One More Night escrita por Lyandra Delcastanher


Capítulo 17
#17 Confie em mim, vamos fazer um trato


Notas iniciais do capítulo

um presente de aniversário pra pessoa que mais me inspira pra escrever essa fanfic! :)



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Kurt abriu seu armário e folheou alguns livros, procurando uma prova que havia guardado dentro de alguns deles, sem sucesso. Assim que desistiu e fechou a porta de seu armário, encontrou um Blaine Anderson em seu lado, sorrindo para o castanho.

– Oi.

Kurt ergueu uma sobrancelha e não entendeu porque Blaine estava conversando com ele em pleno corredor, cheio de pessoas passando e encarando os dois jovens.

– Oi?

– Pensei em uma maneira perfeita de terminar com Rachel. - Falava baixo, mas não o suficiente para sair como um sussurro.

– Blaine, você está louco? Ser visto falando comigo pelos corredores do colégio pode ser considerando um suicídio moral pra você! - Kurt nem se deu conta que estava a centímetros de distância do moreno, já que se beijavam praticamente toda hora. Se afastou e abriu seu armário, continuando a procurar a maldita prova.

– O quê? Não, nada a ver. Somos do mesmo grupo de coral, não somos? Se alguém nos perguntar, estávamos ensaiando uma música ou algo do tipo. - Kurt revirou os olhos, assentindo.

– E qual é seu plano perfeito para terminar com Rachel.

– Vou contá-la que sou gay, ou bi, não sei. Ela irá entender.

Kurt gargalhou baixo. - Você está maluco? Esse tempo todo namorando com ela e você não aprendeu nada? Se você fizer isso, Rachel irá contar para a escola toda, além do drama que teremos de aguentar no glee club... Todas as músicas que nunca foram cantadas, que tratam sobre término de namoro, Rachel dará um jeito de arruinar. E também tem a peça da escola. Ela é bem capaz de fazer um escândalo no dia da festa.

– V-você está me dizendo para não terminar com ela então?

– Não! - Gritou, chamando a atenção de alguns alunos do McKinley. - Só acho que você falar a verdade não seria a melhor opção. Olhe, tente conversar com ela através de uma música, ou tente achar algum motivo para você terminar sendo a vítima do namoro. Isso pode funcionar.

– Verdade, sabe, tem essa série que ela gosta e... - Blaine foi empurrado contra o armário por Karofsky, que gargalhou com seus colegas de time.

Você ficou maluco?!– Gritou Blaine. Karofsky parou de andar e se virou para encontrar o moreno.

– Você que ficou maluco. Conversando com essa garota nos corredores. - Karofsky se aproximou dos namorados. Kurt queria defender Blaine, mas sabia que acabaria sendo Blaine quem o defenderia.

– Não fale assim dele! - Cerrou os punhos.

– Olha, Blaine. Eu até maneirei com minhas brincadeiras com seus amiguinhos do coral porque pensei que, se o garoto mais popular do colégio está participando, não deve ser tão ridículo e gay. Mas agora te encontro conversando com a versão humana de bambi, e tenho que rever meus conceitos. Acho que o glee club é gay sim, e ele acabou te tornando um também. Tinha minhas dúvidas, mas depois de você brigar comigo por causa de Kurt pela segunda vez... Extra, extra, Blaine Anderson é o passivo da relação. - Gritou.

– Não fale assim comigo! - Blaine empurrou Karofsky, que só não partiu para cima do aluno porque foi segurado por seus "capangas". Blaine estava tentando não explodir de raiva, mas Karofsky estava o tirando do sério.

– Defendendo o namorado, tão típico. - Gargalharam.

– O quê? Não! Não namoro a versão humana do bambi e nunca vou namorar. - Gritou estressado. - Eu namoro Rachel e só não quebro sua cara exatamente aqui porque é capaz de você pedir ajuda pros seus amiguinhos.

Todos do corredor vaiaram o jogador de futebol, que deu de ombros e caminhou para longe acompanhado dos outros jogadores do time de futebol. Blaine colocou as mãos na cintura e bufou de raiva, só percebendo a merda que havia falando quando Kurt fechou seu armário com força.

– Kurt. K-kurt, o que eu disse...

– Eu ouvi muito bem o que você disse. - Engoliu seco. - Entendi também que só disse aquelas coisas porque estava com raiva, e sei como Karofsky pode te deixar com raiva, mas... Se você se assumir, coisas como essas vão ser apenas o começo, e se você não consegue lidar com elas agora... Sinto muito, Blaine. - Kurt caminhou para longe do amado.

[...]



– Está distante hoje, Kurt. - Disse Nick assim que Kurt trouxe algumas xícaras sujas de café da mesa cinco. - Alguma coisa aconteceu?

