Not That Simple Maid escrita por RoxyFlyer21


Capítulo 16
Capítulo 16 - Alunos novos e um novo trabalho


Notas iniciais do capítulo

Capítulo longo de Natal, queridos leitores!! Aproveitei essas semanas de folga para editar os capítulos passados também, entao se quiserem dar uma relidinha para entender o que está acontecendo fiquem à vontade!!! >< Boa leitura!!!



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Chegando a última carteira da fileira da janela, Riley soltou sua bolsa em cima da mesa com violência, e o peso ecoou num alto baque pela classe. Os poucos alunos que já haviam chegado, alguns dos quais reunidos em grupos de conversa, olharam curiosos, mas logo viraram-se de volta assustados com a ira que irradiava de Riley.

Havia percebido, por conta própria, o que Ward havia feito.

“AQUELE FILHO DA P***!!!” Sentou e ficou rangendo os dentes de raiva. “Não acredito que eu tenha sido tão estúpida e ingênua a ponto de ter acredito naquele papo idiota de ter esquecido algo na casa Kate só pra poder me levar pra casa dele! Aposto que ele usa esse papo furado com todas as garotas que encontra! Isso tudo não passou de mais de um divertimento sinistro para ele!!!”

Algumas garotas ali perto perceberam o rastro de fumaça em cima da cabeça da garota e os punhos cerrados, e mudaram de lugar. Riley, finalmente percebendo sua condição, e o quanto isso estava assustando as pessoas ao seu redor, tentou respirar fundo e desviar sua atenção para a janela.

A cidade de Tokyo e seus arranha-céus, o parque público com suas árvores cerejeiras, e o pátio do colégio ainda cheio de alunos, tudo isso não passava de um borrão para Riley. Quando ela se decidiu por minimizar a raiva, tudo o que conseguiu pensar era em como fora uma completa idiota. “A maior culpada disso tudo sou eu. Eu fui estúpida em deixá-lo se aproximar. Eu fui idiota em pensar que ele seria diferente. Eu só fui mais uma para ele.”

De repente, o sinal tocou, e a tirou de seus devaneios. Ouviu a voz alta de Hanna ecoando pelo corredor, se aproximando da sala, e se apressou em limpar uma lágrima no canto do olho que teimava em se formar.

Como sempre, Hanna entrou falante ao lado de Robert, e se sentou ao lado de Riley, ainda ocupada demais em conversar para notar a amiga. Mais alguns alunos chegaram, e logo depois que a sala já estava quase completa e a professora já havia entrado na sala, Ward apareceu. Riley fingiu não o notar, e ele foi direto para seu assento, o penúltimo na coluna encostada na parede. Seu semblante era calmo e desinteressado como sempre, como se nada havia mudado. Ele primeiramente sentou-se contra a parede, desleixado, de forma a lançar um olhar na direção de Riley, que o ignorou friamente. Ward, um tanto confuso, não teve outra escolha a não ser virar-se para encarar a professora de estudos sociais.

– Muito bem, alunos! – a professora era baixinha, de cabelos pretos curtos e saia comprida, o que a fazia parecer ainda mais baixa. Sua voz, no entanto, era estridente e enérgica, algo que lembrava Riley de sua Gerente no Maid Café. –Começamos hoje com notícias um tanto inesperadas, mas absolutamente magníficas! O Colégio Seika acaba de receber uma aluna internacional, vinda da Inglaterra, então por favor se esforcem para que ela se sinta em casa! Geneviv Scott, por favor levante-se.

Levantando-se da primeira carteira da fileira da frente, Geneviv era uma visão sublime de beleza loura. Abrindo um sorriso branco encantador, a garota deu uma pequena reverência de frente para a sala, o suficiente para deixar todos os meninos de saliva na boca em seu decote, e as meninas roendo de inveja. Dispensando apresentações orais, ela voltou a sentar-se, ouvindo cochichos animados vindos dos garotos.

– Que gostosa...! – um dos garotos sentado na carteira da frente de Riley sussurrou para o do lado, que concordou prontamente. “Bando de pervertidos....” Riley pensou, rolando os olhos. Contudo, não conseguiu evitar de checar Ward, sentando desleixado e curvado em seus olhos entediados no outro lado da classe. Mesmo não querendo, Riley sentiu alívio ao constatar que ele não havia ficado animado como os outros. “Vai ver é porque sabe que já a tenha pra si mesmo!”

