Obstáculos De Um Amor escrita por LA_Black


Capítulo 6
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Aproveitem.



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CAPÍTULO 5

O relógio marcava onze horas da manhã e eu ainda precisava me organizar pra ir à La Push na parte da tarde. Dei uma andada pela casa e senti um cheiro bem fraquinho de vampiro. Esperava que ele não fosse um psicopata igual aos de Nova York, não estava com a menor vontade de sair caçando por aí.

Eu não era e nunca fui contra vampiros. Pelo contrário, eles também são “seres vivos”, não tão convencionais, mas são. Não podia julgá-los mal por se alimentarem de humanos, assim como não julgava quando um leão atacava sua presa. Ambos faziam isso para sobreviver. Mas existem alguns que matam simplesmente por diversão, e são esses que sempre adorei caçar.

Ao olhar para a casa em frente, senti uma sensação de nostalgia que sempre precedia minhas visões. Eu teria visitas mais tarde, os vizinhos, vampiros pra ser mais exata. Só não queria arranjar confusão.

Precisava visitar minha mãe, e não queria nenhum conflito com um bando de lobos quileutes, já possuía problemas demais. Tentava arranjar alguma coragem e uma tremenda cara de pau pra chegar à casa da minha mãe depois de quinze anos sem dar notícias. Num impulso peguei as chaves do carro e saí.

(Numb – Linkin Park - http://www.youtube.com/watch?v=GfrIipujxfQ)

O caminho não foi nada fácil, mesmo com o rádio ligado eu pensava em besteiras e nas possíveis reações de todos. Pensava, principalmente, na reação “dele”. Queria tanto vê-lo pessoalmente... Mas eu tinha medo. Medo de não ser forte o bastante, de fugir novamente.

Durante todos esses anos eu me preocupei com ele mais do que comigo ou com minha família. Era estranho o sentimento que eu sempre tive em relação a ele. Era como se eu não vivesse completamente longe dele. O pior foi quando eu o vi se apaixonando por uma garota e ela o rejeitando. Ele sofreu. Eu sofri em dobro.

Parei em frente a minha antiga casa e um turbilhão de emoções tomou conta de mim. Desci do carro com elegância e todos que passavam, paravam para me olhar. Isso não me importava, estava mais nervosa com o fato de que a minha família estava somente a alguns passos de mim.

Bati na porta. Estava com as mãos tremendo. Escutei passos e logo depois a porta foi aberta por uma jovem¹ e atrás havia uma mulher, minha mãe.

-- Duda?! – minha irmã perguntou.

-- Oi! – falei um pouco envergonhada.

-- Duda?! OH MEU DEUS! É você?! – ela disse pulando em meu pescoço.

-- Sou eu?! – falei meio irônica tentando disfarçar minha voz um pouco rouca por estar segurando as lágrimas. – Não vai me convidar pra entrar?

-- Pra quê? A casa é sua, sempre foi. – e me puxou pra dentro.

Olhei para a mulher parada, chorando silenciosamente na minha frente.

-- Mãe?! Mãe?! – a chamei, mas ela parecia estar entorpecida, comecei a me preocupar. – Mãe?! Ai meu Deus Ceci... Faz alguma coisa. Eu cheguei aqui querendo me desculpar e matei a mamãe. – quando eu disse isso parece que ela acordou e me abraçou chorando.

-- Filha... Oh meu Deus! Você voltou?! Eu realmente não... Isso não é um sonho é? Eu... Quis tanto ver você, mas... Você simplesmente sumiu... – ela já estava soluçando de tanto chorar, e eu não estava muito melhor.

-- Me desculpe mãe. – falei olhando em seus olhos.

-- Me desculpe?! É isso que você fala depois de quinze anos desaparecida sua louca? – gritou comigo dando tapas em meu braço, ainda chorando, só que agora visivelmente transtornada.

-- Ai mãe! É assim que você me recebe depois de todo esse tempo?! Eu vou embora. – falei brincando, mas ela levou a sério e começou a chorar. - Mãe?! Mãe respira! Ceci pelo amor de Deus traz um copo com água pra mamãe tomar. – gritei pra minha irmã.

-- Eu não quero água. Eu quero saber por que você nunca me deu notícias suas. Eu quase morri de preocupação.

-- Eu tinha medo.

-- Medo de quê?

-- De te decepcionar, mãe. Eu... Eu não queria magoar você mais do que já havia magoado...

-- Mas acabou me deixando morta de preocupação e com cabelos brancos.

-- Você não tem cabelos brancos mamãe! A senhora ainda está gata!

-- Aham! – falou e nós rimos.

-- Tá muito legal o papão de vocês duas, mas eu estou me sentindo meio excluída aqui.

-- Vem cá anjinha! Senta do meu lado e para de reclamar. – gargalhei.

-- Você sempre foi delicada assim?

-- Sempre!

Passamos boa parte da tarde conversando e fofocando. Como eu sentia falta de estar com as duas. Elas eram minha única família e eu não tinha ideia de como havia conseguido ficar tanto tempo longe delas.

-- Ceci... Soube que você está namorando... E é com aquele menininho chato que vivia implicando contigo...

-- O Seth não é chato. – falou emburrada. – Mas como é que você...

