I Wont Let It Go escrita por Vítorms394


Capítulo 12
Misery Loves Company


Notas iniciais do capítulo

Tenho que dizer umas coisas antes de vocês lerem.

Nesse tempo que fiquei sem postar perdi vários leitores. Não os culpo por desistir da minha história, mas quero que os leitores que continuaram saibam que nesse período de aulas eu vou me dedicar mais ao colégio. NÃO vou desistir da fanfic. Os capítulos podem demorar para sair, mas sairão! Agradeço a quem não desistiu de mim e da minha fanfic! E peço para os que desistiram que me deêm uma chance! Hahaha.

Bem, espero que não se importem com o tamanho do capítulo. Está bem grandinho hahaha!

O próximo capítulo VAI sair. Pode demorar, mas vai.

Espero que gostem :) boa leitura.



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O resto do dia transcorreu lentamente. Amy passou a tarde no médico e eu pude ter o privilégio de ver Max ser suspenso. Já que hoje é uma sexta-feira e ele foi suspenso por três dias, ficarei livre dele até quarta-feira da semana que vem. O simples pensamento me fez sorrir de satisfação.

Já era noite e eu estava deitado em minha cama ouvindo música. O vento frio entrava pela janela aberta e sacudia a cortina de tecido. Eu não conseguia dormir. Estava ansioso demais pelo amanhã. Nunca fico ansioso de verdade pelo meu aniversário porque não há nada de especial nele, mas nunca consigo dormir na noite que o precede. Esse será o meu décimo nono aniversário e até agora não consigo entender como o tempo passa tão rápido.

Pausei a música e fechei os olhos. Não demorei muito para cair no sono, o que não era normal. Quando acordei de manhã, pulei da cama e tomei uma ducha. Escovei os dentes depois de tomar café da manhã e vesti uma roupa qualquer. Entrei no quarto da minha mãe, mas ela não estava deitada. Procurei-a no banheiro, mas ela também não estava lá. Olhei em volta e enxerguei uma folha de papel em cima da bancada. Caminhei até ela e li a mensagem escrita com a caligrafia da minha mãe:

Estou fazendo compras no mercado. Não vou demorar.

Não faz mal. Assim tenho a casa só para mim até ela chegar. Desci as escadas rapidamente e peguei o controle da televisão antes de me jogar no sofá. Meu celular tocou ao longe e demorei pelo menos cinco minutos antes de me levantar e ir buscá-lo. Li as palavras na letra padrão pelo visor parcialmente rachado do celular:

Hey Logan, pode vir aqui em casa? Preciso de sua ajuda com uma tarefa de Física.

Não entendi o motivo pela qual Amy precisava da minha ajuda na tarefa de Física enquanto geralmente a situação é inversa. Peguei as chaves do carro e engatei a primeira marcha. Fiz o percurso habitual até a casa de Amy e estacionei o carro na vaga em frente ao portão.

Andei pelo caminho de pedras cinza claras até o degrau da varanda da casa da garota e toquei a campainha. Da última vez que estive aqui, o Sr. Dawson atendeu a porta em menos de dez segundos. Dessa vez fiquei parado em frente à porta durante aproximadamente três minutos. Toquei a campainha mais vezes, obviamente, mas ninguém apareceu. Decidi bater; e quando meu punho tocou a superfície de madeira, a porta deslizou para longe. Estava aberta o tempo todo. "Mas que perfeito tolo" pensei.

Empurrei a porta lentamente e botei a cabeça para dentro da sala escura. Não havia sinal de presença humana naquele lugar. Dei alguns passos e fechei a porta. Apenas um feixe de luz vindo da cozinha iluminava o cômodo. Estava tão silencioso que eu só conseguia ouvir o som da minha respiração.

- Amy...? – chamei.

Houve uma agitação na cozinha e o feixe de luz oscilou um pouco. Ouvi o som de cochichos que se cessaram no momento que a porta se abriu e quatro pessoas saíram alegres de dentro da cozinha.

