CAPÍTULO 28

Escutei o freio de mão ser puxado e Matthew suspirar pesadamente. Estávamos em frente a minha casa e o silêncio dentro do carro já passava de incômodo, era doloroso. A noite, que era pra ser divertida, se tornou o começo de um fim inevitável.

–- É o Jacob. – ele afirmou enquanto eu tentava ler a confusão de pensamentos em sua cabeça.

–- Matthew me desculpe. – finalmente olhei em seu rosto. – Não queria te fazer sofrer.

–- Tarde de mais. – deu um sorriso triste. – Mas a culpa não é sua. Sempre soube que seu coração era de outro e mesmo assim insisti. Eu só não imaginava que seu sentimento fosse correspondido.

–- Como?!

–- Ele cantou aquela música pra você. E vocês dois agem como se um fosse a extensão do outro, como se um não respirasse sem o outro. Não posso competir com isso. – olhou para o lado se segurando para não desmoronar ali mesmo. – Volto pra Nova York amanhã.

–- Matt...

–- Não. Eu procurei e eu arco com as consequências. – se aproximou e me deu um beijo no rosto. – Se cuida. – assenti e saí do carro.

Ver que você é o causador do sofrimento de outra pessoa não é o melhor sentimento do mundo. Mas naquele momento eu não estava muito preocupada com isso. A ficha não havia caído e somente no dia seguinte ela daria o ar de sua graça.