-- Eu sei de tudo esqueceu? – falei orgulhosa – Além disso, eu tive algumas visões com vocês dois juntos. Precisava voltar para ver minha irmãzinha casar. – confessei.

-- Você não tem namorado filha?

-- Claro que não mãe! Eu não quero compromisso, prefiro... Me divertir.

-- Mas você nunca teve um imprinting?

-- Não.  – falei e ela ergueu uma sobrancelha, sinal de que estava desconfiada e pensando em algo. – Que foi?!

-- Nada. – desconversou.

-- Sabia que a mamãe tá pegando o Tio Billy, Duda?!

-- Disso eu não sabia. – olhei de esguelha pra ela.

-- Eu não pego ele meninas. – ela disse corando.

-- Namora?

-- Não. Eu não tenho nada com o Bill...

-- Bill?! Já estão na fase dos apelidinhos carinhosos?! E depois fala que não tem nada. – falei rindo com a Cecília.

-- Eu sou só amiga do Billy! – gritou ao mesmo tempo em que ouvimos uma batida na porta. Ceci foi abrir.

-- Suh de quem é aquele Audi ali na porta? – entrou o Tio Billy apontando pra rua.

-- Meu, Tio Billy. – falei chamando sua atenção para mim.

-- Duda?! – ele olhou pra mim espantado.

-- Como você está Tio? – corri para abraçá-lo.

-- Como eu estou? Como VOCÊ está? Deixou sua mãe morta de preocupação mocinha!

-- Todo mundo vai querer ficar me dando bronca agora? Eu já me acertei com a mamãe, Tio Billy.

-- Se é assim tudo bem... Você passou bastante tempo fora hein?

-- Acredita que ela agora é dona de uma transnacional? – Ceci disse animada.

-- Agora eu entendo o porquê daquele carrão. Mas minha filha, por que você não ficou? Poderíamos ter te ajudado.

-- Poderia tio. Mas eu nunca aceitaria a ajuda de ninguém, e se tivesse ficado aqui, não teria vivido o que vivi e nem aprendido o que eu aprendi. No fundo, por trás de todas as mágoas que eu causei, foi bom pra mim... Ter ido embora...

-- Se você diz...

-- Gente tá ótimo conversar com vocês, mas eu acho melhor deixar os dois namorados aí, sozinhos não acha Ceci? E por falar em namorado... O seu vai chegar daqui a alguns minutos, então eu acho melhor você ir se arrumar, porque esse vestido já tá bem caidinho não é? – falei rindo enquanto a Cecília se descabelava.

-- Duda não faça isso com sua irmã. – repreendeu minha mãe.

-- Não se preocupe. Ela vai superar. Mãe, Tio Billy... Me deem licença, porque eu vou dar um passeio pela mata.

-- Filha é perigoso?! – minha mãe disse alarmada.

-- Mãe?! Eu ainda não desisti do meu espírito lobo esqueceu? Eu sei me cuidar muito bem. – tentei lhe acalmar. – Fui! – gritei saindo de casa.

Andei até o carro peguei um short e uma regatinha², enrolei-os em um lenço e amarrei no meu tornozelo. Eu não iria voltar lá dentro e encontrar a minha mãe se atracando com Tio Billy, dava pra eu escutar o barulho que os dois estavam fazendo do lado de fora, ver a cena seria nojento... Argh!

(Over You – Chris Daughtry - http://www.youtube.com/watch?v=IQdDy_POyjg)

Caminhei até a entrada da floresta e me pus a correr, em alguns segundos senti meu corpo se transformando. Eu amava a sensação, me sentia mais poderosa, e livre... Totalmente livre.

A floresta estava do jeito que eu me lembrava, os mesmos ares de mistério e calmaria. O vento batia em meu rosto e eu corria... Corria como se dependesse disso... Queria ter a sensação de estar voando. Então fechei os olhos e aproveitei.

Do nada ouço um uivo e passos largos e rápidos, cada vez mais próximos. Fui nessa direção, eu sabia que podia ser algo perigoso, mas quem se importava?! Eu sempre fui curiosa demais. À medida que eu aumentava a velocidade meu coração parecia que ia saltar pela minha boca... A ansiedade tomou conta de mim.

De repente topo de frente com um lobo maior que eu. Era tão lindo, o pelo de um marrom avermelhado perfeito, que brilhava ainda mais onde o sol batia. O corpo proporcional e forte, que aparentava estar tenso com a situação e com a corrida. E os olhos... Os olhos mostravam confusão e surpresa, não era como no meu sonho. Então eu percebi... Eu estava ansiosa e preocupada porque era esse lobo quem eu procurava. Ele era o meu amigo, o meu amor...

Perdi toda a concentração, acabei tirando o escudo, que protegia minha mente contra “intrusos”, sem querer e ao mesmo tempo em que uma lágrima rolava por meu rosto pensei:

“-- Jake...”

Jovem¹ - http://img219.imageshack.us/i/marianaespositocecilia1.jpg/

Short e uma regatinha²- http://www.bymk.com.br/looks/783307


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Notas finais do capítulo

Não me batam! Mesmo esquema de ontem. Pelo menos três comentários e um capítulo :D
Bjos



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