CAPÍTULO 32

“Será que eles descobrirão tudo em pouco tempo?”

“O vampiro, o tal Steffano, não apareceu aqui desde o dia em que ele atacou a Duda...”

“O casamento foi lindo!”

Escutava inúmeras vozes e não fazia ideia da origem delas. Eu já havia controlado a minha audição desenvolvida na forma humana, mas isso estava insuportável! Eu não poderia ter regredido tanto.

Sentei-me na cama o mais devagar possível tentando não acordar Duda que dormia ao meu lado.

Tinha a impressão de que minha cabeça explodiria a qualquer momento. As vozes estavam ficando cada vez mais altas e eu poderia apostar que novos ruídos apareciam praticamente do nada.

Apertei as têmporas numa tentativa inútil de fazer aquilo tudo parar. Meus olhos já não podiam ficar abertos, tamanho o meu desconforto. Sem aguentar mais soltei um grunhido de pura dor fazendo Duda acordar.

-- Jake?! – escutei sua voz preocupada no meio das outras. – Você está... – colocou a mão no meu ombro e quando percebeu meu estado correu pra ficar de frente pra mim. – Meu Deus! Fala comigo! – eu olhava sua expressão de desespero sem poder fazer nada para acalmá-la, afinal eu não conseguia controlar a mim mesmo. – Olha pra mim. – tentava chamar minha atenção em vão. – Jacob! Preste atenção em mim! – ordenou me fazendo olhar em seus olhos e soltar as mãos que apertavam com força minha cabeça.

“Escuta a minha voz Agora preste atenção só nela.” – me assustei ao escutar a voz dela dentro da minha mente.

“Não consigo!” – olhei pra frente e encontrei sua expressão me repreendendo.

“Claro que consegue, Jacob! Está falando comigo. Esqueça as outras e se concentre somente na minha voz, certo?” – assenti sem saber o que fazer.

Aos poucos minha mente clareou-se e eu me vi sozinho ali novamente.

-- Tudo bem? – Duda perguntou depois de um tempo em silêncio e eu pigarreei antes de afirmar.

-- O que foi que aconteceu aqui? – perguntei um tanto incrédulo.

-- Telepatia. – respondeu como se fosse a coisa mais simples do mundo. – Você lê mentes Jacob.

-- Isso é impossível! Eu não posso ter o mesmo poder daquele infeliz do Cullen! – levantei exasperado.

-- Você não tem.

-- Mas acabou de dizer isso.

-- Não. Eu disse telepatia.

-- E como sabe... – antes de completar a frase ela me interrompeu.

-- A diferença é que você pode controlar. Está escutando alguma coisa agora? – neguei. – Edward não pode fazer isso, só eu posso Jacob. Porque esse é o meu poder.