One More Night escrita por Lyandra Delcastanher


Capítulo 6
#6


Notas iniciais do capítulo

Estou vindo de uma semana cheia de trabalhos e provas, e de um surto de preguiça. Porém, aqui estou, tentando atualizar todas as fanfics hoje. Aproveitem.



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– Eu estou cansado de toda essa merda!

Gritava Blaine, batendo a porta do seu quarto com força. Ele e seu irmão brigavam todos os dias, e era sempre o mesmo motivo: O senhor William Anderson, cujo Blaine deveria chamar de pai, porém não conseguia.

– Você sabe que um dia irá ter que contar isso para seu pai. - O garoto levantava a voz do outro lado da porta, porém Blaine já tinha pulado a janela e estava saindo com seu carro da garagem.

Maldito segredo que o moreno escondia. Maldita vida falsa que ele tinha que viver, fingir ser outra pessoa e não se importar. A vida de Blaine nunca foi das mais fáceis. Quando era criança já sabia disso, e foi quando se aproximou do irmão. Ele era o único que sabia seu real segredo. Cooper era a única pessoa com quem Blaine poderia contar o que estava passando, mas ultimamente a compreensão não vinha como antigamente.

– Maldito Cooper que está chutando pra fora do armário. - Resmungava Blaine, enquanto dirigia para fora da cidade em alta velocidade. Tudo o que o moreno queria era esquecer. Era pedir muito?

[...]

– Mercedes, eu não sei... - Kurt sentiu a cama em suas costas. Fechou os olhos e levou às mãos à cabeça.

– Qual é, Kurt. Vai ser divertido. Você vai passar um tempo com pessoas que te entendem. - A morena puxou o amigo pelo braço. - Pelo menos hoje, por mim...

– Tudo bem, mas eu vou sozinho.

– O quê?! Nem pensar! - Resmungou.

– Eu vou e te conto o que acontecer lá.

– Maldito Hummel. - E assim os dois saíram do quarto, caminhando até a garagem. Kurt disse para seu pai que dormiria na casa de Mercedes, e o velho sequer desconfiou. O filho nunca foi de sair para esses lugares, então que mal teria?

– Se divirta.

Foi o que Mercedes falou, antes de Kurt voar com seu carro pra fora da garagem. Só Mercedes para tirar Kurt de casa em pleno sábado para ir em uma suposta boate gay nos arredores da cidade vizinha para arranjar um namorado. O moreno ria com a situação, e em poucos minutos já tinha estacionado seu carro naquela pequena boate.

Seus passos até a entrada foram lentos. Talvez com um pouco de receio de ser pego. Ele tinha apenas 17 anos, e não tinha muito a aparência de alguém de 21.

– Identidade, por favor? - Disse um homem loiro, mal encarado que ficara na porta checando a identidade das pessoas que ali passavam.

Suas mãos trêmulas levaram aquele pedaço de plástico até o homem, que apenas com uma lanterna conferiu a foto e já devolveu a identidade, sem muita vontade de conferir.

– Se divirta. É o sábado do karaokê.

Uma vez que a corda estava aberta, Kurt entrou na boate. Seus olhos brilharam e ele pode jurar que um pequeno sorriso abriu em seu rosto. Aquele lugar era totalmente diferente do que ele imaginara de primeiro plano.

Era chique. Era limpo. Não era como um açougue igual os filmes, com homens engaiolados e música rolando solta. Pelo contrário. Apenas uma música ambiente e algumas mesas para conversar. Ali também tinham gays de sua idade, não apenas velhos que não conseguiam sair do armário e mantinham uma vida falsa fora dali.

Kurt se sentiu bem. Kurt se sentiu incluso a algo.

– Posso te pagar uma bebida? - Kurt virou sua cabeça, encontrando um jovem muito bonito atrás de si, sorrindo.

– C-claro. - Disse com a voz falha.

– Não precisa ter medo de mim. - Sorriu e se sentou ao seu lado.

– É que é minha primeira vez aqui. - Kurt olhou o garoto nos olhos. Pequenos olhos azuis que cativavam.

– Estou te fazendo as honras? - Abriu ainda mais o sorriso. - Sou Dave. Dave Karofsky.

– Kurt. Kurt Hummel.

– Bom, Kurt. Agora que nos conhecemos, posso te pagar uma bebida?

Kurt sorriu, se sentindo acalorado com a presença do "amigo" e assentiu lentamente com a cabeça. Bem que Mercedes estava certa. Era bom conversar com pessoas parecidas com ele. Na verdade, era ótimo conversar com pessoas parecidas com ele.

