One More Night escrita por Lyandra Delcastanher


Capítulo 18
#18 Karofsky é gay?


Notas iniciais do capítulo

entao, deixa eu te falar, eu tava voltando pra casa quando começou a escurecer muito rápido, entao eu fiquei com medo e saí correndo, foi quando uma luz do céu começou a me puxar, olhei pra cima e parecia um disco voador... fiquei duas décadas lá confinada convivendo com os etzinhos, mas no tempo humano isso equivale a uma semana só... quando voltei pra terra aterrissei em uma floresta, com medo saí correndo e caí em um buraco, indo parar na china! como eu não sabia como falar chines, tive que procurar a embaixada brasileira, mas também nao achei... foi uma aventura e tanto com aqueles de olhinhos puxados... vi a jenna, nos divertimos... bom, entao essa é a história do porque eu demorei tanto pra atualizar... acreditem, pois é a mais pura verdade! não foi porque eu tava com preguiça, nao, foi porque eu viajei pra china e fui abduzida! ok?

O QUE ACONTECEU EM ONE MORE NIGHT: "Finn, Santana, Nick e Brittany sabem do segredo de Kurt e Blaine, e Mercedes não. Que injusto, afinal, ela era a melhor amiga de Kurt. Certo? A amizade do castanho com o caixa do café começou a ficar mais forte, assim como a de Blaine com Brittany. A peça da escola estava chegando e o casal nunca esteve tão separado e fora de sintonia como agora."



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– Você tem que assistir esse filme! É sobre o governo britânico e sobre psicologia. - Nick deu um gole de seu café e chaveou a porta do Lima Bean. - Você vai adorar. O discurso do rei é o nome.

– Faremos assim, eu prometo assistir esse filme se você prometer assistir o que eu te recomendei.

Kurt e Nick caminharam até a rua (ambos tinham ido de carona para o café e decidiram voltar para a casa andando) que escurecia lentamente. Como era segunda-feira, o café não dava tanto movimento assim, então Jason achou melhor fechar do que perder tempo para atender uma mesa, no máximo duas.

– Procurando nemo, Kurt? - Perguntou segurando uma gargalhada.

– É impossível que uma pessoa de 20 anos não tenha assistido esse filme! - Gargalharam baixo. Um vapor saía de suas bocas e ambos se apertavam nos casacos. Kurt vestia o casaco de couro de Nick, mas nem havia percebido. - E-ele é o filme da nossa geração.

– Tudo bem, tudo bem... - Nick se deu por vencido e entrelaçou seu braço com o do castanho, que estranhou a proximidade no começo, mas depois ignorou que talvez fosse um pouco estranho.

Andaram mais alguns quarteirões sem falar nadas, apenas de braços dados.

– Você ainda está com o meu casaco. - Nick falou divertido, soltando uma gargalhada enquanto olhava Kurt corar.

– M-me desculpe, e-eu vou devolver assim que chegar em casa e... - Nick o interrompeu.

– Fique. Ele fica bom em você e jaquetas como essa eu tenho de monte. - Se aproximou um pouco mais de Kurt; era um dia frio, apenas queria ficar perto de alguém.

Continuaram a andar juntos. O cenário não poderia ser mais apaixonado; alguns flocos de neve caindo, as ruas brancas cobertas de neve, assim como os carros nela. Poderia se ouvir o som de algum restaurante com música ao vivo. O inverno era a estação preferida de Kurt, aonde poderia ser mais elegante do que sempre é. Nick, por mais que não tivesse um gosto tão refinado para roupas, ficava lindo do mesmo jeito.

– É-é aqui que eu fico. - Pararam na frente de um prédio com a fachada um pouco urbana demais na opinião de Kurt, mas como Nick morava sozinho, era o máximo que podia pagar com o salário da cafeteria.

Ficaram se olhando por alguns segundos e gargalharam baixo. Nick sorriu e encarou o chão, deixando algumas mechas loiras caírem em sobre seu rosto. Kurt particularmente achou aquilo adorável.

