One More Night escrita por Lyandra Delcastanher


Capítulo 8
#8




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/298834/chapter/8

As costas de Kurt não estavam mais confortáveis como nos minutos anteriores. Pressionadas contra o carro, agora era hora de mudar de posição. Os braços que antes circulavam uma nuca agora desciam até a altura do quadril, aonde Kurt empurrava; quem tinha as costas agora pressionadas contra o carro era Blaine.

As línguas se encontravam e aquele choque percorria o corpo dos dois garotos. Sequer pensavam no que estavam fazendo, ou se estavam fazendo isso no pequeno estacionamento daquele local; apenas não pensavam.

As mãos de Blaine percorriam pelo abdomen de Kurt pouco malhado, mas ainda sim delicioso na opinião do moreno. Kurt deixava alguns gemidos escaparem, quando suas bocas se separavam em busca de ar.

"Jesus, o que eu estou fazendo?" Pensou Kurt, empurrando o quadril de Blaine ainda mais contra o carro, se separando do abraço apertado que estava envolvente.

– Eu pensei que essa hora chegaria... - Blaine levou a mão à cabeça, e encarava o chão. Não queria mostrar a Kurt que estava com as bochechas vermelhas.

Kurt levou suas mãos à cintura, tentando absorver o que acabara de acontecer naquele pequeno estacionamento.

– É melhor eu ir pra casa... - Kurt soltou, ainda recuperando o ar que perdera enquanto beijava aqueles lábios quentes e macios.

– Ok... - Blaine tentou não transparecer tristeza em seu tom de voz. - Eu vou achar algum lugar pra dormir...

– Como assim? - Kurt levantou uma das sobrancelhas, encostando as costas do carro e olhando Blaine, que já saía de perto.

– Tive uma briga com minha mãe e meu irmão, e pra casa hoje eu não volto... Talvez vá para a casa de Puck.

"Leve-o para sua casa." Kurt fechou os olhos, tentando mandar embora essa vontade que tanto o atormentava. Já Blaine, aproveitou que o castanho estava de olhos fechados e selou os lábios novamente, e Kurt automaticamente respondeu, sedento.

Línguas. Mãos. Suspiros. Foi Blaine quem interrompeu o beijo, deixando Kurt desnorteado.

– V-você poderia ir dormir na casa de Finn...

– Mas a casa de Finn é a mesma que a sua e... - Blaine encarou Kurt, que sorria sem graça. - Ah, entendi o que você está tentando fazer.

E então um sorriso malicioso se formou no rosto do mais velho, fazendo Kurt ficar mais envergonhado ainda. Blaine apenas sacou o celular, e com uma rápida conversa, já desligava o aparelho.

– Finn disse que dormirá na casa de Matt, mas vai ligar pra sua mãe e avisar que estou indo passar a noite lá, já que não tenho lugar pra ficar... - Blaine dizia, voltando suas mãos ao quadril de Kurt, que apenas abriu um largo sorriso.

– Te vejo em casa então. - Kurt piscou e entrou no carro, seguindo seu caminho à Lima.

A viagem serviu para Kurt pensar no que estava acontecendo. Blaine Anderson, o rapaz que ele tanto desejava agora estava "com ele", prestes a passar a noite na mesma casa, e se tudo desse certo como Kurt imaginara, no mesmo quarto.

Sinal vermelho foi o momento suficiente para Kurt sacar o celular e ver algumas mensagens de Mercedes, outras chamadas perdidas da mesma diva e outra mensagem de Blaine (Mr. Shue os obrigava a ter o número de todos os integrantes do coral na agenda, em caso de alguma emergência).

"Seguindo meu caminho. Você imaginaria que isso iria acontecer no momento que saiu de casa? ;) Ps. Saudades do gosto da sua boca! BA" Isso realmente era uma emergência.

Aproveitou seus últimos segundos de sinal vermelho e ligou para Mercedes, colocando no viva-voz para evitar qualquer tipo de acidente.

"Mercedes?" Perguntou Kurt, ao ouvir a diva atender o telefone.

"Kurt? Mas que diabos...? Te liguei a noite toda e você não atendeu e nem respondeu minhas mensagens. São quase duas horas da manhã. Aonde-você-esteve?" Falou pausadamente a última parte.

"Fique tranquila. Saí do bar agora, encontrei lá com B...." Kurt não poderia contar. Ele havia prometido a si mesmo que não contaria para ninguém até conversar com Blaine sobre isso. "...um cara, e parece que deu tudo certo. Estou vivo, aliás!"

"Isso eu percebi, mas poderia não estar. Não se esqueça que seu pai pensa que você está aqui em casa, e se acontecesse alguma coisa eu te mataria!" Kurt gargalhou. "Mas fico feliz que tenha conhecido esse cara. Qual é o nome dele? Ele é bonito? Mora aonde?"

Kurt revirou os olhos, ainda sorrindo pela amiga.

"Mercedes, acabei de chegar em casa... Conversamos amanhã. Ás quatro, naquela lanchonete ao lado da estátua com cara de Whitney Houston, tudo bem?" Estacionava o carro.