– Não, é que... - Olhou para os lados antes de falar alguma coisa. Sabia que podia confiar em Nick, mas não em outras pessoas do café. - Tem esse cara, e estamos saindo há algum tempo... Mas, ele parece não ter pressa pra se assumir e-e isso tem me tirado do sério.

– Oh. - Nick tinha suas dúvidas sobre a sexualidade de Kurt. - Sei como é, cara. Namorei por muito tempo um menino que conheci no ensino médio. Ele ia na minha casa todas as noites, íamos à praia todos os finais de semana, mas sempre em uma praia distante. O que mais machucava é que eu tinha o melhor namorado do mundo, e não podia contar para ninguém, nem mesmo meus amigos. - Suspirou. - Então um dia eu cansei de tudo, e parei de abrir a porta da minha casa às noites, parei de ir à praia todos os domingos, e deixei o único lugar para ele conversar comigo a escola.

– E ele se assumiu para ficar com você? - Perguntou com os olhos brilhantes.

– Não, no outro dia ele me prendeu dentro do meu armário na escola acompanhado de uns amigos. Eu tinha provas que ele era gay, poderia acabar com a vida desse menino, mas resolvi não fazer isso. Me superei e hoje estou aqui. Acho que ele nem deve ter terminado o ensino médio ainda... - Nick sorriu.

– Poisé, mas o que fazer quando o menino é o da mesa cinco? - Kurt afundou seu rosto em suas mãos, gargalhando rápido. Nick rolou os olhos inocentemente até a mesa cinco, onde Blaine estava sentado com Brittany.

– Aquela é a suposta namorada dele?

– Não, apenas uma amiga. - Encarou Blaine, que estava olhando para Kurt também. - Não sei como essa amizade aconteceu, aliás.


"O glee club nunca fora tão chato como antes, e Santana estava prestes a dormir quando Mr. Shue entrou na sala e começou a argumentar sobre a tensão sexual entre Maria e Tony, e sobre como todos os outros atores do palco deveriam acompanhar essa profundidade de sentimentos. Como se estivessem em chamas, ou algo parecido. Santana não estava prestando atenção de qualquer jeito.

– E como de que jeito iremos mostrar para eles que somos potentes? - Perguntou Mercedes animada com a matéria do líder do coral.

– Bom, pedi para Blaine e Artie uma amostra do que teremos que mostrar.

Blaine e Artie foram até o meio da sala e começaram uma performance ardente de Britney Spears, com um perfeito mashup de Justin Bieber. Quinn rolou os olhos, aquilo para ela parecia bobo, mas do outro lado da sala, Kurt estava de olhos arregalados com a sensualidade de Blaine, que a performance inteira não tirou os olhos do castanho. Estavam errados em ficarem escondidos, durante as salas de aulas vagas, mas era tão... sexy... Kurt não conseguia se controlar.

Santana estava totalmente entediada. Não precisava de uma aula de como ser sexy. Santana Diabla Lopez era a sensualidade em pessoa, e Mr. Shue, um cadeirante e o namorado de Rachel Berry queriam a ensinar como agitar as coisas? Deprimente. Rolou os olhos para Rachel, que se derretia durante a performance de Blaine, mas um grande V estava estampado em sua testa. Talvez Rachel fosse do tipo de garota que iria esperar até o casamento, ou não. Desde que ela e Finn terminaram por causa da noite de amor do grandalhão com Santana, Rachel provavelmente teria pegado trauma de sexo. Santana suspirou e voltou a prestar atenção na performance dos garotos.

'Olhe para Blaine, nem o próprio namorado consegue aguentar Rachel Berry explodindo de amores em uma sala tão pequena. Deveriam distribuir máscaras de oxigênio, ou algo, vai que isso é contagioso. Blaine parece tão apaixonado que nem olha para Rachel cantando música de desejo, ele olha para Kurt. Espera um pouco... Kurt?'

Santana arregalou os olhos e encarou Finn, que havia percebido isso também. Era disso que o Hudson estava falando. Era esse casal que Finn estava tentando mostrar para Santana. A latina franziu a testa. Não admitia que Finn percebesse as coisas antes dela mesmo, porque afinal, era Santana Lopez, a especialista em descobrir fofocas. Ou talvez estivesse apenas confusa e toda essa história de Blaine e Kurt era uma mentira de Finn para mexer com a cabeça da Lopez.

Santana encarou Kurt, que olhava apaixonado para Blaine.

'Puta merda, eles estão mesmo se pegando escondido. Eu conheço esses olhares, eu os faço toda a hora!'