– Até amanhã então.

Kurt finalmente se desvencilhou de Nick e colocou as mãos no bolso, corando involuntariamente. Nick encarou Kurt e o vermelhidão em seu rosto e achou que o castanho não poderia ficar mais bonito, mas ficou assim que Kurt soltou um sorriso sem graça. Nick sabia da história de Kurt e Blaine, sabia porque o castanho havia lhe pedido um conselho; então não se achou no dever de se intrometer naquela relação complicada.

– Até amanhã, Nemo. - Kurt gargalhou baixo e Nick se inclinou para dar um beijo estalado na bochecha de Kurt. Por um momento, o instinto do castanho foi virar o rosto, mas pensou em Blaine e desistiu.

Kurt viu o amigo entrar no prédio e sumir entre as escadas, então sorrindo foi até sua casa caminhando. Faltava dois quarteirões para chegar na casa dos Hummel-Hudson quando Kurt escutou passos atrás de si. Desejou por um momento não morar na parte vazia da cidade e apertou os passos, mas um jovem conhecido saiu do beco em sua frente, assustando Kurt e o fazendo parar de caminhar.

– Ora, ora quem eu encontrei. - O jogador de futebol americano sorriu, colocando as mãos na cintura e impedindo que Kurt desse outro passo. O castanho suou frio.

– Karofsky... - Sussurrou.

– E eu estava ficando cansado de ter que esperar você se despedir de Nick, mas pelo visto não demorou tanto assim. Te seguir foi uma delícia. Ele é seu namoradinho, Kurt? - Perguntou debochado.

– N-não te interessa! - Falou com os dentes cerrados.

– Porque eu pensei que o Blaine fosse seu namoradinho... Ou a princesa Hummel consegue ser disputada por dois caras ao mesmo tempo? - Gargalhou. Os outros jogadores que cercavam Kurt apenas encaravam o castanho.

– Me deixa ir pra casa! - Conseguiu gritar, fazendo Dave abrir um sorriso maior ainda.

– Calma, fadinha. Você vai poder ir, mas antes a Fúria quer ter uma conversinha com você. - Kurt se lembrou do nome que o jogador dava ao seu punho e sentiu o tremor tomar conta de suas pernas.

– Você vai me bater? - Tentou parecer forte e corajoso. - Porque talvez tenha inveja, que eu consigo ser o que eu sou, ser enfrentado e não mudar nem um pouco por isso. Talvez tenha inveja porque eu tenho amigos verdadeiros que me defendem, enquanto você só tem essa... Essa trupe com quem anda, que na primeira oportunidade vão te abandonar e te deixar sozinho. - Cuspiu as palavras.

–N-na verdade eu vou te bater porque não suporto mais ter que acordar todos os dias pela manhã e saber que vai ter um merda de um viado soltando arco-íris pela bunda nos corredores da escola. Ou talvez porque sua voz me dá pesadelos, porque parece a voz do filho do Chucky.

– Filho do Chucky... - Kurt repetiu com deboche. Karofsky se aproximou do castanho, puxando o punho lá atrás.

– Ou talvez porque seja divertido te bater. Porque você deve adorar se machucar. Deve ser um daqueles viados que além de ter alguém por trás comendo sua bunda... - Dave se aproximava cada vez mais. - ...ainda gosta de levar umas palmadas. Deve gritar tão alto e agudo que chega a acordar a vizinhança toda.

Kurt tinha lágrimas nos olhos e pedia por algum milagre naquele momento. Antes que Dave pudesse puxar seu punho de trás para acertar o rosto do Hummel, um barulho de motor foi ouvido na rua ao lado. Os amigos de Dave se dispersaram, e então o carro de polícia parou na rua.

– Algum problema por aqui? - Perguntou o policial aos jovens, desconfiado do que estava acontecendo pelo terror no rosto de Kurt.

– Nenhum, oficial. - Dave sorriu.