Amy pulava e soltava serpentinas por toda a sala, minha mãe segurava um bolo com uma vela oscilante em cima dele, e os pais de Amy batiam palmas enquanto todos me desejavam parabéns. Não pude deixar de sorrir ao ver aquilo e me adiantei para abraçar Amy que ria alegremente perto de mim. Dei-a um longo abraço.

- Achei que nunca iria entrar... – ela brincou.

- Concordo. Deixamos a porta aberta para você não demorar... – disse minha mãe.

- Não faz mal! – disse Mary Dawson alegre.

O senhor Dawson se apressou para abrir as cortinas e logo o ambiente estava iluminado mais uma vez.

- Te desejamos tudo de bom! – disse o homem. Sorri para ele em agradecimento e Amy se apressou para me entregar um embrulho.

- O que é isso? – perguntei sentindo a textura do objeto.

- Abra – ela tinha um sorriso largo no rosto.

Me apressei em desfazer o nó e abrir o pacote. Puxei de dentro um livro. Não me decepcionei com o presente, pois afinal, Amy o comprou para mim. O problema é que eu não sou uma pessoa que lê muitos livros por vontade própria. Olhei para ela e agradeci, abrindo um leve sorriso.

- É um livro muito bom. Eu o li quando tinha a sua idade – disse Amy.

Franzi o cenho e ela riu.

- O li ano passado. Gostei muito e espero que goste.

Avaliei a capa. Havia escrito os dizeres "As vantagens de ser invisível" de "Stephen Chbosky". Li rapidamente a sinopse e sorri mais uma vez. Bem, se Amy gostou, obviamente é bom.

Passamos o resto da manhã conversando. Comi algumas fatias do bolo que minha mãe fez junto à senhora Dawson e ouvi os Dawson conversando sobre faculdade e empregos. A festa acabou depois do meu comentário desnecessário e nada proposital:

- Pretende entrar em qual faculdade, Logan?

- Isso é, se eu for aprovado esse ano.

O ar na sala parou e um silêncio congelante reinou.

Hmm... Vamos numa cafeteria, Logan? – Amy perguntou tentando desfazer a tensão no ar. Não tive intenção de causar aquilo, mas fui sincero quando disse. E se eu não for aprovado esse ano mais uma vez?

Assenti e me levantei do sofá. Minha mãe deu um longo suspiro e se pôs na ponta dos pés para me dar um beijo. Beijei sua testa e agradeci a festa aos pais de Amy. Quando entramos no carro e eu dei a primeira partida não demorou muito para chegarmos à cafeteria.

O lugar tinha aparência rústica. As paredes eram de madeira e o delicioso cheiro de café pairava no ar. As cadeiras eram de madeira também, com o assento acochado. Nos servimos de chocolate quente e pão de queijo, e nos sentamos numa mesa na varanda, rente à calçada. O vento batia em nossos rostos e o cabelo de Amy esvoaçava ligeiramente para trás. Ela o prendeu em seu coque mal feito e se serviu de pão de queijo.

– Você não sabe fazer um coque, Amy.

– E daí? O problema é meu – ela disse com ar cômico.

– Eu amo seu coque.

As bochechas da menina coraram e ela desviou o olhar. Bebeu um gole de chocolate quente e se virou para mim.

– Acha mesmo que não passará esse ano?

– Não sei.

– Porque disse aquilo? Estragou a festa – ela sorriu amigavelmente.

– Sinto muito. Não tive intenção. Sei que vocês tiveram todo o trabalho com aquilo e...

– Não se preocupe. Está tudo bem – a garota abriu um sorriso sincero e olhou para a bebida que rodava em sua xícara.

– Obrigado por aquilo.

Ela manteve o olhar na xícara e sorriu assentindo.

Me servi de pão de queijo e bebi um pouco do chocolate quente.

Avaliei a minha mão e percebi uma pequena cicatriz na palma. Um borrão de lembranças invadiu minha cabeça e recordei a noite em que Ashley me espancou. De repente percebi que nunca contei à Amy sobre o ocorrido.

