Devaneios Insanos De Uma Julieta escrita por Rocky Scarlet Fernandes


Capítulo 7
Capítulo Final - O lado bom da vida


Notas iniciais do capítulo

[ Heey, não fiquem tristes! #surpresa ]
Haverá sim um capítulo bônus, ou dois quem sabe, não tenho ideias ainda, mas estava pensando num bônus com ponto de vista da Lexy, ou do Luke. Não sei exatamente.
~ Ah, querem saber o nome do 1º bônus? ~ É:
A anjinha, o guerreiro e a flor.
Meio louco, mas vocês saberão o porquê.
BEM, esse capítulo contém cenas fortes, então se não quiser ler coisas pervertidas, já que nem todo mundo é como a Lexy, não leia. Ou leia, afinal eu não mando em ninguém aqui :P '
Boa leitura !



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Continuação PDV Charlie

Anny mantinha seu rosto abaixado, e eu ainda não tinha a visto respirar, nem cuspir mais sangue. Ela não! Saí correndo para desamarrá-la, sentindo seu corpo cair sobre meus braços. Ela estava fria.

“Ajudem!” Gritei. Ela ainda estava viva. Lexy veio correndo até ela e eu percebi que Luke ainda estava desacordado, seria ele então? Não. Não era.

Eu percebi no exato momento que levaram o cara mal encarado para longe, havia uma reentrância em sua têmpora, no mesmo local que atingi com a pedra. Não era difícil perceber que não tinha mais nenhuma vida dentro daquele corpo. Bill chegou apenas para ver uma descontrolada Karen rindo a toa.

“Ela não vai sobreviver, bando de idiotas!” Ela gritou. Bill correu até onde eu estava e pôs sua mão no rosto da Anny, o contraste entre o quente e o frio a fez franzir levemente a sobrancelha. “Viva” Disse apenas, minha voz quase num sussurro enquanto eu segurava o corpo quase imóvel dela. Bill olhou para Karen “Sua cobra! Eu devia ter escutado minha filha” Ele disse. “Mas não ouviu, velho estúpido!” Ela simplesmente disse. Seu braço estava sangrando, assim como sua boca. Seus dentes manchados de sangue me deixavam com uma vontade de quebrar mais ainda a cara dela. Lexy estava com Luke, que tinha aberto os olhos levemente. “Eu matei aquele cara...” Disse com a voz embargada. Bill me fitou incrédulo. “Matou?” Ele perguntou. Os policiais olharam pra mim, podia sentir meus olhos ardendo, sentia minha pele começando a coçar por causa do sangue seco. “Eles... Eles iam matá-los. Eu não sei... Eu só...” Gaguejei enquanto continuava segurando o corpo de Anny, agora mais quente. “Legítima defesa?” O policial perguntou. Lexy e Bill confirmaram. Ele voltou sua atenção ao pequeno rádio, falando coisas que não fazia questão de entender. Karen ainda estava nos fitando e rindo. “Tirem ela da minha frente pelo amor de Deus, antes que eu quebre a cara dessa vadia!” Gritei olhando-a com raiva. Ela bufou. “Ui, que medinho”.

“Karen Dresch, você está presa por formação de quadrilha, tortura à menor e tentativa de homicídio” Ela apenas riu, não mostrando nenhuma manifestação de irritação, nem nada do gênero.

“Presa? Acho que não” Ela sorriu “Eu odiaria ir para a cadeia” Ela riu, seu cabelo ruivo desgrenhado devido à nossa luta reforçava a imagem de louca. O policial estranhou sua reação, mas quando a soltou para pôr a algema, ela tirou uma arma detrás dela e o apontou para mim.

“Se derem mais um passo eu estouro os miolos desse desgraçado!” Ela disse. “Mesmo que eu morra, vou poder me dar o gostinho de fazer um buraco bem no meio dessa cabeça!” Ela gritou. Bill a encarou, assim como eu. Anny acordou. Os policiais ficaram estáticos, ainda apontando armas para ela. “Abaixa! Abaixa as armas ou eu atiro nesse filho da puta!” Ela gritou novamente, as mãos tremendo sujas de sangue. Luke e Lexy estavam observando ela ao lado do cadáver do homem que eu matei. Isso soava tão estranho para mim. Os policiais abaixaram as armas. Pus Anny deitada no colo de Bill e levantei devagar.

