CAPÍTULO 34

O Natal e o Ano Novo passaram rapidamente levando consigo o clima leve e despreocupado. Cecília e Seth decidiram de última hora viajar em lua de mel. Mamãe estava pensando em morar com Tio Billy, já que agora, usando suas palavras, as duas filhas se encontravam às portas de formar uma família e não precisavam mais dela, então finalmente poderia cuidar da própria vida amorosa.

Quanto a mim e Jake... Bom, nosso relacionamento não poderia estar melhor, mesmo com os fantasmas de meus ancestrais e o corpo de Steffano nos rondando. Eu me sentia mais apaixonada a cada olhar, cada carícia e cada vez que eu acordava com ele ao meu lado.

Nesse pouco tempo de namoro eu descobri que Jacob poderia ser extremamente ciumento e possessivo conforme a situação. Um exemplo disso foi o dia em que visitamos o galpão onde seria instalada a concessionária dele. O local estava em construção e, obviamente, havia vários homens trabalhando. Não vou negar que chamo certa atenção e ali não foi diferente, mas quando meu namorado percebeu as olhadelas nada discretas direcionadas a mim, só faltou rosnar e arrancar os olhos dos indivíduos.

O meio de janeiro estava quase chegando e junto com ele, o aniversário de Jake, no dia quatorze. Confesso que não sabia como presenteá-lo e meu tempo estava acabando, já que a data seria em três dias.

–- A loja vai ser inaugurada nesta semana. – Lucy comentou enquanto almoçávamos em um restaurante em Forks. – O que vai fazer... Depois que o nosso trabalho aqui acabar?

–- Não sei. Eu quero ficar com o Jake, isso é fato. Demorei muito tempo pra ter o que eu tenho hoje. Não vou entrega-lo de bandeja para a Renesmee.

–- Bem a sua cara. – sorriu. – Mas sabe que nós nunca ficamos tanto tempo “supervisionando” a construção de alguma instalação da empresa. Um mês no máximo.

–- É... Mas era Forks. La Push. Não poderia chegar tão perto da minha família e ir embora de novo, principalmente agora que...

–- Que você está com o Jake. – suspirou teatralmente. – Oh Jake! – tentou imitar minha voz, me fazendo gargalhar.

–- Você é ridícula Lucy! Eu não falo assim.

–- Claro que não... É pior. – parou de sorrir e fez uma expressão séria. – Você está feliz?

–- Como nunca. Lucy, é mágico estar com ele. Eu simplesmente não consigo me imaginar vivendo sem ele. O Jake é o meu passado, presente e futuro.

–- Até me arrepiei agora. – deu uma risada. – Que bom amiga. Você finalmente encontrou seu caminho.

–- E você?

–- Eu o quê?

–- Seu relacionamento com o Christopher? Desculpe eu ter me desligado um pouco do resto do mundo. Quase não tenho passado muito tempo com você.

–- É compreensível, já que você está tirando o atraso de praticamente três décadas. Eu te perdoo. Eu e o Chris estamos na fase de levar o relacionamento a uma nova etapa.

–- Vão morar juntos?

–- É uma opção. Estamos pensando em sair de Forks, depois da inauguração.

–- Por quê?

–- Tenho medo de sofrer um imprinting. – confessou parecendo estar tirando um peso das costas.

–- Lucy...

–- Não adianta dizer que eu decido se vai acontecer, porque não é verdade. Olha a Leah! Não quero ficar aqui. Não quero saber se meu pai ou minha mãe eram quileutes. Não me importo. Só quero poder ficar com o Chris sem essa sombra sobre nós.

–- Eu sinto muito Lucy. Eu queria saber realmente o que acontece com as únicas mulheres que podem se transformar, mas...

–- Não tem como. É por isso que eu vou embora com ele. Você fica aqui com o Jacob e eu vou pra Nova York cuidar da empresa.

–- Mas...

–- Já decidi Duda. Além disso, é a única forma de você poder ficar. E vamos mudar de assunto, não quero discutir com você.

–- Tudo bem. – concordei a contragosto.

–- Agora me fala... – se ajeitou na cadeira em que estava sentada. – O que vai dar de presente pro seu Jake?

–- Nada.

–- Como nada?

–- Nada é nada. O fato é que eu o conheço desde sempre e não consigo pensar em um presente decente.

