, daqui para a frente não poderei dizer nada porque Reiou-sensei nunca tinha amostrado a sua Shikai ou dito que tinha. –Rangiku disse um pouco preocupada.

Reiou sorriu um pouco e usou o shunpo mas antes Toushirou libertou sua shikai.

–Souten ni saze, Hyourinmaru. –a única coisa que mudou foi que no cabo da zanpakutou um corrente com uma meia lua no final apareceu.

–Tarde demais. –Reiou disse sorrindo quando apareceu no meio deles. –Yoshiaki, Kage No Tsuki.

–Nan da yo? –Momo perguntou.

–O nosso corpo está paralisado por causa da técnica dela. –Rukia disse. –Certo?

–Hai, Kage No Tsuki paralisa o corpo do oponente utilizando a minha sombra, assim que a minha sombra estiver ligada as vossas…nenhum de vocês consegue se mexer. –Reiou sorriu.

–Chikusho. –eles resmungaram.

–Yoshiaki, Rai No Tsuki.

Aqueles que estavam paralisados caíram esgotados por causa do choque elétrico que tinham levado. Tsukiyomi voltou a sua forma normal e as outras zanpakutous também, Reiou sorri e se agachou perante Toushirou que estava atordoado com o que tinha-se passado.

–Para alguém que parecia fraco, não pareces nada. –disse sorrindo de canto enquanto que fazia cafune na cabeça de Toushirou que se sentou. –Encontra-me no lago daqui a alguns minutos. –sussurrou para só Toushirou ouvir.

Toushirou depois de cuidar de seus ferimentos foi ter com Reiou, aquele anjo das trevas que o tinha salvado e que passou a 12 anos a tentar encontra-la. Reiou estava deitada na relva de olhos fechados então não tinha percebido que Toushirou tinha chegado, Toushirou sentou-se ao seu lado mas sem dizer nada só ficou observando a mulher deitada ao seu lado.

Ao se lembrar da noite onde viu seus pais morrerem e quase morrer seu peito doeu, se não fosse Reiou aparecer teria morrer, e com esses pensamentos lagrimas silenciosas escorregaram pela face de Toushirou, aquele assunto da morte dos seus pais trazia muita angústia e tristeza para ele.

–Nakanaide kudasai. –Toushirou assustou-se quando ouviu aquela voz.

–R-reiou-san? –ele perguntou, pois a mulher ainda estava com os olhos fechados.

–Chorar não adianta, acho que muitos já te disseram isso.

–Hmm… -enxugou as lagrimas.

–Toma isto. –Toushirou voltou a olhar para a mulher que agora estava sentada ao seu lado, segurando um colar com um pingente com uma bolinha preta no topo.

–Nan da kore? –Toushirou disse pegando o colar com cuidado.

–Devia ter-te dado mais cedo mas tive alguns problemas e não pude. Essa pedra preta que está ai, é metade da minha vida.

–Nani?! –Toushirou disse admirado.

–Esse pingente foi-me dado pelo pai de Ichigo, ele dizia que para passar isto em geração em geração e quando chegasse a hora de eu entregar o colar, teria que por metade da minha vida nela, ou seja, um pouco do perola onde vem os meus poderes.

–E porque estás a entregarmo-lo? –Toushirou perguntou.

–Porque de alguma maneira, eu penso que é importante ficares com ele. Talvez por lembrares de mim ou então para lembrares-te que não estas sozinho desde que uses ele. –Reiou perguntou.

–Arigatou, Reiou-san. –Toushirou agradeceu.

–Karin.

–Ahn?

–Chama-me de Karin, não sou tão velha assim por me chamares de “Reiou-san”. –disse imitando a voz de Toushirou ao dizer seu próprio sobrenome.

Toushirou riu um pouco e olhou para o lago que estava calmo e tinha algumas ondinhas por causa do vento que passava. Uma pergunta surgiu na sua cabeça e teve vontade de pergunta a Karin mas e se a resposta não fosse a que queria? Decidiu perguntar seja qual for a resposta.

–Karin, já salvaste mais vidas sem ser a minha?

–Não, foste o primeiro e o último. –ela disse dando um pequeno sorriso para Toushirou. –Mas acho que queres fazer outra pergunta, certo?

–Hai…

–E qual é?

–Bem…perguntei-me varias veze e até tentei perguntar ao Ojiisan mas não tive coragem de perguntar. Sempre imagino porque não ficaste comigo e cuidas-te de mim em vez de me deixares aqui, é essa a pergunta que me atormenta todos os dias.

