Obstáculos De Um Amor escrita por LA_Black


Capítulo 5
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Obrigada pelos comentários (os poucos).
Espero que gostem.
O Jake tá chegando... kkkk



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CAPÍTULO 4


" Passageiros do vôo 1347, com destino à Los Angeles, por favor, dirijam-se ao portão de embarque..."


Eu estava tão nervosa com essa vozinha anunciando os voos que faltava pouco pra eu ir lá e descontar todas as minhas frustrações na cara dela. Os motivos do meu nervosismo? Vou lhes dizer:


Primeiro: Eu estava muito ansiosa por estar voltando para minha cidade natal. Pelo menos aquele fim de mundo tinha aeroporto agora.

Segundo: O meu vôo estava atrasado.

Terceiro: De cada cinco homens dentro daquele aeroporto, seis tentavam arranjar um jeito ou se imaginavam transando comigo. Deplorável.

Quarto: A Lucy estava mais que atrasada!


Comecei a andar de um lado para o outro impaciente, quando escuto a vozinha da futura defunta.


"Passageiros do vôo 1358, com destino à São Francisco, por favor, dirijam-se ao portão de embarque..."


Fui em direção à recepção de onde vinha a “voz”, já estava enxergando vermelho, quando alguém me para.


–- Eduarda Sullivan se você não parar agora eu juro pela minha mãe que arrebento o seu piano.

–- Você não teria coragem!

–- Teria sim! Acalme-se e volte para o banco. – ia contradizê-la, mas a cara que ela fez me deixou com medo. – AGORA!

–- Mandona! – reclamei baixinho ao me sentar.

–- Eu ouvi isso. Agora posso saber o porquê do seu nervosismo?

–- Você! E...


"Passageiros do vôo 1366, com destino à Forks, por favor, dirijam-se ao portão de embarque..."


–- E por causa dessa idiota que fica anunciando um vôo de dois em dois minutos.


"Passageiros do vôo 1366, com destino à Forks, por favor, dirijam-se ao portão de embarque..."


–- Manda essa filha da mãe calar a boca!

–- Duda! Para com isso tá todo mundo olhando.


"Última chamada para o vôo 1366, com destino à Forks, passageiros, por favor, dirijam-se ao portão de embarque..."


–- Ela disse última chamada?

–- Pra Forks?


Sem pensar muito corremos para o portão e após a realização de toda a burocracia estávamos decolando. A Lucy, como de costume, já havia pegado no sono. Eu tentava ler algo, pra me impedir de pensar sobre o que me esperava em Forks e sobre o meu futuro incerto. Nem isso eu era capaz de descobrir agora.

Como eu desejava chegar em casa e encontrar uma família. Um lar. Mas eu havia destruído todas as chances de ter pelo menos a minha mãe junto a mim.

Ao sair de casa, achava que iria voltar pra La Push em pouco tempo e viveria normalmente com todos os meus amigos e conhecidos. Não foi assim. Não aconteceu nada do que eu esperava, nada. Nos primeiros anos eu não conseguia me controlar. Por qualquer motivo eu explodia e destruía tudo o que via pela frente. Essa época foi difícil. E eu tinha que comprar roupas de semana em semana, ou seja, todo o meu salário era pra isso, e eu recebia pouco, por sorte morava em um alojamento no colégio.

Mas no fundo, foi bom eu ter seguido minha vida sozinha, assim minha mãe não sentiria tanto a me ver sofrer cada vez que me transformava e feria alguém, assim como quase fiz com ela da primeira vez.


“Estava sentada em um tronco em frente ao mar, costumava ficar ali quando precisava pensar. E ultimamente eu só fazia isso. Pensar... Pensar... Pensar... Principalmente depois dos ‘sonhos precognitivos’ que eu tinha constantemente. No começo eles aconteciam raramente e eu só me lembrava quando estavam se concretizando. Mas depois ficaram cada vez mais presentes e eu sempre me lembrava, como da vez em que sonhei que a Cecília iria quebrar o braço subindo em uma árvore. Não dei muita importância e percebi que se tivesse me importado ela poderia não ter se machucado.

Com o tempo, esses sonhos foram parando de acontecer e eu tinha visões quando eu estava totalmente desperta. Sempre me achei muito estranha, mas isso era demais! Então eu fui me afastando cada vez mais das pessoas, até que eu nem ficava em casa mais. Depois das visões, eu comecei a escutar os pensamentos das pessoas. Isso não aconteceu de repente. Primeiramente eu conseguia distinguir o que alguém pensava apenas pela expressão, mas depois eu escutava o que ele pensava.

Era surreal, e eu não podia contar a ninguém. Quem iria acreditar em mim? Então um dia quando estava voltando pra casa encontrei minha mãe sentada no sofá da sala me esperando. Fingi que não a tinha visto e entrei. Mas ela se levantou e me puxou pelo braço.

–- Aonde pensa que vai?

–- Pro meu quarto?!

–- Não. Você vai se sentar naquele sofá e me contar o que está acontecendo.

–- Não. Não vou. Por incrível que pareça eu já estou bem grandinha e não devo satisfações a você.

–- Enquanto você morar sobre o meu teto me deverá explicações. Além disso, você, mocinha, só tem quatorze anos. Não sabe nada da vida.

–- Eu não sei nada?! E você... Que vive dentro dessa casa, choramingando pelos cantos a morte do papai?! Ele morreu há onze anos! Onze anos mãe! E você ainda age como se ele estivesse vivo. Não liga pra Cecília! Ela só tem onze anos e precisa de uma mãe. Uma mãe que esteja presente e não uma morta-viva. Eu posso não saber de nada da vida, mas pelo menos eu sei que aconteça o que acontecer temos que seguir em frente. Você fica aí se fingindo de sofredora e agora quer posar de boa mãe?! Vê se larga do meu pé e para de encher meu saco.