–- Que isso? Presentear alguém não deve ser tão difícil assim.

–- Okay. Ele não gosta de nada muito sofisticado. É orgulhoso demais para aceitar algo caro. Prefere coisas simples, mas que possam ser inesquecíveis.

–- É fácil Duda. Faça um jantar romântico e depois dê uma noite inesquecível pra ele. – mexeu as sobrancelhas sugestivamente.

–- Já pensei no jantar, mas eu não sei o que fazer, nem aonde fazer.

–- Tenta alugar algum lugarzinho romântico e isolado, tenho certeza que ele vai gostar.

–- Também acho, mas onde tem uma imobiliária decente por aqui?

–- A que nós procuramos para comprar as casas em Forks!

–- Lembra o nome?

–- Narguilé Imóveis.

–- Certo, vou pesquisar. – falei anotando o nome no celular. – Muito obrigada, você, literalmente, me salvou. – levantei-me da cadeira e peguei a bolsa.

–- Depois eu te cobro. E me dê notícias do andamento da surpresa.

–- Tudo bem. Até mais.

Saí do restaurante, digitei o nome da imobiliária no GPS do carro e segui para o local. Parecia que tinha uma década que eu havia ido até lá para procurar uma casa. Apesar de a empresa continuar no mesmo lugar e estar exatamente igual há quase oito meses, tinha algo diferente ali, ou talvez fosse só o meu jeito de olhar as coisas que se modificou.

Na recepção, uma mulher com mais ou menos a minha idade, morena e aparentemente alta digitava algo no computador quando sentiu que alguém a observava e levantou o olhar me desejando boa tarde e perguntando em que poderia ser útil. Nossa conversa foi breve e como ainda era horário de almoço, nenhum corretor poderia me atender. Mesmo assim, ela me deixou dar uma olhada nos catálogos digitais disponíveis no computador ali mesmo da recepção.

Apenas duas casas, que estavam mais para chalés, me interessaram o que facilitou o trabalho do corretor quando este chegou para cuidar da única cliente, ou seja, eu.

No final da tarde ficou fechado o aluguel do chalé mais próximo de La Push. Ele ficava do lado oposto à Forks, totalmente isolado. Um riacho de águas cristalinas corria bem ao lado e possuía toda a frente de vidro. Tinha todos os cômodos separados imaculadamente e no quarto, o único do chalé, havia uma cama de casal feita de madeira e com uma armação que sustentava um tecido branco devidamente enrolado dando a impressão de ser um mosquiteiro mais rústico e ao mesmo tempo delicado. Além da cama, o quarto ainda possuía uma lareira linda.

Depois de assinar o contrato de aluguel, passei no supermercado e comprei todos os ingredientes para preparar um sofioli de shimeji ao molho de tomates, e também para a sobremesa, que seria uma forma de tortinhas de chocolate. Era tudo muito fácil e prático, o mais trabalhoso seria o molho de tomate do sofioli.

Cheguei em casa, a que ficava em Forks, já que agora eu morava mais na casa do Jake do que ali, e fui direto tomar um banho relaxante, para logo em seguida checar meus e-mails e assuntos da empresa.

Assim que abri o notebook, uma foto, minha e do Jake, carregou aparecendo na área de trabalho. Foi olhando para ela que eu decidi comprar um porta retrato e imprimi-la, seria um ótimo presente. Mas ainda assim eu não fiquei satisfeita. Ele merecia muito mais que um simples jantar e um porta retrato. Não importava o que ele dissesse eu, compraria sim um presente que estaria à sua altura.

Abri o site da Harry Winston. A marca era famosa pelas joias, mas também vendia relógios lindos, e era ali que se encontrava a peça perfeita para o meu Jake. De todas as linhas, a Opus era a que mais me encantava. A cada ano um fabricante se juntava com a equipe para criar uma edição limitada.

O meu presente para Jake seria o Opus 11, ele era ao mesmo tempo uma confusão total e harmonia que se encaixavam perfeitamente. Apesar de ser uma edição limitada, eu consegui comprar um, e no dia seguinte eu o pegaria em Port Angeles.

Rapidamente o tempo passou e depois de certa briga entre mim e os rapazes da reserva, consegui Jacob Black só para mim no dia do seu aniversário. Quer dizer, só a noite da véspera e o dia seguinte inteiro, na parte da manhã e tarde, deixando a noite para uma festa com todos os amigos e familiares.

