Obstáculos De Um Amor escrita por LA_Black


Capítulo 42
Capítulo 39


Notas iniciais do capítulo

Último capítulo :( Por isso decidi adiantar um pouco as coisas. Já estou sentindo falta de vocês, então por favor não me abandonem, eu tenho outras fics, sabe?! Quero ver todas nelas :)

Leram o prólogo? Se não, vão lá e leiam de novo, antes de começarem esse capítulo.

E tem surpresa lá no final. Ah! E chorem, okay?! Quero ver lágrimas kkkk

Então, sem mais delongas, vamos ao capítulo.



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CAPÍTULO 39


–- Duda!


Tirei os fios grudados pelo suor da sua fronte. Sua respiração estava pesada. Ela tentava falar, mas o sangue que escorria por seu nariz e boca a impediam.


–- Droga! – exclamei nervosamente a observando fazer um esforço sobre-humano para dizer algo. – Não se esforce.


Levantei-a lentamente e a peguei no colo o mais devagar possível, tentando evitar que ela sentisse mais dor do que já estava sentindo. Foi meio inútil, porque assim que ela estava acomodada soltou um silvo de agonia.

Eu não entendia o que poderia ter acontecido. Em um momento Duda estava bem, sem nenhum ferimento grave, e em outro, ela estava caída no chão, perdendo uma quantidade absurda de sangue, de um ferimento que estava curado.

Parecendo ler meus pensamentos ela respondeu aos meus questionamentos mentalmente.


A espada tem veneno de vampiro.

Isso é impossível!

Tão impossível que você viu o que ela pode fazer.

Se é verdade então você vai...” – deixei as palavras morrerem.


Senti a queimação vindo pelo meu peito e se alastrando por meu corpo. Era isso o que ela estava sentindo.


–- Você não pode morrer. – a apertei contra mim.


Notei Reneesme se aproximando.


–- Jake...

–- Não diga nada. – grunhi.

–- Me desculpe. – olhei-a de relance.

–- Vá embora.

–- Mas Carlisle pode ajuda-la.


Obriguei-me a movimentar-me. A floresta parecia estar contra mim. Os obstáculos eram maiores me forçando a desviar deles com mais destreza, tomando cuidado para não machucar Duda ainda mais.


–- Fica comigo. – olhei para seus olhos cansados.


É o que eu mais quero.” – uma lágrima escorreu por seu rosto.


–- Então fica. Continua aqui comigo. Sabe que não consigo sem você. Não depois de te ter por inteiro.


Cheguei a casa e entrei derrubando a porta. Carlisle desceu as escadas meio assustado e quando a viu em meus braços, mal conseguindo respirar, gritou por Edward e abriu a porta do quarto que estava trancado há anos. Da última vez que eu estivera ali, vi Bella sendo transformada.

Coloquei-a sobre a maca. Carlisle pediu para que eu saísse, mas eu o ignorei. A camisa dela foi rasgada, e ele parecia ponderar as possibilidades enquanto Edward colocava uma infinidade de fios ligando-a ao aparelho de eletrocardiograma. Rapidamente os batimentos irregulares de Duda preencheram o cômodo.

Seus olhos nunca deixavam os meus. Eu tinha confiança de que aquilo seria só um susto, que em poucas horas ela estaria bem e poderíamos voltar para casa em paz. Não foi isso que aconteceu. Eu deixei seu rosto por um instante tentando prestar atenção aos pensamentos de Carlisle. Ouvia algo sobre cirurgia, cateter e dreno. Nada que eu estendesse. Quando a observei novamente seu olhar estava vago e logo os bips cessaram, dando lugar a um som contínuo. Seu coração tinha parado.

Eu não conseguia escutar mais nada. A única ideia que se passava pela minha cabeça era a de me aproximar dela, do seu corpo. Era confirmar que ela ainda estava viva e que tudo não passava de um pesadelo louco.


–- Tire ele daqui Edward.


Carlisle ordenou enquanto se concentrava nos procedimentos padrões.

Vi seu corpo se movimentando bruscamente por causa dos choques aplicados pelo desfibrilador. Tentei chegar mais perto.


–- Jacob. – Edward me segurou.


Mandei-lhe um olhar gélido.


–- Não pode ficar aqui.

–- Claro que não! Não é a sua mulher morrendo.

–- Eu sei o que está passando.

–- Não. Você não sabe. – livrei meu braço de suas mãos. – Você não sabe o que é passar anos longe da razão da sua vida. – o empurrei contra a parede. – Não sabe o que é esperar séculos para se juntar à sua alma. Não sabe o que é ver a verdadeira dor nos olhos do seu amor e não poder fazer nada – gritei dirigindo toda a minha raiva a ele.


No seguinte instante, Emmett me segurou, obrigando-me a sair do quarto. Agarrei seus braços com força e o lancei à frente, quebrando a parede de algum cômodo. Vendo que somente ele não conseguiria me parar, Jasper agarrou meu pescoço tentando me deixar sem ar, e consequentemente, me acalmar. Não funcionou e ele teve o mesmo destino de Emmett.

Eu estava nervoso demais para que os poderes de Jasper funcionassem em mim. Então foi preciso que os três se juntassem e me levassem para os fundos da casa. Eu era muito forte na forma humana, mas não conseguiria me livrar de três vampiros. Transformei-me e, no momento em que fiz isso, as imagens da minha vida anterior me assolaram.