Eu não queria dizer isso, mas andava meio esquentada nos últimos dias. E quando ela me deu um tapa na cara foi como se uma barreira se rompesse dentro de mim e um animal se soltasse, pra ser mais precisa, um lobo.

Meu corpo foi esquentando como se pegasse fogo e se expandiu. Minhas mãos estavam maiores e meus pés também, mas eles não eram humanos. Eram patas de um animal que me fascinava.

Eu estava transtornada e me vi frente a frente com a minha mãe prestes a mordê-la e dilacerar sua carne com facilidade. Mas não era isso que eu queria. Podia ter dito todas aquelas coisas, porém no fundo eram todas palavras vãs. Então saí porta a fora sem me preocupar com o que destruía. Só precisava sair dali. Eu quase feri a minha mãe e eu nunca me perdoaria por isso.

O tempo foi passando até que eu me acalmei e voltei ao normal. Fiquei parada, no meio da floresta e nua, imagens e histórias da tribo começaram a encher minha cabeça. Será que as lendas eram verdadeiras? Por que isso estava acontecendo comigo? Eu não compreendia. Fui descobrindo que quando pensava em algo que me deixava nervosa e impaciente eu sentia a mesma sensação de antes da transformação. Transformei-me e voltei correndo pra casa.

Entrei pelas portas do fundo e fui direto pro meu quarto colocar uma roupa. Escutava algumas vozes na sala e fui até lá. Encontrei Tio Billy, o velho Quil Ateara e Harry Clearwater. Até então, não fazia ideia do porquê deles estarem ali.

Explicaram-me tudo, principalmente Quil, já que ele era o único membro vivo da tribo que havia presenciado as transformações dos dois últimos bandos. Foi ele que me ensinou tudo o que sei sobre os lobos quileutes. Eu deveria ser a líder do bando que se formaria. Mas não queria isso.

Uma professora do meu antigo colégio havia me inscrito para um programa de bolsas de estudo em Londres e eu fui a escolhida entre vinte alunos. Era isso que eu faria. Iria para Londres, terminaria meus estudos, faria uma boa faculdade e depois voltaria. Eu não podia ser a líder de um bando de lobos e correr atrás de vampiros. Sem contar que todos eles achariam estranho uma mulher liderar assim como todo o Conselho achou.

Estava decidido eu viajaria em uma semana só precisava acertar alguns detalhes. No aeroporto, ao me despedir da minha mãe, da Cecília e do Tio Billy, eu senti um estranho aperto no peito, e não era por estar deixando a minha família. Era por deixar ‘ele’. Havia escrito uma carta, mas não tive coragem de entregá-la, então pedi pra entregarem em meu nome. Se eu o visse uma última vez, era bem possível que desistisse. E eu não podia. Não a essa altura do campeonato.”


“Por favor, apertem os cintos. Pousaremos em alguns minutos.”

Acordei Lucy e nos preparamos para pousar. No aeroporto, como já era de previsto, não havia ninguém nos esperando. Pegamos nossas malas e fomos para o estacionamento. Ela entrou dentro de um Jeep Wrangler, eu às vezes não entendia seu gosto por carros. Sempre preferi um Aston Martin...

Perguntei para o guarda se haviam deixado um carro no meu nome e ele disse que sim, um Volvo XC60¹, eu não gostava muito dele, mas eu tinha muitas malas e pra isso ele estava perfeito. Passei em um supermercado para comprar os produtos mais urgentes e fui pra casa.

Ela² era muito aconchegante e toda trabalhada em madeira. Perfeita! A casa de Lucy, ao lado da minha, também era linda. Só que a que realmente prendeu a minha atenção foi a casa³ em frente. As paredes eram feitas de vidro dando um ar sofisticado e clean.

Dei uma limpada geral nas coisas e liguei pra transportadora, já podiam entregar meus carros e os móveis que faltavam. Eles chegaram em meia hora. O serviço até que era eficiente. Tirando o fato de que quase quebraram o meu piano e arranharam o meu carro, isso foi um desastre total.

Organizei tudo e ficou faltando uma caixa, a de fotografias. A primeira foto era da minha mãe comigo, a mesma que estava no carro há alguns dias atrás. Depois fotos de amigos e da minha irmã. As últimas eram fotos “dele”. A que eu mais gostava era de nós dois com cinco anos e atrás o pôr-do-sol lindo em La Push. Estávamos sorrindo um para o outro e dando aquele olhar cúmplice que só conhece quem já teve um amigo pra todas as horas. Coloquei-a em um porta-retrato em cima do aparador na sala.

Comi alguma besteira e fui me deitar, mas o sono não vinha. Estava muito ansiosa pra poder dormir. E ainda tinha a sensação de que alguma coisa iria acontecer. Só não sabia se ela era boa ou ruim, e isso era o que estava me matando...








Volvo XC60¹. - http://img714.imageshack.us/i/volvoxc60concept.jpg/


Casa² - http://img405.imageshack.us/i/casadaduda.jpg/


Casa³ - http://img401.imageshack.us/i/casa2y.jpg/



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Notas finais do capítulo

E aí? Gostaram? Se sim, comentem. Se não, comentem também.
Bjos
ps.: Detesto fazer isso e detesto quando o fazem, mas devido as circunstâncias... Bom, se tiver pelo menos três comentários neste capítulo até amanhã de manhã posto o próximo capítulo.
Pode ser até de madrugada que eu posto.



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