Quatro Detetives e Um Sonho escrita por Lawlie


Capítulo 7
Capítulo 7 - Perguntas


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo ficou maneirinho. Espero que gostem e boa leitura!



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Miruku narrando

_A diretora nos ligou perguntando porque ela não havia comparecido à escola durante a manhã, já que ela nunca falta, respondemos que ela havia ido sim, e ninguém mais a viu.

- Isso complica um pouco as coisas, falei, em voz alta para mim mesma, cerrando um pouco os dentes

_Quem é Vitória Soares? Mello foi direto ao ponto

_Vitória? o homem fez uma pausa Não vão perguntar sobre as relações e amizades da Daniella?

_Não, senhor, só mais tarde. Não trabalhamos como os policiais. falei, sorrindo

_Tudo bem, então, Vitória era uma amiga minha de infância.

_Só amiga? arqueei uma das sobrancelhas, enquanto mexia nas orelhas de gatinho da touca Sei que podem não ficar muito confortáveis ao falarem nesse assunto, mas será útil não só para resolver o assassinato da sua filha como também os outros que viraram notícia, se houver alguma relação.

_Ela foi uma ex-namorada minha. O que mais querem saber?

_Vitória?

_Foi uma garota que estudou comigo.

_Bem... é o seguinte: chegamos a uma conclusão de que a maioria, mas não todas, das vítimas, tem ligações com você... o senhor, mas nem todas tem ligações entre si.

_?

_Pode ser de que não se lembre de alguns, mas no celular deles foi encontrado um número antigo seu, possivelmente de quando você ainda morava com seus pais, e também fotos de vocês juntos quando jovens... mas poucos deles tinham contato atualmente com o senhor. Chegamos a conclusão de que a causa dos assassinatos se não coincidência, se não o culpado querendo nos confundir, seria algo ocorrido na sua adolescência, ou na de pessoas envolvidas com você. Mello arqueou as sobrancelhas. Havia coisas que nem ele nem Matt ne Tikata sabiam ainda. Se eu fosse garoto, possivelmente viveria levando tapas na boca e no pé da orelha por esconder coisas deles. Acontece que eu já havia começado a investigar antes mesmo de virmos pra cá. Talvez eu devesse tê-los instruído sobre tudo. Vou esclarecer os detalhes hoje ainda. Mihael me olhou com alguma frustração pelo canto dos olhos azuis. Depois eu esclareço tudo, sussurrei

_ Marcos Gonçalves? Mello perguntou com a voz grossa e olhos fixos em Lucas

Lucas parou por um momento. Respirou. Pensou. Coçou a cabeça. Pigarreou. Mihael estava começando a ficar de saco cheio com tudo aquilo até que uma luz pareceu acender na mente do tio ali sentado.

_Ah, sim. Marcos é um velho amigo de infância. Costumávamos jogar futebol juntos, irmos nadar com a turma e copiar a lição de casa um do outro. Não o vejo faz mais de dois anos.

_Nem verá de novo. Ele morreu. Mello falou com a voz fria. Será que não restava nenhum espaço para amor à vida humana no coração de Mihael Keehl? Veremos isso no próximo Globo Repórter.

_Bem, sr. Lucas, desconfiamos que seja o mesmo assassino de sua filha mudei o tom de voz assim que uma lâmpada se acendeu em minha cabeça QUER SABER A LIGAÇÃO ENTRE ELE, SUA FILHA, VITÓRIA E GABRIELLE, ONEGAI! deixei o por favor escapar em japonês acidentalmente

_Muito bem, mas que seja rápido, estávamos de saída. Façam as perguntas que quiserem.

_Por quê o senhor mesmo não conta a história e nos deixa fazer perguntas sempre que quisermos? Assim, fica bem mais fácil e você não deixa nada escapar Mello falou com a voz grave

A esposa de Lucas pareceu assustada com Mello e saiu da sala com o pretexto de que ia preparar um café. Enquanto Lucas iniciava o relatório, fiquei olhando para a parede, mil pensamentos se formando em minha mente, até que um sorriso se formou em meus lábios.

_Vitória havia sido a minha primeira namorada. Estudávamos juntos, e ela parecia gostar muito de mim. Acabou não dando certo, creio que tenha sido só uma paixonite de criança. Já a Gabrielle era uma garota que me perseguia algumas vezes, meus colegas viviam implicando com ela, inclusive esse Marcos. Entre Marcos e Vitória não me lembro de haver alguma ligação. Ele não chegou a conhecer a minha filha.

Perguntei, pelo nome, se ele conhecia a primeira vítima. Ele pensou um pouco, e respondeu que tinha sido uma de suas professoras na época.

_Alguma vez ela fez algo a favor ou contra esse povinho aí? perguntou Mello, com certo desinteresse

_Bem... era uma dessas professoras chatas, que vivia pegando no nosso pé, principalmente da Vitória. Vivia enchendo a garota e quase ninguém gostava dela. A propósito, era tia do Marcos, mas não creio que essa informação tenha algum valor...

