One More Night escrita por Lyandra Delcastanher


Capítulo 25
#25 Não sou mais um garoto assustado e sozinho


Notas iniciais do capítulo

Ressurgindo das cinzas igual uma fênix, aqui estou eu novamente... Não pensaram que eu tinha abandonado vocês, pensaram? ♥



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"– Não sei se seria uma boa ideia irmos pra minha casa... - Jogou o corpo contra o banco. - Já foi muito me aceitarem de volta em casa, não sei se iriam gostar que eu levasse meu namorado no dia seguinte.

– Namorado? - Levantou uma das sobrancelhas. - Whoa, vai com calma.

– K-kurt, m-me desculpa, eu... - Kurt interrompeu o moreno.

– Estava brincando. - Deu um selinho rápido em Blaine. - É isso que somos um do outro, certo?

– Certo. - Assentiu com certeza, escondendo um sorriso entre os lábios. Suspirou novamente e ligou o carro, dirigindo para a rodovia.

– Onde vamos?

– Pra minha casa. - Disse confiante, fazendo o estômago de Kurt se revirar com as borboletas que tinham dentro dele."



– Mas eu pensei que... - Kurt tentou conversar, mas o sorriso no rosto de Blaine era toda a resposta que precisava naquele momento. Ainda não acreditava que seu pai havia deixado seu filho único dormir fora de casa, provavelmente na cama de um psicopata que nunca havia ao menos o dado oi. Às vezes Kurt pensava demais.

– Você está quieto. - Kurt insistiu.

– Estou novelando¹.

– Algo que eu deva me preocupar?

– Talvez. - Blaine suspirou enquanto girava o volante sem dificuldade. - Estou confiante de te levar pra lá porque todas as coisas de ruins que me falavam ou faziam eu absorvia, mas não sei se consigo fazer isso com você. D-digo, vão ter olhares...

– Eu não me importo. - Moveu sua mão à de Blaine que mudava a marcha na hora. - Se eles não nos aceitarem, e daí? Não podemos fazer nada além de ter pena por perderem um filho e um genro tão maravilhosos como nós. - Blaine gargalhou. - Eu falo sério.

– Eu vejo.

O carro então diminuiu a velocidade, chegando em uma casa de madeiras escuras que poderia muito bem servir ao presidente dos Estados Unidos de tão linda que era na opinião de Kurt. Blaine estacionou na garagem e demorou alguns segundos para destravar as portas.

– Eu realmente gosto de você. Só pra deixar claro antes que entremos.

– Eu sei. - Kurt se virou no banco, encarando seu namorado. - E eu também gosto muito de você. E não tem nada que seus pais possam falar pra mim que me magoe tanto para eu não querer nunca mais olhar na sua cara. - Kurt sorriu e se inclinou para capturar os lábios de Blaine em um pequeno selinho. - A não ser que eles insultem meu estilo de moda.

– Oh, eles não iriam querer se meter nessa briga com você.

Aproveitaram que estavam de rostos colados e que o portão automático da garagem já se fechava e selaram um beijo que no começo foi carinhoso, mas segundos depois mãos não se encontravam paradas. - Se quisermos causar uma boa impressão, acho que amassos na garagem enquanto eles ainda estão lá dentro não é um bom começo. - Kurt falou entre os beijos.

– Talvez. Vamos ver...

– Blaine. - Kurt sorriu e se afastou, por mais que quisesse continuar.

Passaram pela porta que dava acesso à sala, na qual Kurt poderia jurar que já havia visto em algum catálogo de tão classe que era. Suspirava e seus olhos brilhavam conforme caminhavam. Blaine pensou em segurar a mão de Kurt, mas hesitou. Caminharam lentamente até o meio da sala, onde uma enorme claraboia mostrava a luz das estrelas entrando silenciosamente.

– Alguém em casa? - Blaine gritou já sabendo a resposta. O cheiro de guisado vindo da cozinha não enganava ninguém.

– Querido? - Eva saiu da cozinha com as mãos em duas luvas enormes e um sorriso não muito grande, que ao ver Kurt se desfez na hora. - Por que você não disse que traria um amigo?

– Porque eu não trouxe. Esse é Kurt, meu namorado. - Disse com um sorriso que escondia todo seu medo.

A mulher suspirou forte e fez uma coisa que surpreendeu os dois jovens. Caminhou até seu filho e o abraçou, Kurt achou aquilo particularmente adorável. Tentou ignorar o fato de que estava com os olhos cheios de lágrima, e então completou: - Filho, você é mais forte do que eu pensava. - Então se virou para Kurt. - E você, rapaz, qual seu nome?

– Kurt Hummel.

– Então, Kurt Hummel, espero que goste de guisado de carne. É o prato predileto de Blaine desde que ele tinha seis anos de idade. - Sorriu sem mostrar os dentes. - É melhor eu voltar, o guisado não vai se preparar sozinho.

E caminhou rebolando até a cozinha.

– Eu deveria ter medo disso? - Kurt sorriu ainda com o olhar por onde a velha senhora de cabelos negros havia passado. Ela era encantadora, como uma daquelas mulheres que haviam nascido para serem donas de casa.

– Não. - Um barulho de chaves foi escutado na porta da frente. - Você deveria ter medo disso.

E então o Sr. Anderson entrou pela porta. Kurt pôde ver de onde Blaine havia puxado o charme, porém não admitiria isso em voz alta para o velho homem de topete branco que acabara de entrar. O homem deu uma rápida olhada nos dois jovens na sala e logo se percebeu do que se tratava.

