One More Night escrita por Lyandra Delcastanher


Capítulo 7
#7




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Em poucos segundos que já estava na pista de dança, Kurt já havia tirado Blaine dos braços do rapaz que o garoto dançara e seus corpos eram quase um só. A música tomava conta daquela sala, e mesmo se os dois quisessem conversar, eles não poderiam. Kurt tinha um sorriso no rosto. Aquilo era mais que um sonho, era um desejo tão grande... Ter uma conversa, uma dança com o garoto que ele tanto admirou... O castanho não queria que o fim da noite chegasse, e que ele tivesse que dar adeus ao seu mais novo segredo.

– Posso te pagar uma bebida? - Gritou Blaine, assim que a música abaixou um pouco.

Kurt e Blaine andaram até o bar. O castanho suava frio. Não havia dúvidas de que aquele era Blaine Anderson. Não apenas seu companheiro de coral, porém Blaine Hétero Anderson, o cara mais popular da escola.

– É sua primeira vez aqui... - Blaine sorriu, entregando uma bebida nas mãos de Kurt e caminhando até a parte mais sossegada do bar, aonde poderiam conversar.

– Pelo visto, a sua não. - Kurt sorriu.

– Digamos que eu me acalmo aqui. Mas você tem que prometer não contar pra ninguém que me viu aqui.

– Eu não contaria por nada.

– Que bom, pois senão eu teria que pagar para os meninos do time te darem uma surra. - Os olhos de Kurt se arregalaram.

– V-você...

– Calma, eu estava brincando. - Blaine alcançou as mãos de Kurt. - Eu estava brincando... E pelo visto, foi uma brincadeira idiota já que eles fazem isso de verdade...

– É. - Kurt engoliu seco.

– Então, Kurt... - O coração do mais velho palpitou. Ouvir o cara que você estava apaixonado há anos falar seu nome não era algo que ele esperava. Blaine era legal, Blaine era um sonho.

– Eu sei. Tenho que manter seu segredo... - Deu um gole na bebida, imaginando como seria ter que guardar a maior fofoca da história. Blaine Popular Anderson, gay.

– Eu te admiro tanto, Kurt... - O castanho engasgou com o drink.

– M-me admira?

– Claro. - A mão de Blaine saiu da sua para arrumar o gel de seu cabelo. Espera... as mãos dele estavam esse tempo todo ali? - Digo, eu tive que procurar um lugar quilômetros longe de Lima para poder ser quem eu sou, e você não... Digo, você está aqui, mas você é quem você é lá... Você é tão forte!

– Forte, claro... Enquanto isso, os garotos me batem e me jogam na lixeira... - Revirou os olhos, tirando finalmente suas mãos da de Blaine.

– Eu posso te ajudar nisso, mas só se eu continuar aonde eu estou... Entende?

– Você faz mesmo isso? Você fica pagando de hétero no colégio, passeando com Rachel pra lá e pra cá enquanto vem aos finais de semana num bar gay ficar com homens? Isso é... Repugnante.

– Eu sei... Mas...

– Eu não pensei que você fosse assim. - Kurt se levantou. - Tenho que ir. - E praticamente correu até a saída.

O clima estava frio lá fora. Frio o suficiente para a respiração formar uma pequena fumaça. Kurt apertou os braços e continuou a andar até seu carro, quando ouviu passos atrás de si.

“Ótimo. Agora vou ser empurrado até um carro e espancado até a morte por ser um gay saindo de um bar gay.” Kurt pensou, apressando o passo e ouvindo a pessoa atrás de si andar mais depressa também.

Um mão em seu ombro fez seu coração parar.

– Kurt, calma. – Disse Blaine, vendo o estado do castanho. Ele estava assustado e certamente havia esquecido como se respirava. Kurt estava com seus olhos longe, então o melhor que Blaine pode fazer era ter Kurt em seus braços em um abraço forte, dizendo que estava tudo bem.

– M-me desculpa. – Se livrou. – Pensei que fosse... outra pessoa. – Kurt respirou aliviado, tentando ignorar o fato que estava nos braços fortes de Blaine segundos atrás.

Kurt se virou e continuou andando até o carro, ouvindo Blaine o acompanhar. O lugar era frio, e se tivesse coragem, voltaria correndo até os braços do moreno.

– Kurt...

– Fique tranquilo. Não vou contar pra ninguém que você está no armário! – Kurt falou um pouco bravo.

Antes ele apenas estava apaixonado por um garoto hétero, porém agora ele sabia que estava apaixonado por um garoto gay, que fingia ser hétero. Tudo parecia tão mais fácil antes...

– Você está bravo?

– NÃO! – Gritou, se virando automaticamente. – Não. É que eu passei minha adolescência toda sendo jogado nos armários e sendo jogado nas lixeiras pela minha opção sexual, e aparece você, o cara mais popular do colégio, gostando de garotos como eu e... Você é normal pra eles. Você é o ídolo deles... E isso me irrita. – Desabafou.

– E-Eu não sabia que você se sentiria assim... – Blaine deu um passo, se aproximando de Kurt.

– Eu só não deveria estar aqui... – Levou suas mãos à cabeça.

– Você é a única pessoa que sabe desse meu segredo, a não ser meu irmão... Kurt, eu me importo com você... – A voz de Blaine soava calma. Os olhos do castanho se abriram para enxergar aquele lindo homem em sua frente.

– Eu tenho que ir. – Kurt disse, porém não se moveu. Apenas viu Blaine perto. Perigosamente perto.

– Você deveria entrar comigo. Não acho seguro um garoto bonito como você ficar sozinho no estacionamento tarde da noite... – Blaine se aproximou, com um sorriso grande no rosto. Kurt corou ao ouvir as seguintes palavras: “bonito como você”.

Blaine tinha seu rosto perto do de Kurt, e chegava cada vez mais perto. Assim que suas bocas iam se tocar, Kurt desviou. O moreno aproveitou isso e começou a dar alguns beijos no pescoço do mais velho. Nesse momento, Kurt via estrelas. Seu grande e misterioso amor queria você, o que deveria ele fazer?

Blaine soltava uns gemidos abafados pelos beijos que distribuía pelo pescoço de Kurt, e assim, foi subindo seu caminho, até chegar no queixo de Kurt. Suas mãos (não se sabe como) já estavam na cintura do mais alto, e agora os dois sorriam um para o outro.

Foi exatamente nesse momento - Kurt olhava para Blaine, com seus olhos iluminados pela lua e estrelas no céu e seu sorriso enorme. Blaine olhava para Kurt, um pouco corado mas também sorrindo (sem os dentes, o que Blaine achava charmoso) – que Kurt teve seu primeiro beijo.


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Notas finais do capítulo

Vocês lembram daquele assunto "mãe doente" que eu vinha deixando claro em todas as fanfics? Poisé, ela faleceu dia 01. Sim, já recebi muitos pêsames e não posso falar que estou bem, mas estou levando. Escrever me tira dessa vida de pensar sobre o assunto, então aqui estou com mais um capítulo da fic. Gostaram? Achei que ficou fofo!