Obstáculos De Um Amor escrita por LA_Black


Capítulo 40
Capítulo 37


Notas iniciais do capítulo

Tá acabando galera! Mais dois capítulos e fim!
Triste demais com isso... Por isso me alegrem muito com reviews e recomendações, hein?! kkkkkkk
Brincadeira... Só que não! kkkkkkk Tô engraçadinha, né?! Enfim, vamos ao capítulo.



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CAPÍTULO 37


–- Descanse.


–- Não quero.


Estava deitada na cama do Jake. Seus dedos infiltrados no emaranhado de fios espalhados pelo travesseiro fazendo uma carícia gostosa.



–- Por favor, Duda. Preciso que durma e descanse. Não posso sair daqui com você nesse estado.


–- Então não vá. – disse com a voz embargada por causa do choro.

–- Sabe que eu não posso fazer isso. – deitou-se me abraçando de lado.

–- Ele vai fazer alguma coisa. Eu sinto. Não quero perder você. – virei-me e escondi meu rosto na curva de seu pescoço. – Não posso.

–- Não vai perder. Vou estar sempre aqui, até quando não me quiser mais.

–- Isso vai ser impossível. – sorri, mas um uivo quebrou minha alegria momentânea.

–- Tenho que ir. – concordei sabendo que não poderia prendê-lo ali.

–- Fique bem... E inteiro. – ele assentiu me dando um beijo e saindo.


Enquanto voltávamos da casa de Carlisle, os lobos que faziam a ronda deram o alarme. La Push estava sendo invadida por centenas de vampiros.


Toda a matilha estava na luta. Leah. Embry. Seth. Lucy. Paul. Quil. Jake. Todos os que eu amava e podiam lutar estavam lá. Os que não podiam, estavam na casa do Sam, que era maior. Eu só estava sozinha por pura teimosia, e quanto a isso, Jake não pode fazer nada.

O tempo passava e eu tentava com todas as forças fazer o que ele havia me pedido. Ficar em casa. Segura. Longe do perigo. O difícil é que o perigo só estava há alguns quilômetros de distância. E ele ameaçava não só a mim, mas toda a reserva. Eu não podia ficar deitada enquanto todos se arriscavam por um problema causado por mim.

Saí da casa de Jacob e observei a rua vazia. O silêncio era a única coisa que a preenchia até ser cortado por um grasnar forte e o rápido bater de asas de um pássaro.

O mesmo corvo de dias antes estava ali, na minha frente, olhando-me como se compreendesse o que eu sentia. Ele voou até a casa da minha mãe, pousou na janela do quarto onde minha avó dormia e deu várias bicadas insistentes na fechadura.

Balancei a cabeça desacreditada. Eu iria aceitar a “sugestão” de um pássaro.

O quarto continuava bagunçado da mesma forma em que o havia deixado. Abri a janela e o ar frio entrou juntamente com o corvo, que ficou empoleirado na cabeceira da cama.


–- Bom. Você me trouxe aqui. – falei para a ave. – Agora me mostre o que eu preciso ver.



Rapidamente ele foi para o chão e com uma habilidade invejável pulou para debaixo da cama.


Seguindo os passos do pássaro, eu empurrei o móvel facilmente, mas o que havia ali me assustou muito mais do que a minha recente confiança em um animal.

Um triângulo. De cada ponta saía uma espiral, formando um ciclo em sentido anti-horário. A figura era enorme e a cama de casal a cobria com exatidão, afirmando que ela havia sido colocada ali propositalmente.

Agachei-me e passei a mão sobre a pintura já gasta. Era óbvio que tinha algo sob o piso, mas como tirá-lo dali era um mistério. Examinei o local por alguns segundos e vi que o triângulo, no meio da figura, era contornado por uma linha mais espessa. Ele era apenas uma peça encaixada ao chão.

Tirei-a com pressa e coloquei a mão dentro do buraco, tirando um pergaminho de quase um metro de comprimento enrolado minuciosamente. Coloquei-o sobre a cama e o abri.


–- Black, Sullivan e Clearwater. – sussurrei lendo as primeiras palavras escritas no topo do pergaminho.



O que seguiu era uma série de nomes que acabavam em Jacob, Rebecca e Rachel Black, Cecilia e Eduarda Sullivan, Lucy Carter, e Leah e Seth Clearwater.


Que era a árvore genealógica das famílias eu havia entendido, mas o que o nome da Lucy fazia ali no meio era o que eu tentava descobrir.

Olhei novamente para o nome da minha amiga e fui subindo, encontrando os nomes de seus pais: Charles Carter e Aryanna Sullivan. Meu coração deu um salto. Os pais de Aryana Sullivan: Alexandro Sullivan e Aine Sullivan.

Caí sentada no chão sem acreditar. Eu tinha uma tia! Lucy era minha prima!