Eu me vi fazendo um acordo com os frios, era eu ou meu irmão. Steffano me mordendo e correndo, deixando outro como isca. Astrid me salvando. Nós nos apaixonando. Eu a traindo e entregando uma falsa Cura. Ela tinha razão eu morreria pelas mãos dos frios de uma forma ou de outra. Vi seus olhos cheios de tristeza.

Deixei a dor se espalhar por meu corpo. Eu me sentia sozinho. Era uma solidão que me sufocava, que me deixava no mais completo frio. Sentia o gelo atravessando meus ossos e ferindo minha alma. Cada poro, cada célula do meu corpo clamava por ela. Clamava por sua vida. Mas eu nunca poderia fazer nada. Eu podia orar, mas para quem? Se o ser que havia me entregado ela, também a estava levando de mim.

Voltei à forma humana e desviei meus olhos para o chão, chorando. Não queria ver a pena nos olhos deles. Eu queria que trouxessem Duda de volta... De volta para os meus braços.


[...]


Cento e noventa e sete dias, quatro mil setecentos e vinte e oito horas, duzentos e trinta e oito mil seiscentos e oitenta minutos, dezessete milhões vinte mil oitocentos segundos sem ela.

O tempo passou. A saudade não.

Sabia que não seria fácil, mas ninguém me disse que seria tão difícil.

Agora nada mais importava. Nada me ajudaria a voltar... A tentar mudar o passado. Como Vó Aine dizia, “o que passou, passou”.

Leah e Embry se casaram. Cecília e Seth esperavam o primeiro filho, assim como Rachel e Paul, que após muitas tentativas finalmente teriam o seu primogênito. Lucy se dividia entre New York e Forks. Seu namoro com Christopher havia subido de nível, agora eles moravam juntos.

Todos se moveram. Todos mudaram. Eu não. Eu estava preso aquele ínfimo momento. Aquele que mudou meu destino. Nossos destinos.

Perguntas sem respostas. Respostas sem sentido. Descobrir os porquês de nossa história não havia ajudado muito. Eu preferia nunca ter conhecido Duda, a fazê-la sofrer. Mas não fui eu que escrevi a história. Não fui eu que decidi nosso destino.

Não via meu rosto no espelho há dias, entretanto, podia imaginar minha aparência. Cabelos desgrenhados, que não viam um pente há meses. Barba grande. Olhos cansados, contornados por olheiras escuras. Indícios de várias noites mal dormidas. A roupa, eu nem me dava ao trabalho de escolher. A única condição era não andar nu.

Eu estava assim. Acabado era a palavra que definia meu estado físico e espiritual.

Sentia falta do seu olhar que completava o meu ser. Do seu toque... Dos seus beijos. Eu queria sentir os lábios dela sobre os meus apenas mais uma vez. Queria escutar a sua voz. Queria acordar e encontra-la ao meu lado sorrindo e me desejando bom dia em uma promessa muda de que seríamos assim pra sempre.

O quarto já não possuía as mesmas cores. Ele fora tomado por uma maré de branco. Os criados mudos haviam desaparecido, juntamente com as cortinas de cetim. A cama de casal, substituída por uma maca de hospital. E, no centro da maca, ela repousava tranquilamente. Como se estivesse dormindo um sono sossegado. Não respirava sozinha. Precisava da ajuda de aparelhos e saber que o movimento que seu tórax fazia não significava que ela estava voltando pra mim, me tirava o chão.

Fazia seis meses que eu me sentava ao seu lado ansiando por uma melhora. Fazia seis meses que Carlisle dizia que sua atividade cerebral diminuía a cada instante passado. Fazia seis meses que eu rezava acreditando piamente que alguém iria me atender.

Se pudesse ficaria ali durante as vinte e quatro horas do dia. Mas quando completou uma semana do seu coma, nossos pais me obrigaram a comer algo e tomar um banho. Era assim. Sempre tinha alguém me monitorando. Eu odiava dar trabalho, mas odiava mais ainda o fato de estar impotente diante àquela situação.

Havia me tornado especialista em trazer atividades que podiam ajuda-la a melhorar. Um dia eu colocava algum filme. No outro nós só conversávamos, ou eu conversava. Havia dias em que eu tocava. Ou então eu lia. Acho que isso era o que eu mais gostava. Sempre tinha um livro diferente e assim que me acomodava na poltrona ao lado, tomava sua mão na minha e a apertava, esperando alguma reação. Ela nunca veio.

Pablo Neruda havia se tornado um dos meus poetas favoritos e seu livro era companhia constante nas tardes que passava com Duda. Mas um poema em especial traduzia em palavras tudo o que eu sentia.


–- Saudade é sentir que existe o que não existe mais... Saudade é o inferno dos que perderam, é a dor dos que ficaram para trás, é o gosto de morte na boca dos que continuam...

–- Jake...

–- Já pedi que não me chame assim, Renesmee. Perdeu meu respeito quando ameaçou a vida da minha mulher.

–- Sua mulher?! – ela se exaltou. – Essa daí nunca foi sua mulher. Ela é só uma vadia que usurpou meu lugar por direito.