“Onde pensa que vai! Vou atirar na tua cabeça, idiota!” Ela continuou gritando apontando a arma, agora com as duas mãos para minha cabeça. Desviei da mira dela e a agarrei pela cintura, caindo junto a ela. Mas ouvi o tiro.

Ela atirou em mim. Pude ouvir Lexy e – recentemente – Anny gritando.

“Acertei...” Karen disse. Ela se levantou, sem a arma. Mas foi alvejada pelos policiais. Observei o corpo cair junto ao meu, inerte, sem vida. Ela ainda tinha o sorriso debochado e psicótico no rosto. E eu tirei minha mão da ferida, apenas para vê-la coberta de sangue.

“Certo, agora temos quatro feridos e dois mortos” O policial falou. Logo a ambulância chegou. E embora eu estivesse ouvindo gritos de “Charlie”, que reconheci sendo de Anny, eu não conseguia manter meus olhos abertos. Não mais. Apenas conseguia ouvir vozes, gritos, e perceber que meus olhos se fechavam inconscientemente, nublados e vendo apenas uma luz que estava quase me cegando. “Três mortos?” Essa foi a última coisa que ouvi.

[...]

Pdv. Anny

Dor. Era o que eu estava sentindo. Essa sensação aguda estava me incomodando. E a preocupação com um Charlie baleado não me deixava ficar tranquila. A agonia de quase perdê-lo é quase insuportável perante a mim. Mas que droga! Como minha vida havia dado uma volta de cento e oitenta graus em tão poucos dias? Peça, Romeu e Julieta, Reconciliação, Beijos, Volta de Karen, Torturas, Cemitério, Mortes. É muita coisa para raciocinar. Obtive uma coragem que não sei onde consegui para apenas abrir meus olhos, sendo ofuscada por um branco, hospital. Eu estava em um hospital. Tinha certeza, podia sentir o cheiro, e ouvir os aparelhos, mesmo que minha audição não estivesse a melhor do mundo. E tinha uma pessoa ao meu lado.

“Pai” sussurrei acordando meu pai, que estava dormindo na cadeira dos visitantes.

“Oh minha pequena, me desculpe por não ter acreditado em você. Eu fui um péssimo pai, não é?” Ele disse acariciando meus cabelos, levemente, pois eu sentia um leve ardor nesse simples ato. “Pai esquece isso. Ela enganaria todos nós se eu e Luke não estivéssemos sendo...” Parei, não conseguia terminar de falar. Droga de dor. “Não se esforce muito” meu pai disse segurando minha mão levemente. “Pai, o Charlie...” Ele me fitou tristonho. “ O Charlie tá vivo?” Perguntei, temendo a resposta.

“Sim, está. Não se preocupe, logo vai vê-lo” Meu pai me acalmou. Ele fez carinho em minha mão. Senti lágrimas escorrerem de meu rosto. Eu fiquei com tanto medo. Tanto medo! Só o fato de eu estar me esforçando um pouco que seja para chorar já me causava náuseas. A enfermeira entrou no quarto.

“Então, a mocinha já está melhor?” Ela era loira e tinha uma cara de anjo. Parecia ser mais velha que eu só alguns anos. “Sim, muito melhor” Tentei me levantar, ainda sentindo dores. Meu pai me interrompeu.