–- Como esconderam isso de mim?! – falei pra ninguém, ou para o corvo.



Tentei me concentrar e voltar a ler.



–- Família Clearwater...



Tudo ficaria normal, se não fosse a setinha ligando o nome de uma irmã da minha avó, juntamente com o de seu marido, ao de Sue Clearwater.


Eu ainda não entendia como minha avó e minha mãe conseguiram esconder essa história durante tanto tempo. Se não fosse aquele pássaro eu provavelmente teria passado o resto da vida sem saber a verdade.

Porém, algo me dizia que a verdade presente no pergaminho não havia sido totalmente descoberta. Olhei a parte da família Black e notei o que passara despercebido: Tristan Black, um dos primeiros da linhagem, tinha uma estranha ligação com a minha família através de Astrid Sullivan.

Automaticamente lembrei-me do sonho misterioso que tive na noite após meu encontro com Matthew. Ela era Astrid e ele, Tristan. Por isso a semelhança.

Se tudo isso estava escondido naquela pequena abertura, deveria haver mais. Voltei a buscar por algo desconhecido ali dentro e peguei um caderno. Um diário. Capa de couro e uma tira presa por um cadeado, impedindo que algum curioso lesse.

Forcei um pouco a tranca e logo ela cedeu.


Este diário pertence à Aine Sullivan.



As primeiras páginas não continham nada de interessante, por isso as ignorei. No meio, minha avó contava sobre sua viagem à Irlanda. Como o avião havia caído e como ela fora socorrida.


Vovó Aine detalhava formas de se preparar medicamentos naturalmente. Onde encontrar plantas medicinais e como diferenciá-las das venenosas. Depois de aproximadamente dez folhas só desse assunto, uma árvore frondosa, com inúmeras raízes, estava desenhada, ocupando toda a página e o centro de um círculo trançado por linhas vermelhas e azuis.

Em seguida havia um texto escrito em celta, que como as palavras da oração vinda com os colares que eu e Jake compartilhávamos, eu estranhamente consegui ler.


The Cure



Tar éis a bheith faoi ionsaí ag ól fola, d'fhéach an Hibern a fháil ar bhealach a shábháil dóibh siúd éillithe ag an nimh. Fuarthas go raibh an réiteach ag an Druids, nuair a scrios tine beagnach an crann naofa. Úsáid siad an luaithreach agus, faoi threoir ag an gods, tá siad déanta plástair agus roinnt substaintí i bhfoirm ointment. Más rud é a rith ar an láithreán éillithe seeped sé isteach ar an craiceann agus a dhéanamh ar an cosán ar an excising nimhe. An próiseas mall agus níos mó painful ná an transmutation iarbhír, ach an duine ar aghaidh an duine.


Nuair a ólann fola fuair sé amach faoi 'The Cure' agus an claíomh 'Lann Naofa' ionsaigh an sráidbhaile marú níos mó ná leath na ndaoine. Ach an clan Sullivan resisted, a bhuíochas leis an íobairt Astrid. An mharthanóirí chlé go Meiriceá, a bhí i bhfolach 'The Cure' agus tógadh 'län Naofa' na déithe agus beidh sé le feiceáil ach amháin nuair a lig siad.


A Cura



Depois de serem atacados pelos bebedores de sangue, os Hibern tentaram encontrar uma forma de salvar aqueles contaminados pelo veneno. A solução foi encontrada pelos druidas, quando um incêndio quase destruiu a árvore sagrada. Eles usaram as cinzas e, guiados pelos deuses, fizeram com elas e algumas substâncias um emplastro na forma de pomada. Se passado sobre o local contaminado ele se infiltrava na pele e fazia o caminho do veneno, o extirpando. O processo era lento e mais doloroso que a própria transmutação, mas a pessoa prosseguia humana.


Quando os bebedores de sangue descobriram sobre 'A Cura' e sobre a espada 'Lann Naofa' atacaram a aldeia matando mais da metade do povo. Somente o clã Sullivan resistiu, graças ao sacrifício de Astrid. Os sobreviventes partiram para a América, 'A Cura' foi escondida e 'Lan Naofa' foi recolhida pelos deuses e aparecerá somente quando Eles o permitirem.


Nada fazia sentido. Como eles criaram um antídoto para o veneno dos vampiros? E ainda possuíam uma espada que poderia mata-los?


Se era verdade onde essa espada estava? Segundo o diário ‘os deuses’ a tomaram e só devolveriam segundo a sua vontade. Impossível.


–- Desde quando deuses pensam nos humanos? – questionei o corvo que me olhou raivoso.



Fechei o diário rapidamente e o joguei no chão sem o menor cuidado. Ele abriu-se na página que relatava sobre o ano de 1986.



Este ano minha sobrinha neta nasceu. Ela é linda e possui os traços dos Sullivan, embora sua pele seja escura como a dos quileutes. É forte e chora muito quando alguém não faz suas vontades. Será uma grande guerreira.



