One More Night escrita por Lyandra Delcastanher


Capítulo 23
#23 Um grande dia para o Hummel


Notas iniciais do capítulo

boatossss de que o sentimento de kurt quando escrevi a briga com mercedes foi baseado em algo que quero falar pra alguém faz tempo!



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Kurt não conseguiu falar com Blaine o dia inteiro. Ora era arrastado pelas cheerios, ora era arrastado de volta pelos seus colegas do glee club tentando o salvar de uma manada de líderes de torcida malucas tentando o coagir para o outro lado da força. Kurt se encontrava agora na sala do coral. Algumas pessoas estavam ao lado de fora pensando em entrar e assistir a aula (mesmo que quando Rachel e Blaine namoraram, nunca passou por suas cabeças fazerem isso).

Mercedes ignorou a muvuca que se fazia ao lado de fora da sala do coral e entrou, havia combinado de se encontrar com Tina ali. Porém a única pessoa que estava dentro da sala era Kurt, que arrumava suas partituras em pastas em cima do piano. Ao perceber a presença da negra limpou a garganta e começou a arrumar seus pertences em uma velocidade maior.

– Kurt... - Hesitou antes de dar alguns passos até o amigo. - Até quando iremos ficar nesse clima chato? Você sequer responde minhas mensagens.

O castanho suspirou firme e largou as folhas em cima do órgão, encarando a amiga (ex-amiga?) no fundo dos olhos, mostrando que não estava bem.

– Você contou meu maior segredo para a escola toda, Mercedes. - Dizia em um tom repreendedor, como se Mercedes fosse uma criança que tinha acabado de fazer birra e precisava aprender a não fazer aquilo novamente.

– Eu não contei pra escola toda, apenas para Rory, Sugar, Tina e...- - Mercedes percebeu o descontentamento no rosto do Hummel e tentou se desculpar. - Me desculpa, ok? Mas olha, deu tudo certo. Todos da escola parecem te venerar agora!

– E se não desse? Você conhece Karofsky e sua turma. Eu poderia estar morto agora, Blaine poderia estar morto agora. - Sussurrou na última parte e voltou a arrumar suas coisas com a intenção de sair de perto da negra o mais rápido possível.

– Kurt, foi um erro. Blaine me contou que Niccholas, Santana, Finn e Brittany sabiam quando você me contou... Por que eu fui a última a saber? - Segurou no braço do amigo. - Por que você escondeu isso de mim por tanto tempo?

– Não se faça de vítima. - Tirou o braço da morena do seu e colocou sua bolsa no ombro, com intenção de fazer uma saída dramática em alguns instantes. - Finn e Santana descobriram por acidente, e Brittany descobriu porque precisávamos fazê-la acalmar a latina. Sobre Niccholas, ele é igual à mim e eu precisava ter essa conversa com alguém que não fosse me julgar e me encher de perguntas sobre como eram os beijos de Blaine. - Olhava Mercedes nos olhos. - Você não sabe como eu me sentia o pior amigo do mundo todos os dias ao te encontrar e não poder te contar as coisas que estavam acontecendo comigo. Você era minha melhor amiga... - Jones o interrompeu, sussurrando.

– Eu ainda sou sua melhor amiga.

– Melhores amigos não agem assim. - Kurt piscou algumas vezes tentando deixar seus olhos de ficarem marejados. Olhou uma última vez para a diva e saiu da sala com pisadas firmes. Seus "súditos" que o esperavam ao lado de fora o seguiram como cachorrinhos famintos. Jones sentiu um buraco em seu peito se abrir.

Déjalo en paz, que montón de buitres.– Santana chegou dando um "chega pra lá" nos seguidores de Kurt. Alguns segundos não se via nenhum estudante seguindo o castanho. A latina o acompanhou.

– Por que está fazendo isso, Santana?

– Porque me importo com você.

– Vou tentar fingir que é por isso e não pelo fato de você ser uma cheerio amiga do mais novo ocupante do topo da hierarquia da escola te traz benefícios de Sue de um jeito como nunca antes. - Kurt gargalhou baixo, finalmente parando em frente ao seu armário. A latina continuou ali. - Você sabe, não preciso mais de guarda-costas.

– Estamos felizes por você. - Santana disse encontrando o olhar de Mike, Tina e Sugar no fim do corredor caminhando alegremente até Kurt.

– Preciso marcar hora agora para falar com você, Kurtie? - Tina apareceu por trás, dando um abraço surpresa no amigo. Mike gargalhou e Sugar finalmente se sentia incluída, uma vez que sempre quis ficar entre os mais populares mesmo.

– Tenho que checar com minha secretária. - Brincou Kurt.