“Não, não se levante” A loira se aproximou consertando meus travesseiros. “Meu nome é Lucy, Lucy Ashley” Ela sorriu docemente. “Oi Lucy” Disse baixo. “O Charlie... O garoto que foi baleado junto comigo, ele está nesse hospital? Ele está bem?” Perguntei ignorando as dores. “O garoto do quarto 234?” Ela perguntou olhando para meu pai, que assentiu. “Oh, ele ainda não acordou. Mas não há risco” Ela afirmou. “Quantos dias?” Perguntei. Ela pensou com cuidado o que iria me dizer. “Dois”. Gemi de insatisfação. “Está sentindo dores?” Ela perguntou sentando na ponta da minha cama. “Não, não” Neguei e fechei meus olhos. “Eu só queria vê-lo. Ver com meus próprios olhos que ele está bem” Disse. Então eu me lembrei. “O Luke? E o Luke pai? Ele tá bem, não está?” Respirei fundo “Ele desmaiou depois que... Que ela... OH MEU DEUS... Karen... Ela morreu não foi pai?” Disse. Meu pai olhou para mim com cuidado. Lucy observou-o e afirmou, dando a entender que ele poderia contar o acontecido para mim.

“Ela morreu sim. O Luke está bem, ele já teve alta. A Lexy está com ele em casa. O Charlie está bem, dormindo, fui vê-lo nesse instante, batimentos cardíacos normais. Em breve ele vai acordar. A Karen e o comparsa dela morreram. Os dois. Charlie acertou a cabeça dele com uma pedra” Eu arfei “Ele o matou?”. Meu pai afirmou. “Sim, mas foi dado como legítima defesa” Me acalmei um pouco.

Charlie assassinando alguém é algo que não consigo me acostumar. E não consigo imaginar. “Eu não consigo acreditar que ele matou alguém” Suspirei. “Nem ele sabia. Quando os policiais afirmaram que havia um morto, ele pensou que tinha sido você” Meu pai disse. Arfei. “Deite Anne, se acalme. Logo estaremos em casa”. Solucei. “Charlie mora sozinho pai. Ele vive sozinho” Disse lembrando-me de sua casa, sempre tão silenciosa. “Sozinho? Ele não odiava silêncio?” meu pai perguntou. Confirmei. “Sim, ele odeia”.

[...]

“Faz uma semana que tive alta do hospital. Já estou me sentindo melhor, verei o Charlie hoje. Meu pai havia contratado uma enfermeira para cuidar dele, e confesso que fiquei com ciúme, por essas e outras meu pai decidiu que ele passaria algum tempo conosco. Particularmente me senti muito melhor quando soube que ele viria morar com a gente. Papai percebeu isso, porque ele ficou até mais alegre. Suas roupas sempre sóbrias estavam com tons mais claros. E eu ficava feliz por ele. E feliz porque eu iria ter meu Romeu de volta. Preciso parar de escrever agora, pois meu irmão está me chamando para tomar café, e não saí do quarto desde que acordei”.

Fechei meu notebook e levantei ainda com um pouco de dificuldade. Vesti uma camisa folgada por cima das minhas roupas intimas e desci as escadas devagar. Pude ouvir risos e conversas altas.

“Tá melhor, Charlie?” Ouvi a voz da minha melhor amiga. Desci as escadas o mais rápido possível, só para ver que havia um garoto de cabelos pretos sentado à mesa com meus familiares. Charlie.

“Charlie!” Gritei e corri, ele se virou e levantou, abrindo os braços para receber meu abraço. Mas tossiu um pouco quando eu o alcancei. “Vai com calma Anny, eu ainda não to 100% recuperado” Sorri o beijando. Levemente tocando nossos lábios, parecia uma eternidade que não o beijava. Minhas mãos se perderam em seus cabelos pretos e ele me rodopiou com um pouco de dificuldade. “Senti tanto sua falta” Ele disse enfiando seu rosto na curva do meu pescoço. Sorri entre minhas lágrimas. “Você nem imagina o quanto eu senti” Disse balançando minha cabeça. Então percebi que sua camisa quadriculada estava aberta, e tinha um curativo. “O local da...” Ele me interrompeu. “Não me lembra disso” Concordei e me preparei para sentar à mesa. Esqueci por alguns segundos que só estava com a camisa até meu pai pigarrear e direcionar seu olhar para minhas partes baixas e minha calcinha do Batman.