– Sim, sim, mas Geneviv não é a única aluna transferida para nossa sala. – a professora baixinha continuou. – Por favor deem as boas-vindas a Collin Makoto, de Kobe.

Outro garoto levantou-se de uma das primeiras carteiras, porém este era alto e de pele naturalmente bronzeada. Seu cabelo castanho escuro era espetado em um corte de cabelo curtinho, porém seu rosto esbanjava simpatia e entusiasmo puro.

– Olá a todos!! Podem me chamar de Cole e estou muitíssimo animado em começar a aprender no Colégio Seika com todos vocês!!

Sua voz animada, com um certo toque ingênuo e doce, chegou aos ouvidos de Riley, que até agora mantinha sua cabeça virada para a janela. No entanto, ao se deparar com aquele garoto, ela sentiu como se já o conhecesse de algum lugar. Franziu o cenho, mas acabou sacudindo aquela sensação familiar para fora de si.

– Muito bem, muito bem! Que começo animado, não?! Aposto que estamos todos prontos para o próximo trabalho de Estudos Sociais deste ano! – a professora dirigiu-se a lousa e escreveu em letras garrafais, “Conhecendo e entendendo as relações geo-sociais do nosso país.” – A fim de aprofundar nossos estudos sociais do Japão, vou dividir a sala em grupos de cinco. Esses grupos deverão trabalhar juntos para cumprir os prazos dos trabalhos, que contarão em três partes: geografia, economia, e cultura.

A professora escreveu no quadro esses três tópicos, e continuou:

– Vocês deverão pesquisar sobre três cidades que serão sorteadas, o que inclui visitá-las pessoalmente e coletar dados.

Ao mencionar isso, alguns resmungos ecoaram pela sala.

– Ah, mais uma coisa: esse trabalho terá peso 7 na nota final de não apenas Estudos Sociais, mas também Geografia e História, então é melhor vocês capricharem!

Riley ficou boquiaberta. “Peso SETE?! Essa professora ficou louca de vez?!” Mas a garota não foi a única a levar um susto, e uma onda de resmungos e sussurros levou a sala.

– Muito bem, silêncio todos! Vou sortear os grupos!

Hanna, aproveitando o momento de distração, virou-se para a amiga.

– Pss, Riley! Será que a professora esqueceu dos comprimidos hoje? PESO SETE EM TRÊS MATÉRIAS?!

– Eu sei, estou ferrada. Não tem como eu conciliar esse trabalho maluco e todas as viagens as cidades com o maid caf....

Antes de terminar a frase, Riley percebeu o que estava dizendo e calou-se.

– Maid? O que você disse?

– N-nada!! E-eu disse que não tem como conciliar esse trabalho maluco com o meu trabalho em casa com a minha mãe. Tem tanta coisa acontecendo agora que me sinto como uma empregada! – Ela corrigiu a tempo. Sabia que Hanna era confiável, mas não queria preocupá-la ainda mais com o fato de ter um trabalho em um lugar não muito bem visto por algumas pessoas.

– Eu sei, amiga – Hanna segurou a mão de Riley, sorrindo. – Mas vai ficar tudo bem!

– Obrigada, Hanna....

E foi cortada pela professora, que subitamente anunciou seu nome.

– ....Riley, Robert, Collin, Kate, e Ward.

“MAS COMO?!” Riley pensou, pasma. Virou para encarar Ward, que de tão impassível parecia que não havia escutado. Kate havia se remexido na cadeira, e encarava Riley com um olhar furioso.

– Yay, você está com o Ward! – Hanna anunciou, com certeza mais animada que qualquer um daquele grupo. – Faça bom proveito, hein, sortuda! Mas não deixa a Kate dar em cima do meu Robert!

Robert sorriu em sua direção, mas sua cabeça estava tão confusa que ela esqueceu de sorrir de volta.

A professora logo terminou de anunciar os grupos, e deu os minutos finais da aula para que os grupos se organizassem. Riley tomou alguns instantes para controlar a raiva e, contrariada, levantou-se para ir em direção a mesa de Ward. Os outros alunos já haviam se juntado em seus grupos e começavam a discutir suas cidades.

– Acabei de falar com a professora - Robert chegou por trás, com Kate ao seu lado. – Nossas cidades são Hiroshima, Kyoto, e Kobe. Então, como vocês querem fazer o trabalho?