– Está tudo bem, carinha? - O policial que estava no banco do carona observou o medo no rosto do menino pálido.

– E-estou perdido. - Falou como se sua voz não quisesse sair.

– Entre na viatura que te ajudaremos a chegar em casa.

Não foi preciso falar duas vezes. Kurt praticamente se jogou dentro da viatura dos policiais, deixando um Dave furioso para trás; não quis prestar nenhuma queixa, porque sabia que se fizesse, o jogador se vingaria. Apenas pediu para seguir seu caminho até sua casa. Nunca esteve tão apavorado em toda sua vida, e não sabia o que iria acontecer se os policiais não tivessem chegado a tempo.

Provavelmente seu corpo seria desovado num beco. Kurt gritaria de dor e ninguém escutaria, ou ninguém se importaria em ajudar. Já acontecera isso uma vez com um gay em Lima, felizmente ele havia mudado de cidade. Os agressores? Karofsky e sua gangue.

[...]


– E-eu não acredito que eles fizeram isso com você.

Felizmente hoje era a folga de Kurt, e coincidentemente, a de Nick também. Os amigos haviam combinado de passar o dia juntos (com a insistência de Nick, porque depois do dia anterior, Kurt sequer queria sair de casa). Ambos baristas estavam sentados num banco no parque de Lima, observando os pássaros se esconderem do frio e as crianças brincarem na neve.

– Pois é. - Deu um gole em seu café.

– K-kurt, se eu soubesse... E-eu te levaria até em casa. Sinto como se isso fosse meio que minha culpa. - Falava de coração.

– N-não... Está tudo bem. Eles só chegaram a me aterrorizar, mas uma viatura da polícia chegou na hora. Como se alguém tivesse ligado pra eles estarem ali naquele momento, sabe? - Nick assentiu, se aproximando de Kurt no banco.

– Fico feliz que esteja bem. - Kurt sorriu sem graça. - Ainda mais porque agora posso te contar que assisti seu filme. - Kurt olhou para o amigo surpreso.

– E o que achou?

– A-acho que se alguém que fosse especial pra mim sumisse, iria fazer igual ao Marlin e enfrentar até os sete mares para achar a pessoa. Sem dizer que o filme ficou uma comédia com a Dory... - Gargalhou baixinho. - Foi um filme bom. Me arrependo de não tê-lo assistido antes.

– E você viu a Dory? - Nick assentiu. - Agora entendeu porque eu vivo te comparando à ela? Qual é, Nick... Você vive cantando pelo café, vive atrapalhado... - Sorriu.

– Sim, e você parece o Nemo. Frágil e assustado.

Nick tocou o nariz de Kurt e ambos sorriram; depois voltaram a se encarar. Nick não sabia o que pensar, assim como Kurt. Sentiam algo a mais, mas nunca sabiam o momento certo do primeiro beijo, do primeiro carinho. Kurt tinha Blaine e... Na verdade, Kurt tinha um menino que se recusava terminar com Rachel e se assumir para todos. Apesar dos beijos maravilhosos, dos momentos maravilhosos, da voz maravilhosa... Kurt sempre gostou de Blaine, eles têm uma história juntos. Kurt apenas desviou o olhar.

– Oh, não. - Sussurrou para si mesmo.

– O que aconteceu? - Perguntou Nick preocupado.

Kurt não respondeu nada, apenas ficou com o olhar fixo em um ponto do parque. Nick seguiu o olhar e viu que o castanho encarava o jogador de futebol americano, correspondendo ao olhar do mesmo, que encarava Kurt igual.

– É ele? É o Dave que te aterroriza na escola? - Perguntou Nick um tanto quanto surpreso.

– Você o conhece? - Isso fazia sentido, já que no dia anterior Karofsky havia citado o nome de Nick, como se já tivesse o chamado pelo apelido.