“Ops...” Disse. Luke riu “Nem está tão ruim, é quase to tamanho de um short” Ele sussurrou. Cruzei meus braços sobre meu suéter vermelho. “Não é nada grande”Meu pai examinou. “Parem. Estou me sentindo como um pedaço de carne no açougue” Disse nervosa. “Essa é a nossa Anne” Meu irmão disse. “Brinde”.

[...]

“Ainda não fiz o pedido oficial não é?” Charlie disse me observando ainda com seu olhar demonstrando um pouco de dor. Corei profundamente e meu pai ajeitou os óculos de leitura. “Pedido oficial? Tem certeza que quer mesmo se meter com esse problema?” Ele disse. Poxa, obrigada pai.

Então ele se levantou, pigarreou e se ajoelhou ao meu lado. Ouvi Luke sussurrar. “Que gay” e Lexy dar um tapinha em seu ombro. “Annelise Benson, senhorita chata, impertinente, nervosinha...” Eu estava começando a me irritar com esse discurso. “Perfeita, maravilhosa, e o melhor... Minha” Ele disse isso olhando em meus olhos “Está cometendo um erro, meu irmão!” Luke gritou. “Quer errar comigo?” Ele perguntou. “Quê?” Charlie balançou a cabeça, raciocinando. “Quero dizer... Quer namorar comigo?” Ele perguntou ainda segurando minha mão. Pulei em seu pescoço, caindo os dois no chão. “Ai... Isso é um sim?” Ele disse ofegando. “E você ainda pergunta?” Falei sarcástica. Meu pai olhou-o sério. “Alguém está encrencado...” Lexy cantarolou e foi para a cozinha. Luke virou rapidamente, mas logo lembrou que Karen não estava mais aqui. Mas mesmo assim a seguiu até a cozinha, nem quero imaginar o que eles fariam lá dentro. Então, eu estava oficialmente namorando Charlie. Era surreal até dizer isso em mente.

“Meu namorado...” Sussurrei e ri “É estranho falar de você assim” Disse. Ele sorriu “É, sim” e coçou seu cabelo, me ajudando a levantar. Meu pai sorriu. “Bem vindo à família... Aliás, você já fazia parte dela há muito tempo, não?” Ele confirmou olhando para nós dois. “Juízo!” Ele levantou-se “Bem, vou dormir. Estou sem uma boa noite de sono tem uns sete dias”. Ele choramingou.

Charlie sentou no sofá. “Já consigo me movimentar melhor” Ele disse me pondo para sentar em seu colo. “Tem certeza?” Perguntei. “Não era para eu lhe perguntar isso?” Ele sorriu divertindo-se com meu comportamento. “Ah, droga Charlie. Porque você tem que ser assim?” Perguntei me aproximando dele. Podia sentir sua respiração. “Assim como?” Ele perguntou.

“Irresistível” Carreguei no R, fazendo um falso sotaque. Ele gargalhou. Aproximou-se lentamente de mim, sua língua passeando em meus lábios suavemente. Gemi baixo e o puxei, precisava de mais que somente sua língua. Começamos um beijo apaixonado, único, talvez um dos que mais senti arrepios. Não consigo descrever como nossa sincronia era perfeita. Minhas mãos percorriam seu corpo com desejo ardente e insaciável. Ouvi-o gemer de puro prazer, era uma sensação tão boa proporcionar isso a ele. “Gosta disso Charlie?” Perguntei-lhe. Ele me encarou “Nem pense em parar” e riu suavemente. Como eu estava sentada em cima dele, conseguia sentir seu corpo contra o meu e cada parte sua ansiando por mais contato. Pude sentir seu sexo latejar sob mim. Era a primeira vez que o sentia nesse estado, sem pensar muito, me apertei contra ele, fazendo Charlie gemer novamente. Hm, era realmente bom escutá-lo. Palavras incoerentes saiam de minha boca enquanto percebi que as mãos dele subiam pelas minhas coxas.

“Caham” Minha alegria foi por água abaixo. Luke e Lexy haviam entrado na sala e estavam estáticos observando a cena. Permaneci sentada em cima dele e escutei-o praguejar. “Vão pro quarto!” Luke cantarolou. Ri histericamente. “Ok!” Puxei Charlie, evitando que ambos vissem o volume na calça dele.

