Quatro Detetives e Um Sonho escrita por Lawlie


Capítulo 3
Capítulo 3 - Mal-entendidos


Notas iniciais do capítulo

Nesse capítulo tem um pouquinho de ecchi, mas até que é leve, pra quem não gosta, é só não ler a narração do Mello, acho que não vai fazer muita falta no entendimento do resto da fanfic. Obrigada pelos reviews!



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Miruku narrando

 Duas horas depois, Tikara bate na porta do quarto.

 - Entra Tikara.

- Como sabia que era eu? – perguntou ele, entrando e trazendo uma sacola

- Elementar, meu caro amigo Tikara-san – falei de brincadeira, empinando o nariz

Tikara é brasileiro, filho de mãe japonesa e pai também brasileiro. Nos damos muito bem e ele está sempre ao meu lado.

- Você tem um jeito único de bater na porta. Uma vez mais forte, depois mais fraco, forte de novo. Assim, ó – disse eu, batendo na escrivaninha, imitando o som emitido, pode parecer exagero, mas eu presto muita atenção em algumas coisas

- Impressionante. – ele disse, com um risinho

- Já o Mello esmurra a porta, ainda mais quanto está nervoso, parece que vai quebrar tudo na base do burro. Matt bate como se estivesse jogando vídeo-game, em uma seqüência.

- Bela dedução, srta. Detetive. Mas tem uma coisa: escolha bem as palavras, porque esse “Matt bate” aí soou bem estranho! – falou, rindo

- Haha, é verdade, seu maldoso! – falei, pegando um travesseiro e jogando na cara dele

- Então, descobriu alguma coisa? Trouxe o que você pediu – perguntou, se livrando do travesseiro e mostrando o fandangos, o refrigerante e um mousse. – Obrigada. – peguei o mousse e comecei a comer, enquanto explicava pra ele o que havia deduzido por enquanto.

- Hmmm... interessante...

- Né, segui minha intuição... – falei, dando mais uma colherada no mousse – Brincadeirinha. – deixei o mousse de lado, peguei um pequeno caderno preto na pasta – Mas, de qualquer forma, são apenas pequenas hipóteses, nada muito importante... mas a questão é que aí pode estar a raiz de tudo, certo?

- O que é isso?

- Nada mais nada menos que o diário secreto da adolescência do Lucas sei lá o quê – respondi, voltando ao bendito mousse

- E o que tem aí?

- Anotações, ora essa... Nossa, você pergunta demais garoto! – resmunguei – Devem ter invadido o quarto dele pra conseguir isso, ou então ele próprio foi jogar fora junto com outras coisas velhas e alguém catou pensando ser algo importante, o conteúdo dessa pasta custou uma nota, sabia?

Ele ficou em silêncio, examinando as páginas do diário, uma a uma. Haviam alguns borrões de tinta e manchas que impediam a leitura de algumas frases curtas, mas nada que atrapalhasse. Fiquei encarando seus olhos castanho-avermelhados por longo tempo. Terminei de comer meu mousse, ele folheava o caderno calmamente.

- O que foi? – perguntou, finalmente. Provavelmente havia se sentido incomodado por eu o estar encarando

- Nada. Só estava tentando descobrir o que você conseguiu deduzir até agora... – ajeitei a touca no cabelo

- Pois pare com isso, já ta irritando – ele suspirou – Seu olhar parece ler as pessoas, você não sabe qual é a sensação de ter todos os seus segredos descobertos

- Então você tem segredos, hmmm – ajeitei de novo a orelhinha da touca e comecei a explicar o que havia conseguido nas primeiras páginas, e o nome daqueles, ou melhor, daquelas, que poderiam ser minhas primeiras suspeitas, até que ouvi o estômago dele roncar. Olhei para o relógio, já quase três da tarde. Geralmente meu relógio da fome não é muito bem regulado já que vivo comendo besteira o dia inteiro praticamente.

 _Já comeram algo desde que acordaram?

_Bem, na verdade não, só Mello que está lá comendo chocolates.

_Oh merda, vou lá comprar comida. – ajeitei a orelhinha na touca e me levantei

_Eu vou junto – falou, levantando-se. – Tenho que garantir sua segurança.

_Obrigada. – respondi, sorrindo

Tikara narrando

 Eu poderia passar o dia inteiro descrevendo o sorriso da Miruku, mesmo sem estar apaixonado por ela. Apesar de fofa, gentil e inteligente, ela é meio infantil, e uma coisa que acho importante numa pessoa é maturidade, principalmente quando se tem quase 17 anos, como ela.

 Algo me diz que ela quer chamar minha atenção, às vezes ela é madura nas investigações, como uma adulta, mas em outras, é tão infantil, que me pergunto se estou do lado de uma quase-adulta com inteligência avançada ou de uma garotinha de 5 anos.

 Às vezes ela chega ao ridículo ponto de chamar os outros de “tio” e reclamar de que quer iogurte de morango no meio de uma investigação.

 Ao mesmo tempo, a admiro muito, e por isso resolvi protegê-la, ela é a pessoa mais inocente que já conheci na vida.