– Eu já te falei alguma vez sobre a minha ex-namorada?

Ela desviou o olhar do chocolate e me encarou.

– Nunca.

– Ela quem me espancou. Junto a dois homens, amigos dela.

Amy ficou boquiaberta.

– Por que ela fez isso?

Dei de ombros.

– Ela estava drogada. Isso era aparente. Ela estava fumando e algo me diz que aquilo não era um cigarro.

Amy piscou e seu semblante mudou de surpreso para irritado.

– E por que você ainda não a denunciou?

– Eu não pensei em nada. Eu achava que ela era menor de idade até ontem...

– Ela já completou dezoito anos?

Balancei a cabeça.

– Acho que é hora de agir, não?

Assenti. Eu agiria. E seria hoje. Um presente de aniversário extra especial.

Bebi o último gole do chocolate quente e comi os últimos pães de queijo quando uma sombra recobriu a mesa onde estávamos sentados. Olhei para trás. Max se encontrava em pé ao meu lado, me olhando nos olhos.

– Falando no diabo... – eu disse.

- O que você quer, Max? – perguntou Amy – Já não basta o que você fez ontem no refeitório?

Ele a ignorou e puxou uma cadeira para se sentar. Pegou um pão de queijo do prato de Amy e o enfiou todo na boca.

- Fiquei sabendo que hoje é seu aniversário, Logan. Vim para te dar os parabéns.

- Já deu, agora pode ir.

Ele me encarou com um sorriso debochado e se virou para Amy.

- Seu amigo é muito grosseiro, Amy. Não sei por que me trocou por ele.

- Max, eu não te troquei... Logan é só o meu amigo e...

- Não interessa – ele disse friamente.

Me levantei violentamente da cadeira e a empurrei para trás.

- Já disse para tratá-la da forma que ela deve ser tratada.

Ele me encarou e levantou lentamente.

- Como eu estava dizendo, vim aqui te desejar um feliz aniversário. Te garanto que desse você nunca esquecerá.

Depois disso o garoto virou as costas e saiu, desaparecendo em meio à multidão. Olhei para Amy que me lançou um olhar confuso.

- O que ele quis dizer com isso?

Dei de ombros. Apesar de não ligar para o que Max diz, senti uma má impressão do que ele acabara de dizer. Pelo que vi, sei que Max é capaz de qualquer coisa. Será que Ashely contou a ele sobre nossa conversa de ontem? Será que ele quer se vingar por eu ter ameaçado ela? Não, acho que não. Talvez seja porque eu o suspendi. De qualquer forma, espero apenas que se ele for fazer algo, que seja comigo. Não quero Amy envolvida em nada. Muito menos minha mãe.

Me sentei novamente. Passei o resto da tarde com Amy. Nós conversamos sobre coisas banais, depois fomos ao cinema assistir a um filme, então almoçamos no final da tarde e voltamos para casa dela onde passamos quarenta minutos assistindo a um episódio aleatório de uma série qualquer. Minha mãe já estava no trabalho há horas e só voltaria para casa por volta das 22:00. Ou seja, eu tinha tempo o suficiente para ficar antes que ela volte. Gostaria de passar o final desse dia com ela.

As horas foram se passando e o sol se pondo. Num piscar de olhos, o sol dava lugar a uma lua cintilante e cheia que brilhava no céu escuro sem estrelas. Me despedi dos pais de Amy e caminhei até o portão com ela.

- Não quer jantar em minha casa? Ficaríamos felizes com a sua presença – eu lancei a garota um sorriso divertido.

- Não... Meus pais fizeram jantar e...

- Hoje é o meu aniversário. Por favor, será divertido! Minha mãe cozinha bem! – ela riu animada e finalmente assentiu.

A garota entrou no carro e nós colocamos o sinto de segura. Dei a primeira partida no carro e acelerei. Quanto mais nos aproximávamos de casa mais eu ouvia o som de música. Música alta. Chequei o som do carro, mas percebi que estava desligado.