Ao chegarmos a meu quarto, eu comecei a andar, nervosa.

“Hey, calma” Ele se aproximou de mim, segurando minha cintura. E eu podia sentir seu membro nas minhas costas. Droga, qual seria o tamanho? Balancei minha cabeça para espantar os pensamentos obscenos. Nem parecia que estávamos nos agarrando no sofá tão vorazmente. Agora eu estava tão envergonhada que não conseguia nem encará-lo. Ele levantou meu queixo suavemente e beijou meu pescoço. Virei e o empurrei na cama, ficando por cima dele, por mais que eu estivesse com vergonha, eu queria fazer isso, eu queria tocá-lo. Ele me encarou, seus olhos cheios de luxúria. Voltou a apertar minhas coxas, iriam ficar marcadas.

“Droga Charlie...” Falei enquanto mordia meus lábios para não gemer novamente. “Deixa, eu quero te ouvir gemer, meu amor” Ele disse. Soltei a pele da minha boca quando ele falou isso e ofeguei. Meu amor? Encarei seus olhos. Eu queria dormir com ele, ser a mulher dele, a única. Senti-lo dentro de mim. Mas... Ele estava machucado, ele não podia se esforçar tanto. Pra falar a verdade, ele já está se esforçando. Gemi novamente quando senti pressionando-o em mim, puxando minha cintura contra ele. “Eu quero sentir...” Ofegamos juntos. Ele me encarou. “Tem certeza?” Sorriu com um pouco de dificuldade. “Sim, tenho!” respirei fundo. Ele segurou minha mão e a colocou em cima do zíper da calça. A desci, deixando uma cueca Box preta visível.  “Já disse que adoro cuecas pretas?” Beijos no pescoço. “Não” Essa resposta saiu como um gemido. “Tem certeza que nunca fez isso?” Ele perguntou seus cabelos pretos caindo quase nos olhos devido ao suor. Pus minha mão suavemente em cima dele. Gemi, “é tão duro”. Ele gemeu também, era tão bom, e tocá-lo foi tão incrível. “Hm, continua Anny” Ele jogou a cabeça para trás e gemeu quando o toquei novamente. Suas mãos que estavam apertando minhas coxas subiram, ele estava apertando minhas nádegas. Gemi novamente. Droga, eu ia ter um troço em breve.

“Ah Anny...” Ele disse e eu desci sua cueca. Não cheguei a olhar, mas o senti em minha mão. “AH...” Charlie gemeu, suas bochechas estavam vermelhas. Eu achei tão adorável e ao mesmo tempo excitante. “N-não... Eu vou acabar g-gozando” Ele gaguejou. “Gozar?” Perguntei-lhe. Ele assentiu. “Isso é tão bom...” Ele acariciou meu corpo e eu o dele. E nos beijamos. E foi tão lindo. Dormimos lado a lado, eu aconchegada em seu peito e ele acariciando minhas costas, que tinham sido despidas do meu suéter e eu estava apenas de lingerie, com minha calcinha do Batman.

“Eu queria mais” Sussurrei comigo mesma, mas ele escutou.

“Eu sei” Ele ofegou “Mas não consigo ainda... É muito esforço” Ele sorriu triste. Corei quando percebi que havia dito que queria transar com ele em voz alta. “Não fique assim... Eu sei que sou sensual” Ele gargalhou.

“Idiota” Disse acariciando seu tórax.

“Eu te amo, sabia?” Ele disse me encarando. Olhei em seus olhos. “Sei, e eu também te amo!” Mais beijos. Mordiscadas, carícias. E uma pressão em mim.

“Você é rápido” Eu disse.

“Não pra tudo” Ele sorriu malicioso. Dei um tapinha em seu ombro. “Pervertido”.

[...]

Dois meses depois.

