CAPÍTULO 24

Se minha avó não me revelaria todo o “segredo da família” então eu descobriria sozinha. É como eu sempre digo nunca deixe uma Sullivan curiosa. Assim que saí de La Push, peguei o carro e fui pra biblioteca municipal. Já havia feito pesquisas lá e agora não seria diferente.

Entrei no lugar e fui direto à sessão de folclore, a partir daí foi só procurar Irlanda. Fácil. Direcionei-me a uma das mesas mais afastadas e me sentei com a pilha de livros. Eu não tinha pressa. Poderia passar a noite toda ali, se não fosse a bibliotecária me lançando olhares raivosos a todo momento, já que eu me recusava a ir embora sem achar nenhuma pista de quem era Steffano.

Mas assim que o relógio bateu indicando seis horas eu tive que sair. Era isso ou ser enxotada pela velhinha a livradas.

Com uma tentativa frustrada, não significava que eu abandonaria meus objetivos. Voei pra casa e comecei as pesquisas na Internet. Difícil é achar “Steffano” de nada, eu não tinha nem um mísero sobrenome. Aparentemente ele era italiano, mas não tinha muito sotaque.

Estava prestes a desistir – ou fazer uma pausa pro lanche – quando vi uma ilustração dele em um site sobre as famílias do século II a.C. Isso era antes dos Celtas, mas não existia Itália e a parte onde esse país está atualmente pertencia às etnias celtas.

Fiz mais algumas análises e cheguei aos povos Lígures, segundo um site de história, eles habitavam o norte da Península Itálica e eram muito conhecidos pelas construções megalíticas e também por serem um dos três povos “bárbaros”. Não falavam italiano – como já era de se esperar – e sim a língua lígure ou românica. Foram “empurrados ou domados” pelos celtas. Esse era um ótimo motivo pra ele querer matar as comunidades celtas, inclusive a família Sullivan.

Pesquisei novamente sobre Steffano, mas agora juntamente com os Lígures:

“Steffano Capillari

Filho do chefe dos povos Lígures. Desapareceu por volta

do inicio do século II fazendo uma expedição para o sul

de seu território.”

–- Volterra está no sul do antigo território dos Lígures. – falei olhando para o mapa da Itália na tela do notebook. – Droga! Isso é péssimo! Significa que os Volturi estão metidos. Ou na melhor das hipóteses é só esse tal de Steffano querendo vingança pela Astrid ter preferido outro cara.

[...]

–- Lucy eu só estou falando que talvez esse Steffano possa ter vindo pra cá a mando dos Volturi. – disse enquanto passava a máquina de preços nos objetos de decoração para a lista dos presentes de casamento da minha irmã.

–- Mas Duda... O que os Volturi iriam querer com os quileutes?

–- Pode não ser com eles. Minha avó disse que essa tal de Astrid Sullivan tinha uma espada que podia matar vampiros. Eles podem estar procurando por ela.

–- Tá maluca?! – exaltou a voz e eu a repreendi com o olhar. – Eles vão pegar a sua avó desse jeito.

–- De jeito nenhum! – encostei-me no balcão da loja e passei a mão nos olhos tentando achar alguma solução pra tudo aquilo. – Quanto mais eu tento entender isso, mais eu me enrolo.

–- O problema Duda, é que você acha que deve carregar o peso do mundo nas costas e ajudar todo mundo.

–- Todo mundo menos a Renesmee. Aquela lá eu passo. – ri tentando me distrair.

–- Por falar nisso. O que virou do seu beijo com o bonitão? – mexeu as sobrancelhas sugestivamente.

–- Nada. Somos amigos igual a antes.

–- A tá. – parou na mesma posição que eu, ao meu lado.

–- O quê? – me virei pra ela, que deu de ombros.

–- Só estou pensando... Quanto tempo deve durar esse seu namoro com o Matthew?

–- Não sei. Matthew me chamou pra voltar com ele pra Nova York.

–- E você aceitou?

–- Não. Disse que iria pensar. Ele sabe que eu gosto de outra pessoa.

–- Você é bem discreta hein?!

–- Foi inevitável. Nos dias em que saí com ele eu estava meio aérea por causa do Jake então...

–- Voltando ao assunto principal... Acho que você deve contar ao Jacob sobre o Steffano. Ele agora é o Alpha!

–- Ao contrário de você, eu acho uma péssima ideia. Principalmente se ele chegar a conclusão de que eu estou correndo riscos. Não vou poder sair sem uma escolta. – balancei a cabeça tentando ignorar a imagem de eu sendo acompanhada por um bando de armários ambulantes.

–- Mas é o melhor a ser feito.

–- Pode ser o melhor, mas por enquanto vou deixar tudo como está.