Não prestei muita atenção no que aconteceu naquela coisa rápida que não durou nem mesmo 15 minutos e que eu deveria chamar de cerimônia de casamento. Sorri quando tinha de sorrir, fui carinhoso o suficiente para que esse afeto que era novo para mim transparecesse nas fotos que tiraram de nós durante a cerimônia.

Seth estava tão feliz que me fazia sentir culpa por não ter prestado atenção no que o Padre dizia, mas eu tinha pra mim que um padre bonito daqueles não era Padre de verdade.

– Essa é só a primeira, e é para você saber que eu te amo. A que meus pais estão preparando, exigirão e muito da força das suas pernas. Serão horas de pé ! - Disse eu entrelaçando nossos dedos quando saímos da pequena igreja.

– Sabe que pode ser a coisa mais simples e que eu não faço questão de ter a outra!-Disse ele - Só o fato de você ter pedido minha mão e tolerado a cerimônia chata por mim já vale a pena !

– Você é tão perfeito que eu tenho mais certeza de que não te mereço ! - Disse eu baixando o rosto.

– É claro que merece ! - Disse ele beijando minha bochecha - Agora mexa-se porque eu quero muito tomar um banho !

– Seth ! - Disse eu o puxando pra mim pelo pulso quando ousou soltar nossos dedos - Eu te amo ! - Disse antes de unir nossos lábios em um beijo calmo, apaixonado e explorador. Seus braços logo envolveram meu pescoço como que para se certificar de que eu não iria afastar meu rosto.

– Acho que posso me acostumar com isso ! - Disse ele rompendo o beijo quando o ar se fez necessário, nossas estas coladas e os hálitos se fundindo, fazendo todos os pelos de meu corpo se eriçarem.

– Espero que se acostume mesmo ! - Brinquei lhe roubando um celo - Agora vamos ?

– Vamos, marido ! - Disse ele me soltando. O tom de voz em zombaria.

A palavra pronunciada na voz dele era estranhamente animadora. Eram sensações novas e que talvez nunca seriam melhores se eu estivesse com outra pessoa. Tudo dentro de mim me dizia que mesmo se não fosse por aquela coisa de impressão, eu teria me apaixonado por aquele garoto de sorriso doce, e olhos amendoados tão profundos que pareciam dois buracos negros que sugavam minha sanidade e minhas atitudes normais, ou que eu antes considerava normais.

Pegamos o primeiro táxi que passou próximo a nós. Me recostei á porta e ele recostou sua cabeça em meu ombro enquanto o carro nos guiava pelas ruas lotadas e iluminadas por todas aquelas luzes de Vegas*.

Eu poderia ter pego qualquer um que demonstrasse a ele o quão rico eu era, poderia dar a ele tudo que quela cidade maravilhosa nos oferecia, mas eu havia feito uma promessa a ele. Eu seria simples o suficiente para que ele não se sentisse inferior a mim. Peguei um hotel de beira de estrada mesmo que minha mente estivesse me alertando para a falta de qualidade do colchão, do sabonete que seria encontrado ali e até mesmo do shampoo que poderia fazer um estrago em meus cabelos. Mas o que é um cabelo comparado ao homem de sua vida?

A escolha entre os hotéis simples foi aleatória, mas até que depois de fazermos nosso check-in e nos instalarmos, percebi que não era nada tão ruim. Eu e essa minha mente exagerada temos vários problemas.

– Pensei que você fosse exigir se hospedar no Bellagio ! - Disse ele sorrindo.

– Normalmente sim, mas eu te fiz uma promessa, lembra ? - Questionei me aproximando o suficiente para nossas cinturas se colarem.

– Não precisa levar isso á sério ! - Disse ele me abraçando pelo tronco.

– Seth, eu estou mesmo disposto a tentar. Caso contrário eu teria saído correndo quando li o letreiro enorme e brilhante dizendo "Case-se aqui" ! - Disse eu e isso o fez rir - Eu quero muito ser feliz com você, te fazer feliz enquanto meus pulmões ainda dependerem de ar para funcionar e mesmo depois disso !

– Você não faz ideia do que isso significa pra mim ! - Disse ele com aquele sorriso de criança travessa que só ele tem e que me faz perder a cabeça.

– Eu sei sim porque esse sorriso que você está dando faz com que tudo, até mesmo se jogar de um penhasco valha a pena ! - Disse eu.

– Nunca mais fale isso!-Disse ele segurando meu rosto com ambas as mãos- Agora, cala a boca e me beija ! - Disse ele antes de unir nossos lábios de forma doce.

Eu levaria um tempo para aprender a beijá-lo daquele jeito, mas sendo a boca dele na minha eu não me importava de treinar quantas vezes fossem necessárias.

Mesmo estando afobado e morrendo de vontade de sentir seu corpo por sob o meu o mais rápido possível, deixei que ele dominasse a situação e retirasse minha camisa com calma, provando cada centímetro exposto de meu tronco, me provocando com beijos e mordidas leves na região de meu abdômem.

– Faz amor comigo, essa noite ? - Questionou ficando de pé novamente, a boca roçando astutamente no lóbulo de minha orelha, me fazendo ter de mastigar meu lábio inferior para não jogá-lo na cama e fode-lo com força.