_Todas informações são valiosas no momento, senhor. o corrigi

_E ela já fez algo contra a Vitória? Mihael perguntou

_Quem, a professora? como seu tom era meio duro, resolvi ser irônica em troca

_Não, eu; tio. respondi com um sorriso sarcástico enquanto brincava com as orelhinhas da touca

Mello me lançou um olhar reprovador e voltou-o para Lucas.

_Uma vez ela já avisou aos meus pais que ela vivia em volta de mim...a Vitória ficou muito nervosa, já que meus pais eram ricos e e ela era de uma família mais pobre, eles proibiram por umas semanas que eu falasse com ela. A partir daí, não tivemos mais tanto contato, eu acho.

Dessa vez, Mello me olhou significativamente. Então, falou o nome da 6ª vítima: Lucas não a conhecia. A sétima e a oitava vítimas também não foram reconhecidas pelo nome, mesmo depois de pensar bastante.

_Isso quebra um pouco o elo murmurou Mihael

_Não 100%. Podem ser conhecidos da Gabrielle, ou da Vitória, ou até mesmo de outra pessoa metida no caso, e aí recomeça o elo. Depois tenho algumas coisas a lhe mostrar. falei em voz baixa, para que somente ele ouvisse

Mihael pensou por um momento e disse alguma coisa que não consegui entender. Então, voltou-se para Lucas e fez um sinal com a cabeça, apontando um cômodo que deveria ser a cozinha e era onde estava a esposa de Lucas. _Estudava com vocês?

_Não, nunca tivemos a oportunidade de estudarmos na mesma escola. Agora, se puderem nos dar licença, temos que fazer uma visita à mãe dela, me desculpem mas nós já estávamos de saída.

_Certo. Voltaremos outro dia, temos mais perguntas a fazer. A propósito, meus pêsames por sua filha. em nenhum momento a voz de Mello deixara de ter um tom de autoridade meio rude.

_Gomenassai. Ele é meio duro assim mesmo. Lamento muito por tudo. falei antes de sairmos sem que Mello percebesse Sayonara, e oyasuminassai a você e a sua tsuma. me curvei como no Japão. O cara deve não ter entendido muita coisa, mas desejou boa noite e nos acompanhou até a porta.

Quando chegamos na calçada, Matt estava concentrado no jogo.

_Sorte sua não estar fumando. Meu humor hoje não está muito bom. Mello falou

_Nunca está falei, segurando o riso. Mihael fez um som que não consegui distinguir.

Mail deu uma risadinha. Era bom ver que o vício ainda não era tão grande por enquanto.

_Ainda vamos em algum lugar? perguntou ele

_Acho que não. É grosseria uma criança e uma Madonna saírem à noite perguntando à donas de casa sobre mortes com um curupira viciado na calçada.

_Curupira viciado?! Que porra de apelido é essa?

_Curupira por causa da cor do cabelo ridículo e viciado porque além de não largar desse jogo maldito está começando a viciar em fumar. resmungou Mello

_E Madonna porque parece muito com a própria.

Mello virou-se pra mim e me segurou pela blusa. E a criança é uma menina atrevida que não sabe o significado da palavra maturidade!

Pausa.

_Mello, sabia que eu te acho gostoso pra caramba? fim-de-papo. Apelei eeuheuehuau. Ele tremeu um pouco, me soltou e virou a cara. Impossível não rir com a cena tosca. Mail também ria. Começamos a rir juntos até que tivemos que nos apoiar um no outro pra não cair, enquanto Mihael abria mais um chocolate e fazia cara de: wtf?

_Toda essa fome são ciúmes? perguntei, fazendo uma breve pausa do Matt? Heuheueheuh voltei a rir que nem uma maluca

_Vai te fuder, Miruku. respondeu rispidamente. Mostrei a língua.

_Qualé, eu sei que vocês se pegam no banheiro ou quando não tem ninguém olhando.

_Até parece grunhiu Mello volta pros seus yaois malditos neko baka.

_Estou bem longe de ser uma fujoshi, pra sua informação. Detesto yaoi e yuri. Nada contra quem gosta, é claro, mas eu não gosto.

Percebi então que os dois estavam andando rápido demais e eu estava ficando pra trás. Dei uma pequena corrida até ficar no mesmo nível nos dois. Mello encarava o nada, comendo seu chocolate com a expressão indecifrável. Matt, que até então jogava depois que havia parado de rir, guardou o vídeo-game portátil em um dos bolsos. Suspirou e pôs as mãos nos bolsos restantes. Peguei um pirulito no bolso da calça e desembrulhei, com a mente imersa em pensamentos. Estava diante de uma espécie de quebra-cabeças que ainda não existia completamente, e antes disso não poderia ser resolvido. Sorri. Eu sabia que por trás desse sorriso despreocupado poderia haver um sorriso perverso, mas isso não importa agora.

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Notas finais do capítulo

Continua... (avá)
Em breve posto o próximo capítulo.