Levantei-me num átimo, abandonando a falsa calma que ostentava, e levando-a para fora da casa. Joguei-a contra uma árvore e prendi seu pescoço.


–- Você não me conhece Renesmee. Não sabe do que sou capaz.

–- Do que você é capaz Jake? – falou com a voz sôfrega. – De matar a sua “mulher”?

–- Cale a boca.

–- E quer saber? Eu não me arrependo de nada. Faria tudo de novo só pra ver aquela vadia da Eduarda se ferrar.


Apertei seu pescoço e enquanto suas mãos buscavam uma forma de se libertar, observei a vermelhidão atingir lentamente sua garganta, depois o rosto e por fim seus olhos.


–- Por favor... – suplicou por sua vida.


Mas eu não pararia. Não depois de aguentar todas suas investidas e artimanhas durante todo esse tempo.


–- JACOB!


Edward me separou dela.


–- NUNCA! Nunca mais ouse se aproximar dela! Nunca mais chegue perto de nossa casa está me ouvindo?! Eu mato você, Renesmee! Eu juro por Deus que esqueço tudo que Carlisle fez por mim e te mato.


Ela estava agachada no chão segurando a garganta e tomando grandes lufadas de ar.


–- O que deu em você Jacob?! Ela é minha filha! Por acaso tentava assassiná-la?!

–- A mantenha longe de mim. – dei às costas pra eles e me virei para entrar em casa novamente.

–- O que deu em você cara?

–- O que deu em mim?! Pergunte a ela! Renesmee acaba de insultar minha mulher e dizer que não hesitaria em feri-la outra vez.


Edward inspirou profundamente e fechou os olhos no processo. Quando os abriu, se dirigiu à filha com uma voz completamente fria.


–- Você disse que iria apenas se despedir Renesmee. Não vou tolerar mais nenhum insulto vindo de você. Eu sou seu pai, e não sei em que parte da sua educação eu pequei, mas acho que nunca é tarde para tentar consertar um filho.

–- O período de corrigir Renesmee se foi. Agora ela é essa mulher fria e egoísta. Ou talvez sempre tenha sido. – suspirei rendido. – Não foi certo tentar mata-la. – olhei para a garota que um dia eu achava que havia amado. – Peço desculpas por isso. Esse não sou eu. Tudo que restou foi só esse corpo acabado e uma mente igualmente debilitada. Eu só... Eu não consigo sem ela.


Eles tentaram dizer algo, mas eu saí antes que pudesse ver a pena e o ódio estampados cruelmente em seus olhos.

Regressei ao quarto e me deitei ao seu lado, tomando cuidado para não machuca-la.


–- Volta pra mim. – sussurrei escondendo o rosto no emaranhado de fios que estava o seu cabelo. – Volta pra mim. – senti as gotas quentes escorrerem dos meus olhos e molharem os fios, agora, negros.

–- Jacob?! – meu pai entrou no quarto. – Susan separou algumas roupas pra você. – colocou uma mala em cima da mesa no canto. – E quando ela pegou a mala de cima do seu guarda-roupa... – pigarreou se aproximando – isso caiu.


Ergueu um envelope azul bebê em minha direção. Segurei-o com certo receio e, quando me dei conta do que se tratava, o papel pareceu pesar quilos.


–- É... – olhei da carta em minhas mãos para a mulher deitada ao lado.

–- A carta da Eduarda. – meu pai confirmou. – Vou deixa-lo sozinho. – ia saindo quando voltou-se pra mim. – Precisa reagir filho. Ela não gostaria de te ver assim. A matilha precisa de você. É o líder deles. Não pode se dar ao luxo de esquecer-se de suas responsabilidades.

–- Também sou humano pai. – falei irritado.

–- Acha que gostamos de te ver definhando Jacob? Acredita que eu gosto de ver meu único filho morrendo aos poucos? A cada dia que eu passo nesse quarto você está pior. Então eu me lembro que não adianta eu fazer nada. Esse é você. Você ama ao extremo. E com ela, isso é multiplicado por mil. Eduarda é uma parte de você. Um não pode viver sem outro. Se um morrer, o outro morre junto. Eu perderei dois filhos ao mesmo tempo.

–- Mas...

–- Por que acha que vocês demoraram tanto para se reencontrarem? Vocês são uma só alma, Jacob. Na primeira vez em que se encontraram, causaram uma mudança tão grande no modo de vida da comunidade dela, que a morte foi uma consequência disso.

–- Não entendo como isso pode acontecer.

–- Imagine um rio. Se você jogar um balde de água nele, essa água se incorporará ao rio e eles serão um. Se você tirar um balde de água de dentro dele, essa água carregará pra sempre o rio em sua composição. O rio desvia dos obstáculos, e quanto mais passa pelas margens, mais as modificam. Ele desagua no mar. No oceano. Algo maior que está muito além de nossa compreensão. Vocês são o rio. Depois de estarem juntos, nunca mais serão os mesmos. Só conseguiram sobreviver tantos anos, longe um do outro porque seu relacionamento não era tão profundo quanto é agora.

–- Quero ficar sozinho. – disse quando encontrei minha voz.

–- Como quiser. – esperei até ouvi-lo do lado de fora da casa.