–Eu poderia ter feito isso mas não o fiz porque tinha acabado de fugir da Ordem das Trevas e sei muito bem que Yamamoto-sama não te escondeu nada sobre o que fiz ou sobre o que eu era. Desde que abandonei a Ordem, Aizen anda atrás da minha cabeça como da cabeça de Vash, Zenny, Valkyra e Dreymeil. Era perigoso eu cuidar de ti sabendo que podia morrer a qualquer momento.

–Foi esse o motivo?

–Um deles.

–E qual era o outro? –Toushirou perguntei.

–Mesmo sabendo que não sou igual aos demónios a culpa é minha, os teus pais morreram a tua frente e eu não cheguei a tempo, então cheguei a conclusão que não merecias sofrer mais e saberes a verdade sobre mim, o que acabaste de saber 13 anos depois. –Karin falava aquilo tudo com culpa na voz e tristeza.

–Não irei dizer que não percebi as tuas razões porque estarei a mentir porque eu percebi.

–Essa frase ficou confusa.

–Não ficou nada. –os dois deram um sorriso grande. –És muito forte.

–Não sou não.

–Claro que és, eu é que sou fraco.

–Fala a menino que conseguiu a Bankai aos 14.

–E tu? Desde quando tens Bankai? –ele perguntou.

–Desde nunca. Nunca conseguia alcançar a Bankai da Tsukiyomi, porque o perigo era enorme e se espose a minha reiatsu iria atrair muitos demónios e isso não seria bom.

–E porque não tentas agora que voltaste? –Karin olhou para ele e por um momento ficou seria. –Que foi? –Karin suspirou alto.

–Toushirou…eu não voltei e nunca vou voltar. –disse levantando-se do chão e começou a andar a beira do lago, Toushirou levantou a sobrancelha e abaixou o rosto.

–Vais deixar-me outra vez, não é. –aquilo foi mais uma afirmação do que uma pergunta. Karin olhou para ele sem perceber porque daquela frase.

–Toushirou…eu deixei o Clã Shihouin porque estava farta que me chamassem de Bakamono, eu não sou nenhum Bakamono só não sou um Anjo Guardião como os outros do Clã inteiro, eu não tive culpa de ser como o meu tetravô.

Toushirou levantou o rosto quando ouviu aquilo.

–Eu não posso e não consigo ficar aqui sabendo que todos me odeiam e que por detrás das minhas costas falam mal de mim, elas pensam que eu não sei mas eu sei quem como elas são e o que fazem, eu não estive mais de 80 aos fora deste Clã para nada.

Toushirou não estava a perceber mas sabia que no fundo Karin só queria alguém que disse-se que estava tudo bem e que ela tinha com quem contar. Ao contrário dele, Karin não teve pessoas com quem se preocupassem com ela, Yoruichi sempre tentou proteger Karin mas não foi o suficiente para evitar tudo o que aconteceu a Karin.

–Toushirou, eu sei de coisas que nem tu, nem Yamamoto-sama ou que ninguém imagina que sei. Vai acontecer coisas que tu não imaginas e eu e os outros tentamos, eu juro que tentamos, deter Aizen mais de 50 vezes mas sempre falhávamos e na última vez foi por minha causa…

Karin já não aguentava, as lagrimas no canto dos olhos que tentava segurar começaram a descer sem parar.

–Por eu ter abaixado a guarda eu foi ferida e com isso fiz com que todos preocupassem com o meu estado e fiz com que eles…

Karin foi interrompida pelo braço de Toushirou que puxou para si e a abraçou. As mãos de Karin tocaram no peito dele apertando a roupa dele, enquanto Toushirou passou seu braços a volta do pescoço de Karin. Assim que os dois se distanciaram, seus rostos estavam perto, Toushirou era centímetros mais alto do que ela. Karin assim que percebeu o que estava preste a acontecer empurrou Toushirou e saiu correndo o mais rápido possível dali, Toushirou não a seguiu, só ficou ali vendo Karin correr.

Depois do quase beijo, 1 mês tinha-se passado e Toushirou tinha voltado para a Academia dos Guardiões. Tinha chegado o dia em que Karin, Vash, Valkyra, Levi, Zenny e Dreymeil teriam que partir pois não podiam ficar muito tempo porque suas cabeças ainda eram procuradas pelos demónios e do caso de Karin sua cabeça era procurado não só pelos demónios mas também pelos caçadores de prémios. Mas antes de partirem teriam que ir a Academia informar pessoalmente Yamamoto-sama, o diretor da Academia, que iam partir.