- Está ouvindo isso?

A garota assentiu franzindo a testa.

Viramos a esquina e então eu pude ver a minha casa. Amy ficou boquiaberta. O som de fato vinha de lá. Havia dois holofotes enormes na entrada do lugar e um monte de pessoas se concentrava ao redor e dentro da casa. O portão estava aberto e a cada segundo mais alguém entrava. Acelerei o carro e o desliguei ao parar no acostamento. Eu e Amy saímos do carro e nos dirigimos até o meu grande portão de ferro. Um homem vestido com roupas sociais se apresentava em pé guardando o portão. Fiz menção de entrar, mas ele me barrou.

- Nomes, por favor.

Como é que é?

Derrubei a prancheta que o homem segurava e apertei a gola de seu paletó.

- Eu moro aqui. Afinal, o que está acontecendo? O que você pensa que está fazendo?

Senti um toque suave no meu braço e virou a cabeça para ouvir melhor o que Amy dizia.

- Solta ele, Logan.

Não faço idéia do por que, mas naquele mesmo instante eu havia soltado o homem. Ele abaixou para pegar a prancheta e eu empurrei o portão puxando Amy pelo pulso. Andamos em passos rápidos e subimos as escadas amontoadas de gente. A cada passo que dávamos a música aumentava ainda mais. Abri a porta principal e me vi dentro de uma discoteca.

Havia um globo de luz que piscava e rodava deixando o lugar colorido e brilhante. As pessoas dançavam e riam descontroladamente. Os móveis estavam fora do lugar e pude ver um porta-retrato com uma foto de minha mãe e eu estilhaçado no chão. Me abaixei para pegar a foto e a guardei no meu bolso da calça jeans.

Com Amy nos meus calcanhares segui para a cozinha que se encontrava completamente apertada e suja. Uma garota semi-nua se agarrava com o namorado em cima do meu balcão e um garoto abria a geladeira se servindo de refrigerante. Uma garota servia bebidas alcoólicas para as pessoas enquanto os garotos dançavam freneticamente ao som da música. Puxei Amy para a lavanderia esperando achá-la vazia. Me surpreendi com o que vi. Havia umas seis pessoas se espremendo ali e várias se jogavam de lá de cima até a piscina. Olhei para ela e percebi que um garoto acabara de vomitar dentro dela.

Senti uma raiva tão grande por tudo aquilo. Queria achar o responsável e matá-lo por isso. Puxei Amy até as escadas e subi rapidamente até o quarto da minha mãe. Abri a porta e me deparei com as coisas mais obscenas que se poderia imaginar. Um casal estava pelado em cima da cama da minha mãe e eu pude perceber que havia uma substância viscosa e branca nos lençóis. Fiquei enfurecido. Ao canto, cinco jovens cheiravam freneticamente uma droga e ao outro lado várias pessoas dançavam apertadas. Me dirigi ao banheiro e sai automaticamente quando vi um homem obeso sentado no vaso sanitário. O fedor exalava por todo o banheiro. Não aguentei nem mesmo um segundo ali. Bati a porta com força e corri até o meu quarto.

A situação também estava feia ali. Quatro jovens pulavam na minha cama enquanto mais alguns se encontravam sentados no chão cheirando a mesma coisa que os outros no quarto ao lado. No meio desse garotos encontrei Ashley que fungava descontroladamente. Puxei-a pelo cabelo sem me importar.

- O que pensa que está fazendo?! Foi você quem fez tudo isso?

- Calma, gato. Cheira um pouquinho dessa coisa... Está tão bom...! – ela estava completamente chapada.

- Logan...! – Amy gritou atrás de mim para que sua voz pudesse ser ouvida em meio à música alta. Virei as costas e me deparei com Max que fumava um cigarro. Automaticamente percebi que aquilo era maconha.

De repente entendi o que ele dissera hoje mais cedo. Ele se referia a isso.

