One More Night escrita por Lyandra Delcastanher


Capítulo 14
#14


Notas iniciais do capítulo

ô historiazinha dificil de criar continuação, vixi

(feliz ano novo e natal atrasados... acho que deveria deixar aqui também meus feliz páscoa e feliz dia de tiradentes)



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Kurt andava pelos corredores do colégio com um sorriso enorme no rosto. Nada faria o castanho parar de sorrir, nem mesmo as raspadinhas que Kurt avistava na mão dos jogadores no fim do corredor.

– Surpresa, fada. - E lá ia Karofsky atirando o líquido gelado pelo rosto de Kurt.

O que mais surpreendeu os jogadores e todos os outros que passavam no corredor foi a reação de Kurt. O castanho recebeu o choque do líquido gelado percorrer seu rosto com o mesmo sorriso de antes. Passou a língua pelos lábios saboreando a raspadinha.

– Mas o quê...? - Karofsky ficou arrasado.

– Obrigado por comprar outra raspadinha pra mim, Karofsky. Todos os dias, sem falta... Quanto você já deve ter gasto comigo mesmo? Duas raspadinha todos os dias desde a sexta-série... Digamos uns 7,50 por dia, 365 dias por ano... Parece que você gosta de me pagar uns drinks, hein? - Zombou e continuou andando pelos corredores. O jogador deixou seu queixo cair enquanto todos do corredor riam de sua cara.

O motivo de Kurt Hummel acordar tão resplandescente, alegre e corajoso? Uma simples mensagem de texto, porém com os dizeres mais importantes para Kurt. As seguintes palavras "vou terminar com Rachel" fizeram Kurt enxergar o mundo de outra forma.

Chegou até seu armário e procurava a roupa que tinha separado quando o seguinte sorriso, o que nunca iria embora, cessou. Kurt tinha um semblante triste, e o motivo caminhava pelo corredor. Rachel e Blaine de mãos dadas, como todos os outros dias em que Kurt ficava babando no moreno, a diferença é que Blaine não o pertencia durante todas as outras vezes.

Rachel parou alguns armários antes para pegar seu material e tagarelava sobre algum assunto que Kurt não fazia a minima questão de saber qual, um que provavelmente o faria vomitar. Seus olhos fixavam-se em Blaine, apenas. O moreno também encarava Kurt, com as sobrancelhas baixas e também um olhar triste. Mexeu os lábios formando as palavras "me desculpa" e então voltou a dar atenção para Rachel.

Kurt achou que seu dia não poderia ficar pior quando Karofsky apareceu outra vez. Não estava no humor de encarar as raspadinhas igualmente fez minutos atrás, e certamente deixaria as lágrimas rolarem caso o jogador o enfrentasse. Fechou os olhos e sentiu mais uma vez o líquido gelado fazer o caminho até sua camisa, dessa vez o sabor era de uva.

– Como você disse, eu compro raspadinhas pra você mesmo. Mas são os melhores 7,50 que eu gasto todos os dias, porque se eu puder te humilhar até o resto de minha vida, eu iriei fazer, não importa o preço que for! - Gritou o jogador, não antes de derrubar Hummel. - Da próxima vez vê se não passa na minha frente com esse rabo que espalha arco-íris pela cidade.

E dessa vez, riam de Kurt, que nem fez questão de sair do chão. Ficou ali, onde era seu lugar, afinal, se todos o colocavam no chão talvez estivessem certo e talvez fosse ali onde Kurt merecesse ficar.


[...] 5 horas antes

Blaine pegou o carro de seu irmão e dirigiu até a casa de Rachel. Suas mãos suavam frio e ele não sabia como começar. "Rachel, eu não gosto de você do jeito que falei gostar nos últimos meses..." Não, absolutamente não. Rachel iria fazer pressão e tortura emocional e Blaine não resistiria. "Eu sei que você ainda ama Finn, e pelo jeito que ele te olha sei que também te ama e eu não quero ser a terceira roda dessa relação", hm, não. Tinha que ser algo marcante, algo que fizesse Rachel nunca mais querer nada com Blaine. "Eu sou gay" Quem dera.

Estacionou o carro na frente da linda casa de dois andares e foi entrando. Blaine sempre fora muito bem recebido na casa dos Berry. Hiram e Leroy eram como os mentores de Blaine, e mesmo no fundo desconfiando da sexualidade de Blaine, apoiavam o namorado deles com toda a força.

– R-Rach?

Blaine avistou a futura ex-namorada desmaiada na cozinha. Correu até a mesma para dar atendimento e em alguns minutos a diva acordava com os olhos cheios de lágrimas e um semblante preocupado no rosto.

– Rach, o que aconteceu?

– B-bobby... O-o Rob-bert Downey J-junior... - Rachel soluçava de tanto chorar. - F-foi atropelado e-Papai o le-levou para o vet-veterinario... - Rachel estava em prantos.

