Narração Normal

 10 hrs da manhã. Sábado, num bairro qualquer do Rio de Janeiro. Numa casinha perto da praia, as janelas acabavam de serem abertas.

 _Merda, Miruku, fecha essas janelas. Tá entrando uma claridade do caramba!

 _Por isso mesmo, Mello. Nessa casa úmida, a única coisa que você vai conseguir são alergias.

 Outra típica discussão entre os dois, onde um dizia que seus olhos estavam incomodados e outro argumentava que não adiantava vir ao Brasil e ficar escondido sem ao mínimo apreciar a paisagem.

Um rapaz ruivo surge de um dos quartos, na pequena sala, se espreguiçando.

_Ohayou minna-san ¹ - disse o garoto de cabelos vermelhos

_Ohayou – resmungou o rapaz loiro

_O-ha-you Matt-kun! – disse a garota, animadamente

 - Cadê o preguiçoso do Tikara?

Miruku deu de ombros e foi trocar de roupa, pois ainda estava usando sua camisola cor-de-rosa. Deu um bocejo e subiu as escadas para o quarto.

Mello narrando

 Eu ainda não entendia porque raios estávamos nessa maldita casa! Planos da Miruku, claro. Tudo pra chamar a atenção daquele outro maldito! Só podia ser... Peguei uma barra de chocolate, me joguei no sofá e liguei a TV. Fui martelando os botões do controle remoto até encontrar alguma coisa que preste, e por sinal eu não entendia muito a língua.

 Matt estava concentrado naquela droga de jogo que havia comprado, e parecia muito interessado nisso.

_Viu só, Mello? Consigo jogar na versão em todas as linguagens disponíveis mesmo sem entender nada! – disse ele, matando o último chefão.

Miruku narrando

 Comecei a descer as escadas. Estamos nessa casa há um só dia, Rio de Janeiro, Brasil. Mello em tão pouco tempo já conseguiu arrumar mil tretas: com o pipoqueiro, com a vizinha, comigo, com Matt e até com o cachorro sem dono que dorme na esquina. Viemos para uma investigação (sugerida por mim). Quero muito aperfeiçoar meu talento de detetive, pra um dia, quem sabe, conseguir chamar a atenção dele. Viemos Mero-kun (Madonna, Barbie, Lady Gaga Genérica e mais o que quiser chamar), Matt-kun e Tikara-san. 

Matt narrando

Deixei o game portátil em cima da mesa e direcionei o olhar para as escadas, de onde Miruku descia. A garota estava usando uma camisa cinza com uma estampa de gatinho, sua touca de orelhinhas (eita mania), tênis rosa e um short que parecia ter sido comprado em uma loja infantil porém com tamanho adulto, além das pulseiras coloridas. Mello olhou também e ficou boquiaberto por alguns milésimos de segundos, observando a garota que descia aos pulos, resmungou que não importa em que país estivéssemos ela usaria as mesmas roupas de maluca.

_ E não importa onde estejamos, você vai sempre usar essas roupas de couro parecendo uma menininha! – replicou, como uma flechada que atinge seu alvo em cheio!

_O QUE? – ele cerrou um dos punhos

_Isso mesmo que você ouviu, Madonna!

_MADONNA? ORA SUA... – não teve tempo de terminar

O lindo casalzinho foi interrompido por Tikara, que descia as escadas e dizia um “bom-dia” meio robótico. Tikara é o “braço direito” da Miruku, um ano mais velho que ela. Tem cabelos acinzentados e olhos atingindo um tom mais castanho-avermelhados, viciado em engenharia e adora construir coisas. Acabamos nos tornando bons amigos (para desespero de Mello). Algo como ele constrói, eu programo (pegou mal isso aí? ‘-‘)

Tikara narrando

-Ohayou, Tikara-san! – disse Miruku, tenho uma leve suspeita há certo tempo de que ela gosta de mim, e inclusive ela acabou de parar uma discussão (com o Mello! Com O MELLO!), pra me desejar um bom-dia alegremente.

Uma das garotas mais corajosas que já conheci, e a única que acho que passaria semanas, meses, quem sabe até um ano numa casinha úmida no Brasil, junto com três rapazes e meio que cuidando de nós.

~agora a fic fica séria, narração normal

 O telefone toca. Matt, Mello e Tikara observam o aparelho enquanto Miruku corre pra atender.

_Eu atendo – cantarolou – Alô? Moshi moshi? Hello? ²

_Você vai vir buscar o pedido? – perguntou uma voz feminina do outro lado da linha – isso se você tiver coragem, é claro.

_Mas é claro que eu vou! – respondeu em voz alta – A que horas nos encontramos? – ela tremia um pouco enquanto segurava o telefone com delicadeza.

_Ótimo. Se possível, agora mesmo, você já sabe onde. – disse a voz.

To be continued