Santana abriu a boca e os olhos, ainda não acreditando no que estava acontecendo. Após mais meia-hora de glee club, e Rachel tagarelando de como ela merecia ser Maria, e não Mercedes, a atividade extra-curricular havia acabado. Rachel saiu batendo os pés, antes de todo mundo. Santana apenas acompanhou com os olhos Kurt sair da sala, mas antes dando uma olhada para Blaine, que sorria de volta.

– Hey, Blaine. O que acha de irmos ao BreadStix? - Disse caminhando até o garoto.

– Pode ser, Sant. - Colocou sua bolsa em seu ombro.

– E depois, talvez, poderíamos caminhar pela praia, ouvir a quebra das ondas, nos sujarmos de areia e entender porquê todos consideram a praia o melhor lugar para namorar. - Sorriu sacana.

– E-essa parte do convite eu, infelizmente, terei que recusar. Estou com Rachel, como você sabe. - Blaine tinha um sorriso torto no rosto. Santana descobria naquele momento a orientação do moreno. Quem em sã consciência trocaria a oportunidade de trocar beijos com Santana por Rachel Berry e sua pureza?

– Podemos só tomar café, então.

Blaine assentiu e caminharam até o carro do garoto, indo até o Lima Bean. Blaine entrou primeiro, e Santana atrás. Enquanto a latina escolhia uma mesa afastada, Blaine fazia os pedidos. Nada além de um cappuccino para a latina e uma dose média light para si. Se sentou com Santana e antes que pudesse falar alguma coisa, Lopez já estava tagarelando.

– Olha, Blaine. Meu tempo é precioso e preciso conversar com você sobre uma coisa. Rachel pode ser a distração perfeita para os jogares de futebol, e todos do glee club, e até pra ela mesma, mas não pra mim. - Blaine arqueou uma das sobrancelhas. - Primeiro, eu sei que você está mentindo pra todos do colégio sobre colocar sua varinha de Harry Potter entre as coisas de Broadway da Rach.

– O quê? - Perguntou confuso.

– Eu sei. - Blaine ainda não fazia ideia do que Santana estava falando. - Eu sei que você é gay.

– O-o quê? - Seu coração parou naquele momento. - V-você está maluca.

– Não se faça, tenho um gaydar maravilhoso. Kurt? Totalmente gay. Aquele loirinho que está no caixa? Parece que respira glitter, e você, que parece que solta arco-íris pela bunda por todos os lugares que você vai.

Blaine corava, sem saber o que falar.

– S-santana...

– Não precisa se preocupar, não irei contar para ninguém já que também faço parte do outro lado da força.

– Você... - Hesitou.

– Sim, e segundo, eu sei sobre você e Kurt. E não sou a única. Finn também desconfia dos dois, e não sei como os outros não desconfiam já que você hoje flertou com Kurt a aula inteira. - Blaine concordou, dando uma risada fraca.

– O-o que você quer de mim então?

– Uma parceria. - Tomou um gole de seu café. - Eu tiro Finn de seu caminho, e você coloca alguém no meu. E é melhor nem pensar muito, porque se sua resposta for não, amanhã a cidade inteira estará estampada com outdoor's sobre sua sexualidade.

– Q-quem?

– Brittany.

– Você a quer? - Santana fez uma careta, como se aquilo fosse óbvio. - Tudo bem. - Blaine esticou sua mão sobre a mesa. - Mas Kurt não pode saber que você sabe de tudo, e você tem que prometer que manterá Finn longe de nós.

– Tudo bem. - Chacoalharam suas mãos. - Parece que temos um trato."



– Eles nunca se falaram na escola... - Kurt deu de ombros. - De qualquer jeito, o pedido da mesa dois está pronto?

– Um moccha light e dois donuts... - Nick entregou a bandeja para Kurt. - Só não devore as rosquinhas antes de chegar à mesa. - Piscou para o castanho, que gargalhou baixinho e caminhou até a mesa de uma velha senhora.

– Você gosta dele. - Brittany concluiu, encarando Blaine não tirar os olhos do castanho.

– Está tão claro? - Blaine sorriu e tomou um gole do seu café.

– Como a água mais cristalina. - Brittany sorriu e deu uma mordida em seu donut.

Blaine não se importou da loira saber, porque confiava em Brittany, e porque, logo logo, todos saberiam também. Kurt olhava de vez enquanto para a mesa cinco, e sempre Blaine estava o olhando. Não tirou os olhos do castanho o dia todo. Precisava aprender a disfarçar, mas como tirar os olhos do Hummel quando Kurt está a vestir calças tão apertadas?!


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Notas finais do capítulo

feliz aniversário, giovana... e desculpa se o presente veio tarde demais, ou se o resultado não foi tão bom como o esperado, mas o que vale é a intenção u_u

obrigada por tudo, por todos os momentos!



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