Não queria pensar no que aconteceria. Adiaria esse momento com todas as minhas forças. Para que pensar que ela não voltaria? Para que pensar que nós só nos encontraríamos de novo depois de séculos? Não. Eu precisava ter esperança.

Abri o envelope e tirei as folhas dobradas cuidadosamente de dentro.


(In The Arms of An Angel – Westlife – http://www.youtube.com/watch?v=eWMIqEncJ4c)


Hei Jake!

Eu sei... Esse é um péssimo jeito de começar uma carta, mas no momento não consigo pensar em nada melhor. Se você está lendo isso, é porque eu tive coragem de ir até o fim com a minha ideia maluca de deixar La Push. Sinto muito. Eu só não podia ficar aí correndo o risco de machuca-lo.

Você vai conseguir seguir em frente. E eu também. Nunca vou me esquecer de você. Seria impossível esquecer o cara que sempre esteve ao meu lado. O meu melhor amigo. Eu te amo Jake. Com todas as forças e queria ter tido coragem o bastante pra te dizer isso antes. Queria que você tivesse sido o meu primeiro beijo, ao invés daquela toupeira do Daniel. Mas você estava com outra, enquanto eu chorava como uma condenada. Aí ele apareceu e o resto... já sabe. Você deu uma surra nele por estar ‘se aproveitando’ de mim. Ainda não entendo porque fez isso, se não sentia nada por mim.


–- Fiz isso porque te amava Duda, mas era idiota demais para perceber.


Pretendo voltar. Quando eu não sei. Não fique triste, nem com raiva de mim. Estava insegura e com medo. A única forma que eu encontrei de aprender mais sobre isso foi me afastando. Me desculpe.

Estarei sempre olhando por você, acredite.

Beijos.


ps.: Encontrei um poema que significa tudo que eu começo a sentir, só de pensar em ficar longe de você:


Saudade

Saudade é solidão acompanhada,

é quando o amor ainda não foi embora,

mas o amado já...

Saudade é amar um passado que ainda não passou,

é recusar um presente que nos machuca,

é não ver o futuro que nos convida...

Saudade é sentir que existe o que não existe mais...

Saudade é o inferno dos que perderam,

é a dor dos que ficaram para trás,

é o gosto de morte na boca dos que continuam...

Só uma pessoa no mundo deseja sentir saudade:

aquela que nunca amou.

E esse é o maior dos sofrimentos:

não ter por quem sentir saudades,

passar pela vida e não viver.

O maior dos sofrimentos é nunca ter sofrido.

Pablo Neruda


Quando sentir saudades de mim olhe para a lua e para o sol. De alguma forma, mesmo separados eles se conectam de um jeito único e mágico. Isso é o que eu sinto por você. Podemos estar separados, mas sempre estaremos juntos.

Quando o vento lhe tocar, serei eu te acariciando. Quando a chuva cair, as gotas serão as minhas lágrimas de saudade. Quando a lua aparecer, serei eu velando sempre por você.

Te amarei enquanto as estrelas brilharem. Enquanto os pássaros cantarem. E depois que meu coração parar de bater. Porque eu não te amo com o corpo e sim com a alma. E a alma é eterna.


Olhei para ela com pesar. Sua condição doendo ainda mais em mim. Se éramos uma extensão um do outro, significava que se eu tentasse melhorar, isso refletiria nela, não?!

Coloquei a carta em cima da cama, peguei a mala e fui para o banheiro. Meu rosto estava muito pior do que eu imaginava. O problema não era a aparência, e sim os olhos opacos e sem brilho. Minha vida estava esvaindo-se juntamente com a dela.

O creme de barbear dentro do armário ainda tinha o lacre, o mesmo ocorria com a lâmina. Primeiro cortei os pelos o mais curto possível e depois de ter espalhado o creme, passei a lâmina com as mãos trêmulas. Parecia que eu nunca havia me barbeado, e isso se tornou mais visível, quando comecei a me cortar. Não me importei, pois logo me curaria.

No chuveiro a água levava todo o cansaço físico, mas a tristeza e a sensação de perda ainda estavam ali. Saber que ela estava tão próxima e tão longe colocava um peso tão grande sobre as minhas costas que eu conseguia senti-lo fisicamente. Até que eu senti dedos passeando delicadamente por elas. O cheiro de rosas e framboesa tomou conta do lugar e eu não sabia se me assustava com aquilo ou aproveitava. A sensação foi embora tão repentinamente quanto chegou, mas me deixou com a certeza de que estava fazendo o certo.

Saí de lá sentindo as forças renovadas. Ao passar por Duda beijei as costas de sua mão e fui em direção à sala. Vazia. Assim como o resto da casa. Passei pela garagem e encontrei meu pai lá.


–- O que aconteceu com o seu rosto? – quando viu minha confusão apontou para o espelho atrás de mim.


Todos os cortes que eu havia feito ao me barbear ainda estavam na pele. Não tinham cicatrizado. Apertei um deles só para confirmar que não estava com alucinações e uma dor fina e aguda atravessou a pele.


–- Que diabos!

–- É a conexão. – meu pai falou enigmático.

–- Está na hora de começar a me contar as coisas pai. – puxei a cadeira e me sentei a sua frente.

–- Vocês são uma só alma Jacob, mas são uma alma dividida. Quando estão abalados emocionalmente ou quando discutem isso reflete em seus corpos. Perder a capacidade de regeneração é uma dessas consequências.