Havia marcado um horário em um salão de Forks, à uma hora da tarde, para a sexta-feira. Dessa forma eu teria tempo de me arrumar e de cozinhar o jantar.

Assim, na data mais esperada de toda a semana, eu acordei cedo e fui ao chalé preparar tudo. Troquei os lençóis da cama, toalhas e afins. Limpei e deixei a cozinha preparada, faltando apenas cozinhar a massa do sofioli e decorar as tortinhas de chocolate com amora e duas folhinhas de menta.

O salão estava muito movimentado devido à proximidade com o fim de semana. E as cabeleireiras quase não davam conta do serviço. Quando enfim me atenderam já passava das duas. Fiz uma mudança e tanto quando optei por colocar luzes no meu cabelo que nunca havia passado por algum tratamento químico.

Minha vida estava mudando, nada melhor do que mostrar isso através do meu visual.

Às seis horas eu me encontrava mais do que pronta, usando um vestido com mangas, estampado nas cores preto e branco e com um scarpin cor de rosa. Meu cabelo estava solto com algumas ondulações e minha maquiagem era bem básica.

Cheguei à concessionária, ou na sua construção, em meia hora e encontrei Jake de costas, trajando uma camisa xadrez de cores neutras e uma calça de alfaiataria, dando instruções para os trabalhadores que estavam prontos para irem embora.

Andei calmamente até ele e o abracei, encaixando a cabeça no vão do seu pescoço, depositando ali, um beijo.

–- Boa noite namorado lindo!

–- Boa noite namorada linda! – falou antes de beijar minha mão e se virar para me dar um selinho. – Pintou o cabelo? – fez um bico lindo observando meus fios agora não tão escuros.

–- Fiz luzes. Gostou?!

–- Diferente, mas ficou lindo. – agarrou minha cintura e no próximo instante senti seus lábios sobre os meus.

Eu me esqueci de mim, do mundo, dos problemas. Todos os beijos dele eram assim. Arrebatadores. Quentes. Românticos. Inesquecíveis. Como se sempre fosse os primeiros.

–- Como foi o dia? – perguntei depois de ele ter dispensado todo o pessoal.

–- Cansativo. Mas amanhã vou ter o dia inteirinho só pra você. – me abraçou aproximando o seu corpo ainda mais do meu.

–- Não só amanhã, como hoje também. – disse arteira.

–- O que está aprontando? – estávamos a caminho do estacionamento.

–- Eu? Nada! – observei quando Paul balançou a chave do carro do Jake pra mim e entrou nele, o ligando e rapidamente arrancando dali.

–- O que o Paul... – olhou indignado para o veículo que já estava longe.

–- Relaxa. – andei até o meu carro e peguei um lenço preto de dentro do porta-luvas.

–- O que pensa que vai fazer com isso?

–- Leia minha mente bonitão. – pisquei e parei na sua frente já colocando o lenço de modo que tampava seus olhos.

–- Devo me preocupar com o meu futuro?

–- Na verdade... – segurei sua mão e o puxei para o carro. – Não nas próximas horas.

–- Posso pelo menos saber pra onde vamos? – questionou quando coloquei o veículo em movimento.

–- Não! É surpresa. Agora fique quieto e aproveite a viagem.

Até a metade do caminho, Jake comportou-se extremamente bem, ignorando os momentos em que ele bufava ou reclamava de algo. Já na outra metade...

–- Jake... – suspirei sentindo suas mãos apertarem minha coxa e começarem a subir. – Posso causar um acidente.

–- É muito difícil nos machucarmos. – beijou o meu pescoço e deu uma mordida.

–- Deus! Pare com isso! – tirei suas mãos de cima de mim.

–- Não vai me contar pra onde vamos?

–- Não! – ele bufou outra vez e encostou a cabeça no vidro da janela. – Hei! Pra que tanto drama se você está sentindo o cheiro?

–- O único cheiro que eu consigo sentir é o seu. E pra falar a verdade, ele é o único que eu quero sentir. – foi se aproximando e encostou o nariz bem no vão do meu pescoço, me causando uma onda de arrepios só com esse contato.

–- Meu Deus! – me arrepiei novamente quando ele deu uma risada. – Isso é vergonhoso.