– Boa noite, pai. - Blaine disse receoso, involuntariamente dando um passo a frente de Kurt tentando protege-lo do que aquele monstro podia ser capaz de fazer.

– É esse? O garoto que a cidade inteira está comentando que você namora. - O homem limpou sua garganta grossamente e Blaine pôde sentir o hálito de álcool novamente. - É esse o garoto que meu filho está fodendo? - Gritou.

– Mãe, ele está bêbado de novo. - Blaine gritou para a mulher na cozinha.

– Ou você é o que fica por baixo? - Riu cinicamente. - Pelo menos me diga que meu filho é o que come, e não o que é comido. - A mulher veio da cozinha correndo.

– Andrew, querido, se acalme. Vamos na cozinha conversar um pouco e deixe o pequeno B aqui na sala com seu amigo... - Colocou as mãos no ombro do mais velho, porém quando o Sr. Anderson bebia ficava agressivo, e acabou empurrando a mulher um pouco longe.

– Amigo? Você quer dizer amante. - Encarou o filho nos olhos. - E deixá-los sozinhos para que fodam no meu sofá? No sofá que eu comprei com o meu dinheiro de gente normal? Não vou deixar essas criaturas ficarem na minha casa.

– Cala a boca. - Blaine disse olhando o pai com os olhos cerrados de raiva.

– Blaine, vamos embora. - Kurt disse forte, encostando a mão no ombro do namorado para tentar acalmá-lo. Nunca achou que o pai de Blaine fosse aquele tipo de homofóbico, apesar de todos os avisos dado pelo namorado.

– Não. Se tem alguém que vai sair dessa casa é ele! - Deu outro passo para frente. - Essa casa foi comprada com o dinheiro que o vovô deixou pra mim e pro Coop. Você não tem o direito de me mandar embora, e sim, esse sou eu te enfrentando.

– Não brinque com a sorte, garoto.

– Vai fazer o que? Me bater? Me expulsar de casa? Porque você já fez todas essas coisas e nada mudou, eu ainda continuo o mesmo e nada vai mudar. É muito mais fácil você mudar essa sua mente pequena do que eu mudar quem eu sou. - Blaine gritava também, e aquilo soou estranhamente sexy para Kurt.

– Você se acha o adulto, fazendo decisões pela sua vida. Lembre-se que você é meu filho e que, enquanto viver sob o meu teto, vai obedecer às minhas ordens.

– Sem problema. - O choro da mãe era mais alto que o tom dos dois homens. - Vou embora hoje mesmo se esse é o problema. Apenas quero a minha parte da herança do vovô que é meu por direito, para poder comprar uma casa pra mim.

– Você não vai levar um tostão de mim. - Bateu o pé e abriu a boca para falar outra coisa, porém Blaine o interrompeu.

– Tudo bem, eu posso não tirar, mas a justiça vai. Sabe o grande advogado da família e seu dito melhor amigo? Gay. E o juiz qual você tentou subornar quando uma das nossas empregadas o processou? Ele conhece você. Ninguém vai te dar essa causa ganha.

– Você brinca com as palavras, Anderson.

– Aprendi com o mestre. - Blaine falava passivamente, encarando o pai nos olhos. Estava gostando daquele sentimento de enfrentá-lo, e uma parte fazia isso para impressionar Kurt. - Agora se você me dá licença, eu e meu namorado vamos provar o jantar que a mamãe preparou com todo o carinho. Sinta-se à vontade de se juntar à mesa conosco, mas somente se aceitar o fato de que seu filho nunca será o que você quer. - Blaine deu uma última encarada no pai, pegou na mão de Kurt e o guiou até a cozinha.

A mãe foi logo atrás, limpando as lágrimas no avental preto que usava para não sujar a roupa de luxo que vestia. Kurt tinha os olhos azuis arregalados, impressionado com a bravura da Blaine ao enfrentar o pai.

– Filho, não faça mais isso. Você sabe do que ele é capaz.

– Não, ele tem que parar. Alguém tem que colocar naquela cabeça pequena que ele nem sempre está certo em tudo. E é assim que vou tratá-lo a partir de agora. E Kurt vai dormir aqui hoje, goste ele ou não.

– Blaine... - A mulher se encostou no balcão.

– Vai ficar tudo bem. - Deu um sorriso torto à mãe.

– Então, onde ficam os pratos? - Kurt cortou o momento constrangedor. Eva deu um sorriso e foi até um armário acompanhado do genro.

Assim que os três colocam a mesa, o Sr. Anderson apareceu na cozinha e disse silenciosamente para quem quisesse ouvir. - Coloque mais um prato. - E logo em seguida subiu as escadas para tomar um banho. Blaine sorriu e assentiu para Kurt. Talvez as coisas não mudassem de uma hora pra outra, mas estavam começando a mudar.


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Notas finais do capítulo

¹ novelando: provavelmente você é novo nas minhas histórias se nunca ouviu esse termo por aqui... sabe quando você está num ônibus esperando para chegar em casa e a rua passando e a música de fundo te faz pensando o que aconteceria se você e o amor da sua vida se encontrassem na rua, e de repente você já está casada com seis filhos e dois cachorros em uma novela muito estranha? você novelou!

voltei com esse capítulo meio NHÉ porque hoje tô meio NHÉ e todos sabem que acho essa fanfic meio NHÉ... enfim, prometo que o próximo fica bom! hehe (>*-*)>