Estrela De Um Céu Nublado escrita por NallaTonks


Capítulo 3
Capítulo 3




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/299127/chapter/3

"Atores, modeletes, formadores de opinião, Wannabes de plantão

Foi lá no balcão, que um assistente de direção da novela das seis lhe prometeu uma figuração talvez"

 

~~~~~~~~~~~~~~~~~~~

 

  Fim do primeiro semestre.

  Finalmente.

  Finn saiu do prédio da AMDA com um enorme sorriso no rosto. As ultimas duas semanas foram as dos exames do semestre e elas não poderiam ter sido melhores. Suas notas não foram muito altas, é verdade, mas conseguira ficar um pouco acima da média e isso pra ele era inédito.

  Até mesmo em Dança.

  A ideia de pedir ajuda à Rachel realmente deu resultado, no fim ela mesma deu as aulas. É certo que as aulas não foram exatamente confortáveis já que o troglodita do namorado dela se recusava a deixá-la sozinha com ele e, quando achava que ele tinha tentando alguma coisa com Rachel durante os ensaios, no dia seguinte Finn não poderia ir a escola porque estava machucado demais que ninguém notasse.

  Mas por alguma razão nessas duas semanas Brody sequer tentou tocá-lo, nem mesmo uma única vez. Não que estivesse reclamando. Talvez bater nele tenha perdido a graça. O pensamento fez o sorriso de Finn aumentar.

  O caminho entre seu apartamento e o Avalon não era muito longo, por isso sempre ia a pé, gostava de andar pelas ruas de Los Angeles. A sensação de liberdade que sentia todas as vezes que se permitia uma caminha era magnifica.

  As pessoas, as cores, os prédios elegantes, até mesmo o leve transito que sempre existiria. Tudo era incrível.

  Era pouco mais de 16h quando chegou ao clube. Jason, o segurança tamanho 4x4, já estava em seu posto na entrada vestindo seu sempre impecável terno tweed azul marinho. Finn acenou levemente com a cabeça antes de entrar pela pequena porta bege. A entrada de funcionários.

  Faxineiros, eletricistas, mecanicos garçons e bartenders já estavam no local fazendo os ultimos ajustes e revisões antes da abertura dos portões público às 18h.

  — Hudson. Como vai? Parece feliz. - Tony, um homem de 26 anos que estava atrás do balcão arrumando os copos, chamou a atenção de Finn. Eles fizeram amizade na primeira semana de trabalho como barmans.

  — Eu estou feliz Tony. Acabei de pegar minhas notas. Eu passei no semestre. - Disse Finn com um sorriso torto no rosto enquanto se digiria a uma porta preta proxima ao final do grande balcão de mármore negro, com Tony o seguindo.

  — Que legal, cara. Eu disse que você conseguiria. Todas aquelas horas no seu apartamento te ouvindo reclamar que não entendia porque um ator tinha que saber dançar, comer e andar direiro valeram à pena, não é? - Tony procovou quando chegaram ao vestiario masculino.

  — Ha ha ha, é, valeram sim. - Finn pegou o seu uniforme - uma camisa social branca e um calça e sapatos pretos sociais - no seu armário e se trocou rapidamente. Já fizera isso tantas vezes que agora o movimento era quase automático. Como quando vestia o uniforme do time na escola.

  Ele e Tony voltaram para o balcão e conversaram sobre os jogos que tinham assistido na semana enquanto terminavam de arrumar tudo para mais tarde.

  Era noite de sexta e o clube estava cheio. Finn, Tony e outros três barmans se desdobravam para dar conta dos pedidos sem quebrar ou derrubar nada. Finn se atrapalhava um pouco com tantas bebidas para fazer ao mesmo tempo, mas conseguia se virar apesar de uma ou duas bebidas tirem alguns ingredientes a mais ou a menos.

  Estava no meio de um Sex In The Beach quando um homem alto, de pele clara, se aproximou do balcão. O cabelo preto, ligeiramente comprido e ondulado, bem tratado e as roupas de couro que pareciam caras lhe disseram que, assim como os outros frequentadores do Avalon, ele tinha algum dinheiro.

  Mas, diferente dos outros, sua postura não era superior ou arrogante. Ele quase parecia humilde quando se dirigiu à Finn.

  — Olá, rapaz. Um Dry Martini, por favor. - O homem falou tão educadamente que Finn se surpreendeu.

  — É pra já, senhor. - Disse finalizando o drink e entregando pra uma moça que esperava impaciente pela bebida.

  — Jesse.

  — Perdão? - Virou-se confuso para ele.

  — Me chame de Jesse. Jesse St. James. - Ele explicou e estendeu a mão para Finn.