–- O quê? O fato de você estar me sequestrando ou as sensações que só eu posso provocar em você? – lambeu a pele do meu ombro que estava exposta e assoprou.

–- Chegamos. – abri a porta e saltei do carro com extrema rapidez.

–- Posso tirar esse lenço?! – perguntou já do lado de fora.

Andei até ele e tirei a venda de seu rosto. Provavelmente Jake fazia alguma ideia de que estávamos próximos à La Push, mas não sabia exatamente onde.

–- Gostou? – apreensiva, mordi o lábio inferior enquanto ele observava tudo ao nosso redor atentamente.

De repente ele se vira pra mim e me puxa num abraço apertado tirando meus pés do chão e nos girando.

–- Isso quer dizer que sim? – sorri.

–- Aham. – me beijou sofregamente nos aproximando ainda mais, se possível. – Eu te amo.

–- Também te amo. – lhe dei um selinho rápido. – Vamos entrar.

Demos as mãos e entramos no chalé em silêncio. Jake ainda olhava tudo maravilhado, me deixando ainda mais feliz de ter escolhido algo especial para o dia dele.

–- Onde encontrou esse lugar?! – perguntou enquanto eu terminava de enfeitar as tortinhas e arrumava nosso jantar.

–- Por aí. – sorri e olhei para ele. – Foi fácil! Só procurar uma imobiliária com nome de entorpecente e alugar esse chalé.

–- Aqui é lindo. – se aproximou me prensando entre a pia e seu corpo. – Não me importaria de passar o resto da vida aqui sozinho com você. – beijou o meu pescoço.

–- Você está bem assanhado hoje! – o empurrei e comecei a levar os pratos para a mesa colocada estrategicamente próxima à cama, numa espécie de varanda que tinha no quarto.

–- Isso é o que você faz comigo.

–- Claro! Mas agora nós vamos jantar e eu espero que goste, já que tudo foi feito especialmente pra você.

–- Vou ficar mal acostumado.

–- Não se preocupe, adoro mimar você. – sentou-se e me puxou para seu colo. – Não está achando que eu vou jantar assim, não é?

–- Acaba de dizer que gosta de mimar. – deu de ombros. – Quero que me dê comida na boca.

–- Que lindinho, voltou a ser criança?

–- Não e eu te mostraria agora como eu sou um homem, mas ao que parece você tem a noite toda programada e está morrendo de fome. – comentou como quem não quer nada.

–- Safado! – exclamei ao receber uma mordida no ombro.

Jantamos em meio a brincadeiras e conversas leves. Era a noite perfeita, com a pessoa perfeita.

–- Gostando da vida de empresário? – o questionei depois de comermos de darmos fim à última tortinha de chocolate.

–- Estaria, se não fosse um bando de homens engravatados com mentalidade de velho e mulheres atiradas.

–- Mulheres?

–- Por acaso escutou a parte dos homens chatos? – deu um sorriso irônico.

–- Escutei, mas meu cérebro processou só a parte das mulheres atiradas. – fechei os olhos em fendas. – Quem são as mulheres atiradas?! – elevei uma sobrancelha.

–- Ninguém. – levou as mãos até as minhas coxas numa tentativa de me distrair... E funcionou. – Sabe que a única mulher que me interessa é você. A única que eu quero na minha cama. – beijou o vão dos meus seios. – Na minha vida. – agora deu um selinho no meu pescoço. – A única que eu amo com toda a minha alma. – deu-me um beijo de tirar o fôlego.

–- Se a cada vez que eu tiver ciúmes, você fizer uma declaração dessas, vou ficar com ciúmes constantemente. – sorri e voltei a beijá-lo.

Notei quando ele nos levantou, e segurando-me eu seu colo, nos levou para a cama, onde me colocou com extremo cuidado no colchão.

Beijou-me com paixão enquanto suas mãos passeavam pela lateral do meu corpo levantando o vestido que no instante seguinte estava jogado em qualquer canto do quarto, juntamente com o soutien, que havia se perdido em algum momento que não me recordo.

Meu centro ficou em chamas ao deparar-me com seu olhar faminto devorando cada pedaço do meu ser. Levou uma de minhas pernas até os lábios e depositou vários beijos molhados em cada um dos meus dedos. Começou no pé e depois subiu, deixando um rastro de fogo que passava pelo tornozelo, chegava à panturrilha e se detinha na coxa.