–- Isso explica o corte que Duda fez na mão, quando estávamos na festa de Emmett e Rosalie no ano passado.

–- Existe uma profecia. – ele começou. – A mesma que Aine falou pra vocês dois antes de morrer. “Quando a filha da Lua for desperta do sono eterno pelo filho do Sol, ambas as almas finalmente se tornarão uma e eles viverão pela eternidade, trazendo glória, paz e harmonia para as terras quileutes até o fim dos tempos.” Não sabemos como isso pode acontecer. Mas essa profecia existe desde o primeiro membro da família Black. Que por sinal carregava seu nome. Quando o irmão dele, Tristan desapareceu, ele recebeu a profecia dos deuses e desde então ela tem passado de geração em geração.

–- Mas se ela fala sobre mim e sobre a Duda...

–- Significa que você pode trazê-la de volta. – completou meus pensamentos.

–- Como? – perguntei ansioso.

–- Ainda não descobrimos. – se recostou na cadeira e a expressão abatida se fez mais presente. – Susan está cada vez mais desanimada, e eu não sei como ajudar. Ela fica pior e não consegue mais visita-la, Jacob.

–- Tia Susan é forte pai. Conseguiremos uma forma de acordar Duda. – minhas esperanças pareciam renovadas quando ele assentiu.


A semana foi difícil. E passou da pior maneira possível. Não conseguia me concentrar na oficina, na construção da concessionária, que havia ficado parada por meses, e muito menos nas rondas da matilha. O fato era que eu ajudava mais não aparecendo por lá.

No domingo, passei em casa para buscar algumas peças de roupa e acabei encontrando um pen drive há muito esquecido dentro de uma gaveta. Como Duda uma vez me dissera, depois que ela foi embora, eu nunca tive ninguém para puxar minha orelha e me obrigar a fazer uma faxina no quarto.

O chaveiro dependurado no pen drive carregava uma pequena palavra escrita em letra de forma ao lado da “VÍDEOS (2003)”. Movido pela curiosidade e por algo mais, que não consegui entender no momento, fui até a sala e conectei o objeto à TV. No primeiro instante tudo que identifiquei foram nomes de músicas abaixo dos quadrados que simbolizavam os vídeos. Coloquei um dos últimos para tocar.

Primeiro a imagem estava meio distorcida, alguém tentava focalizar a câmera, depois Duda apareceu sentada sobre um tronco na praia segurando o antigo violão no colo. Havia uma fogueira ali perto e pelo barulho, apostava que era um luau. A voz de Quil soou mais forte pedindo que todos se calassem. Então ela deu um sorriso ansioso para a câmera e começou a dedilhar as cordas de olhos fechados.


(Demi Lovato – Catch Me - http://www.youtube.com/watch?v=gM6t2DsbSgU )


Quando cantarolou a primeira palavra da letra, os poucos que ainda estavam falando ficaram em silêncio absoluto, curtindo aquele som maravilhoso.

Uma parte de mim buscava encontrar algo pesado que transmitisse o que estava sentindo nos dias atuais, mas nada nem ninguém naquele ambiente passava a melancolia de agora. Tudo era leve e pacífico. Me peguei desejando poder voltar e participar daquilo novamente.

Duda estava radiante. Com os cabelos compridos amarrados em um rabo de cavalo mal arrumado. O rosto de adolescente despreocupada chamando a atenção. A cabeça balançando no ritmo da música. Usava uma de suas inseparáveis camisas xadrez. Dava pra perceber, pelo olhar intenso, que aquilo era o que mais gostava de fazer.

A áurea mágica dançava ao redor de todos ali. Duda virou para o lado e sorriu ao cantar uma estrofe que falava que alguém a fazia sorrir enquanto ela cantava e dormia. Imediatamente soube que aquele sorriso era meu. Como eu poderia conhecê-la tão bem e não perceber todo o sentimento dela por mim?

Assim que a música acabou um braço passou por seu ombro a abraçando de lado. A câmera focalizou melhor e me mostrou ao lado dela. Trocávamos um daqueles olhares que só nós entendíamos, até que ela piscou pra mim. Pude sentir meu coração acelerando tal qual aquele instante.

Saí da bolha quando escutei um soluço vindo da porta de frente. Tia Susan tinha os olhos vermelhos e inchados e a mão na boca sufocando outro soluço involuntário. Tentei pará-la, mas ela correu para fora e eu decidi dar o espaço de que precisava. Entendia o que ela estava sentindo. Ver a Duda daquele vídeo e vê-la na cama, ligada a um monte de fios era perturbador. Ali ela estava viva, alegre. Feliz. Totalmente o contrário de agora.

Passei mais um tempo assistindo aos vídeos do pen drive. Terminava de desligar a televisão quando meu celular tocou. Era meu pai me pedindo para voltar.

O único barulho que havia na casa vinha do quarto onde Duda estava. Carlisle estava lá juntamente com Tia Susan e meu pai.


–- Algum problema pai? – entrei receoso no quarto.

–- Carlisle tem o resultado dos exames de rotina da Eduarda.

–- E então...


Ele me olhou com o rosto imparcial.


