Obstáculos De Um Amor escrita por LA_Black


Capítulo 7
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura :D
Nos vemos lá embaixo.



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CAPÍTULO 6


(When I'm Gone – Simple Plan - http://www.youtube.com/watch?v=msumWLbq1Dk)


“-- Jake…”


Comecei a correr na direção contrária, voltando para a parte habitada de La Push, com a certeza de que eu era uma completa azarada. Era pra eu ter me encontrado com ele normalmente e não na minha forma lupina... Não com nós dois em nossa forma lupina!

Por que eu tinha que ser tão complicada? Seria tão mais fácil se fosse tudo normal. Sem vampiros ou lobos ou coisas sobrenaturais!

Jacob estava me seguindo e eu sabia disso, mas como sempre fui mais rápida, me forcei a ir mais depressa e ele já não podia mais me ver. Transformei-me rapidamente, vesti a roupa e entrei em casa correndo, chorando e completamente desesperada.


–- Meu Deus! Eduarda o que aconteceu?!

–- Mãe eu preciso ir embora. Eu... – respirei fundo em uma tentativa de acalmar meu coração. – Eu não posso ficar aqui. O telefone não mudou, não é?! Depois eu te ligo. Desculpa.

–- Você não vai sair nesse estado Eduarda! Vai deixar sua mãe e eu mais preocupados.

–- Eu não vou morrer tão fácil Tio Billy!

–- Não morre, mas pode se machucar. Por favor, fique aqui até se acalmar. Depois você pode ir embora. – eles não estavam entendendo nada.

–- Não Tio... Eu v... – tive uma visão. Jake chegaria em alguns minutos. – Droga! Tenho que ir.


Saí pela porta da sala e entrei no carro. Estava me preparando pra dar a partida quando o vi.


–- Isso mesmo! Foge! Você sempre faz isso não é?! COVARDE! – ele gritou e eu não aguentei e fui confrontá-lo.

–-É. Eu sou covarde mesmo. Igual a você, que não sabe de nada e já está me julgando.

–-Te julgando? Você que foi embora sem motivos. Não se despediu dos amigos, muito menos de mim.

–- Eu deixei uma carta pra você!

–- Uma carta?! Eu nem li aquilo Eduarda!

–- O quê?!

–- Você queria o quê? Que eu aceitasse aquela carta como consolo? E que história é essa de você ser uma transfiguradora?

–- Eu fui embora por causa disso! E você deveria ter lido a carta.

–- Não li e nem pretendo ler. Você não teve nem a coragem de se despedir de mim. De me contar o que estava acontecendo.

–- Eu não podia contar. Você nem mesmo acreditaria em mim...

–- Então você nunca me conheceu Duda. – falou com o semblante triste.

–- Jacob...

–- Não! Você simplesmente me abandonou aqui. Não me deu nenhuma satisfação, nem se preocupou com o que estava acontecendo comigo.

–- Você também não me conhece Jacob. Você acha que foi fácil pra mim vê-lo sofrendo pela Bella?! Acha?

–- Como? – falou atordoado.

–- Isso mesmo! Você ficou sofrendo por ela e ela não te dava a mínima! E eu sofria mais que você! Por não poder te ajudar, por estar longe. Mas eu não podia voltar! – comecei a chorar. – Não enquanto eu estava completamente descontrolada e podia acabar matando qualquer um, como quase aconteceu com a minha mãe. – lhe dei as costas e entrei novamente no carro, mas antes sair completei: – Deveria procurar saber das coisas antes de me julgar.


Eu não queria acreditar que aquilo havia acontecido. Ele simplesmente brigou comigo e nem leu a droga da carta! Passei todos os anos tentando imaginar ou “ver” como seria o nosso reencontro, e ele foi assim, desastroso.

Cheguei em casa tarde e a primeira coisa que eu fiz foi tomar um banho, para me acalmar e depois ligar pra Lucy, eu precisava conversar com alguém, e ninguém melhor do que ela, pra me ouvir e aconselhar.


–- Duda, o que diabos aconteceu? Você não parecia nada bem quando me ligou. Foi a sua mãe, não é? Vocês brigaram? – ela entrou na minha casa agitada sem me dar chance de responder a nenhuma de suas perguntas.