Logo ele preocupou-se apenas em tirar a peça diminuta que cobria minha intimidade. Senti sua respiração próxima a meu sexo, me fazendo retrair o corpo, mas quando senti sua língua lá, não pude fazer nada a não ser agarrar os lençóis que cobriam a cama e me deliciar com a sensação que ele estava me proporcionando.

Jake fazia aquilo com maestria, me beijando e sugando cada parte do meu íntimo. Eu estava perto de me derramar em um orgasmo tendo a boca dele ali quando ele simplesmente levantou-se, passou a língua sobre os lábios sensualmente, como se estivesse degustando um manjar dos deuses, e me enviou um sorriso travesso.

–- O que pensa que está fazendo? – perguntei ainda ofegante.

Ele somente tirou o resto da roupa que lhe cobria e se debruçou sobre mim, ondulando seu corpo ao meu e encostando os lábios em minha orelha.

–- Só vai gozar comigo dentro de você.

Lembro-me de tentar dizer algo, mas tudo que saiu foi um gemido assim que o senti me invadindo longa e duramente. Sua boca tomou a minha com voracidade me fazendo agarrá-lo com extrema força e deslizar as unhas sobre suas costas violentamente.

–- Ah, Duda. – ele suspirou próximo a meu ouvido me levando ao delírio.

Seus movimentos tornaram-se mais fortes e ritmados me obrigando a segui-lo em uma dança louca e luxuriante. Nossos cheiros se misturando, uma boca procurando a outra. Um corpo. Uma alma.

Fechei meus olhos com força aproveitando ao máximo a onda de prazer que passou por mim e afundei meu rosto na curvatura de seu pescoço, e apreciando o cheiro que era só dele, o senti se derramando em mim.

–- Eu amo você. – sussurrou contra minha pele me fazendo sorrir.

Meu corpo parecia uma gelatina e eu ainda sentia os efeitos do clímax, quando tirando forças não sei da onde nos virei e fiquei por cima de Jacob dando um sorriso de satisfação.

–- Agora eu mando alpha. – dei uma pequena rebolada em sobre seu membro o fazendo soltar um gemido rouco.

–- Adoro mulheres que sabem mandar.

–- Adora mulheres?! – continuei com os movimentos sentindo ele se enrijecer cada vez mais.

–- Não. A única mulher que eu adoro é você. E você é a única que pode me mandar. – agarrou minha cintura com força.

O olhei demoradamente me perdendo no mar castanho que eram seus olhos. É... A noite seria longa e muito, muito prazerosa.

[...]

–- Okay. – falei me sentando na cama, bebendo um gole do vinho que estava na minha taça e entregando outra ao Jake. – Imite um macaco e um burro ao mesmo tempo.

Jake me olhou incrédulo e sacudiu a cabeça em negação.

–- Isso é sério? – assenti. – Não acredito que vou fazer isso... – bebeu um gole generoso de vinho e ficou de pé.

A cena que veio a seguir me rendeu inúmeras gargalhadas. Jacob colocou uma das mãos na barriga e a outra na cabeça e de repente começou a pular fazendo o característico “íh óh” do burro.

–- Não tem graça. – se jogou na cama enquanto eu me recuperava das gargalhadas.

–- Oh, tem sim. Não sei por que me esqueci de filmar para mostrar às gerações futuras.

–- Eu, com trinta anos me prestando a um papel desses.

–- Meu homem de três décadas, não se preocupe ninguém vai saber disso, a não ser que você queira. – lhe roubei um beijo. – E agora... O que tem pra mim?

–- Morda minha língua de leve. – deu um sorriso vitorioso.

–- Se era pra me fazer passar vergonha, saiba que não vai dar certo.

Aproximei-me dele e sem avisar o beijei com fervor, chupando seu lábio e me deliciando com o gosto. Lentamente puxei sua língua e dei uma leve mordida arrancando um suspiro dele. Dei uma risada.

–- Me devia isso depois do outro desafio.

–- É claro. Considerando que você está se tornando um tarado.

–- Já te falei, você faz isso comigo. – me tomou em um abraço esmagador.

–- E eu adoro. – descansei minha cabeça em seu peito desnudo pensando que eu não poderia ser mais feliz nem em um milhão de anos.

