Mais uma vez as costas de Kurt se chocaram com outra coisa, porém dessa vez era contra o colchão da cama. Os lábios de Blaine percorriam seu pescoço de um modo que ficariam marcas no outro dia. Gemidos abafados saíam sem consentimento pela boca de Kurt, que corava cada vez mais com a situação. Mas quem disse que o castanho se importava? Ele tinha um Blaine faminto em cima dele naquele exato momento.

Capturou os lábios de Blaine e prometeu a si mesmo que jamais quebraria aquele beijo. As línguas se completavam de um jeito que o ele sabia que jamais iria acontecer com outro alguém. Ele era realmente bom nisso.

"Espere até eu contar tudo isso para Mercedes, ela vai enlouquecer e- NÃO, eu não posso contar isso pra ela. Eu prometi." – Merda.

– Oi? - Blaine parou os beijos. - Fiz alguma coisa errada? Devo parar?

– Não, céus, não.

E os lábios foram selados novamente. As mãos de Blaine que apoiavam seu corpo na cama não estavam mais lá. Agora os corpos estavam colados e Kurt começava a sentir um volume na calça de Blaine. Era um pouco demais para o castanho pensar sobre isso. No mesmo dia que tivera seu primeiro beijo? Impossível.

As mãos de Blaine deslizavam pelas laterais de Kurt, chegando timidamente até o botão da calça jeans escura que o castanho usava. Kurt como um ato de susto, acabou se virando para a beirada da cama, deixando Blaine por baixo. O moreno sorriu durante o beijo e tentou tirar o botão da calça, quando...

– Aiii! - Kurt estava no chão.

– D-desculpa. Você se machucou? - Blaine não tinha mais aquele semblante sexy no rosto, e sim um preocupado.

– N-não. - Kurt se levantou, alisando suas costas.

– Devemos continuar ou...? - Blaine perguntou inocente. Agora que ambos estavam de pé o volume na calça do mais novo era aparente e Kurt só se pôs a gargalhar.

Blaine levantou uma sobrancelha.

– D-desculpa. É que a situação foi engraçada... Vamos recomeçar. - Kurt deu um suspiro longo e forte e deu um passo a frente, chegando a centímetros de distância de Blaine.

O moreno deu um sorriso tímido e acabou com o espaço que havia entre os dois rapazes. Antes que as línguas pudessem se tocar, Kurt já estava rindo novamente.

– Qual é a graça agora? - Já estava começando a ficar irritado o rapaz.

– Me desculpa... - Kurt tentava parar de gargalhar, sem sucesso. - ...É que me lembrei de antes...

– Talvez o clima pra fazer isso já tenha passado. - Blaine se virou, pegando sua camiseta que estava no chão. Quando que Kurt havia a tirado?

– Me desculpa... - Kurt se martirizava. Talvez aquela fosse a única chance do castanho estar ali com Blaine, e ele havia estragado tudo.

– Não, tudo bem. Podemos... conversar? - Blaine sugeriu enquanto sentava na cama. Kurt estranhou, porém assentiu e se sentou ao lado de Blaine.

– Vai ser bom já que nos conhecemos pouco. Hã... Por onde começamos?

– Vamos ver... - Blaine deu uma boa olhada no quarto, chegando seu olhar à porta-retratos na parede de quando Kurt era pequeno. - Quem são aqueles com você na foto?

– Meu pai e minha mãe. Ela morreu alguns meses depois dessa foto. - Blaine fez uma feição triste, porém Kurt negou com a cabeça. - Morávamos um pouco longe daqui. Perto da boate, aliás. Quando ela morreu meu pais quis se mudar e procurar outro lugar pra construir uma nova vida. Acabou fundando a oficina aqui em Lima e acabamos ficando por aqui. Conheceu Carole ano passado e acabaram se casando, fazendo disso Finn meu irmão. Ele nunca esqueceu minha mãe, porém Carole faz bem pra ele. - Kurt sorriu, e Blaine o repetiu. - E seus pais?

– Bom... - Revirou os olhos. - Meu pai é conservador. Um dos motivos de que ter essa vida falsa é por causa dele. Na verdade, é por causa do meu irmão. Se eu me assumir, aquela casa vai virar um inferno, e quem vai mais sofrer é Cooper. Vão colocar a culpa dele. Minha mãe é uma mosca-morta. - Kurt sorriu ao ver a indiferença de Blaine à familia.

– Uau... Bom. E seus melhores amigos, quem são?

– Puck, Finn e Az... - Blaine iria falar o nome do amigo, porém Kurt arregalou os olhos.

– Azimio?

– É... - Encarou o chão.

– Tudo bem... - Kurt tentou ignorar o fato do "namorado" ter como melhor amigo o cara que mais odiava naquele lugar. - Minha melhor amiga é a Mercedes, aliás.

– Ouvi dizer que ela vai se candidatar ao papel de Maria. Na verdade, ouvi gritarem. Rachel foi a loucura. - Ambos riram. - E você?

– Eu iria me candidatar ao papel de Tony, mas provavelmente não vá ser escolhido...

– Por que diz isso?

– Porque eu costumo ficar no coro... Provavelmente você ou Finn peguem o papel. Aceito ser o policial Krupke, de qualquer jeito.

– Eu acho que você deveria tentar. Você tem grandes chances. - Blaine alcançou a mão de Kurt sob a cama.

– E você está mentindo, porque nunca me ouviu cantar... - Kurt falou, fazendo Blaine jogar a cabeça pra trás e sorrir. O castanho não acreditava que seu maior sonho havia se tornado realidade.

– Não vai faltar oportunidades! - Blaine falou, roubando um selinho demorado de Kurt. Logo o selinho se transformou em um longo beijo que acabou fazendo os dois rapazes se deitarem.

Nada aconteceu. Blaine acabou adormecendo com Kurt deitado em seu peito. E o castanho ficava apenas pensando no que teria acontecido se não tivesse caído da cama. Era cedo? Sim, porém sabia que era uma coisa que Blaine também queria. Suspirou longamente, vendo Blaine se mexer tentando arranjar um jeito bom de dormir. Olhou rapidamente pela janela encontrando estrelas brilhantes, e sorrindo fechou os olhos sabendo que a primeira coisa que veria ao acordar seria ninguém mais, ninguém menos que Blaine Anderson.