–- Será que dá pra você se acalmar? Você parece estar mais nervosa que eu!

–- É que sua voz no telefone me deixou desconfiada de que algo muito grave aconteceu.

–- Nem foi tão grave assim. É que...

–- É que...

–- Eu me encontrei com o Jake. – falei de uma vez.

–- Jesus! E como foi? – olhei pra ela desacreditada por ter feito essa pergunta. – Ok! A pergunta foi idiota. Dá pra ver pela sua cara que não foi nada bem. Como aconteceu?

–- Estava na floresta, correndo, aí eu encontrei com ele e corri de volta para a entrada da mata pra me transformar e ir embora.

–- Espera aí... Você ia deixar o homem sem nenhuma explicação?

–- Eu estava abalada, nervosa, ou qualquer outra palavra que você queira usar. Posso continuar? – ela confirmou com a cabeça. – Quando eu já estava dentro do carro, ele me viu e começou a gritar comigo, dizendo coisas absurdas, eu não aguentei ficar calada, nós discutimos e eu o deixei lá parado e vim embora.

–- Você o abandonou lá!

–- Abandonei nada! Ele é um idiota isso sim! Eu posso até amá-lo, mas que eu estou com uma vontade enorme de socar ele até deixá-lo inconsciente, ah... Eu estou.

–- Duda, pra que guardar tanto ódio no seu coração? Vai te deixar com rugas mais cedo. – ela falou pensativa.

–- O quê? Lucy! Nós não envelhecemos esqueceu?

–- Eu sei, só queria te distrair.

–- Você é louca! – balancei a cabeça em negativa e sorrindo.

–- Eu sei, mas falando sério... Não dou alguns dias pra vocês se acertarem.

–- Eu espero. E eu sou a vidente aqui.

–- É, mas você não viu nada não é?

–- Infelizmente. Odeio ficar sem saber o que vai acontecer.

–- Então dê um jeito de encontrar a mente dele por aí e leia o que ele está pensando. – ela disse como se isso não fosse nada.

–- Sabe que eu não gosto de ler a mente das pessoas. É invasão de privacidade. Aliás, eu fico mais fraca quando tento ler a mente de uma pessoa muito distante de mim.

–- Então o jeito é esperar. Mas vai dar tudo certo, você vai ver. Vocês vão se encontrar e pedir desculpas pelas palavras ditas, tenho certeza que foi sem intenção de se magoarem. Estavam nervosos, e quando estamos nervosos dizemos coisas sem pensar.

–- Eu espero que você esteja certa, Lucy. – nesse instante a campainha tocou e eu suspirei desalentada. – Esqueci completamente que teria visitas.

–- Como assim visitas?

–- Os moradores da casa à frente vieram fazer uma visita. Com toda essa confusão eu acabei esquecendo.

–- Vá atender então.


Abri a porta e me deparei com sete pares de olhos dourados me observando atentamente.


–- Olá!

–- Boa Noite! Nós moramos na casa em frente, viemos fazer uma visita... Desejar boas vindas.

–- Obrigada! Entrem, estava esperando por vocês. – soltei sem nem perceber que os estava assustando e mentindo, já que eu nem me lembrava da visita deles.


Eles sentaram-se nos sofás e nós ficamos nos encarando por um tempo até que Carlisle quebrou o silêncio.


–- Eu sou Carlisle Cullen, essa é Esme min...

–- Sua esposa, e eles são seus “filhos” – falei a palavra fazendo aspas com os dedos. – Alice, Jasper, Edward, Isabella, que gosta de ser chamada de Bella. E você... Você eu não conheço... – olhei para o homem sentado ao lado de Jasper.

–- Como sabe?! – perguntou Carlisle intrigado e ao mesmo tempo pensando no nome do desconhecido.

–- Christopher¹ certo?! – olhei para ele.

–- É. – ele respondeu intrigado.

–- Já que sabemos seus nomes, é melhor nos apresentarmos. Me chamo Eduarda Sullivan e essa é minha amiga e sócia Lucy Carter.

–- Bom... Eduarda... – falou Carlisle.

–- Ah, por favor, me chame de Duda.

