One More Night escrita por Lyandra Delcastanher


Capítulo 5
#5




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Aquilo já estava ficando fora de controle. Era a terceira vez que Kurt pegava a si mesmo observando Blaine durante a aula de geografia. Blaine e sua maldita perfeição ainda fariam Kurt repetir de ano. E logo, virou perseguição.

Quando o castanho descobriu que todos os dias às 10:30hrs Blaine tomava seu café matinal, Kurt começou a virar um frequentador assíduo daquela loja de café no fim da rua. Nada como tomar café e observar o cara que você mais gosta. Em segredo, claro, pois Kurt não admitiria nem para Mercedes, sua melhor amiga, que estava apaixonado pelo menino mais popular do colégio.

– Kurt? Terra chamando... - Mercedes estralava seus dedos em frente aos olhos do castanho, que havia se desligado do mundo ao ver seu muso entrar pela cafeteria.

"Merda, Mercedes veio comigo dessa vez!"

– Me desculpe, estava pensando em uma coisa que meu pai me disse essa manhã... - Mentiu. - Sobre o que falávamos mesmo?

– Então, eu estava falando que o Mr. Shue já começou a fazer as audições para West Side Story, e que ouvi pelos corredores do colégio que eu, Rachel e uma tal de Sugar somos cotadas para o papel principal. Da Rachel-nariz-de-tucano eu sei que ganho, agora tenho que me preocupar de verdade com essa Sugar, pois acho que ela deve cantar muito bem então tenho que cantar uma música muito boa. O que você acha de Higher Ground, ou que tal Spotlight?

– Sim. - Kurt falou sem tirar os olhos da fila até o balcão, aonde Blaine mexia em seu celular sem a mínima atenção no mundo.

– Sim o quê? - Mercedes se virou. - Você está mais uma vez encarando o Blaine?

– O quê? - Despertou ao ouvir o nome do menino. - Mercedes, me desculpe. É que você sabe que... - A negra o interrompeu.

– Que ele é um gato e canta super bem e você está super apaixonado por ele, sim. Agora será que dá pra prestar atenção na sua melhor amiga aqui? Por que se você não viu, até a Rachel percebeu que você estava encarando o bonitão ali...

– Como?!

Mercedes apontou com a cabeça e Kurt se virou, encarando Rachel o encarando e segurando um copo de café como se fosse explodir de raiva. "Ah, merda." pensou.

Rachel deu um gole no seu café médio, sem tirar os olhos de Kurt e caminhou até Blaine, com um sorriso enorme no rosto. Ele era seu namorado, somente seu, e ela até entendia ter que dividir a atenção do moreno com as líderes de torcida, porém com Kurt? Nunca.

– Hey Rachel, como é que você está- - Então Blaine foi surpreendido com um beijo. Não somente Blaine que estava surpreso. Kurt encarava aquela cena com os olhos arregalados.

– Kurt? Kurt? - Mercedes estalava os dedos novamente. Depois de não obter resposta, olhou na mesma direção que o amigo e encontrou aquela cena, nem um pouco bonita. - Qual é, Kurt. Eles são namorados.

– Sim, sim... - Demorou alguns segundos até o castanho tirar os olhos do moreno. - E então, sobre sua audição para WSH, o que você tem em mente? - Chacoalhou sua cabeça, tentando ignorar o fato de que atrás de sua amiga, estavam Rachel e Blaine se beijando.

[...]

– Pai, cheguei. - Gritou Kurt, deixando sua bolsa sob a mesa onde ficavam as ferramentas. O filho havia prometido ao pai que iria o ajudar na oficina, já que Finn estava na casa de uns amigos do futebol.

– Filho, aqui. - Burt saiu de baixo de uma caminhonete. Com a ajuda de Kurt, Burt estava em pé novamente. - Como foi seu dia, criança?

– Bom.

– Me passa a graxadeira ali. - Burt pediu e Kurt a entregou. Agradecia por seu pai ter uma oficina. Era um jeito de quebrar o estereótipo "dama" por causa de sua orientação sexual. - Então, kiddo, passei hoje em frente aquela cafeteria do final da rua e vi que estão precisando de atendentes. Você poderia começar lá.

– Você não gosta de mim aqui na oficina, pai?