Mello narrando

- Chegamos – disse Miruku, entrando com Tikara, que carregava alguns pacotes

“Sério? Achei que ainda estivessem lá”, pensei, mas resolvi engolir a ironia ocupando meus lábios com um sorriso sarcástico

 _Não precisa mais passar fome, Madonna! – disse Tikara, pondo os pacotes em cima da mesa

- Não chame ele assim, Tikara, ta na cara que ele prefere ser chamado de Mell-kun.

- Mell-kun? – falei, quase gritando, enquanto corava, parecia um apelido íntimo demais, sei lá

- O que foi? Mell-kun não gostou do novo apelido? – ela falou, se aproximando – Ou seria melhor Barbie mesmo?

Aquele maldito conjunto de sorriso e olhos inocentes! Merda! Ela pareceu perceber o quanto eu estava corado, apesar de isso não ser muito comum.

-Bem, eu e Matt vamos buscar algumas coisas antes de almoçarmos! Se cuidem! – gritou Tikara, passando pela porta

- Tudo bem, Tikara-san! – Miruku respondeu, docemente – Então, Mero-kun, do que prefere ser chamado? Mell-kun está de bom tamanho? – se aproximava mais, até que me recostei no sofá e deslizei um pouco, e ela se curvou mais sobre mim, olhando diretamente nos meus olhos – Seus olhos são tão azuis, Mero-kun! – ela falou meio baixo

Por um momento achei que perderia todo o maldito auto-controle, merda!

- Quer morrer? – perguntei, me segurando ao sofá e tentando afastar todos aqueles pensamentos da mente

- Mell-kun está nervosinho. – falou, tentando parecer séria, e logo depois fazendo biquinho – Já me decidi como vou chamálo: Mell-kun, mas só quando estivermos sozinhos, ta? – mudou a voz na última frase, e senti um frio na barriga, a respiração um pouco acelerada.

Começou a rir e se afastou de mim.

-? – minha cara devia estar parecendo um ponto de interrogação corado, com certeza.

-O que pensou que eu ia tentar fazer, Mell-kun? Hahaha – disse ela, rindo pacas.

 Levantei com uma expressão mortífera no olhar. Fui aproximando, e ela dava passos pra trás, até colar na parede. Segurei-a pela blusa e armei um braço, como se fosse dar um tapa nela, mas baixei a mão, nunca faria uma coisa dessas.

 A seguir, os acontecimentos foram bem rápidos: ela cortou o dedo em uma pontinha de prego na parede, que antes devia servir para prender qualquer coisa (maldita casa velha!), acabou fazendo uma careta de dor (que mesmo sendo careta, continuava fofa!), a porta abriu na hora errada, ela deu um gemido por causa do corte.

A cena a seguir era: ela com uma expressão de que aos olhos de quem chega pode ser “maldada”, eu com uma mão segurando sua blusa, e com a outra mão, segurando a mão dela, um pouco próximo a seu corpo.

- O QUE É QUE TÁ ACONTECENDO AQUI? – perguntou Tikara, intrigado

_Estamos atrapalhando alguma coisa? Porque se estivermos, vamos embora, e... – falou Matt, aparecendo num canto da porta

- Nada disso, se eles quiserem fazer qualquer coisa, que vão pra outro lugar – disse Tikara, entrando, parecia meio nervoso.

Tratamos de nos afastarmos um do outro.

-Foi um mal entendido, não sejam irritantes – falamos ao mesmo tempo

-Então explica o barulho que ela fez, mané! – le wild Tikara atacando

-Ah, eu queria dar um susto nela, ela se colou na parede, machucou o dedo, daí a cara que ela fez, e você sabe que a Miruku “mia” por qualquer coisa! Então peguei a mão dela pra ver o corte – expliquei, nervoso

- Vamos ver se isso é verdade – disse, pegando o dedo dela, com muita delicadeza – É mesmo. – pegou um remédio e um curativo pequeno, e pôs no dedo dela, sobre o machucado, ele parecia meio aliviado por não ter acontecido nada

- O que vocês trouxeram? – perguntei, tentando mudar de assunto e apagar pra sempre de nossas memórias o que havia acabado de acontecer ali

-Ah, isso? – perguntou Matt, apontando uma pequena sacola – são peças – ele sorriu – achamos que poderia ser útil montar algo que fosse usado na investigação

-Escutas, câmeras, receptores... – completou Miruku, segurando uma peça e observando – Realmente, vai ser de grande ajuda! Obrigada!

Olhei para o chão por um momento.


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Notas finais do capítulo

Podem imaginar a aparência do Tikara um pouquinho parecida com a do Akise Aru (Mirai Nikki).
Ficha do Tikara:
Nome: Tikara
Sexo: Masculino
Altura: 1,71 m
Peso: 57 kg
Cor do cabelo: cinza
Data de nascimento: 28/02
Ocupação: Ajudante de investigações
Rivais: Todos que tentam fazer mal à pessoas inocentes
Gosta: Proteger pessoas importantes para ele, mecânica, construir coisas
Não gosta: Infantilidade, pessoas nervosas e estressadas demais, quando algo dá errado, pessoas que se acham
Signo: Peixes
Idade:Por volta dos 18 anos.
Até a próxima!