POV CHARLES

Uau, Eu estava realmente com fome, e minha mãe tinha toda a razão. Fui diretamente ao Chalé Onze e consegui um pacote de salgadinhos e uma lata de refrigerante. Os Stoll ainda não haviam chegado, então tive que me identificar para o garoto que estava lá. Ele ficou feliz em ajudar um Jackson. E eu mais ainda em poder saciar minha fome. Mamãe tinha dito que ia falar com Rachel. Papai eu não fazia ideia de onde poderia estar, então resolvi procurar Silena. Afinal, Jake só chegaria mais tarde, e minha irmã até que era uma boa companhia quando ela queria.

Caminhei um pouco pelo Acampamento, na procura dela.Estava quase indo até a praia, quando avistei Silena, sentada embaixo de um Junípero muito conhecido. Fui até ela, que tinha um livro nas mãos.

-E aí. – eu disse me sentando a sua frente.

-Olá! – ela respondeu sem tirar os olhos do livro.

-Ta lendo o que?

-O Mágico de Oz.

-Hum, aquele lá do espantalho?

-Do espantalho, do leao e do homem de lata.

-Legal. Que tal fazermos alguma coisa?

Charlie, não sei se você viu, mas eu já estou fazendo alguma coisa.

-Nossa, grossa! Eu sei, só queria fazer outra coisa. To entediado.

-Percebi. – ela disse fechando o livro e me encarando.- O que quer fazer então?

-Não sei. Praia?

-Não posso estragar meu cabelo.

-Hum, que tal irmos aos estábulos? Blackjack vai gostar de nos ver.

-Tudo bem, pode ser. – ela disse se levantando, e fomos até os estábulos.

Eu estava certíssimo sobre Blackjack. Ele ficou extremamente feliz em nos ver. Ah, uma curiosidade, apenas Silena pode ouvi-lo. Assim como papai, e não sabemos por que. Mas isso não quer dizer que eu e o pégaso não nos damos bem. Eu realmente amo aquele cavalo de asas. A única parte ruim de ir até lá com Silena, era que os dois ficavam fazendo piadinhas sobre mim e eu não entendia nada. Mas fora isso nos divertimos bastante. Não sei por quanto ficamos lá, mas quando finalmente decidimos sair, pudemos perceber que algumas coisas estavam diferentes. A arrumação do Anfiteatro por exemplo. Estava pronto para a festa.

-Acha que estamos muito atrasados? – Silena perguntou.

-Não. Ainda não escureceu direito. Quer ir para Casa Grande?

-Na verdade acho melhor falar com papai, já que mamãe está ocupada.

-Não sei onde ele está.

-Eu tenho uma ideia. – ela disse e eu a segui.

POV RACHEL

Annabeth amou o bolo de aniversário. Eu encomendei com as Filhas de Demeter, e devo admitir que elas me surpreenderam. Era um bolo de três camadas redondas, todo decorado em azul e branco. Na camada superior estava escrito Happy B-day Percy, e tinha uma velinha de trinta e quatro anos. As outras camadas do bolo eram cercadas por pequenos tridentes azuis. Ficou realmente muito bonito. A decoração da festa já estava toda montada. Coube tudo perfeitamente no Anfiteatro. Não colocamos cadeiras, afinal existia a arquibancada para que? Apenas algumas mesas onde ficaria o coquetel, e as bebidas seriam servidas por alguns campistas que estavam de castigo. Na maioria eram filhos de Hermes, mas também tinha alguns de Ares e até mesmo dois de Hefesto. Eles dariam conta de tudo perfeitamente. Annabeth me ajudou a esconder o bolo na Casa Grande, afinal precisávamos de um refrigerador, e o Sr. D. Foi muito gentil em emprestar o seu. Tudo bem, que a gente ignorou os protestos dele e coisas do tipo, mas no final tudo se arranjou. Annabeth levou suas coisas e as de Silena para minha caverna, elas iriam se arrumar ali comigo.

-E Percy? Ainda nem pude lhe dar um oi. – eu disse.

-Na verdade eu não sei onde ele está. Nem as crianças. – ela respondeu. – Que horas são Rachel?

Eu olhei no relógio, e me assustei. Já eram quase seis da tarde, e o sol começava a se por.