– Viemos falar que os ingressos para West Side Story se esgotaram. - Sugar sorriu para o amigo.

– Isso é impossível. Até ontem não tínhamos vendido nem vinte lugares.

– Mas parece que a notícia que você está com Blaine se espalhou rápido por todo o McKinley, pra não dizer Ohio. - Santana completou. - Chantageei Becky e ela me ajudou a distribuir panfletos sobre a peça. Jacob Israel comprou dezena deles apenas para vender por um preço mais caro. Antes só a família da Berry viria.

– Falando em Rachel... - Kurt realmente se preocupava sobre a judia. - Alguém teve notícias dela? Finn disse que ela está superando bem, mas sabemos, é Rachel Berry e qualquer coisa previsível é outro caso quando falamos dela.

Todos ficaram quietos.




Rachel Berry acordou, diferente dos demais dias, sem motivação. Não fez sua rotina matinal como fazia nos últimos cinco anos. Apenas tomou um banho e desceu para tomar café (ou pelo menos ficar na mesa segurando uma torrada por horas sem ter vontade de dar sequer uma mordida). Arrastou-se até o carro e esperou seu pai lhe dar uma carona, perguntando diversas vezes porque sua estrelinha estava quieta. Ela apenas assentia e sussurrava que estava tudo bem.

Bom, não estava.

Hiram estacionou o carro, porém não destravou as portas. Se virou no banco e encarou sua pequena diva sem o brilho nos olhos que costumava ter.

– Isso é sobre os boatos que estão correndo na cidade sobre Blaine? - Rachel assentiu, chocando sua cabeça contra o estofado do banco do carro do pai. - Oh, estrelinha. Você deve estar se sentindo péssima por isso.

– Não, pai. Estou me sentindo péssima por não me sentir péssima por isso.

– Como?

– É claro que foi chato descobrir isso assim, mas quando eu olhava para Kurt todos os dias na escola eu só torcia e torcia para que ele pudesse encontrar alguém como ele e ficar igual você e papai. - Suspirou, fechando os olhos. - Blaine é uma ótima pessoa, eu tinha um afeto enorme por ele...

– Mas não era amor.

– ...Mas não era amor. - Completou a Berry, finalmente encarando o pai com os olhos vagos. - Eu estou chateada por ser enganada por tanto tempo, e francamente se pudesse entraria no colégio com um saco na cabeça para evitar a vergonha de uma traição, mas não pelo fato de Blaine ter me deixado.

– Porque você ainda ama Finn.

– ...Porque eu ainda amo Finn. - Rachel repetiu abrindo um enorme sorriso em seus lábios, o primeiro desde a descoberta daquela notícia horrenda. Como era possível seu pai a entender tão bem?

– Posso perguntar uma coisa um tanto quanto constrangedora, estrelinha? - Rachel assentiu e Hiram demorou alguns segundos até conseguir formar essa ideia em sua cabeça. Ou pelo menos se convencer de que Rachel um dia teria que crescer e deixar de ser uma menininha mimada. - V-você e Blaine, vocês... transaram?

– Pai! - Gritou chamando a atenção de alguns alunos ao carro. Hiram tentou esconder a risada e continuar com aquele olhar de pai repreendedor e Rachel sabia que não sairia dali se não respondesse essa pergunta. - Não.

– Você não sabe o alívio que isso me deu.

– Pela parte de Blaine ou por minha? - Rachel gargalhou devido à confusão se formando no rosto de Hiram. - Tenho que ir, pai.

– Prometa que vai se cuidar, estrelinha.

– Eu vou, pai.

Hiram soltou um suspiro aliviado e destrancou as portas do carro. Antes da pequena diva sair, deu um beijo estalado na bochecha do pai e seguiu seu caminho, um pouco mais contente. Assim que entrou pelos corredores sentiu o olhar das pessoas queimando sobre si, mas tentou ignorar os pensamentos que pipocavam em sua mente.

Do fim do corredor, Finn gritou seu nome, acenando. Rachel abriu um sorriso de orelha à orelha e apertou o passo, segurando a alça da mochila com as mãos. Gelado, escorrendo, antiga sensação. Aconteceu tão rápido que Rachel nem conseguia falar como.

– Bem vinda de volta ao chão, Streisand. - Disse Avril, uma líder de torcida. Jogou o copo de slushie vazio no lixo e gargalhou indo embora com as amigas.

Quanto tempo Rachel não sentia aquele gelado percorrer seu rosto e se perder na camisa? Piscava rapidamente com a boca aberta, enquanto os pedaços de gelo percorriam seus cabelos.

– Venha, vamos te limpar. - Finn pegou Rach pela mão e a tirou do meio do corredor. Todos encaravam a cena com um olhar surpreso.