- Maldito! – o empurrei contra a parede com força – Tire essas pessoas daqui agora mesmo! – Eu estava muito irritado. O ódio subia minha cabeça e eu consegui sentir o sangue pulsando muito mais rápido em minhas veias.

- Calma, Logan. Curte um pouco a sua festa de aniversário – e me lançou um sorriso debochado. De repente se desvencilhou de mim e caminhou até Ashley. Colocou a mão nos quadris da garota e a puxou com força para mais perto dele. Uma mão apertou um seio da garota e ele a beijou violentamente.

Olhei para Amy e vi uma gota de lágrima cair de seus olhos. Em questão de segundos a garota derramava lágrimas e mais lágrimas. Aquilo bastava.

Caminhei até Max e o separei de Ashley. O garoto me encarou e abriu a boca para falar alguma coisa, mas as palavras nem mesmo saíram. Juntei toda a minha força no soco que dei em sua mandíbula. O garoto massageou a região e se virou para mim. Ergueu o punho e o desceu, mas antes que pudesse encostar em mim, segurei-o e lhe dei um soco na barriga. Chega de ser bonzinho.

Puxei seu braço e o virei até o limite fazendo Max dar um giro e ficar de costas para mim. Com a mão livre soquei sua costela repetidas vezes e por fim o empurrei. O garoto caiu no chão e sem piedade alguma, chutei a lateral de seu corpo.

As pessoas ao nosso redor nos olhavam perplexas e Ashley balbuciava alguma coisa inaudível ao som da música. Max se levantou rapidamente e desceu as escadas fugindo de mim. Corri atrás dele tendo certeza de que Amy estava imediatamente atrás de mim. Max abriu a porta da sala e correu para fora. Antes que ele pudesse descer as escadas, puxei-o pelos ombros e o joguei no chão. Chutei-o repetidas vezes sem me importar com as inúmeras pessoas que me encaravam incrédulas. De repente uma mão tocou meu ombro e eu já estava pronto para gritar "Me deixe fazer isso, Amy". Quando me virei minha mãe me olhava com um olhar aterrorizado.

- O que você está fazendo?! – ela gritou para ser ouvida em meio a música alta.

- Ele merece tudo isso, mãe.

- Esse não é você, Logan.

Avaliei o corpo encolhido de Max no chão e me virei para olhar Amy que ainda chorava. Minha mãe estava certa. Sujar minhas mãos com ele não vale a pena. Me virei para ela novamente.

- O que significa tudo isso? Foi você quem chamou essa gente?

- Mas é claro que não, mãe. Foi esse... – ela me lançou um olhar de repreensão – Ele quem planejou isso tudo.

- Como você conseguiu entrar, garoto?

Max olhou para a janela e somente agora fui perceber o vidro quebrado.

- Como ousa arrombar a minha casa? – minha mãe vociferou com o garoto – Quero que tire essas pessoas daqui agora mesmo!

Max se levantou lentamente gemendo baixinho por causa do corpo dolorido. Se colocou em postura ereta e encarou minha mãe, depois me lançou um olhar ameaçador.

- Round 2. Minha vez, Logan.

Tudo aconteceu muito rápido. Num movimento ligeiro, Max se colocou a minha frente e empurrou minha mãe. Ela tropeçou no degrau de pedra da escada e desabou. A vi rolando rapidamente e batendo num baque surdo no chão.

Max ria de satisfação. Não conseguia pensar em nada. Ao mesmo tempo em que queria descer e ajudar minha mãe, queria jogá-lo escada abaixo. Acho que essa é a melhor opção. Me apressei a segurar seu corpo, mas antes que pudesse fazer alguma coisa ouvi o barulho de sirene se aproximando.

- Polícia! – ouvi várias pessoas gritarem de dentro da casa e houve uma grande agitação lá.

As pessoas começaram a sair às pressas e percebi que elas estavam fugindo. Minha mãe estava imóvel ao pé da escada e se ela continuasse lá, seria pisoteada pela multidão. Não pensei em mais nada. Larguei Max e puxei Amy pelo pulso. Descemos as escadas o mais rápido possível e ao chegar ao fim, carregamos minha mãe cuidadosamente para debaixo da árvore. As pessoas passaram direto para o portão e a multidão começou a se dispersar à medida que as pessoas corriam para direções diferentes.