-Nossa! Aco que vou verificar se está tudo certo no Anfiteatro e com os garçons. Volto já.

-Rachel, procure Silena e a traga até aqui!

-OK.

Eu saí um tanto apressada, e fui até o Anfiteatro. Estava tudo certo, e apesar dos meninos não terem gostado nada da roupa de garçom que teriam que usar, consegui controla-los.

Só me restava encontrar Silena, então decidi achar Percy também. Fui até o chalé três e estava completamente certa. Ele estava dormindo! Olhei por todo o chalé e nem sinal das crianças. Pensei em talvez acorda-lo, mas não tinha certeza. Enquanto eu me decidia, ouvi passos atrás de mim, e quando me virei dei de cara com Silena e Charles.

-Rachel! – Silena gritou e veio me abraçar. Eu retribuí o abraço.

-Shhh, seu pai está dormindo. Acho melhor não acordarmos ele. – eu disse enquanto abraçava Charles.

-Vish. Esse aí dorme o dia todo se deixar. Acho melhor acordar ele sim, se não ele se atrasa e mamãe fica uma fera. – Charles disse andando até o lado de Percy.

-Silena, você vem comigo, sua mãe está te esperando. – eu disse, pegando-a pela mão e voltando para minha caverna. Deixei que Charles acordasse o Percy sozinho.

Voltamos vagarosamente até minha caverna, ela veio falando da escola e de seus colegas. Me contou do recente ataque que sofreram na escola e como ela e Charlie conseguiram se salvar.

-Parabéns pequena! – eu disse.

-Obrigada Rachel! – ela sorriu.

Annabeth estava sentada em minha cama, nos esperando. Silena sentou-se ao lado dela enquanto eu ajeitava os cavaletes à parede contraria para termos mais espaço.

-Papai estava dormindo, mas Charlie disse que ia acorda-lo.

-Tudo bem filha, ainda temos cerca de duas horas para a festa. - Annabeth respondeu.

Ficamos ali, nos vestimos, maquiamos e estávamos prontas apara a festa.

POV PERCY

Charlie me acordou e enquanto eu tomava um banho no meu chalé, pedi a ele que fosse até a Casa Grande pegar nossas roupas para nos trocarmos aqui mesmo. Eu saíra para caminhar, e resolvi passar no chalé três para ver como estavam as coisas, sem nenhum morador há muitos anos. Tyson vinha até lá algumas vezes, mas nunca ficava mais que uma semana. Era bom estar ali sozinho, pude apreciar cada pedacinho do qual eu sentia falta. Pensei em talvez passar a noite ali.

Sequei-me e quando saí do banheiro, Charles estava sentado em uma das camas com a mochila a seu lado.

-Vou tomar banho agora. – ele me disse jogando-me a mochila. – Suas coisas também estão aí.

Eu assenti e vesti-me. Como sempre, para ocasiões especiais, Annie escolhia minhas roupas. Afinal, eu já não morava mais com minha mãe para que ela fizesse isso para mim. Calça jeans escura, uma camisa social acinzentada e sapatos. Penteei os cabelos e esperei por Charles. O garoto esqueceu-se da hora durante o banho, então tive que apressa-lo. Quando ele estava finalmente pronto, já eram quase oito horas e quase estávamos atrasados.

-Onde está sua mãe? – eu perguntei a ele.

-Na caverna com Rachel e Silena.

-Vamos até lá então.

Elas estavam prontas e pareciam estar a nossa espera. Silena estava com um vestido branco com estampas em verde. Cabelos lisos e uma sandália nos pés. Rachel estava com o cabelo preso num coque esfiapado e usava um vestido simples bege. Minha Annabeth estava deslumbrante como sempre. O cabelo estava extremamente liso e comprido, como no jantar de algumas semanas atrás. Os olhos cinza estavam marcados por uma maquiagem forte, ainda mais significativos. Usava um vestido verde escuro, na altura dos joelhos.

-Percy! Quanto tempo, não? – Rachel disse sorridente vindo me abraçar. Retribuí o abraço, fazia cerca de um ano que não nos víamos.

-Tempo mesmo Rach! Por onde tem andado?

-Ah, eu estava ajudando minha mãe com um projeto social das empresas Dare na Europa.