Chegaram aos portões e quando passaram as portas podiam ver um pátio enorme e vazio, porque os alunos estavam nas salas de aula, um dos guardas levou-os até o gabinete de Yamamoto-sama, Karin não falou nada durante o trajeto e andava com o rosto baixo. Ela queria se despedir de Yoruichi mas ela não tinha voltado da missão com Byakuya, queria se despedir de Rangiku, Rukia, Orihime, Ishida que tinha ajudado a melhorar suas capacidades e de Toushirou que tinha ignorado este mês todo sem dizer uma única palavra.

Entraram no gabinete e Yamamoto que logo percebeu do porque de estarem ali. Valkyra tinha mudado pelo menos suas roupas que estavam mais humanas Zenny tinha mudado suas roupas também que estavam mais humanas também Vash também tinha mudado suas roupas para mais humanas e eu também tinha mudado para roupa humana já os meninos quiseram ficar como estavam.

–Então sempre partiram. –Yamamoto disse triste.

–Hai, é o melhor a fazer. –Dreymeil disse.

–Sempre seguimos Reiou-san e não é agora que vamos parar de fazer, para onde ela vai-a nós iremos atrás com orgulho. –Zenny disse.

–Deixarei despedirem-se das pessoas que querem.

–Arigatou! –disseram

Todos saíram e Karin, a única que não tinha dito nada, continuava com a cabeça baixa e sem dizer nada. Andavam pelos corredores vazios por momentos, segundos depois o toque tocou e os alunos saíram das suas salas, os corredores silenciosos tornaram-se barulhentos a medida que os alunos se juntavam em grupos e conversavam animadamente. Karin, Vash, Valkyra, Zenny, Levi e Dreymeil continuavam a caminhar pelos corredores que agora estavam cheios de alunos.

Os alunos não se importavam de ter 6 pessoas desconhecidas a passar por eles, Karin tinha mudado de expressão, sua face tinha ficado fria e indiferente, suas mãos estavam nos bolsos das calças, parou num estante fazendo com que os outros parassem também.

–O que foi, Reiou-san? –Zenny perguntou

–Podem ir se despedir, encontramo-nos do Portão Da Academia.

–Doushite? –Valkyra perguntou

–Não tenho paciência a vontade de ir despedir-me, façam isso por mim. –Karin saiu noutra direção e os outros foram para outra, assim que os encontram sorriram triste acenaram a mão.

–Zenny-san! –Rukia disse contente.

–O que fazem aqui? –Toushirou perguntou

–Viemos nos despedir de vocês. –Levi disse sem enrolar.

–Nani?!

–Meninos, nós sempre seguimos Reiou-san para todo o lado, agora que ela pode se mexer e lutar, não a nada que a impeça de ir embora –Dreymeil explicou.

–E Reiou-san? Ela não está convosco porque? –Orihime perguntou.

–Bem, ela disse que não tinha vontade de despedir de vocês…então ela disse para fazermos para ela. –Valkyra disse.

–E onde ela está? –Toushirou perguntou.

–Deve estar a ir para os Portões Da Academia. –Zenny disse. –Se te apressares consegues apanha-la antes de ela sair da Academia.

–Arigatou!

Toushirou correu e quando estava no Portão não viu ninguém, pensou que talvez Karin ainda não tinha chegado mas estava enganado.

–Que fazes aqui? –Karin perguntou.

–Não ia deixar-te ir embora sem me despedir de ti. –disse sorrindo.

–Idiota da tua parte. –ela disse, ficando encostada numa das torre de vigilância.

–Urusai! –ele disse, andando para o seu lado.

Ficaram em silêncio só sentindo a presença dos dois, Toushirou andava sempre a tentar falar com Karin mas nunca conseguiu pois ela sempre o ignorava por completo.

–Porque ignoravas-me este tempo todo?

–Não foi tanto tempo assim, há 2 semanas atrás voltastes para a Academia. –Karin disse continuando a mexer nos telemóvel e com a mão nos bolso da calça.

–VAI DAR NA MESMA! –Toushirou explodiu. –EU PASSEI A MINHA VIDA INTEIRA A TENTAR ENCONTRAR-TE E AGORA QUE ENCONTREI-TE, VAIS-TE EMBORA?

Karin surpreendeu-se com Toushirou pois ele não era de levantar a voz ou berrar para ninguém. Ela tinha percebido o sentimento ele mas mesmo que quisesses leva-lo com ela…era demasiado perigoso, o perigo estava sempre a volta dela.

Toushirou não merecia estar com ela sabendo que sua vida podia estar em risco por leva-la consigo.

–Mesmo que eu queria levar-te comigo e perigoso…se te envolver na minha vida…a tua cabeça será algo que os demónios quererem.