–- Eu fiz tudo que estava ao meu alcance para acompanhar Eduarda. Quando você a trouxe há alguns meses ela tinha uma hemorragia interna, várias fraturas no braço e nas costelas. Fragmentos dessas costelas atingiram o pulmão. Ela esteve morta por quase dez minutos e eu não conseguia entender como pode sobreviver. A manti em coma induzido até que seu corpo descansasse e se curasse, mas ela não voltou. Apesar de não sofrer nenhum dano cerebral ela está em coma há quatro meses. E depois de realizar os exames de rotina essa semana eu constatei que ela... Ela está morta.


A notícia veio como um baque. Uma lança atirada diretamente em meu coração. Doeu como o inferno. Eu senti raiva e ela foi direcionada à pessoa que havia acabado de destruir o meu mundo.


–- Como ela pode estar morta? – dei um empurrão nele. – Ela respira. Posso escutar seu coração batendo!

–- Você sabe que ela só está assim por conta dos aparelhos. Seu cérebro já não tem nenhum impulso elétrico. O eletroencefalograma aponta isso.

–- Isso é impossível.


Agachei-me no chão do quarto e coloquei a cabeça entre as mãos.


–- Qual é o próximo passo? – escutei Tia Susan perguntar com a voz morta.

–- Vocês decidem se querem ou não desligar os aparelhos.

–- Não vamos desligar. – olhei para Carlisle sem o enxergar realmente.

–- Jacob tente entender...

–- Não vamos desligar. – falei mais alto.

–- Filho...

–- Ela está viva, pai! E não vou deixar que a matem. – gritei com eles me arrependendo por causar mais dor em Tia Susan, que agachou-se e abraçou meu pai escondendo o rosto em seu peito.


(Everything – Lifehouse - https://www.youtube.com/watch?v=E-cM6zI-ISQ)


Peguei a moto e saí sem rumo. O tempo estava nublado como sempre, mas agora ele mostrava o estado do meu coração. Tudo estava mais cinza. Sem cores. Sem esperança.

O aparelho telefônico tocou novamente. A joalheria do shopping avisando que minha encomenda estava pronta. Naquele momento, o que eu menos queria saber era sobre o símbolo do compromisso que eu queria fazer com a Duda.

Antes de toda a confusão acontecer e da minha vida começar a desmoronar, eu havia decidido pedi-la em casamento segundo as tradições do meu povo. O símbolo desse compromisso era um bracelete, mas eu não queria fazer ele de couro, como dos outros quileutes. Queria algo de metal. Um metal que duraria por toda a nossa vida. Que seria resistente como nosso amor. Usaria o tungstênio. Mas ele era muito raro e muito caro. A distribuidora dava prioridade para órgãos governamentais e também empresas da área aeroespacial. Depois de alguns meses na espera, finalmente consegui comprar e mandar fazer o bracelete e escolheram justamente essa data para me dizer que ele estava pronto.

Ponderei a ideia de ir busca-lo. Eu precisava clarear a mente. E pegar a estrada era uma boa maneira de isso acontecer. Em pouco mais de uma hora, cheguei ao shopping e, ignorando os olhares, entrei na joalheria. A vendedora me mostrou como a joia havia ficado, e eu me peguei imaginando ele no braço dela.


–- Talvez ela nunca o use. – sussurrei segurando o objeto nas mãos.

–- O que o senhor disse? – a vendedora me olhava com expectativa, seus pensamentos praticamente pulavam chamando minha atenção. “Será que a mulher o abandonou? Ele é muito bonito pra sofrer dessa forma.


Paguei a joia em dinheiro vivo e quando a mulher viu a quantidade de notas, seus olhos quase saltaram da órbita.


–- Volte sempre. – entregou o cartão de visitas da loja onde havia escrito seu numero alguns minutos antes.


Joguei o papel na primeira lixeira que encontrei. Meu coração, meu corpo e minha alma tinham dona.

O estacionamento estava vazio, e a área das motos, mais vazia ainda. Olhei para o capacete em cima da motocicleta e o ignorei. Era melhor percorrer todo o caminho, sentindo o vento no rosto. Ter pelo menos, alguns instantes de liberdade. Uma liberdade momentânea, mas, mesmo assim, liberdade.

O caminho de volta parecia mais extenso e quanto mais eu me aproximava de Forks, mais cansado ficava, até que ao passar pela placa de boas vindas uma forte vertigem me atingiu, quase me levando ao chão. Tinha a sensação de algo estava sendo puxado para fora de mim.

Cheguei em casa mal enxergando os obstáculos da rodovia. A porta estava aberta e pelo menos quatro carros estavam estacionados na porta. Entrei chamando atenção ao carregar a sacola da joalheria enquanto apoiava o meu peso no umbral da porta. Os olhares de todos se voltaram para mim. Mas uma pessoa em especial me prendeu. Lucy era abraçada por Christopher enquanto soluçava de tanto chorar. Foi aí que eu percebi que não era normal aquela movimentação.

Tentei andar mais rápido, mas minhas forças pareciam esvair-se a cada esforço. Meu pai estava parado ao lado de fora do quarto dela. Agucei a audição para escutar o barulho do seu coração. Tudo que ouvi foi o silêncio. Joguei-me contra a porta e a observei deitada. Nenhum aparelho estava ligado a ela. Seu rosto estava livre, mas pálido. A pele dos braços, vermelha onde as agulhas estavam conectadas.