Robert virou o olhar em direção a todos em seu grupo, e pode facilmente notar a tensão do clima. Ward, de braços cruzados e olhar perdido; Riley, evitando o olhar com Ward e de punhos cerrados; e Kate, lixando pretensiosamente as unhas pintadas de rosa.

– Ué, cadê o garoto novo? – Robert perguntou, numa tentativa fracassada de quebrar o gelo.

– Tudo o que temos que fazer é recolher dados geográficos de Kyoto, não é? – Ward perguntou, cansado do silêncio.

– Presta atenção quando alguém fala com você! – Riley cortou abruptamente Robert, que estava prestes a respondê-lo. – Não é Kyoto nossa primeira cidade, é Hiroshima!

– Parece que alguém acordou com o pé esquerdo esta manhã....- Ward respondeu, abrindo um sorriso maroto, irritando ainda mais Riley.

– Escuta aqui, seu preguiçoso! Eu...! – Vermelha de raiva, Riley continuaria com inúmeros xingamentos se Kate não estivesse lá para interrompê-la.

– Já estou vendo que essa relação de uma noite só de vocês já foi por água abaixo, não? – Kate mencionou, com um tom pretensioso e desleixado, mas com certa vitória impregnada na voz. Ela levantou os olhos da lixa de unha e completou, - De qualquer forma, não estou nem um pouquinho a fim de ficar pra DR, então vamos decidir isso logo.

– Porque todo mundo acha que estamos juntos?! – com aquilo, Riley já não conseguiu se controlar e explodiu, gritando um pouco mais alto do que os limites do grupo. – NÃO TEMOS NADA EM COMUM, SERÁ QUE NÃO DÁ PRA VER?!?

Robert e Ward se entreolharam, pensando se seria uma boa entrar no meio daquela conversa competitiva das duas garotas. Mas, tratando-se de Ward, era mais do que esperado sua intervenção.

– Relaxa, querida, - Ward levantou-se e pôs-se ao lado de Riley, cujo corpo fumegava de raiva, sorrindo bobo e com o tom de voz perfeito para tirá-la do sério ainda mais, se isto era possível. – Não precisamos esconder nosso amor profundo e ardente de nossos amigos! Tenho certeza que eles entender....

– CALA A BOCA SEU ALIEN!!! – Riley se transformou numa fera borbulhante de ódio e berrava para Ward, o que fazia seus esforços de aguentar a gargalhada ainda mais difíceis. – Porque você fala essas coisas?! Aí mesmo é que eles vai achar que é verdade!! IMBECIL!!

Já era. Ward explodiu em risadas, deixando Kate e Robert perplexos.

– Como podem.... ser tão....? – Kate virou-se para encarar Robert, que apenas chacoalhou os ombros, sem entender mais nada. “...serem tão perfeitos um pro outro?” Robert pensou em dizer, mas achou melhor não.

– Ok, as pessoas já estão encarando sem tentar disfarçar.... – Robert interviu, finalmente, com a voz mansa. – E se nós dividirmos as tarefas?

– Sim, graças a deus alguém normal nesse grupo! – Kate vociferou, colocando a lixa de unha dentro de sua bolsa de marca. – Seguinte, meu tempo é precioso então vamos fazer assim: Riley pesquisa sobre relevo e hidrografia, Ward sobre clima e vegetação, Robert sobre demografia e aspectos sociais e a gente faz o garoto novo pesquisar sobre economia.

– E você, - Riley perguntou, cruzando os braços. – posso saber o que você vai pesquisar?

Kate terminou de guardar suas últimas coisas na bolsa e colocou-a no ombro, e balançando as ondas de seu cabelo preto brilhante, disse:

– Eu pego as imagens das cidades e coloco num pen-drive.

E com isso, Kate deu de costas e virou-se jogando o cabelo para o lado, saindo da sala e deixando todos boquiabertos. Quebrando o silêncio, Robert disse, virando-se para Ward.

– Bom, eu e você temos treino agora.

– Acho que sim, né...

Os dois apressaram-se em pegar suas bolsas escolares e sair pela porta, e quando Riley deu-se por si de novo, ela estava sozinha na sala.

– Acho que eu sobrei para encontrar o garoto novo. – ela suspirou irritada e colocou sua bolsa pelo ombro. – Sozinha.


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