Quatro Detetives e Um Sonho escrita por Lawlie


Capítulo 5
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo saiu bem pequeno, mas, em compensação, o próximo vai ser postado em breve!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/299139/chapter/5

Miruku narrando

Andamos alguns minutos até chegarmos à praia. O céu estava lindo e azul, porém havia poucas pessoas na praia. Respirei fundo.

 - Nossa. Está realmente muito calor – Mello resmungou, tirando a camisa e jogando-a por cima dos ombros – Algum problema? – perguntou ele, observando minha expressão distraída, apesar de isso ser uma coisa normal

 - Venho tido uns sonhos estranhos, só isso – falei, dando um sorriso com o canto da boca

 - Estava pensando na nossa conversa de hoje cedo. Não tem como saber se aquelas garotas estão envolvidas em algo, talvez seja até meio ridículo suspeitar delas.

- É o que você pensa por enquanto Mihael. Eu te mostrei os primeiros dias do diário, nas outras páginas elas ficam cada vez mais envolvidas em alguns acontecimentos que podem até marcar a vida de uma pessoa, coisas que talvez elas nunca se esqueçam.

- Então porque não me mostrou tudo de uma vez?

- Quis vir dar uma volta e me distrair um pouco, os sonhos têm me incomodado.

Ele ficou em silêncio, caminhando ao meu lado na areia fofa. Peguei um pedaço de papel no bolso que servia pra fazer algumas anotações.

- Pelo que me parece, pode ser que este Lucas estava tentando esquecer tudo isso, afinal, já havia passado bastante tempo, e talvez ele nem se lembrasse direito, até que... – fiz uma pausa e rasguei o papel no meio – Alguém que ainda não havia conseguido esquecer completamente e transformou a própria vida numa desgraça com isso perdeu o controle e... – comecei a picar o papel em vários pedaços – Agora é nosso dever recolher o passado – juntei os pedaços de papel em uma das mãos – para conseguir entender o presente... e chegarmos ao nosso, ou nossa, culpado(a). – agora eu tentava juntar os pedaços como se fosse formar um papel novamente – e descobrir o futuro, caso for ruim, temos que impedi-lo.

- E como vamos conseguir isso dando voltinhas na praia: - ele perguntou tirando o celular vermelho do bolso e fazendo uma ligação – Toshimoyo? É o Mello. Preciso que você arrume informações sobre as atuais vidas de pessoas envolvidas com Lucas, aquele da investigação – tirou o celular do rosto para me perguntar os nomes completos das suspeitas, informei mais ou menos cinco nomes que poderiam conter informações importantes. – Se possível, endereço, telefone, e-mail, onde trabalha e o que faz da vida, que lugares frequenta, personalidade, se sofre de algum tipo de distúrbio, tudo que conseguir arrumar. Até. – ele desligou o telefone e guardou-o no bolso.

- Isso sim vai nos ajudar – ele completou

- Uma idéia incrivelmente boa vinda do Mello – falei, apesar de que uma hora ou outra um de nós faria isso

Continuamos andando por mais alguns minutos até que o celular de Mello tocou.

Voz do outro lado da linha: Já consegui o endereço da tal de Gabrielle, tome nota.

- Ótimo – respondeu Mello com um pequeno sorriso nos lábios – Ligue quando tiver mais informações ok. – mais parecia uma ordem do que um pedido, e talvez fosse, sei lá.

- Precisa ser mais amigável – lembrei brincando, assim que ele desligou. Pra quem conhece o temperamento meio explosivo e até um pouco narcisista do Mello há tantos anos, sabe-se que isso é quase impossível.

- Melhor ser sem-modos e eficiente – disse ele – do que um bem-educadinho molenga – provavelmente se referindo a Tikar

- Não fale isso dele.

- Mas é um bundão mesmo – falou, com a voz divertida – E aí, vai querer verificar o endereço?

- Porque não? É muito longe?

- Fica somente a alguns quarteirões daqui, dá pra irmos de ônibus e voltarmos a pé, ou seja como for, você conhece esse lugar melhor do que eu.

Depois de algum tempo, chegamos à casa, simpaticamente pintada de amarelo há pouco tempo, com flores nas janelas e muros brancos em volta.

- Não parece a casa de um serial killer ou coisa do tipo.

- Tem razão.

Antes de tocar a campainha, me lembrei de um detalhe: com que pretexto começaríamos a fazer perguntas? Lancei um olhar apreensivo para Mello, e ele pareceu entender meu pensamento. Além de tudo, quem iria confiar em um rapaz parecido com a Madonna e olhar de delinqüente (Mello me perdoe se você ler isso mais tarde) e uma garota esquisita que havia acabado de sair da praia?

- Vista isso – disse ele entregando a camisa – Entre você, diga a verdade, fale que somos detetives e já desconfiamos de algo.

- Falar tudo na cara? – perguntei, vestindo a camisa de um jeito meio desajeitado por ser meio apertada

- Vá logo. – falou ele, me dando um empurrãozinho de leve e tocando a campainha

Nada.

Apertou o botão mais uma vez. Apenas o som da campainha ecoando dentro da casa.

Mello pegou uma pedrinha no chão e jogou-a contra a porta, depois outra contra a janela. Nada.

- Ninguém em casa, vamos embora.

- Ou talvez esteja se escondendo – arqueei a sobrancelha

- Impossível, eles nunca iam adivinhar que  a gente é detetive

- Toma. – fiz menção de tirar a camisa pra entregar a ele, mas ele não pegou

- Fique com isso por enquanto. Esse modelo cai b em você – corei- Além disso, não é bom uma garota tão bonita ficar andando pela cidade com roupa de praia sem estar perto de uma, como se fosse sua casa.

- E desde quando você se importa com isso? – perguntei

- Desde que o Tikara não está aqui pra cuidar de você.

Fiquei em silêncio.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!