–- Você não fez isso. – olhei para Tia Susan.

–- Acha que eu fiz por querer? Ela era minha filha! Meu bebê. Mas não podia continuar com isso. Depois de vê-la cheia de vida naquele vídeo, eu vi que ela não está mais aqui. Ela precisava descansar. Eu preciso descansar. Preciso me acostumar com a ideia de que Eduarda não vai voltar.

–- E o que acha que ela era pra mim? O que acha que eu sinto? – me soltei da parede onde estava me apoiando e caí ajoelhado no chão.

–- Jacob! – meu pai tentou me ajudar a levantar, mas eu não deixei.

–- Me solta pai.


Ignorei Carlisle que estava perto de Tia Susan e, mal conseguindo ficar de pé, me arrastei até a cama e me joguei ao lado dela. Sua pele estava gelada e os lábios, cinza. Segurei sua mão enrolando a alça da sacola nela.


–- Me desculpa. – beijei sua bochecha. – Não consegui te salvar. Não consegui nos salvar.


Uma lágrima escorreu dos meus olhos e caiu bem em cima de sua pálpebra. Encostei os lábios nos dela, os sentindo uma última vez. Aquela parte de seu corpo parecia irradiar um calor intenso. Era estranho e ao mesmo tempo irresistível. De repente algo começou a atrair meu corpo. Não. Meu corpo continuava ali, mas eu me sentia sugado por uma força invisível.

Eu parecia estar no meio de um furacão. Minha cabeça rodopiava e nenhum dos meus sentidos funcionava. E então acabou. Primeiro tudo era silêncio, depois comecei a ouvir o leve balanço do vento. Criei coragem para abrir os olhos e me assustei ao deparar-me com um campo verde. Não tinha árvores e nem arbustos, só uma gramínea cobrindo toda a extensão. O céu era de um azul forte e límpido. Não possuía uma só nuvem.

No primeiro instante eu me vi sozinho. Até que no meio daquela vasta imensidão eu vi uma sombra se mexendo. Quanto mais ela se aproximava, mais o meu coração batia com força. Eu me sentia mais vivo que nunca. Os cabelos balançavam no mesmo sentido que a túnica negra. Assim que enxerguei quem era, meus pés se moveram involuntariamente para sua direção.

Ela andava sem rumo e sempre olhando para o chão. O rosto estava corado, mas o olhar era vazio, triste. Tentei chama-la, mas ela não me escutou. Andei mais depressa e quando percebi estava correndo, mas não com a velocidade de lobo. Eu era só um humano naquele lugar. Quando fiquei a poucos metros de distância ela me viu. Os olhos que antes estavam apagados brilharam e como se eu fosse sua tábua de salvação e ela se jogou em mim nos derrubando.


–- Você tá aqui. – sussurrou com o rosto na curva do meu pescoço. – Você tá aqui.

–- Hei calma. Tá tudo bem. – a abracei tentando transmitir a mesma paz de espírito que estava sentindo desde que a tinha encontrado.

–- Achei que nunca mais fosse te ver.

–- E eu achei que a última imagem sua, que eu teria gravada na memória, seria a de você morta.

–- Morta?! – me olhou assustada.

–- Você... – senti um nó na garganta. – Você está morta.

–- Como? Quanto tempo eu passei aqui? – ela se afastou e sentou-se cruzando as pernas.

–- Quase sete meses.

–- Mas... Parece que foi só um dia. Um dia que demorava a passar e que me deixava mais fraca e desesperada.

–- Não importa mais. Estamos juntos. Não sabe o quanto eu desejei ter você assim... Poder ver seus olhos abertos, sentir a temperatura da sua pele. Me sentir tocado por você. Escutar sua voz.

–- Eu também. – passeou os dedos levemente pelo meu rosto. – Não posso viver sem você Jacob. Minha vida é você.

–- Já está mais do que provado que pertencemos um ao outro.

–- Então essa é a escolha de vocês? – a voz de uma mulher nos despertou.

–- Quem é você? – perguntei olhando ao redor e não encontrando nada além do verde e azul habituais.

–- Não me faça perguntas guerreiro. Posso não ser sua mãe, mas fui eu que coloquei sua companheira em seu caminho. Essa é sua decisão? Desejam ficar juntos, não importam as consequências ou obstáculos que apareçam no caminho desse amor?


Eu não sabia com quem estava falando, mas, no meu íntimo, sabia que aquela voz tinha o poder de decidir o meu futuro e estava nos dando a chance de escolher.


–- Sim. – respondemos sem hesitar.

–- A decisão foi tomada – a voz fez uma pequena pausa. – Eduarda Sullivan, filha da Lua, e Jacob Black, filho do sol, seus destinos foram selados e não importa onde estejam, um sempre chamará pelo outro. Suas almas estão unidas por mim, Morrigan. E serão assim pelo resto da Eternidade, mesmo depois de se juntarem às estrelas. Não envelhecerão no corpo, mas sua alma sim, trazendo a sabedoria e a força que a idade traz. Seus filhos, os filhos de seus filhos e os filhos dos filhos de seus filhos carregarão a linhagem, e serão a união perfeita entre as raças. Hiberni e Quileutes serão, enfim, um. Portanto, filhos, sua missão acaba de começar.