-Europa, é?

-Sim, mas não pense que ficamos em cidades como Paris, ou Veneza. Andamos pelos lugares mais carentes. Mas foram quatro meses excelentes!

-Nenhuma profecia em vista?

-Graças a Apolo não! Bem, vou indo até o Anfiteatro receber os convidados, afinal, fui eu quem os convidou, não é mesmo? – ela disse e saiu apressada.

Fitei Annabeth por longos segundos, estava apenas a apreciando. Silena não aguentou a demora:

-Vamos logo! Tá todo mundo chegando!

-Por que você e seu irmão não vão à frente? – eu disse.

-Venha Silena! – Charles disse a puxando pela mão.

Sorri. Estendi a mão até Annabeth num gesto cortês. Ela segurou minha mão com a dela e eu dei um leve beijo nela. Annabeth sorriu.

-Que cavalheiro! – me puxou para perto me beijando nos lábios.

-Você merece. – eu disse. Ficamos nos olhando, como sempre fazíamos há bons anos atrás, quando fugíamos dos treinamentos para passar um tempo juntos. Olhando seus olhos, eu tive certeza que ela pensava o mesmo. – Amo você.

-Amo você. – ela respondeu.

Entrelaçamos as mãos e caminhamos tranquilamente até o Anfiteatro.

Estava tudo muito bem arrumado. As mesas, a decoração até a arquibancada estava extremamente limpa, forrada e agradável para se sentar. Tinham até garçons, que estavam se portando muito bem. Jason e Piper logo chegaram e foram ao nosso encontro após cumprimentar outros amigos. Clarisse e Chris também se juntaram a nós.

-Como está indo a vida Clarisse? – Piper perguntou.

-Bem, muito bem! Estamos pensando em comprar uma casa maior em breve.

-Por que o motivo da mudança do apartamento?

-Vamos ter um bebê! – ela disse sorrindo. Seguiram-se os parabéns aos futuros pais, abraços e brincadeiras.

 -Uau, Clarisse vai ser mãe. Espero que a criança se pareça extremamente com Chris, afinal, não quero apanhar de mais ninguém! – eu disse fazendo todos rirem menos Clarisse.

-Muito engraçado Jackson! – ela disse puxando Chris pela mão e indo falar com seus irmãos.

-Será que ela ficou brava? – Jason perguntou.

-Não, ela está mais do que acostumada. Essa é a linda amizade entre ela e o Percy! – Annabeth disse.

-Onde está o Jake? – eu perguntei a Jason.

-Ah, encontramos Charles e Silena logo na entrada. Estão por aí, só espero que não estejam aprontando nada. – ele disse.

POV JAKE

A festa estava chata. Só digo isso. Um monte de adultos que não fazem nada a não ser conversar coisas que não me interessam. Pelo menos Charlie e Si estavam comigo. Assim, o tédio passaria. Demos mas voltas a toa no Acampamento, meio afastados da festa. Até que paramos em frente a uma das coisas mais iradas que existem ali: A Parede de Escalada. Ficamos conversando sobre jogos e como era legal aqueles desafios que incluíam uma escalada como aquela.

-Só que essa tem lava de verdade. – Charlie falou.

-A gente podia experimentar qualquer dia desses. – eu disse.

-Por que não agora? – Charlie sugeriu.

-Estão loucos? Estamos em uma festa comemorativa de algo importante para o mundo. Por favor, não se matem! – Silena exclamou.

-Ninguém vai se matar maninha! Vai ser divertido! Se você não quiser não brinca, ué. – Charlie riu.

-Aiai, eu acho que isso não vai prestar.

-Shhh, vem Jake!

Segui Charles até a base da parede. Dali ela parecia ainda mais alta. Só precisávamos subir até o topo e quando caísse lava, nos desviar. Nem era tão difícil assim. Subimos. Devagar, fomos subindo, enquanto Silena apenas observava. Mas, ela não se aguentou e avisou:

-Lava!

Quando um risco começou a cair. Nos desviamos prontamente e continuamos subindo. Não era tão fácil quando eu imaginei. Já fazia uns bons minutos que estávamos ali e nem tínhamos chegado na metade.