–- Duda, – deu um sorriso – Eu sei que é uma péssima maneira de iniciar uma conversa, mas, como você sabe nossos nomes?!

–- Não se preocupe, não foram os moradores de Forks que me disseram. Afinal... Vocês não deveriam ter ido embora há algum tempo?! Desculpe-me a indiscrição, mas é estranho.

–- Nós estamos aqui por causa de Renesmee, minha outra filha.

–- Carlisle! Sejamos francos. Renesmee não é sua filha. Ela é filha do Edward e da Bella. – falei levantando uma sobrancelha.


Jasper já estava quase tendo um ataque de tanto nervosismo, pensava que eu era algum tipo de ameaça, e Edward não ficava atrás. Para ele eu estava ali a mando dos Volturi.


–- Edward, – o chamei – não sou uma Volturi. Só pra constar.

–- Duda! Você está assustando eles. – Lucy cochichou.

–- Me desculpa! É que eu não resisti. E pra que você está cochichando? Eles vão te ouvir do mesmo jeito! – falei pra ela e me virei pronta pra encarar a cara de assustado deles.

–- Desculpe. Será que podemos começar novamente? – Lucy falou olhando para Carlisle, que deu de ombros, mais preocupado em descobrir como eu sabia sobre eles.

–- Nós queríamos fazer uma gentileza a visitando, afinal se mudar é sempre tão difícil, não conhecer ninguém.

–- Agradeço, mas eu não estou me mudando para uma cidade nova. Na verdade, eu nasci aqui, não exatamente em Forks, eu sou de La Push.

–- Eu acho que você sabe muito sobre nós, e nós pouco sabemos sobre você e sua amiga.

–- Isso é verdade. Nos mudamos porque vamos abrir uma filial da nossa empresa aqui em Forks. Aproveitamos que a Newton’s foi fechada...

–- E como sabem tanto sobre...

–- Vocês?! Vampiros são fáceis de encontrar por aí. Pena que nunca encontramos muitos civilizados sabe?! Geralmente a maioria quer sangue, matança e se desligam completamente dos sentimentos humanos.

–- Como sabem disso tudo?!

–- Transfiguradoras... – eles nos olharam.

–- Se me permitem dizer, vocês não têm cheiro.

–- Não sabemos ao certo por que, mas é a Duda que não tem o mesmo cheiro dos transfiguradores comuns, e quando eu estou com ela, eu também perco o “cheiro”. – Lucy respondeu.

–- Isso é estranho.

–- Também acho. – falei pensativa.

–- Como sabia nossos nomes? – perguntou.

–- Bom Esme... – falei sorrindo. – É complicado, eu não sou uma transfiguradora comum. Além de não ter o cheiro, eu tenho uns poderes adicionais. Leio mentes e prevejo o futuro.

“-- Não é possível.” – pensou Jasper.

–- É possível sim. – falei olhando diretamente pra ele.

–- Nunca vi algo assim. – Carlisle disse meio aéreo.

–- Nunca viu, mas não vai ficar fazendo exames em mim não, ok?! Não sou uma experiência genética.

–- Isso não passou pela minha cabeça. – fingi que acreditei. – Vocês, são de La Push, certo?!

–- Não. Eu sou brasileira. – Lucy disse. – A Duda que é daqui. E antes que você pergunte... Meu pai era de La Push.

–- Como eu nunca a vi por aqui?!

–- Eu viajei deve ter uns quinze anos. Só pude voltar agora.

–- Você ficou quinze anos sem visitar sua família?

–- Alice! – exclamou Esme. – Não seja indelicada.

–- Não. Tudo bem. Eu fui embora porque isso era o melhor a ser feito. Eu ataquei a minha mãe, na primeira transformação. Por pouco eu não a feri.


“-- Essa mulher é perigosa. Fala que quase feriu a mãe com uma tranquilidade absurda. E a abandona por quinze anos. Nenhum humano consegue ficar longe da família por todo esse tempo, sabendo que ela está viva e não definhar. E por que eu não consigo ler seus pensamentos? Quanto mais eu tento, menos consigo entender.”

–- Edward. – ele olhou pra mim. – Você poderia parar de tentar ler minha mente, não acha?! Isso é incômodo. Além disso, por que você deixou a Bella aqui em Forks há alguns anos, hein?!