–- Adorei esse presente de aniversário. – beijou minha testa.

–- Presente! – me repreendi mentalmente enquanto levantava e ajeitava a blusa do Jake que eu havia vestido.

–- Vai aonde?

–- Pegar seu presente!

Andei até a varanda e peguei as duas caixinhas cuidadosamente embrulhadas. Uma, a do porta retrato, era preta e possuía um laço preto. A outra era menor, foi confeccionada em couro e também estava ornamentada com um laço negro.

–- Feliz aniversário! – disse feliz entregando os objetos.

–- Duda! – me olhou envergonhado. – Pedi que não comprasse nenhum presente.

–- Pare de fazer manha e abra. – sentei-me ao seu lado e tomei as caixas de sua mão, lhe entregando somente a do porta retrato.

Ainda encabulado, retirou a fita e a tampa da caixa e abriu um lindo sorriso ao ver o que tinha dentro.

–- Vou colocá-lo na...

–- Sua sala na concessionária. – o interrompi animada. – Eu comprei pensando nisso, assim qualquer secretária que você contratar vai olhar e pensar “É... Não sou páreo pra ela.”

–- Sério que pensou nisso?

–- Não. Só queria que sempre quando estiver cansado, ou com saudades olhasse pra nossa foto e sentisse as forças renovadas.

–- Obrigado. – deu-me um selinho. – Mas só tenho as forças renovadas quando estou ao seu lado. Podendo te tocar e olhar esses olhos lindos. E o outro?

Abriu a outra caixa animado e se assustou ao ver o relógio.

–- Duda...

–- Nem vem Jake! Eu comprei porque queria lhe dar algo especial. – peguei seu braço esquerdo e coloquei o relógio nele. As engrenagens e todas aquelas peças à mostra davam à peça uma aparência única, o que combinava perfeitamente com ele... Ambos eram únicos. – Algo que estivesse à altura do meu namorado que agora é um empresário.

–- Eu ia agradecer. – sorriu e levantou me puxando junto me rodando pelo quarto.

–- Certo. Agora se acalme e voltemos ao jogo. – voltamos para a cama e eu sentei de costas, me aconchegando em colo. – Minha vez? – perguntei e ele confirmou. – Pergunta: Como você se vê daqui a cinquenta anos?

–- Eu estarei completando oitenta? – fez uma careta. – Não sei. Não gosto de imaginar se estarei velho ou jovem. Mas eu me vejo ao seu lado. Não me importo com o que irá acontecer. Se eu envelhecer e estiver cheio de pelancas e você não tiver mais os cabelos tão coloridos como agora.

–- São luzes!

–- Mesmo se você estiver careca, estando comigo vai continuar sendo a mulher mais bonita do mundo e eu vou continuar sendo o cara mais sortudo de todo o universo.

–- Acho que foi uma resposta convincente. – beijei seu braço que estava me envolvendo. – Sua vez.

–- Nem preciso pensar muito. – fez uma pausa dramática. – Por que não me chama de amor? – sorri.

–- Essa é fácil. Porque toda vez que você escutar um “Jake” saindo da minha boca, vai significar muito mais que amor. Significa que eu aceito você com todos os seus defeitos. Significa que eu daria toda a minha vida pela sua felicidade, só pra ver um desses de seus sorrisos deslumbrantes. Significa que independente do que eu fizer, você sempre será a minha salvação, o meu caminho pra luz. Você é a minha luz.

–- Não tenho nenhuma dúvida de que você é a mulher da minha vida. – nos beijamos, eu deitando-me sobre ele. – Me deixe ser o seu homem.

–- Você é o meu homem. – lhe dei um selinho.

–- Não é isso que eu quero dizer. – nos colocou sentados na cama. – Eu quero acordar ao seu lado todos os dias. Quero ter uma casa só nossa. Voltar cansado do trabalho e ter você me esperando. – respirou fundo me levando a fazer o mesmo. – Aceita ser...

Um uivo o interrompeu. Toda a atmosfera se modificou. O ar ficou mais denso e um frio anormal tomou conta do lugar.

–- Aconteceu alguma coisa.

Chalé: http://imageshack.us/photo/my-images/593/cap351.jpg/

Duda e Jake: http://imageshack.us/photo/my-images/827/cap352.jpg/

Presente: http://imageshack.us/photo/my-images/87/cap353.jpg/