Blaine a abraçou forte. Sabia como a diva era apegada ao cachorro da família e sabia que em todos os momentos de drama da judia, Robert era seu melhor amigo. Parecia algo tão simples dar à Rachel um cachorro de aniversário, mas desde que Blaine havia presenteado a namorada ela havia ficado mais feliz. Rachel podia ser popular, a garota mais falada do colégio, mas não tinha amigos. Não tinha desde que terminara com Finn.

– Shhhh. - Blaine ainda tinha a judia nos braços em um abraço forte. - Ele vai ficar bem, você sabe, não é? Robert é forte, você lembra quando ele era um filhotinho desse taminhinho e decidiu descer as escadas pela primeira vez? - Rachel gargalhou entre o choro. - Duas patas quebradas não foram o suficiente e ele tentou mais quantas vezes?

– Q-quatro.

– E se ele aguentou todo o seu drama até agora, você acha que um simples carro vai fazer ele se abalar? - Rachel negou com a cabeça, tinha um pequeno sorriso nos lábios vermelhos de tanto chorar. - Shhh, então fica forte.

– O-obrigada. - Apertou Blaine em si. - A-acho que n-nunca precisei tan-tanto de você c-como preciso ago-ora. - A diva tentava parar de chorar, mas havia se abalado tanto que mal conseguia. - O-o que você q-queria falar comigo a-aliás?

E naquele momento uma tonelada preencheu a consciência de Blaine. Ele não poderia terminar com Rachel nesse estado. Não agora. Ele poderia gostar muito de Kurt, poderia estar se matando por dentro para assumir a todos naquele colégio que seu verdadeiro amor vestia calças apertadas e camisas da ultima moda, mas ainda assim tinha sentimentos. O certo era esperar Bobby se recuperar, afinal, se Robert estivesse no hospital, com quem Rachel desabafaria sobre o término? NÃO! Absolutamente terminar com Rachel não era uma boa hora, e Kurt entenderia isso. Não era como se o castanho fosse um monstro, não é?

[...] Atualmente

– Eu não acredito nisso!

Kurt fechou a porta do armário com raiva. Rachel sempre havia sido uma péssima colega para ele, sempre havia o colocado no chão e se pudesse, colocaria Kurt em um lugar mais baixo que o chão. E agora Blaine o pedia paciencia? Paciencia? Logo com Rachel?

Negou com a cabeça e saiu com passos largos pelo corredor, assustando alguns alunos. Para todos, Kurt tinha o pavio mais longo que qualquer um naquela cidade, e o ver irritado era algo para colocar nos jornais. Santana viu o castanho sair pelo canto do olho e, atrevida, caminhou até seu armário querendo descobrir o que havia deixando o Hummel tão irritado.

Com a um grampo que tirou de trás da cabeça conseguiu abrir o cadeado de Kurt em alguns segundos. Ignorou alguns alunos que passavam e observou o armário do menino. Fotos de algumas famosas, livros e um maldito cheiro amadeirado que Santana sentiu vontade de vomitar. Nas paredes figuras e fotos coladas, porém havia algo que chamou a atenção de Santana. Um pequeno papel amassado jogado atrás de um boneco que era a cara da Meryl Streep. Encarou os dois lados do corredor, não havia ninguém, então pegou o papel e fechou o armário. Não leria ali, seria muita cara de pau.

Entrou no banheiro feminino, reservou uma cabine para si e desembrulhou com cuidado para não rasgar. A sobrancelha de Santana se ergueu e a latina já não entendia mais nada. Em uma caligrafia diferente da de Kurt (que Santana conhecia, afinal sempre fazia os trabalhos de frances com o castanho) estava escrito:

"Eu não consegui, me perdoa. Ela estava frágil demais e precisa de um tempo... Podemos dar isso à ela, não é? Sei que você não é nenhum tipo de monstro. Soube isso desde a primeira vez que conversamos e você resolveu entrar nessa comigo! Fique tranquilo, não estou fugindo; estou te prometendo que assim que essa poeira baixar iremos nos assumir para o colégio todo. Vi o que fizeram com você hoje, e não posso mais concordar com isso. Estou indo falar com Karofsky depois de escrever esse bilhete. Apenas me prometa que considerará. Rachel está frágil, e ainda teremos nossos momentos durante os ensaios de West Side Story.

Sei que irá pensar com carinho no assunto.

Sinto sua falta, aliás. Nossas fugidas até o auditório e até a sala do zelador precisam se tornar mais frequentes com U-R-G-E-N-C-I-A. E desculpe não te mandar um sms explicando tudo isso, mas é que eu sou meio um romântico à antiga e gostei do fato de cartinhas parecerem correio elegante, não acha?

Beijos, e me mantenha informado sobre nossas sessões de amassos.

XoXo. Você-sabe-quem"

¿Me estoy volviendo loca o Hummel está teniendo un romance con un gay oculto? - Santana tinha os olhos arregalados e um sorriso nos lábios. Era sobre isso que Finn estava a falar esse tempo todo? Porque o baleia não havia sido mais óbvio?