De repente, uma viatura parou em frente ao portão e eu me adiantei para falar com o policial que atravessava o portão da minha casa.

- Senhor, que bom que veio. Eu... – o homem me empurrou contra a grade de ferro e puxou meus braços para trás, prendendo minhas mãos com uma algema.

- O que está fazendo? – gritou Amy – Ele não fez nada!

- Seus vizinhos nos chamaram rapaz. Disseram que estava acontecendo uma festa na sua residência. – o homem olhou em volta – Pelo visto está, não é mesmo?

- Eu não tenho culpa, senhor. Invadiram minha casa e deram essa festa para fazer uma brincadeira comigo. Eu sei quem fez isso! Foi... – o homem chamou o outro policial que barrava a passagem das pessoas me impedindo de terminar a frase.

- Venha aqui segurar esse garoto enquanto eu vasculho a casa.

O homem assentiu, mas não obedeceu. O policial que me segurava subiu as escadas me deixando sozinho com Amy e minha mãe.

- Amy! – corri até ela – Amy, leve minha mãe para o hospital. Chame uma ambulância, Amy, por favor!

Amy me abraçou.

- Mas e você?

- Eles vão me soltar. Eu não tive culpa de nada. O importante é que você ajude a minha mãe. Vamos, ligue para uma ambulância!

A garota assentiu e discou os números no celular. Em menos de um minuto ela já havia terminado a ligação.

- Eles estão vindo.

Suspirei.

- Isso é tudo culpa do Max! Onde está aquele desgraçado? Quando eu encontrá-lo vou matá-lo.

Amy fez menção de chorar, mas parou ao olhar para trás de mim com um olhar aterrorizado. Virei as costas para ver o policial que me algemara com quatro pessoas algemadas aos seus calcanhares. Ele segurava um pacote de uma substância familiar e logo compreendi.

- Está fornecendo drogas à menores de dezoito anos?

Fiquei boquiaberto.

- É claro que não!

Em meio às pessoas atrás do policial havia uma garota loira. Ashley reclamava de calor e de quanto aquelas algemas a machucavam.

- Ashley! Conte a ele! Conte que eu não tenho nada a ver com isso!

Ela me encarou e abriu um sorriso maldoso. Depois olhou para o policial e disse:

- Ele veio até mim e me ofereceu um pouco. Eu não sabia o que era, mas quando cheirei... – e deu uma risadinha – Ele ofereceu para muitas pessoas na festa. Até forçou algumas a cheirar...

- É mentira, senhor! É mentira! – ele virou para mim e respirou fundo.

- Acho que já basta de mentiras por hoje, não acha, senhor Murray?

- Eu estou falando a verdade!

O policial sacou o cassetete e me deu um golpe rápido e forte na barriga. Me dobrei e cai de joelhos no chão. Pude ouvir Ashley rindo atrás de mim e Amy gritando com o policial.

- Você não pode fazer isso! Ele não tem culpa! Ela está mentindo!

- Calada, bonitinha. A menos que queira ir presa também.

Lancei um olhar de repreensão à Amy que assentiu imediatamente.

- Leve minha mãe para o hospital, Amy. Leve-a pro hospital.

O homem me puxou violentamente do chão e me empurrou para fora. As outras pessoas foram empurradas junto a mim e percebi que mais dois veículos haviam chegado. O policial me colocou dentro do carro dele junto à Ashley e dividiu os outros nos outros carros.

Amy.

Minha única esperança era Amy.

Torci pela saúde de minha mãe e suspirei.

- Por que faz isso, Ashley?

A garota me olhou de relance.

- Isso o quê?

- Tudo.

Ela virou o rosto e olhou janela a fora.

- Espero que eles tenham pegado seu namorado.

Ela riu debochada.

- Ele já deve estar longe a essa altura. E ele me soltará.