Piquenique com o Charlie, dia 28 de dezembro. Um lugar lindo, um jardim com flores tão coloridas e cheirosas. E ainda por cima com ele. Eu estava decidida a fazer uma coisa que eu queria fazer a muito tempo. E ele sabia, por isso eu estava quase hiperventilando. Mas não iria deixar que essa sensação me fizesse mudar de ideia, não mesmo.

“Está bem?” Ele me perguntou, ele havia cortado o cabelo, estava um pouco curto, mas eu gostava. Ele estava me encarando, uma blusa quadriculada (ele ama esses troços) por cima de uma camiseta branca. Nos beijamos e fizemos nosso piquenique. O aroma das flores se espalhava por toda a extensão do campo, meu Deus, era tão bonito. Havia uma ponte de madeira e no lago algumas flores caídas davam um toque perfeito à esse lugar.

“Quem te mostrou esse campo?” Perguntei. Ele parou de comer o sanduíche, ainda com a boca suja, uma visão bem cômica dele, eu diria. “Ah, eu o achei sem querer. Andando por aí, acabei chegando aqui, não é lindo?” Ele disse com seus olhos examinando minhas expressões. Sorri calorosa. “Claro, é muito lindo!” Suspirei. Tudo parecia tão calmo que fiquei com medo de que fosse apenas um sonho e que logo eu estaria de volta no inferno. Mas dessa vez não era um sonho, tudo tinha acabado e eu estava tão feliz, como não era há tanto tempo. 

Chegamos em casa, gritei procurando Luke e meu pai, mas eles tinham saído. Lexy não estava mais aqui, e suponho que meu pai não sairia com Luke e Lexy juntos. Ou seja, não tinha ninguém em casa. Bufei e saí, indo para a casa do MEU NAMORADO. Depois de tanto tempo eu ainda achava estranho me referir a ele como meu namorado, mas era muito bom, quem estou querendo enganar?

Ele tinha preparado uma surpresinha para mim. Cheguei à casa dele e estava tudo quieto, apenas com uma música no fundo e as cortinas abaixadas, deixando a casa meio escura, sem ser por uma iluminação pequena na sala, no chão tinha um caminho com símbolos do Batman. Pareciam ser adesivos. Que romântico. Pensei irônica. Mas de qualquer forma, eu adoro Batman, então pra mim é romântico sim.

Segui o caminho e vi que ele dava ao quarto do Charlie. Meu Deus, eu estava hiperventilando muito. Tentei me lembrar de como respirava. Você puxa o ar pelo nariz e o solta depois. Mas eu estava respirando pela minha boca, quase arfando. Parecendo um cachorrinho que participou de uma maratona.

Abri a porta e ele estava sentado na cama.

“Oi... gostou?” Ele disse apontando para si mesmo. “Muito” Pulei em seu colo, já sem meus sapatos. Ele sorriu malicioso. “Você não viu nada” E voltou a me beijar.

Ele me deitou em sua cama, com beijos sendo depositados em todo meu corpo. Arqueei minhas costas quando senti sua boca beijar meu quadril. E mais, muito mais...

Ele tirou minha camisa cinza e a jogou em algum canto, e fiz o mesmo com as camisas dele. Seu tórax exposto era uma visão privilegiada pra mim. Ele depositou beijos entre meus seios. Droga, não faz isso.

Gemi e puxei sua nuca. “Ah Anny...” Charlie falou ofegante. Ele tirou meu sutiã e eu pus meus braços defensivamente em cima dos meus seios. “Não... Eu quero vê-los...” Ele sorriu beijando meu pescoço, descendo na curvatura do ombro e chegando entre meus seios. Droga, eu estava morrendo de vergonha, mas mordi meus lábios pra não gemer novamente. Minha vez e arranquei – literalmente- sua calça e pus a me a perder entre seus beijos.  Tirei sua cueca e ele fez o mesmo com o resto de minhas roupas intimas. O choque de nossos corpos, sem as roupas, me trouxe uma sensação prazerosa. Suas mãos acariciavam meu corpo lateralmente, tão carinhoso. Arqueei minhas costas, ficando ainda mais perto dele. Nossos corpos se encaixavam perfeitamente. “Hm...” Gemi novamente depois que ele me tocou. Mais beijos, de todos os tipos, selvagens, doces, carinhosos.