Agora que sabia metade da história a latina sentia o dever, a obrigação, de descobrir quem era o affair de Kurt. Provavelmente iria até Karofsky e perguntaria se alguém o enfrentaria sobre Kurt, mas deixaria isso para depois. Era quase 17 horas e a morena havia assuntos inacabados com Brittany para resolver e em alguns instantes começaria o clube glee.

– Chica, si usted supiera cuánto me vuelve loca...

Suspirou e foi de encontro a amiga na sala do coral. Se a loira ao menos sonhasse o quanto a latina estava apaixonada...

Kurt e Mercedes conversavam animadamente sobre a reprise de A noviça rebelde na televisão; Artie, Puck e Mike discutiam sobre a teoria de Puckerman de que Wario nada mais é do que o Super Mário sem seus cogumelos; Quinn, Tina, Rachel e Sugar mexiam em seus celulares; Santana e Brittany conversavam sobre a triunfal técnica e seus métodos de induzir os saltos triplos das nacionais inserindo carne de búfalo na dieta das cheerios e o resto do glee clube não era reconhecido o suficiente para ser notado, porém uma pessoa não estava ali: Blaine.

– Boa tarde glee club, vamos começar com mais um ensaio e... - Mr. Shue entrou animado pela porta, porém foi interrompido ao ver a judia na sala. - Rachel? Eu não esperava você nos ensaios.

– Eu sei. É que em casa tem um clima horrível e se eu for, provavelmente, vou começar a chorar e não vou nunca mais parar. Foi ideia de Blaine fazer eu assistir o ensaio da peça. Posso não ter o poder que Artie tem nas mãos, mas minhas críticas podem ser construtivas.

– Bla bla bla. Muita conversa mas pouca ação. - Santana fazia caretas. - ¿Comenzamos?

Si. – Respondeu o professor à Latina.

– Mr. Shue. - Sam levantou a mão. - Não que eu me importe, mas Blaine não chegou ainda. Podemos começar sem o principal?

O professor olhou para os lados e realmente sentiu falta do menino com os cabelos fartos de gel. Olhou para Rachel esperando uma resposta de onde o namorado estaria, porém a judia apenas deu de ombros e voltou a mexer no celular, compartilhando uma foto para salvar um menininho com câncer.

– Bom, ainda temos Kurt... Acho que podemos fazer um ensaio básico até Blaine chegar.

Sam assentiu se sentando. Mercedes e Kurt caminharam até o centro da sala, porém quando abriram a boca para falarem sua primeira fala a porta se abriu e entrou Blaine, mau-humorado e com um grande roxo no olho esquerdo.

– Blaine? - Perguntou Mr. Shue.

– Meu Deus! - Rachel pulou da cadeira e correu até Blaine, acariciando seu rosto. Kurt apenas revirou os olhos. - Blainey, o que aconteceu?

– Nada. - Respondeu ríspido.

– Blaine, nos conte o que aconteceu. Algum aluno te agrediu ou...? - O professor precisava de informações, afinal, o evento havia ocorrido durante sua aula.

– Não, não precisa. Eu dei alguns socos também, então não sou santo. - Todos se olharam em dúvida. - Fui conversar com Karofsky e todos sabemos que ele é mais músculos do que conversa. Apenas isso. Mas já o coloquei em seu lugar e podem ter certeza que ele não incomodará nenhum de vocês. Nunca mais. - Falou encarando Kurt, que sorriu aliviado.

– Você fez isso por nós? - Finn perguntou com os olhos arregalados. Estava surpreso, mas estava mais desconfiado do que surpreso. Captou no ar o olhar de ambos os meninos e viu que havia alguma coisa ali.

– Sim, por todos vocês. Chega de o glee clube ser zoado. - Blaine saiu do meio da multidão e se sentou. - Podemos continuar o que eu interrompi?

O professor assentiu e Kurt e Mercedes começaram o diálogo na frente. Blaine ignorou as perguntas de Rachel e apenas focou em admirar Kurt que já havia decorado as falas e tinha muita vontade em interpretar o papel. Sorriu inconscientemente.

– Então quer dizer que você foi falar com Karofsky? - Santana perguntou ao mesmo momento que se sentava ao lado de Blaine.

– Sim, por quê?

– Nada, sólo la comprobación.

– Você tem que parar de falar em espanhol. Sério.

Santana deu de ombros e se levantou, caminhando até a ultima fileira de cadeiras do coral. Mercedes e Kurt arrasavam e até mesmo Rachel Berry estava gostando da escolha do cast. É claro que se estivesse nele a peça seria maravilhosa, mas o cast atual poderia fazer algum sucesso.

– Muito amiga de Blaine? - Finn perguntou à Santana sem tirar os olhos do centro da sala.

– No sé cómo lo descubriste, ballena, mas tem algo estranho. Mas eu, Brittany e meu terceiro olho mexicano iremos descobrir o que é. Si me voy! O no me llama Santana Lopez!


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