POV'S Queen

O barulho das buzinas, o Thai gritando para todos os motoristas andarem mais rápido, passavam por mim como uma brisa. Eu permanecia quieta e fazia de tudo para não escapar um olhar para o relógio – mesmo que fosse impossível. Ao chegar no aeroporto , ele segurou meu braço me puxando para acelerar meus passos, chegamos na frente do telão e vimos o obvio, o avião já tinha saído. Apertei meus olhos com força e respirei fundo, afinal, uma hora ou outra aquilo ia acontecer. Não é a primeira pessoa que se separa de mim, é como meu pai dizia "Uma rainha com lágrimas no rosto perde a coroa", eu não precisava chorar, eu não queria chorar.

– Podemos ir pra casa agora ou quer comprar passagens e sair daqui também?

– Quem saiu sem dizer nada foi ele não eu. Resolveu descontar em mim?

– Você não precisava dizer, eu posso ser "burra" mas isso eu entendi – Grunhi, dando as costas e indo em direção a saída.

– Ei – Ele falou me alcançando – Não faça parecer como se eu quisesse piorar a situação.

– Mas você ta piorando.

– Não era o que eu queria – Ele falou suspirando.

– Mas é o que ta fazendo – Sorri e entrei no carro.

Ta, eu sabia que o Thai não tinha nada haver com isso – só que alguém têm que sofrer pela minha dor certo? Então, ele foi o escolhido – nada podia ser feito. Mandei uma mensagem para o Taylor, tentando ser o mais breve possível.

"O avião já tinha saído (: Depois falo contigo" e mandei outra em seguida "Não, eu não chorei".

"Bruxas não podem ter sentimento" bufei uma risada, outra chegou "Você é forte, eu sei. Da próxima vez que eu o vê, quebro a cara dele" me limitei a responder.

Quando chegamos em casa, fui para o meu quarto, fechei a porta e coloquei minha cabeça no travesseiro. Deixei que o silêncio colocasse as coisas no lugar em que elas deveriam estar. Puta que pariu, o que o Deni ta pensando? Na verdade, o que ele foi fazer em Nova Iorque? Bati as pernas na cama com força, arg, que saco. De manhã, acordei por volta das 7:30 e fui acorda o Thai.

– Ei levanta – Falei cutucando seu corpo coberto.

– Hm? – Ele murmurou – Ah é, agente – Pausa pra bocejo – vai pro colégio hoje .

– Na verdade não, vamos comprar "aquelas coisinhas" que tão no telhado da senhora Elvis ali – Falei cutucando ele mais ainda, era engraçado – Agente não vai dia sim dia não? Dois dias não nem faz diferença pra um aprendiz de mafioso como você.

– Pra mim não mas pra você – Ele disse já sentado – Você já não vê uma aula por dia, e você não é bem o que se chama de inteligente e... – O interrompi.

– Fala mais algo e eu te jogo no telhado.

– Bonita sua camisola – Ele bufou um riso. Sim, era um vestido de seda verde com moranguinhos, me julguem.

– Vai te foder Thai – Falei empurrando meu dedo contra sua bochecha.

– Ai – Ele disse pondo a mão onde eu toquei – Pelo menos isso é melhor que estar no telhado com suas calcinhas estampadas – Apontei meu dedo novamente – LINDAS calcinhas estampadas – Ele corrigiu.

Mostrei meu dedo do meio pra ele e sai do quarto indo para o meu. Coloquei uma peça de roupa na cama e fui me preparar para o banho, na verdade esperar o Thai sai do banho – ele sempre ganha as despusta de quem vai usar primeiro – e cá entre nos, começar o dia com a imagem do Thai de toalha é bem – calada Queen – admirável. Sem contar a parte de quando ele passa por mim e eu estreito meu corpo disfarçadamente para ver suas costas levemente molhada – no final eu acabei sendo a pervertida – não me culpem, ninguém mandou ele ficar exibindo suas belas costas para uma garota como eu – intencionalmente ou não.

Assim que acabei de me arrumar, fui para a sala e o vi com uma xícara de café na mão. Seus cabelos estavam para trás ainda molhados e ele estava com uma camisa de gola "v" que o deixo – o que ta havendo comigo? – Peguei minha xícara e tentei olhar o menos possível para o Thai, eu já estava me tornando uma pervertida de verdade.

– Por que você não me deixa dirigir o carro hoje? – Perguntei com os olhos brilhando.

– Você acha mesmo que eu vou deixa uma garota tocar no meu carro sendo que ela foi obrigada a morar com uma suposta prima, no caso eu, por justamente o pai não ter deixado ela dirigir?

– Sim? – Tentei.

– Não – Ele disso obvio – Falando nisso, o Mark ta morando com essa sua prima?

– Sim – Suspirei – Ele trocou nossas passagens e disso você já sabe, e cá estou eu, pedindo docilmente para dirigir o seu carro.

– E aqui estou eu docilmente negando – Ele disse entrando no carro me fazendo desistir.

Tagarelei o caminho todo sobre "Meus desejos de liberdade automotiva" enquanto o Thai ouvia vagamente, soltando um riso poucas vezes. Assim que chegamos la, comecei a me empolgar, peguei varias e varias peças fazendo o Thai de cabide de roupas intimas. Chegando ao caixa, paguei tudo e fomos em direção ao estacionamento.

– Ei – Ele me parou – Pode gritar agora.

– O que?

– Pelo Deniel, grita – Ele falou me dando um empurrãozinho.

Suguei todo o ar em meus pulmões e gritei o mais alto que eu pude. Várias e várias vezes, o Thai se encostou no carro e ficou me esperando sem me apressar nem nada, admito que me sentir um pouco melhor, na verdade tudo estava normal, só não tinha o Deni comigo sempre, eu só precisa me acostumar com isso. Quando chegamos em casa, o Thai foi direto para o quarto dormi, eu não tinha pensado nisso antes mas, o Thai não está pensando muito em mim? Depois de um dia entendiante resumido a salgadinhos gordurosos e programas animados ridículos percebi que o caderno do Thai estava no outro sofá, e ele deixa lá geralmente depois de usar, folheei as paginas até chegar ao último desenho, que fez um sorrisinho se abrir. Que me fez perder minha coroa.

POV'S Thai

Sai do quarto e vi a Queen parada com meu caderno em mãos, me encostei na parede e fiquei esperando ela perceber minha presença. Quando ela se virou, deu um longo suspiro e colocou as mãos no rosto.

– Por que você está fingindo que está se importando? – Ela disse com a voz rouca.

– Porque é chato ver sua expressão triste e vazia vagando pela casa, me da arrepios na verdade – Falei fazendo-a me olhar de canto.

– Imbecil – Ela soltou uma risada virando o corpo.

– Você sabe que eu não vou admitir, vem cá.

Puxei ela pela cintura e suas mãos continuavam em seu rosto. Envolvi meus braços ao redor de seu corpo e a ouvi soluçar no peito baixinho.