– Faço ! - Respondi sentindo o gosto de sangue dominar meu paladar.

Sem força, nem exageros ele me conduziu até a cama, onde me empurrou com cuidado o suficiente para que quando minhas costas tocassem o colchão, seus joelhos estivessem ao lado de meu quadril e que seu peso estivesse por sobre minhas coxas.

O sorriso travesso permanecia em seus lábios, até que ele se curvou um pouco mais por sobre mim e me beijou, com mais ousadia dessa vez. Meu membro já estava desperto e com seu quadril o pressionando isso só fazia aumentar.

Seth saiu de sobre mim e antes que eu pudesse abrir a boca para perguntar o porque, o vi se ajoelhando em frente a cama, ou melhor por entre minhas pernas abertas, logo arrancando minha calça junto a minha cueca, logo refazendo este caminho com beijos que foram desde a minha canela ás minhas coxas, sugando com certa força cada parte mínima dali.

Apesar de não ser a primeira vez que Seth o fazia, todas as primeiras vezes haviam sido cheias de desespero, talvez por isso eu não tenha sido capaz de contar o gemido assustado que escapou por entre meus lábios quando sua língua tocou meus testículos, não muito depois quando sua boca tomou meu membro, em um único e perfeito movimento, mostrando que já estava mesmo acostumado a fazê-lo, porém dessa vez sua língua brincava com toda a extensão enquanto o tinha na boca e que eu me agarrava aos lenções da cama, tentando me sustentar em alguma coisa que não me permitisse estourar. Pois o prazer que eu sentia era tão forte e tão grande que eu me sentia prestes a explodir, e em uma rapidez impressionante eu me desfiz no fundo de sua garganta, em fortes jatos que ele fez questão de sorver como se fossem Hidromel*.

– Qualquer ... dia ... desses ... você me ... mata...Seth ! - Disse eu, meu peito subindo e descendo mais vezes do que o necessário, devido a minha respiração desistabilizada.

– Se for de prazer, vai valer muito a pena ! - Disse ele voltando a sorrir da mesma forma, depois de lamber os lábios - Mas não ouse pensar em morrer agora. Não agora !

Levei minha mãos á sua nuca, por onde eu o puxei para um beijo. O mais ousado daquela noite.

Logo seu corpo estava por sobre o meu outra vez. Amaldiçoei mentalmente aquelas peças que ainda estavam em seu corpo. Ele pareceu entender quando eu apertei suas nádegas com força, e ele sorriu mordiscando meus lábios.

– Quer que eu tire, não é ? - Questionou afastando minimamente nossas bocas, nosso hálitos ainda se fundiam, mas o suficiente para que eu pudesse sentir uma felicidade enorme ao ver aquele brilho de volta aos olhos castanhos que me fitavam.

Com ou sem imprinting eu teria me apaixonado por Seth. Teria levado mais tempo ainda e eu sentiria o mesmo medo que eu sentia daquele sentimento que só fazia crescer dentro de mim, mas se você não sente medo talvez não possa ser chamado de amor. Pois o amor tem um Q de perda, de entrega e de até mesmo de submissão á sua dependência do outro e se você não entende isso, ou se não sente tudo isso, é porque não ama de verdade ou porque nunca amou.

Naquela noite, não houve pressa de forma alguma, houve calma e dedicação suficiente para que cada um de nós pudesse conhecer o corpo do outro como ainda não conhecia, houve espaço para brincadeiras íntimas que a afobação nunca havia nos permitido e também houve toda a entrega que eu nunca havia dado nem mesmo recebido na cama.

Não tinha alguém controlando a situação, ambos estávamos dispostos a fazer daquele momento o nosso recomeço. Vale ressaltar que foi o melhor orgasmo de minha vida.

– Se ... eu te ... contar uma coisa ...você vai ... me chamar ...de bobo ? - Questionou recostando seu rosto em meu peito, este tão coberto de suor quando todo o resto de nossos corpos.

– Claro que não ! - Disse deslizando meus dedos pelos fios de cabelos molhados que se grudavam a sua testa.

– Sempre sonhei ... com o dia ... em que você ... e eu dormiríamos ... juntos ! - Disse ele e por mais que essa não tenha sido sua intenção, mas a frase me acertou como um soco na boca do estômago.

– De hoje em ... diante, vamos... dormir juntos... sempre!-Disse eu passando meus braços em torno de seu corpo e o abraçando forte - Nunca mais serei um idiota com você !

– Eu te amo tanto ... Luke ! - Disse ele.

– E eu te amo muito mais, meu Seth ! - Disse eu.

– Enfim, está tudo bem ! - Disse ele beijando minha pele.

– Não, não está. Namorando comigo nunca nada vai estar bem ! - Disse eu - Mas agora, é hora de dormirmos !

Não demorou muito para que o sono e o cansaço de uma noite como aquela nos assolasse, mas ao contrário do que eu pensava, eu não me incomodei nem um pouco com o fato de Seth se mexer bastante enquanto dormia. Aquilo era só um detalhe comparada a nossa felicidade.