"Ok... hunf... Mas se você esconder alguma coisa de mim amanhã... Um pequeno detalhe sequer, eu vou te caçar e te matar. E depois vou arranjar um jeito de fazer você voltar à vida para te matar novamente. Entendido?"

"Entendido. Te amo. Câmbio desligo."

"Câmbio desligo."

Kurt sorria. Caminhou até a porta de entrada, que não estava ainda trancada. Burt via a um jogo na SPN e Carole tomava uns goles de cerveja ao lado do velho mecânico.

– Boa noite. - Disse jogando suas chaves na mesinha e caminhando até a sala para dar um beijo de boa-noite em seu pai e sua nova mãe.

– Kurt? Você não iria dormir na casa da sua amiga? - Perguntou Burt ao receber um beijo na testa.

– É... Acontece que ela recebeu um fora do namorado e preferiu ficar sozinha. Vou subir e me preparar para deitar, tudo bem?

– Tudo sim, querido. - Carole mandou um beijo para Kurt, que já subia as escadas.

– Filho? - Burt o chamou, e Kurt voltou alguns degraus.

– Sim?

– Finn ligou e disse que um amigo precisava de um lugar para dormir, porque tinha tido uma briga feia com os pais, então ele vai passar a noite aqui, tudo bem? Deve chegar daqui a alguns minutos... Você se importaria de ficar acordado para recepcioná-lo? - Burt desligou a tv e se levantou do sofá, acompanhado de Carole. - Sei que é te pedir muito, mas eu e Carole estamos realmente cansados e queríamos dormir um pouco...

– Tudo bem, eu o espero. - Falou com um sorriso grande demais no rosto. - Você sabe quem é?

– Um tal de Blanderson... Nenhum amigo que já Finn já trouxera aqui antes... - O casal subia a escada. - Obrigado, e durma bem.

– De nada, pai.

E Burt havia sumido na escuridão que se formava no segundo andar. Kurt se sentou no sofá, segurando alguma revista que folheava sem interesse, apenas esperando Blaine chegar.

Ao ouvir o barulho de motor de carro, seu coração se acelerou. Do lado de fora, as mãos de Blaine deslizavam pelo volante, estacionando na calçada. O suor escorria pelo rosto, e provavelmente pelo seu corpo também. A noite não parecia tão quente.

Quando o moreno ia tocar a campainha, a porta já havia se aberto com Kurt e seu sorriso disfarçado. Foi só o moreno entrar e a porta se fechar atrás de si que as bocas foram tomadas em uma só. Foram caminhando até acharem uma parede, aonde Kurt bateu com as costas, e Blaine aproveitava de sua boca meio-aberta por causa da dor do impacto para começar o beijo. Ficaram ali por alguns segundos, ate Kurt perceber que estavam realmente ali.

– Meus pais acabaram de subir... - Kurt falava enquanto Blaine distribuía beijos no canto de sua orelha, fazendo todos os pêlos do corpo do mais velho arrepiar.

– Poderíamos subir também... - Blaine olhou no fundo dos olhos de Kurt, que corava lentamente.

– Tudo bem... - Pegou na mão do amado e o encaminhou pelo corredor escuro até a porta conhecida de seu quarto.

FLASHBACK

"Essa casa é realmente linda. Nem acredito que iremos morar aqui a partir de agora." Kurt falava animado, ao ver os cômodos.

"E temos uma surpresa pra você..." Carole sorriu.

"Surpresa...? Pra mim?"

"Lembra quando seu pai vivia a reclamar sobre seu treinamento de voz matinal?"

"Como se por acaso eu fosse esquecer do Sr. Hummel correndo pela casa gritando e batendo os pés com força, me proibindo de dar minhas notas agudas..." Kurt revirou os olhos, fazendo o pai e a madrasta sorrirem.

"Então... Nos acompanhe." O casal subiu a escada e o filho foi atrás, desconfiado. Chegaram em uma das portas daquele enorme corredor, aonde Burt fez sinal para Kurt entrar.

Ao abrir a porta, Kurt se espantou. "Mas isso é enorme... É o meu quarto?" Seus olhos brilhavam.

"É sim... E tem o melhor... - Carole deu uns tapinhas na parede. "Ele é todo à prova de som."

"Isso quer dizer que..." Kurt sorria contente.

"Que você pode fazer um show de heavy metal aí dentro que não iremos escutar nada aqui de fora..." Burt interviu. "Bem vindo à vida nova, Kurt."

E a nova famíla se abraçou, contentes.

"Nunca vou usar essa artimanha tão bem como hoje." Pensou Kurt, agarrando a nuca de Blaine e colando as bocas em uma só, sedento pelo moreno.

O beijo era desesperado, como se os dois precisassem somente deles, ali e agora. Com passos pequenos, acabaram chegando a uma parede. Aah, como eles adoravam paredes... Kurt pressionava Blaine contra a mesma, passando a mão pelos braços fortes do moreno e suspirando baixo. Kurt nunca esteve tão feliz, e Blaine também não.

Aqueles garotos nunca se sentiram tão preenchidos e bens como naquele momento.

"Merda..." Foi a única coisa que Blaine pensou no momento. "Eu acho que estou apaixonado!"


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

WOW.