–- Como sabe disso?

–- Apenas, responda. E acredite, de um jeito ou de outro, eu vou acabar sabendo a resposta. – ele suspirou resignado e me respondeu.

–-Eu a deixei porque tinha medo que ela se machucasse.

–-Digo a mesma coisa, eu deixei minha mãe, porque não queria que ela se machucasse. Isso responde suas dúvidas? – ele apenas balançou a cabeça concordando. – Excelente!

–- Mas você não respondeu como sabe tanto sobre a nossa família e não conhece o Christopher. – Carlisle perguntou, porém minha atenção foi desviada para Esme que observava algo atrás de mim.

–- Aquele... Aquele é o Jacob? – ela perguntou.

–- É.

–- Você o conhece de onde?

–- La Push é pequena. Nós éramos vizinhos. Amigos de infância, na verdade. Eu sei tanto sobre vocês por causa dele. – falei e eles me olharam sem entender nada. – Quando fui embora eu não me despedi dele nem de ninguém, não queria mudar de ideia e sabia que isso aconteceria se eu o visse. Mas eu sempre tive uma ligação muito forte com Jacob. Eu não podia ficar sem saber nada do que estava acontecendo com ele. Então eu comecei a observar tudo o que acontecia com ele através das minhas visões. Foi assim que descobri sobre vocês. Mas faz algum tempo que não vejo mais nada, é por isso que não conheço o Christopher.

–- O Christopher se juntou à família tem pouco tempo, ele é primo do Edward.

–- Aparentemente o Edward tinha mais familiares e Chris é um deles. Ele foi transformado em... – foi interrompido por Christopher.

–- Carlisle! Você poderia deixar eu contar a minha história, não é?!

–- Fique à vontade...

–- Eu fui transformado em 1924, com vinte e cinco anos. Estava voltando pra casa com pressa. Havia anoitecido e com os vários casos de desaparecimento na cidade comecei a ficar temeroso de acontecer algo comigo. Quando vi um vulto passar por mim, me pus a correr, mas não adiantou muito. Uma mulher parou a minha frente e de repente me mordeu. Logo senti a dor dilacerante. Acordei, depois, em um casebre com a mesma mulher. Ela me explicou tudo e disse que me transformou porque queria um parceiro e eu era perfeito pra isso. No início eu caçava humanos, mas com o tempo eu vi que não era o certo e eu me sentia mal toda vez que matava alguém. Um dia, andando pela floresta, escutei um ruído. Era um leão da montanha. Resolvi “brincar” um pouco com ele. Lutamos. E quando eu o matei o sangue escorrendo chamou a minha atenção. Me alimentei dele. Foi assim que percebi que podia sobreviver com sangue animal. Catarina não aceitou, mas se conformou. Com os anos fui percebendo que eu era mais um escravo do que qualquer outra coisa. Então resolvi ir embora. Viajando, ouvi rumores sobre uma família que tinha o mesmo estilo de vida que o meu. Quis me juntar a eles. Foi assim que cheguei aqui e acabei descobrindo que Edward era meu primo.


Ele falou tudo isso olhando diretamente pra Lucy, que estava com o coração a mil e com os olhos brilhando como nunca.

Passamos o resto da noite conversando e eu observando a troca de olhares entre Lucy e Christopher. Eles foram embora às duas da manhã alegando que precisávamos dormir e depois nós marcaríamos de fazer algo. Em minha opinião, os mais legais da família Cullen eram Alice e Christopher. Ela, com seu jeito animado e engraçado de ser e ele, mais discreto e com cara de super amigo. Nos demos bem logo de cara.

Estava com a sensação de que Christopher ainda faria parte da minha vida. E Lucy, com certeza, tinha algo a ver com isso.



Christopher¹ - http://img20.imageshack.us/i/channingtatumchristophe.jpg/


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Notas finais do capítulo

O que acharam do capítulo? Confesso que não é um dos meus favoritos, mas eu tinha que introduzir um novo personagem que fará parte da vida da Lucy!
Mesmo esquema, mas agora vou aumentar o número de comentários kkkk
Quatro coments e um capítulo.
Bjos



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