Fiquei um pouco mais com o Gabriel, e depois de 30 minutos ele teve que ir embora. Me sentei na cama e peguei Teddy e o panda e abracei os dois juntos.
- Eu estou tão feliz, Teddy. - Falei rindo parecendo uma boba.
O meu celular tocou de repente, e eu corri para atende-lo.
LIGAÇÃO ON:
- Alô?
- Alícia, eu preciso falar com você.
- Aconteceu alguma coisa, Lys?
- Não exatamente, mas eu queria te dizer uma coisa.
- Então fala.
- Não pode ser por telefone. O que eu tenho para te dizer, só pode ser dito pessoalmente. Você esta ocupada agora?
- Não, claro que não.
- Pode me encontrar na praia, daqui a 5 minutos?
- Em qual lugar?
- Em frente as rochas.
- Ok, eu estou indo agora.
LIGAÇÃO OFF.
O que será que Lysandre tinha para me dizer, eu não estou conseguindo entender nada, só descobrirei se ir. 
Apenas coloquei o celular no bolso e desci.
- Onde vai princesa? - Anny falou com ironia, mas eu a ignorei.
Passei reto por ela e fui até a praia. Lysandre estava lá, e assim que me viu sorriu. O abracei.
- O que quer me dizer? - Perguntei me soltando dele e o fitando.
- É uma coisa que eu deveria ter lhe dito na escola, mas eu não tive oportunidade. Meu pai foi promovido de cargo no trabalho, e as consequências disso, é que eu e minha família vamos nos mudar.
- O que? Não, isso não pode estar acontecendo... Mas.. você vai continuar aqui no Brasil, né? - Senti meus olhos se encherem de lágrimas.
- Não, Alícia. Eu vou me mudar para Londres amanhã.
- Não, Lys. - O abracei. - Eu não quero que você vá! Não! - Falei alterada.
Lysandre acariciou meus cabelos e me abraçou forte.
- Por favor, Lys...
- Eu não posso fazer nada, Alícia. Eu não quero te deixar. - Ele beijou minha testa.
- Por que tudo na minha vida da errado? Quando as coisas começam a melhorar isso acontece! Por que isso só acontece comigo, Lysandre? Por que?
- Calma. - Ele disse ainda me abraçando. - Eu tenho outra coisa pra te dizer.
- O que? É trágico também?
- Depende do ponto de vista.
- Ok, pode falar.
- Eu te amo. - Lysandre disse e eu senti meu coração acelerar. Ele ficou em silêncio por alguns segundos, antes de continuar. - Eu não te disse nada antes, porque eu sei que você ama o Gabriel e não eu.
- Eu amo você, Lysandre. - Falei e ele arregalou os olhos. - Mas eu amo você como um amigo, mas isso não muda o fato de eu amar você. Eu tenho que te agradecer por tudo o que você me fez, por ter me aguentado quando eu estava de mal humor, por te me abraçado quando eu estava triste me dizendo que tudo iria ficar bem, por ter me aturado todo esse tempo quando eu dava minhas crises de depressão, me fazendo pensar positivo sempre e tentando me convencer de que as coisas iriam mudar. E obrigada por me amar. - Sorri e senti várias lágrimas escorrerem pelo meu rosto. 
Lysandre me abraçou. Ficamos assim por vários minutos e se eu pudesse eu ficaria assim pra sempre. Me dói muito a ideia de que não o verei mais, eu não quero aceitar isso, não quero aceitar a realidade.
- De que horas você vai amanhã? - Falei secando minhas lágrimas com as mãos.
- 5:00 da manhã.
- Eu vou estar lá pra me despedir de você. - Eu disse e ele sorriu.
- Eu te amo muito, minha pequena. E eu estou feliz por ter me apaixonado por você. - Lysandre me abraçou, e eu o abracei também.
Depois disso ele foi embora. Sentei na areia e lá, desabei. Senti como se o meu mundo tivesse caído, eu não quero que ele vá.
- Alícia, o que aconteceu? - Senti alguém me abraçar e ouvi a voz do Gabriel.
Eu não conseguia falar de tanto que soluçava.
- O-o L-L-ysandre v-v-ai e-embora!!
- Calma, Alícia. Não chora, por favor. - Ele alisou meus cabelos e eu tentei me acalmar.
Coloquei minhas duas mãos no rosto e fiquei quieta.
- O que aconteceu?
- O Lysandre vai embora. Ele é meu melhor amigo, não quero que ele vá.
- Mesmo eu não gostando muito dele, eu odeio te ver assim, Alícia. - Gabriel me abraçou. - Me desculpe por não saber o que dizer.
- Tudo bem.
- Só porque ele vai se mudar, não significa que vocês não vão se ver mais. Existe a Internet e você poderá vê-lo sempre que quiser pela webcam.
- Eu sei, mas não será a mesma coisa, eu queria ele aqui, perto de mim.
Eu conversei com Gabriel, e ele fez de tudo pra me fazer rir e tentou arranjar soluções para isso. Eu consegui me distrair por alguns instantes antes de voltar pra casa. Ao chegar no meu quarto, havia um envelope em cima da minha escrivaninha. Me aproximei e o abri. Sorri ao olhar o desenho.
- "Nunca esqueça o quanto eu amo você, minha pequena".
Sorri e senti uma lágrima escorrer pelo meu rosto.
- Eu nunca vou te esquecer. - Sussurrei.