Na folha seguinte, as anotações eram de quatro anos depois.



Minhas duas netas nasceram. Eduarda, filha de Susan, nasceu em abril, e Lucy, filha de Aryanna, em maio. Apesar de serem muito pequenas, as duas se dão muito bem. Serão melhores amigas e companheiras de batalha.


Lucy será a luz que dará forças para Eduarda em seu caminho. Minha neta mais velha precisará de muita ajuda até que siga seu destino.”


Passaram-se mais alguns anos até que outra anotação apareceu.



As três mulheres da nova geração Sullivan possuem sangue quileute. Elas serão fortes e, como os guerreiros antigos, terão espíritos de lobo, porém, diferentes dos homens, elas escolherão seus companheiros.


Não terão um imprinting e nem os companheiros a quem estão destinadas. Tudo ocorrerá pelos meios normais. Sem magia só a do amor. Nada as auxiliará nesta caminhada. Somente elas podem escolher sua felicidade. Somente elas podem dar continuidade a linhagem Hibern.


Logo abaixo, escrito em letras pequenas, ainda estava escrito:



Somente as primogênitas da linhagem Hibern poderão se transformar.



Estava ali, naquelas folhas amareladas, a explicação de toda a minha vida. As histórias de minha avó agora faziam sentido. Só as mulheres podiam se transformar porque Astrid Sullivan era nossa ancestral. Era ela quem brandia a espada e quem carregava o poder concedido pelos deuses.



(Linkin Park – Powerless - https://www.youtube.com/watch?v=omFgoBQIAlA)



Concluí que talvez deuses existissem e que talvez fossem eles que estavam me ajudando.


Guardei tudo no mesmo local de antes e saí. O corvo seguiu-me fielmente.

Havia meia hora que Jake saíra. Meu coração se apertava a cada minuto. Um minuto em que ele poderia se ferir. Um minuto em que um vampiro poderia lhe aplicar um golpe fatal. Um minuto em que ele poderia deixar de cumprir uma promessa: ficar para sempre ao meu lado.

Sem hesitar, caminhei decidida rumo à mata. Era seguida pela ave. Não me importei. Mostrava que ela me acompanharia na batalha.

Em um instante eu andava calmamente e no outro meus pés ganhavam velocidade. Eu estava correndo, e não me transformaria. Se era para lutar, eu lutaria como humana.

Inesperadamente a lua apareceu em um céu completamente negro e o corvo voou sob a luz dela. Eu jurei ver uma mulher de vestes longas e escuras em seu lugar, mas acabei ignorando.

À medida que o caminho se iluminava eu ganhava mais força. Quanto mais eu corria, mais determinada eu ficava. Eu salvaria aqueles que amava, nem que para isso, entregasse minha vida.

Rendi-me ao poder que me era concedido. O senti fluir sobre mim. Então eu orei.

–- Que a sombra da noite

Me empreste o negro de sua cor

Para que eu possa

Nas asas do Corvo voar

E voando, me torne Corvo

O Negro Corvo da Noite!


“E sendo Corvo Negro de asas aveludadas


Tingidas de mais negro pela escuridão da noite

Eu me torne Raven, Rainha dos Corvos

Pois de Morrighan eu sou Morghana

E de Morghana, a Fada do Povo Pequeno!


Que na forma de Raven-Corvo


No negrume da noite

E protegida sob seu véu quase indissolúvel

Eu possa vislumbrar cada coisa que é

Coisas de quês e de quens

E os quês e os quens eu possa conhecer

Sem véus e sem máscaras


E é com as bênçãos de Morrighan


A Negra Noite,

A Rainha Corvo das Batalhas

Que posso vislumbrar e decifrar

Os Mistérios que existem dentro de cada ser


Nada para mim permanecerá falso


Nada do que é obscuro o permanecerá para sempre

Pois Morrighan me protege

Ela anda lado a lado comigo

E é através Dela, que me dá a Visão

Que me sinto segura


Porque


Ainda que tudo possa ser velado

A uma primeira impressão

Ela, a Deusa Corvo, arranca os véus

E me mostra

A essência de cada ser!¹”


Sorri quando, ao elevar minhas mãos, um objeto comprido foi depositado sobre elas. O punho, vermelho como o sangue. A lâmina era reluzente e clara, com uma inscrição delicada: Lan Naofa.


Eu estava pronta.





¹- a oração não é de minha autoria, é uma antiga oração celta para a batalha.






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Notas finais do capítulo

Gostaram? POR FAVOR POR FAVOR POR FAVOR POR FAVOR
Digam que sim! Ele é um dos meus favoritos e, apesar de eu ter jogado as coisas de uma vez, ainda tem mistérios a serem descobertos :D
Espero suas manifestações!
Beijos



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