“Anny... Você quer mesmo?” Ele perguntou.

“Não ouse mudar... de ideia” Ofeguei enquanto o encarava.

Ele sorriu e mudou nossas posições, se sentando na cama e me pondo em cima dele. Fiquei muito envergonhada. “Não fique assim, você é linda” Ele disse me beijando. Eu não estava com medo, nem nada do gênero, apenas estava feliz, com uma pontada de vergonha, mas nada muito sério.

Gemi com uma dor que teimava em aparecer, talvez pela minha virgindade. Arranhei suas costas e ele gemeu.  Um movimento de vai e vem me lembrava de que eu precisava respirar. Eu era dele e ele era meu. E nada mais ia mudar.

[...]

Eu queria que você soubesse que

Adoro o jeito que você sorri

Eu quero te abraçar forte

E levar sua dor para longe

Eu guardo a sua fotografia

E eu sei que ela me faz bem

Eu quero te abraçar forte

E roubar sua dor

“Você vai me deixar novamente?” Ele perguntou enquanto eu o encarava. Seus braços faziam desenhos nas minhas costas, dos quais eu não conseguia decifrar o que era. Eu suspirei e sorri. “Nem em mil anos” Respondi convicta“Isso foi meio insano de se dizer”. Ele sorriu após eu revirar meus olhos.

“Temos maneiras muito mais insanas de tratar o amor” Ele disse me encarando. Respirei fundo. Ele tem total razão. “Está arrependido?” Perguntei. Ele ergueu uma das sobrancelhas, incrédulo com minha pergunta talvez.

“Eu pareço estar arrependido? Eu faria tudo de novo, e até pior” Ele gargalhou e me puxou para mais perto dele. “Estou me sentindo tão bem, eu sempre quis estar com você, mesmo que eu não admitisse” Sorri o encarando. Ainda estávamos deitados na minha cama. Sem nenhuma roupa. Ele respirou fundo, mas depois fez uma cara sapeca e respondeu convencido: “Eu sei que sou sexy”. Rimos os dois como duas crianças.

“Eu te amo, seu chato!” Disse.

“Você sabe que eu também te amo, minha Anny” Ele passou um de seus dedos sobre meu lábio e eu sorri novamente. Adorava quando ele me chamava de Anny. Mesmo que eu não seja fã de coisas possessivas. Ele não era exagerado, não tanto. “Hey, acho que esse é o primeiro conto de Romeu e Julieta que não termina em tragédia” Encarei o moreno à minha frente e ele bufou “Sempre há uma primeira vez” Ele respondeu.

Imaginei, se eu nunca tivesse pedido a Charlie para recomeçar, como estaríamos hoje? Não. Não quero pensar nisso. Eu não vou estragar esse momento com meus devaneios insanos. Insanos, claro. Esse momento é único pra mim. O sol fazia os olhos dele brilharem ainda mais. Fechei os meus e encostei minha cabeça em seu pescoço, respirando fundo e sentindo seu perfume. Senti suas mãos acariciando meus cabelos e sorri ainda mais. “O que está pensando?” Ele perguntou.

“Nada mais, só pensando em como esse momento poderia ser infinito”

“Quem disse que não é?” Ele sorriu.

Entrelaçamos os nossos dedos e ao virar para a janela, pareceu que as nuvens estavam formando um sorriso, parecido com o sorriso da mamãe. Então fechei meus olhos, lágrimas caindo de felicidade. Parecia que meu conto de Julieta havia acabado. Ah, mentira. Ele está apenas começando... Ainda tenho muito tempo para aproveitar esse lado, o lado bom da minha vida.


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Notas finais do capítulo

[Eeei, acabou? ~]
Será ? Será? Oooh, pena, agora só os bônus :3'
Comentem se gostaram, se odiaram, se leram, se não leram, se fez sol, se choveu, se viu anime, se leu um livro, não sei . Façam uma autora feliz ! *w*
Bye bye, e até os bônus!



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