  — Oh... - Apertou firmemente a mão oferecida. - Eu sou Finn Hudson.

  — Prazer em conhecê-lo, garoto. - Jesse lhe enviou um meio sorriso. - Você faz alguma coisa além de trabalhar aqui Finn Hudson?

  — Eu estudo na AMDA. Quero ser ator. - Finn disse com um sorriso que alcançava seus olhos castanhos brilhantes.

  — Verdade? - Jesse parecia surpreso. — E você se acha bom?

  — Mas é claro. Não tentaria algo tão difícil se não achasse que tenho chance. - Ele disse confiante quando terminou o drink e entregou a Jesse. Os olhos azuis examinavam Finn de uma maneira que o deixou incomodado.

  — Conhece a novela das seis da NBC, Finn? Days of Our Lives?

  — É claro. Sou fã dessa novela desde que comecei a ver TV. Minha mãe via comigo. - Finn respondeu animado. — Mas… Por que está me perguntando isso? - Ele estava realmente confuso. Era raro alguém puxar conversa com ele. Jesse era estranho.

  Jesse terminou o drink e entregou o copo para Finn antes de olhar seriamente para ele.

  — Eu tenho uma proposta para fazer à você, Finn Hudson.

  — Que tipo de proposta? - Ele olhou pra Jesse desconfiado.

  Será que ele é gay e está tentando dar em cima de mim?

  — O que acha de fazer um teste para figurante em alguns episódios de Days of Our Lives.

  Os olhos de Finn arreglaram de um maneira cômica fazendo Jesse rir.

  — V-você... O-o que? - Não conseguia pensar direito. Tudo ao seu redor parecia um borrão. Jesse tinha mesmo dito aquilo?

  — Eu sou sou assistente de direção e posso indicar atores para audições. Você estaria disposto Finn? - Jesse o olha como se pudesse ler a sua alma e ver nela a vontade de brilhar.

  Porra. É claro que ele quer. É tudo o que ele queria desde ainda estava naquele maldito ovo que era sua cidade natal.

  — E-eu... Eu quero. Você não sabe o quanto eu quero isso. - Finn queria pular o balcão e abraçar Jesse. Sentia o coração explodindo em seu peito.

 Uma chance. Sua chance. Finalmente acontecia.

  Jesse sorriu com a animação do rapaz a sua frente. Ele parecia prestes a soltar fogos de artifícios e correr pelo clube gritando e pulando de alegria.

  — Muito bem. Eu vou te dar o meu cartão. - Ele moveu a mão para o bolso interno da jaqueta de couro marron procurando o cartão. — Você sabe onde ficam os estudios da NBC? - Finn acenou freneticamente. Incapaz de falar.

  — Muito bem. Apareça lá na segunda. Às 7h em ponto. Pode fazer isso? - Outro aceno. — Ótimo. Eu vou indo. Boa noite, rapaz.

  Jesse deixa o pagamento da bebida em cima do balcão e vira as costas. Os olhos arregalados de Finn seguem o homem até que ele se perca na multidão. Ele pega a nota e só então percebe o cartão prateado ao lado.

Jesse St. James

Assistente de direção

Los Angeles, CA

  O sorriso de Finn não se apagou pelo resto da noite no clube e no caminho até em casa. Normalmente pegaria um onibus até o apartamento, mesmo sendo logo mais à frente, na esquina, pois era perigoso andar sozinho depois das 23h, mesmo em L.A. Ele não se importou desta vez. Estava feliz, mais feliz do que já esteve em toda a sua vida.

  Não lembrava de ter entrado no prédio ou de ter subido as escadas até o quinto andar, mas estava parado na porta 512 procurando as chaves na mochila.

  O sorriso em seu rosto foi morrendo aos poucos quando abriu a porta e se deu conta de que não estava sozinho.

  Parada proxima à janela da pequena sala, a figura intrusa olhou para ele com os olhos frios. Sem emoção alguma ao reve-lo.

  Exatamente como antes, pensou.

  O cabelo macio estava curto outra vez.

  Uma mexa grande cobria metade do rosto delicado que, de alguma maneira, parecia mais duro. Mais maduro.

  As botas de couro. O vestido de verão florido. A jaqueta jeans. O lenço vermelho ao redor do pescoço longo.

  Nada mudou. Mas ela parecia tão diferente.

  — Olá, Finn. - A voz suave e rouca o tirou de seus pensamentos. Ela olhava pela janela.

  — O que está fazendo aqui, Quinn?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Os EUA possem poucas novelas e uma delas é Days of our lives que eu tive que colocar em homenagem ao Joey Tribbiani e sua belíssima performance como Dr. Drake Ramoray.
Obs.: Ela passa às 13h nas verdade, mas eu alterei o horário para bater com a frase do inicio do capitulo.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Estrela De Um Céu Nublado" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.