_Sei muito bem, Toshimoyo – disse Miruku, antes de colocar o telefone de volta no gancho.

_Quem era? – perguntou Mihael, assim que ela desligou

_Com licença, preciso ir até a estação de metrô, ok? Tikara poderia ir comigo, onegai?

O rapaz de cabelos cinzentos levantou do sofá – Claro que posso! – Ótimo!

Os dois saíram pela porta, e foram andando pelas ruas silenciosamente. Miruku parecia nervosa.

_O que foi? Porque está tão ansiosa?

– Não é nada. Na verdade, estou meio preocupada com as informações que a Toshimoyo consegui. – abriu o jogo, percebendo que não conseguiria esconder nada do amigo.

–He, são tão importantes assim?

–Exato. – disse ela, ajeitando a orelhinha da touca – nossa investigações depende disso. Se for como eu pensei, teremos dado um grande passo, pelo contrário, podemos até voltar pra casa.

– Voltar... pra casa?

– Retornar ao Japão, a Inglaterra, a Wammy’s House, seja onde for.

Tikara narrando

Eu não gosto de ver minha Mirukuzinha triste, me sinto mal por isso. Somos amigos desde pequenos e desde então eu tenho cuidado dela como se fosse uma irmãzinha, e de certa forma ela cuida de mim.

Fomos andando mais em silêncio até chegarmos à estação. Avistamos uma garota um pouco mais velha que a gente, pálida e de cabelo castanhos e curtos, que segurava uma pasta e parecia impaciente.

– Vocês chegaram!

– Imagina, estamos na casa da minha avó Cleonilde!, disse Miruku, com um sorriso sarcástico

–Nossa, que ingrata... – resmungou a garota, entregando a pasta – Não perca isso por nada, nem deixe ninguém pouco confiável ver. De preferência só abra em casa.

– Tudo bem. Obrigada. – ela se curvou, agradecendo, mesmo não estando no Japão.

Voltamos rapidamente pra casa. Miruku se atirou no sofá onde milagrosamente Mello não estava e abriu a pasta, lendo os papéis na maior velocidade. Passou os olhos pelas letras e em instantes já tinha o resultado esperado. Mesmo assim, ajeitou-se, cruzando as pernas como sempre fazia, e estudou tudo com calma.

_ É isso! – exclamou ela, sorrindo – É ISSO!

_ O que foi? – Matt e Mello entrando na sala

_ É como eu imaginava, se seguirmos estas pistas resolveremos este caso rapidinho!

_ “Rapidinho” em quanto tempo? – perguntou Matt

_Duas... três... – disse ela, com os dedos na boca e olhos no teto – semanas ou meses. No máximo 4 meses!

Mello suspirou e se sentou em um dos sofás.

Narração normal

Tikara: Então, o que tem aí?

(Recomendo que leiam essa parte com a theme song que escolhi para a fic: http://www.youtube.com/watch?v=rKpwIAP5Wu4)

Miruku: Muito bem, vamos às explicações: eu pedi a Toshimoyo que me trouxesse informações sobre as mortes das vítimas e sobre as tais, se havia alguma conexão entre elas... Vocês sabem, meu estilo de investigação é bem diferente – falou, com um sorriso

– Vejam só isso – disse ela, espalhando os papéis sobre a mesa – Duas das vítimas tem o mesmo sobrenome. E, nesses relatos mais detalhados, diz que 8 das vítimas tinham uma ligação com Lucas Ferreira de sei lá o quê, ligação direta ou próxima, inclusive uma delas era sua filha mais velha. Oito delas também morreram por sufocamento, podemos deduzir que estamos lidando com o mesmo assassino, ou então, o mesmo grupo de assassinos, matando pelos mesmos motivos, eu acho... – fez uma pausa – Aqui, tem umas fotos dos corpos das vítimas, mas não tive coragem de olhar. Mello, narre pra mim, por favor, vocês estão mais acostumados com isso do que eu – entregou umas fotos à Mello e Matt.

– Oh! Isso é realmente feio – disse Matt – Hum... todas sufocadas... Cinco com saco plástico na cabeça, três com um tipo de pano no rosto, e um com um troço qualquer enfiado no nariz... Que estranho...

Miruku pareceu pensativa, ajeitando as orelhas de gatinho – Fora isso, mais alguma ligação entre eles?

– Tem... um tipo de letra riscada com faca e sangue neles. Dois na perna, 2 no braço, um no rosto, todos com a letra V. O resto ta do outro lado do corpo, não dá pra saber.

– Ô Mello, uma das garotas ta sem a blusa ‘-‘

– Passa isso pra cá – disse ele, pegando a foto – Credo cara ‘-‘

Tikara: Ué Mello, ta torcendo pro outro time?

Mello: Olhe isso e tire suas próprias conclusões – entregou a foto à Tikara

Tikara: Eita, isso deve ter doído...

Miruku: O que foi?

Tikara: Tem um corte na garota, parece um V, começa na metade das costas e termina em uma das pernas...

– Acha que abusaram dela?

Miruku: Parece que não... Hum, até porque, apesar de estar sem blusa, não há nenhuma outra indicação disso... E tenho a leve intuição de que foi uma assassinA, e não um assassinO.

_ Pediram exame médico?

Miruku: Isso eu não sei, preciso pesquisar mais... pode ser um maníaco qualquer que decidiu matar geral pra descontar a raiva, ou alguém com seus motivos... Tikara, depois leva um lanche lá no quarto, por favor, tenho que estudar isso com calma, ok?

Não abram a porta, por favor – disse, pegando a pasta e subindo

Mello: Miruku... – sussurrou e deu um suspiro

To be continued