– E-eu não entendo. - Finn havia levado Rach ao vestiário masculino, que nesse horário era vazio e tranquilo para uma garota entrar ali. Rachel tinha a cabeça apoiada na pia, onde Finn lavava seus cabelos negros delicadamente. - Eu costumava ser amiga de Avril. S-sentávamos juntas na aula de literatura.

– As coisas mudaram, Rach. - Finn fechou a torneira e pegou a toalha, secando o couro cabeludo da judia com cuidado. - Aparentemente era Blaine quem te mantinha no topo, e agora que vocês terminaram, bem... Você voltou para onde pertencia.

– E todos os amigos que eu tinha? T-todos eles se foram...?

– Quando estive na pior também pensei as mesmas coisas quais você deve estar se questionando agora. - Terminou de secar e agora passava a escova pelas mechas de Rach. - Os únicos amigos de verdade são os que você tinha antes de se tornar, você sabe, "a popular". - Rachel sorriu. - Mercedes, Tina, Eu, Kurt...

– Não sei se consigo me acostumar de volta com isso.

– ...Você poderia tentar voltar ao topo... - Arriscou o jogador de futebol. Seria muito cedo? - Você poderia criar um clube, ou tirar sempre notas altas, ou... namorar um jogar do time... - Sorriu ao falar, entregando a escova de cabelo à judia.

– E-eu não sei. - Disse incerta.

– Me diga quando se decidir. - Finn soltou seu melhor sorriso à Rachel, saindo e a deixando sozinha no vestiário com seus pensamentos.





[...]

E lá estava Blaine.

As porta do McKinley se abriram e dela surgiu um garoto sorridente, de um jeito como nunca se vira antes. Todos o encaravam com enorme tranquilidade, como se as coisas e os lugares hierárquicos continuassem os mesmos. Blaine sorriu ao enxergar Kurt no fim do corredor, conversando com Santana, Tina, Mike e Artie, rindo e conversando.

Havia chegado na escola agora mas já sabia dos boatos. Kurt era o rei do lugar. Abriu um sorriso maior ainda e caminhou - ou posso dizer correu? Porque era isso que ele estava fazendo.

Kurt não percebeu Blaine se aproximando. Só se deu conta que ele estava ali quando o moreno chegou, e sem aviso prévio, agarrou Kurt em seus braços e lhe deu um beijo ali no meio do corredor. Kurt se apavorou, queria se soltar, mas logo se lembrou que todos ali sabiam.

Santana e os demais sorriram ao ver o ato de amor.

– É tão bom poder finalmente fazer isso com você em público. - Blaine sussurrou assim que saiu do beijo. Kurt ainda estava desnorteado, sem saber o que pensar.

– Agora teremos que aguentar vocês dois se pegando pelos corredores? Mi dios. Estamos viviendo en tiempo prestado.– Deu de ombros e saiu, o resto dos amigos seguiu a latina deixando os pombinhos sozinhos. O coração de Kurt ainda batia forte.

– Desculpa se te assustei, mas finalmente saber que posso fazer isso com você me deu a vontade de simplesmente fazer. - Sorriu para Kurt, fazendo o castanho também abrir um sorriso bobo.

– Tudo bem, acho que estava te procurando para poder fazer o mesmo. - Assumiu. - Você chegou tarde apesar de ter me mandando uma mensagem de bom dia cedo. Está tudo bem?

– E-eu fui em casa. - Gaguejou antes de continuar. Kurt tinha o olhar firme em Blaine. - Aparentemente Ohio todo já sabe sobre nós, sobre mim. Meus pais não gostaram da ideia, mas pediram para eu voltar pra casa. P-pelo menos por um tempo.

– Isso é maravilhoso.

– Sim, em parte sim. Ou talvez seja apenas mais um plano de meu pai de tentar me curar ou abafar a ideia de que isso é algo que precisa ser conversado... - Kurt sorriu ao ver a vulnerabilidade de Anderson. - Mas, hey, ouvi que Karofsky não veio à aula. Você parece estar feliz com a fama que ganhou.

– Desde que as cheerios prometam que não irão me arrastar de novo para o banheiro feminino para eu ajudá-las em uma roupa para sair no final de semana, sim. - Fez piada, tomando iniciativa e segurando a mão de Blaine. - M-mas estou feliz.

– Espero que sim. - Blaine sorriu sincero. - E vamos ficar por muito tempo.


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Notas finais do capítulo

frase do dia: "Melhores amigos não agem assim."

FINCHEL E KLAINE EM UM CAP SÓ, UHU!
enfim, como sabem estou sem corretor ortográfico e sou muito preguiçosa para revisar, então leiam e ignorem os erros grotescos



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