- Espere sentada. Ele não se importa com você.

- Quem disse?

- Ele é louco.

- Ele é tão louco quanto eu.

O policial entrou no carro e bateu a porta. O carro fez um barulho ensurdecedor ao ligar e o homem deu a primeira marcha, acelerando rapidamente. Estávamos na delegacia em vinte minutos. O homem abriu uma cela e me jogou dentro dela.

- Fique aí. Logo logo te chamamos para a investigação.

Me sentei no chão com as costas apoiadas na parede. Apertei as pernas contra o peito e apoiei a cabeça em meus joelhos. Aquilo não podia estar acontecendo. Como estaria minha mãe? E Amy? Será que eu sairia daqui?

Vários pensamentos bombardearam minha cabeça e os minutos passaram lentamente. Em questão de trinta minutos o delegado me chamou para o interrogatório e eu me sentei na cadeira em frente a ele.

- Vamos garoto. Conte-me tudo e, por favor, não me faça perder tempo. Seus vizinhos fizeram um chamado para a polícia porque estava havendo uma festa em sua residência. Porém, quando meus oficiais entraram lá, encontraram menores de idade se drogando. Vamos às perguntas. Quero respostas diretas, rapaz. Você é o dono daquela casa?

- Eu moro lá com minha mãe. Hoje ela foi empurrada...

- Quantos anos você tem, rapaz?

- Completei dezenove hoje.

- Você estava dando drogas para aquelas pessoas?

- Não.

O homem suspirou e colocou o peso do corpo para as costas da cadeira.

- Meu querido, quanto mais você negar, pior a sua situação.

- Estou falando a verdade, senhor.

- Há alguma testemunha que possa testemunhar ao seu favor?

- Sim, mas ela está no hospital cuidando da minha mãe que foi empurrada da esca...

- Ou seja, não há testemunhas disponíveis hoje.

- Exato.

- Terá de passar a noite aqui, garoto. Até que uma testemunha ao seu favor chegue e pague a sua fiança, não posso fazer nada. Só espero que saiba uma coisa, mocinho. Se você estiver fornecendo drogas àquelas crianças eu saberei.

Assenti engolindo em seco. Irei passar a noite aqui. Não pode ser.

- Pode ir – o homem fez um gesto para que eu me retirasse e assim que fechei a porta, um policial me levou até a cela. Ele tirou minhas algemas e me empurrou para dentro.

Aquilo não podia estar acontecendo. Senti raiva. Muita raiva do Max. Pelo o que ele fez a minha mãe, pelo o que ele fez a mim. Senti raiva de Ashley. Senti raiva do policial que me prendeu. Senti raiva de não poder estar com minha mãe. Senti raiva de Max por Amy. Senti raiva ao me lembrar da lágrima que caiu dos olhos dela quando aquele maldito beijou a Ashley. Acima de tudo eu desejava sair daqui para poder vingar a todos nós.

Os minutos se passaram e o tempo parecia se arrastar. Uma noite inteira. Parecia impossível. Eu queria ver minha mãe. Precisava me certificar que ela estava bem...

De repente um homem abriu a minha cela e fez sinal para que eu saísse. Levantei num pulo e o olhei.

- Está liberado. Pelo visto arrumou alguém para pagar sua fiança.

Arrumei? Quem será essa pessoa? Minha mente voava e nenhum rosto me parecia possível. Abri a porta de saída e encontrei o pai da Amy em pé a minha espera. Seu semblante estava sério e não demonstrava emoção alguma.

- Vamos, Logan. Vamos embora daqui.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!

Me desculpem pela demora. Me desculpem mesmo, mas será necessário. Vou continuar fazendo sempre, pois me sinto bem escrevendo para vocês.

Espero que não desistam da minha história quando eu demorar! =/

Um grande beijos à vocês, meu leitores!

OBS: Não se esqueçam de ler as minhas respostas para os seus reviews, ok?

Mais uma vez, um grande beijo! Até o próximo capítulo :)