Quatro Detetives e Um Sonho escrita por Lawlie
Notas iniciais do capítulo
Mais um capítulo, espero que gostem!
Miruku narrando
Já era quase noite quando Toshimoyo ligou pra avisar que já havia conseguido as informações de quase metade dos nomes pedidos, e que usaria o programa de computador usado por Matt que permitia enviar e-mails anônimos sem o risco de serem rastreados. Cinco minutos depois, Matt recebeu o e-mail e nos chamou para ver. Após uma lida rápida ele disse: Essa é a Toshimoyo que a gente conhece!
Mello e Tikara apenas ficaram observando a tela em silêncio, um dos dois com um breve sorriso no rosto, até que Mihael (como gosto de chamar Mello ás vezes, por seu nome real, mas estamos tão acostumados a usar nossos nomes falsos por segurança que até esquecemos de nossos nomes reais uns dos outros).
Mello: Então vamos Matt eu e Miruku, Tikara fica tomando conta.
Tomar conta de quê o raios? Nada mais do que uma jogada pra ficar o máximo distante possível do Tikara. Eles até são amigos, mas sempre rola uma discordância entre os dois, uma necessidade inexplicável de um ficar longe do outro. Na casa há alarmes e câmeras de segurança que Matt e Tikara montaram, além do programa anti-hacker avançado que Mail criou. Em caso de ligações ou emails, veríamos por celular. Resumindo, não há pitangas motivo nenhum pra Tikara ficar em casa a não ser a estúpida vontade de Mihael.
- Tudo bem, eu fico – disse ele, com um suspiro
Matt talvez preferiria ficar em casa, comendo pizza e jogando vídeo-game como quase sempre fazia, mas como ele ta resignado a obedecer ordens, não chiou. Pegou seu PSP e ajeitou os óculos/viseira/seja que droga for aquela no cabelo. Mello abriu outro chocolate e deu uma mordida, seguida de uma risadinha abafada.
Ajeitei os cabelos pra dentro da touca de gatinho e saímos.
- Não ter maioridade nesse país pra poder dirigir é mesmo uma grande merda! – resmungou Mello
-SUA MULA! O TIKARA TEM 18 ANOS, PORQUE FEZ TANTA QUESTÃO DE QUE ELE FICASSE EM CASA? – gritei
- Eu não fiz questão nenhuma pra sua informação
- Iiiiihhh gentee relaaaaxaaa – Matt
- Não, magina – falei, tentando me acalmar – A saída é visitar a maioria de endereços de ônibus, mas já ta escurecendo, táxi vai sair muito caro
- Isso vai demorar um pouco... – suspirou Mail
- Né? – falei, mexendo na touca
Mello deu outra mordida enorme em seu chocolate.
- Visitaremos o máximo de endereços possíveis hoje, talvez uns dois ou três dependendo do que conseguirmos, o resto fica pra amanhã.
- Vou ligar pro pessoal mandar uma moto amanhã – disse Matt, jogando vídeo-game despreocupadamente
Pegamos o primeiro ônibus para o endereço (ORLLY?) e chegamos em 10 minutos mais ou menos.
- Beleza, o que a gente faz agora? – perguntei
- Já tem alguma ideia, Miruku?
- Esse vai ser o mais fácil, é a casa do Lucas, vamos fazer as perguntas do jeito que nos der na telha.
Descemos do ônibus e paramos na calçada em frente á cada verde-claro. Comecei a me sentir nervosa e ansiosa. Não era a primeira vez que “interrogava” alguém, mas era como se fosse. Respirei fundo antes de contar até três e apertar a campainha vagarosamente. Alguns momentos depois, apareceu na porta uma mulher ainda jovem, loira e de olhos verdes com expressão meia triste.
- Olá, o que desejam? – ela perguntou com voz de quem acabava de chorar
- Boa noite, senhora. – cumprimentei-a – É aí que mora o sr. Lucas Ferreira?
- É sim, precisam de algo? Sou a esposa dele – parecia impaciente
- Somos ajudantes na investigação do caso dos assassinatos e desaparecimentos que está acontecendo na cidade, e parece que uma das vítimas foi a filha do senhor Lucas. Gostaríamos de fazer algumas perguntas que poderiam ser úteis e leva-las para a polícia – menti na última parte, e Mello parecia aliviado por eu não ter usado a expressão “tio” no lugar de senhor.
- Realmente – concordou a mulher – Podem entrar.
Matt Mello e eu nos entreolhamos. Quem iria entrar e quem ia ficar de guarda aí fora?
- Matt! – falou Mello, com sua voz grossa – Vai ficar de guarda aí fora! Vai ser útil para nós não sermos sequestrados, senta aí fora e fica de guarda pra mim! – mais uma mordida no chocolate
- E não seja imprudente em ficar jogando e esquecer de prestar atenção. Ah! Se te pegarmos fumando de novo já sabe. – e, me virando pra Mello – Eu podia jurar que ao invés de falar “fica de guarda”, você ia dizer “fica de quatro pra mim” heuehueheuheueheuheueh
Quase levei um tapa na boca.
- Do jeito que ele te obedece acho que ficava mesmo – ainda tive tempo de comentar
Quase levei outro tapa na cara, desta vez de Matt.
- Chama teu pai de gay que tu ganha mais.
Mostrei a língua como uma criancinha mimada. Entramos na casa depois de pedir licença.
- Este é o meu marido – a mulher apontou-nos um homem também com aparência jovem, mas um pouco deprimida
- Queiram se sentar, por favor – falou ele, sentando-se no sofá do outro da sala bem organizada
- Muito obrigada – falei
- Viemos fazer umas perguntas em relação ao desaparecimento trágico de sua filha. – falou Mello, dando outra mordida no chocolate e sentando-se com as pernas abertas. Sentei-me ao seu lado com as pernas cruzadas.
- Já foi encontrada e sabemos o que aconteceu com ela. Vocês não são muito jovens pra se meterem com isso?
- Não, não senhor, já resolvemos vários casos ao redor do mundo – falei, apressadamente
- Tudo bem então, o que querem saber? – perguntou
- Estamos gratos por se preocuparem com o desaparecimento de nossa filhinha – remendou a esposa dele
- Não é nada, senhora – cortei rapidamente antes que fugissem do assunto principal – Então, onde sua filha estava antes de desaparecer?
- Foi à escola, normalmente, como todos os dias obviamente – a resposta veio rápida e cortante, como se já tivesse sido usada 500 vezes
- Hum, sabe se ela foi vista com alguém estranho? O sequestro aconteceu antes ou depois das aulas? – foi a vez de Mello perguntar
- Não, ela ia pra escola sozinha, na parte da manhã, e ninguém a viu acompanhada.
Silêncio por uns instantes. Apoiei a cabeça nas mãos e fiquei olhando, pensativa, várias questões se passando por minha mente. Ainda havia muito o que ser feito se nós quiséssemos realmente solucionar este caso. E eu não admito derrotas.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
O próximo capítulo deve sair só no final de semana, até lá!