– Ele é o cara quem eu namorei e me trancou no armário apenas para mostrar para os amigos que ele não suportava homossexuais. - Nick sorriu ao lembrar da tolice do ex-namorado. - Bom, ele acabou reprovando alguns anos e era tudo que sabia. Ele tentou contato alguns meses atrás, mas nem dei bola. Ele não coloca os pés no Lima Bean porque sabe que eu trabalho lá... Não achei que ele ainda assustava as pessoas.

– V-você está me dizendo que Karofsky é gay? - Kurt tinha os olhos arregalados.

– Sim, totalmente gay. Ele pode parecer duro para os outros, mas quando estávamos apenas nós dois, ele era a pessoa que sabia recitar o diálogo de Grease de trás pra frente, que sabia todas as músicas da ABBA... Ele não é a casca que todos veem.

– D-deixe-me ver se entendi. Você está me falando que o garoto que me atormenta a vida desde o primeiro ano do colégio, na verdade, é gay também? E aparentemente mais gay do que eu? - Sorriu sem graça, ainda sem tirar os olhos de Dave.

– Sim.

Nick acenou para Karofsky que ficou sem o que fazer. Percebeu que Nick ainda o conhecia, e percebeu que Nick conversava com Kurt sobre ele. Sentiu como se seu mundo fosse desabar. E se Kurt descobrisse seu segredo? Em alguns segundos Dave conseguiu sumir da vista dos dois baristas, fazendo Kurt gargalhar.

– P-pelo visto você ainda tem um certo poder sobre ele.

– Parece que sim. Uma pena que eu esteja me apaixonando por você. - Kurt arregalou os olhos e levantou as sobrancelhas em surpresa. Encarou Nick como se ele fosse a coisa mais preciosa que existisse. O barista apenas completou. - Você achou mesmo que isso fosse só uma amizade?

Kurt concordou e gargalhou, deixando sua cabeça cair sobre o ombro de Nick. Por mais que sentisse como se estivesse traindo Blaine, se sentia bem ao mesmo tempo. Nick queria Kurt, e por um lado isso era bom. Pelo outro... Existia um outro lado?

A única coisa que o Hummel sempre pediu era para que Blaine correspondesse seu amor, e assim que o moreno o fez, Kurt talvez achou que, por sempre ter desejado Blaine, sua expectativa era alta demais no moreno, e talvez o Anderson não fosse capaz de concedê-las. Suspirou e continuou observando a guerra de bolas de neves das crianças. Estava nos braços de Nick, o ex-namorado de Karofsky. Nada de mal poderia acontecer para o castanho por ali.



[...]

Santana observava de longe, assim como observou os baristas no outro dia. A latina estava apenas caminhando pela cidade, como sempre fazia no final do dia, quando viu Kurt e Nick saírem do café. A latina observou o casal até a casa de Nick, depois observou Karofsky amedrontando o castanho. Foi a Lopez que havia ligado para a polícia, com a denúncia anônima que uma gangue estava querendo bater em um menino perto da rua principal.

E agora a morena observava os dois meninos agora no parque. Seria mentira falar que aquela visão não era a mais fofa que já havia visto em toda sua vida; seria mentira também falar que não estava feliz pelo Hummel. Era companheira de coral de Kurt há longos anos e sempre desejou mentalmente (por mais que fosse considerada a vadia dali, tinha sentimentos bons) que Kurt encontrasse alguém, mas não agora. Isso acabaria com todos seus planos.

Se Kurt estivesse com aquele garoto, Blaine ficaria arrasado. E assim não ajudaria a latina a conseguir Brittany pra si... Teria que usar todas suas forças para fazer Kurt e Blaine ficar juntos, assim, ela e Britt poderiam ficar juntas também. A latina cerrou os olhos uma última vez para o casal na praça, tirou uma foto rápida com seu celular e continuou a caminhada, tentando bolar alguma coisa para que seu plano desse certo.

Discou alguns números e rapidamente o outro lado da linha atendeu.

– Alô, Finn? - A latina suspirou. - ¿Todavía tenemos un trato?


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Notas finais do capítulo

VAI SANTANA, SEJA TEAM KLAINE!



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