– E então, Kurt. Por quê nunca te vi por aqui? - Tomou um gole de sua bebida colorida.

– Eu sou de Lima. Minha amiga me sugeriu esse bar e eu vim conhecer.

– Lima, huh? - Kurt poderia jurar que Dave estava se aproximando. - Você estuda lá também?

– Sim, no McKinley High.

– Mesmo? - Dave pareceu surpreso. Surpreso demais.

– Por que a surpresa?

– Porque eu nunca te vi lá. - Kurt ficou em silêncio. - Eu estudava lá também, mas mudei de colégio por que queria ser quem eu realmente era, entende? Foi apenas melhor, já que eu já morava em Westerville. Estou agora cursando o ensino médio da Dalton Academy.

– Menino de escola particular, huh? - Kurt sorriu, tomando mais um gole de sua bebida cara que seu amigo havia pago.

– É. - Sorriu. - Lá é melhor, e achei outros amigos gays também. Eles estão aqui... - Olhou por cima da multidão. - Deviam estar aqui... De vez enquanto eles somem e vão com outros garotos para um hotel aqui perto.

Kurt revirou seus olhos.

– Calma, eu não sou assim. - Dave sorriu, alcançando a mão de Kurt no balcão. O moreno se sentiu confortável com a proximidade.

– Mas então, Dave... Você costuma pagar bebidas para caras amadores nesse lance de boate? - Kurt sorriu, olhando para a multidão também.

Dave gargalhou divertido. Suas mãos continuavam entrelaçadas.

– Só pros mais bonitinhos.

Kurt engasgou com a bebida, e precisou de alguns segundos para recuperar o fôlego. - Bonitinho? Eu?

– Claro. - Corava lentamente. - Até meu amigo da Dalton está de olho em você desde quando chegou. Aliás, foi ideia dele de eu vir conversar com você.

– Aonde que ele está? - Perguntou Kurt, se divertindo.

Dave apontou para um canto da boate, e quando Kurt olhou, seus olhos se arregalaram. Seu coração, de um jeito, bateu mais forte e as palavras não podiam mais ser encontradas em seu vocabulário.

– Kurt, você está bem? - Perguntou Dave preocupado.

– E-eu conheço ele.

– Quem? O Sebastian? - Dave levantou uma sobrancelha.

– O-o quê? - Tirou seus olhos da pista de dança. - Não, o outro. O menino com quem seu amigo está dançando. Ele é da minha escola e...

– E...?

– Eu não sabia que ele era... gay. Na verdade, ele poderia ser qualquer coisa, menos gay.

– Não precisa ser gay pra vir aqui, Kurt. Não é porque isso é uma boate gay, que todos aqui dentro são gays. - Kurt olhou com uma feição divertida para Dave, que olhou todos em volta, sorrindo também. - Ok, talvez a maioria seja gay. Porém seu amigo talvez veio acompanhado de alguém.

– Duvido muito. Eu sou um dos únicos naquela cidade... - Kurt não tirava os olhos de Blaine, que segundos depois, começou a olhá-lo também. - Ótimo! - Resmungou, tirando seus olhos da pista novamente.

– Parece que ele quer dançar.

– O quê?! Não. Não, quero dizer... Não pode... - Kurt começou a corar, e suas mãos suavam em um rítmo descontrolado.

– Qual é o lance entre vocês dois? - Dave perguntou, fazendo Kurt se assustar. No início ele não queria falar. Ele não queria desabafar para o primeiro cara que conversara na noite, porém com o assentir lento de Dave, Kurt se sentiu em casa.

– Eu meio que gosto dele. Faz alguns anos já, pra falar a verdade. Porém eu nunca notei pela possibilidade de ele me notar. - Kurt olhou Blaine, que não tirava os olhos do mais velho. - Coisa que ele está fazendo exatamente agora.

– Ele quer dançar com você. - Dave olhou também para Blaine.

– Não...? Não. - Kurt voltou a encarar Dave.

– Não vou ficar aqui fazendo você perder uma oportunidade que esperou por anos. - A mão de Dave saiu da de Kurt (ela ainda estava lá por esse tempo todo?) e alcançou um guardanapo. - Aqui está o meu número. Você pode me ligar caso as coisas com o menino do gel não funcionem.

– O-obrigado.

– Você não tem que agradecer.

E o garoto de olhos azuis e boné fora deixado para trás. Kurt agora caminhava até a pista de dança, separando Blaine do tal amigo de Dave. E a noite havia apenas começado.


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Notas finais do capítulo

Vocês estão suportando o hiatus? Eu estou quase desistindo :'(