– Bastão de óleo. - Kurt entregou ao mais velho, que não tirava os olhos do serviço. - Gosto, Kurt. Mas lá você iria ganhar mais, e é bom começar a ter um emprego de verdade se você quiser sair dessa cidade depois do colégio... Me passa a chave 6.

– Mas eu gosto de ajudar aqui. - Kurt entregou. - E você não pode negar que eu tenho ficado cada dia melhor.

Burt tirou seu olhar do carro e encarou Kurt. - Filho, quem você está querendo enganar? Você não tem interesse por carros, mas sim por roupas. E o uniforme de lá nem é tão ruim... - Deu a volta no filho. - E sobre o fato de você estar melhorando... Aquela era uma chave 8. - Riu, pegou a ferramenta certa e voltou a consertar o carro.

– Ok, pai. Prometo que verei esse emprego, se significa tanto para o senhor. - Forçou um sorriso. - O que você precisa?

– A tampa do estufe do carburador.

Kurt levantou uma sobrancelha, fazendo Burt sorrir.

– Aquele redondinho ali. - Apontou, e Kurt sorriu. Mesmo que não fosse o técnico dos carros igual seu pai, adorava passar um tempo com seu velho na pequena oficina.

[...]

A aula havia retomado para o horário vespertino. O corredor se encontrava cheio de alunos correndo, gritando... e alguns casais se beijando também. Kurt não suportava aquilo, revirava os olhos e fingia que não via.

– Spotlight. - Disse Mercedes com um sorriso no rosto, abrindo seu armário ao lado do amigo.

– Me desculpe. Como? - Kurt encarou a amiga.

– Vai ser a música da minha audição. Spotlight. E você se sairia muito bem com Lean On Me.

– Talvez eu tente algo mais... provocante. O que acha de Not The Boy Next Door? - Kurt encarou a amiga, que estava assustada.

– Você vai mesmo tentar essa música? Por que se você tentar eu vou achar o máximo. Eu vou adorar ser a Maria do seu Tony. - Mercedes sorriu.

Kurt sorriu e continuou mexendo em seu armário. Agora havia um silêncio constrangedor sobre ele e sua amiga. Fechou a pequena porta e encontrou a negra quase devorando com os olhos um casal que se beijava no corredor.

– Você já beijou alguém? - Perguntou sincera.

– Não, mas eu quero. - Kurt encostou sua cabeça no recém-fechado armário, fechando seus olhos e imaginando sentir a boca de Blaine tocar a sua. As mãos suaves de Blaine, que ele sabia que eram suaves (claro que eram), sobre sua cintura. Suas línguas se encontrando e virando uma só numa perfeita dança e...

– Tá com sede? - Foi o que ouviu antes de sentir seu rosto ser completamente coberto por um líquido gelado e gosmento. Um jogador de futebol havia passado pelo gay e jogado em seu rosto uma daquelas raspadinhas de abacaxi.

– Kurt! - Gritou Mercedes, indo até o amigo o ajudar.

– Deixa. - Abriu seu armário novamente, pegou uma muda de roupa (que sempre deixava a mais, pois raspadinhas eram costumeiras) e seguiu caminho até o banheiro. Um dia aquele inferno teria que parar.

Do outro lado do corredor, Blaine encarava aquela cena perplexo.

[...]

A aula havia encerrado e Kurt e Mercedes voltavam para casa a pé, já que não era necessário de carona para andar algumas quadras.

– Kurt, você devia arrumar um namorado.

– Claro que sim. Que tal eu pegar meu celular e checar a lista de caras que correm atrás de mim e escolher um? - Ironizou.

– Calma.

– Me desculpe, é que eu estou meio estressado hoje. - Abraçou a amiga, continuando a caminhar em seu lado.

– Você ainda tem aquela sua identidade falsa? - Mercedes abriu um sorriso enorme. A negra se referia à uma identidade falsa que Kurt havia feito para comprar algumas bebidas, obrigado pelos jogadores de futebol. Segundo eles, Kurt tinha cara de mais velho.

– Deve estar em algum lugar do meu quarto. Por quê?

– Eu tenho um lugar perfeito pra você ir, e tenho certeza que de lá você não sai solteiro. - Seu sorriso seu abriu mais ainda.

E com uma sobrancelha levantada, Kurt viu a amiga se despedir e entrar em sua casa. Que diabos Mercedes estava tramando?


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Notas finais do capítulo

Eu sei que tá muito focado no Kurt, mas Blaine aparecerá em breve.



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