A voz foi sumindo gradativamente enquanto falava e, quando ela cessou, a mesma força que me puxou para aquele lugar, me levou de volta. Não consegui segurar a mão da Duda. E o medo de perdê-la novamente me deixou desalentado.

Quando acabou eu caí com força em algo macio. Eu estava de volta ao quarto, deitado ao lado dela. Parecia que não havia passado menos de um segundo.

Então sua mão agarrou a minha com força e seu tórax elevou-se, enquanto ela respirava desesperadamente.


–- Jake... – o som de sua voz era muito melhor do que eu me lembrava. Era como sinos soando e eles tinham o poder de tanto me derrubar, quanto levantar.

–- Estou aqui. – a sentei imaginando que a ajudaria em respirar.


Ao ver seus olhos tinha a impressão de estar enxergando-os verdadeiramente pela primeira vez. O brilho. O castanho profundo. Os cílios espessos. Eles já não me completavam, somente. Eles eram meus. Pertenciam-me, assim como eu sabia que pertencia a ela.


–- Eu te amo.


Falamos ao mesmo tempo, antes de eu puxá-la. O beijo começou lento. Nos redescobríamos. Minha mão descia acompanhando a curva sinuosa da cintura. As línguas se tocavam avidamente. O calor passava de um corpo para o outro nos dando a certeza de que estávamos vivos, mais vivos que nunca.

Soltei-a, após quebrarmos o beijo e percebermos que não estávamos sozinhos. Tia Susan estava assustada, entretanto, parecia feliz por ter a filha de volta. Carlisle buscava uma solução racional para explicar como isso poderia ter acontecido. E meu pai nos olhava com um sorriso no rosto.


–- Quando a filha da Lua for desperta do sono eterno pelo filho do Sol, ambas as almas, finalmente, se tornarão uma e eles viverão pela eternidade, trazendo glória, paz e harmonia para as terras quileutes, até o fim dos tempos.


A profecia fora cumprida. Mas eu não tinha tempo pra pensar nisso. Ou melhor, eu tinha tempo de sobra pra pensar sobre isso, só que depois de fazer o que eu vinha tentando há meses.


(Everything Has Changed – Taylor Swift feat. Ed Sheeran - https://www.youtube.com/watch?v=w1oM3kQpXRo)


–- Eu... – respirei fundo antes de continuar. – Lembro-me de sempre te seguir para qualquer lugar em que ia. Mas tem algum tempo que eu descobri que não te seguia. Nós andávamos lado a lado. Minha vida, desde a infância tem sido ao seu lado. Sempre estivemos ligados um ao outro de uma forma que eu não compreendia. Eu não preciso entender. Só tenho que agradecer por ter você na minha vida. Eu não sei o que vai acontecer amanhã, já está mais do que provado que a vida é imprevisível, mas sei que eu quero você. Quero acordar ao seu lado. Poder sentir todos os dias você aninhada em meus braços. Te amar sem reservas. Você é minha companheira de alma, mas agora quero que seja, também, a minha companheira de corpo. Quero que estejamos ligados neste mundo e no espiritual. Quero que seja minha mulher. Casa comigo?


Tirei o bracelete de dentro da caixa e fiquei olhando pra ela. As lágrimas escorriam dos olhos como cascatas.


–- Sim.


Coloquei a joia em seu braço e me admirei ao perceber o quanto ela havia ficado perfeita ali. Aquele bracelete pertencia a ela. A dona do meu coração. A mulher pela qual eu enfrentaria milhares de obstáculos só pra ter seu amor.



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Notas finais do capítulo

Gostaram?! Viu? Não matei ninguém... Ou matei, mas eu ressuscitei kkkkkkkk
Comentem, recomendem, por favor digam o que acharam :D
E a surpresa é esse vídeo:
https://www.youtube.com/watch?v=b_iEFA4GdAM

E votem em ODUA! Agora é pra valer, gente! Estamos concorrendo a melhor sinopse! o/
http://www.facebook.com/questions/266236313518109/

Enfim... Ainda não acabou! E antes que eu comece a chorar, semana que vem tem epílogo e, se forem boazinhas, teremos um bônus a la "nova LA_Black" kkkkkk

Bom... Amo vocês gente, sério! Melhores leitoras EVER. Não quero que me abandonem mesmo, porque não foi só a minha melhor amiga que me incentivou, vocês também fizeram isso através dos reviews, das MP's, das recomendações.

MARI13, eu amei a música e você viu que eu coloquei no capítulo? Obrigada pela dica...

A todas as minhas leitoras, as fantasmas, as que mandaram reviews em todos os capítulos, as que comentaram apenas em alguns, as que recomendaram, obrigada por me fazerem me sentir especial. Muito obrigada, e... Estou chorando kkkkkk

Espero que essa estória, esses personagens sempre estejam no coração de vocês e que eu também esteja, afinal, todas vocês estão bem guardadinhas no meu coração :D

Aguardo vocês em Nisi Amare, em Vinho, Chocolate e Algo Mais e em todas as outras fics que eu pretendo escrever.

Ah! Não se esqueçam de comentar no vídeo do Youtube e de falar aqui nos reviews se ele ficou bom.

Beijos imensos e até semana que vem.



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