-Silena, não fique gritando para avisar. Assim perde a graça! – Charles disse e ela não respondeu. Mais um tempo depois, eu escorreguei e fiquei pendurado por uma mão na parede e a outra no joelho de Charles. Ele estava ao meu lado, um pouco mais alto que eu, e foi a única coisa que eu encontrei apoio.

-Ow, Jake! Com calma cara, volta pra onde você tava. Desse jeito nós dois vamos cair.

-Cara, se eu conseguisse já tinha voltado. Não encontro onde colocar meu pé. – comecei a me debater a procura de algo para me apoiar, fazendo Charles se esquecer da parede e tentar me ajudar. Nisso, ele gritou, e eu apenas me vi caindo novamente, mas consegui me segurar após ter batido tudo em todo lugar. Charles não teve tanta sorte. Caiu sentado na grama. Silena foi ao seu encontro, e eu desci também. Eu tinha vários arranhões pelos braços e minha calça estava desfiada em alguns lugares.

-Charlie! – ela gritou.

-Ai. – ele gemeu.

-Cara, que aconteceu? – eu perguntei.

-Lava. Ai. Escorreu perto demais do meu braço. Ai. Quando me queimou, eu caí. Ai. – ele tentou dizer.

-Consegue levantar? – Silena perguntou.

-Acho que sim. – ele resmungou, mas não se levantou. Silena o puxou por um braço e eu por outro. Ele se pos de pé, podia andar, só estava mancando um pouco, e a manga direita da camisa estava tostada.

-Só espero que sua mãe não veja isso. – eu disse.

-Vamos voltar para a festa e nos sentar na arquibancada. Ma mãe não vai notar. – Silena disse.

POV JASON

-Quero agradecer a todos por terem vindo! Estamos muito felizes em comemorara os dezoito anos da Batalha de Manhattan. Em muito anos, foi nossa primeira guerra contra as forças do Tartaro, e desencadeou muitas mudanças, tanto no Acampamento como no Olimpo. Contamos com a presença dos deuses Dioniso, Demeter, Afrodite e Hermes. Obrigada divindades! E também, com os nossos heróis que sobreviveram a essa guerra. Annabeth Chase, Percy Jackson, Clarisse la Rue, Travis e Connor Stoll, Chris Rodrigues e Jake Mason. Obrigada a vocês por estarem aqui. – Rachel pronunciou.

-Nós é que agradecemos o convite Rachel! E nesta noite especial, comemoramos algo além desta conquista. O Aniversário do nosso herói, Percy Jackson! – Annabeth que estava ao lado de Rachel disse, e todos aplaudiram.

Percy estava ao meu lado, ficou completamente vermelho e não sabia pra onde ia. Annabeth acenou para que ele fosse ao seu lado e ele foi. Ela deu-lhe um beijo na bochecha, e ficou ao seu lado enquanto os garçons entravam com o bolo. Era um bolo azul com tridentes. A cara do Percy. Depois de cantarmos parabéns, o obrigaram a dizer algumas palavras.

-Está bem, eu falo. – ele disse. – Annabeth, Rachel. Obrigado pelo susto! Foi realmente bom saber que alguém além da minha mãe se lembrou de que hoje é meu aniversário. E, nossa! Trinta e quatro anos! O tempo passou não é mesmo? Me lembro claramente do dia que entrei no Acampamento, arrastando um Grover desmaiado e sendo amparado pela Filha de Atena mais linda que eu conheço. – foi à vez de Annabeth ficar corada. – Fiz muitos amigos, a maioria está presente aqui hoje, mas também há aqueles que deram suas vidas por nós. Quero agradecer, realmente, por terem me ajudado a enfrentar tanta coisa, por terem feito parte da minha história. Hoje, eu realmente não imagino minha vida sem esse lugar, que eu chamo de casa. Foram aqui, os melhores momentos da minha adolescência. Quíron, você é o centauro! Obrigado por aceitar de mim, apenas o melhor. – ele acenou para o velho centauro que parecia ter lágrimas nos olhos. – E a vocês que estão aqui há menos tempo, aqueles que ainda moram aqui, um conselho: Aproveitem cada segundo. Pregando peças, ficando de castigo, treinando, namorando, brigando com o chalé de Ares, ganhando o caça a bandeira, enfim vivendo.