Obstáculos De Um Amor escrita por LA_Black


Capítulo 11
Capítulo 9


Notas iniciais do capítulo

Obrigada pelos comentários nos bônus!
E como foram boazinhas, aí está o capítulo 9. Enjoy it!



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CAPÍTULO 9

O percurso que fizemos até La Push foi silencioso. Aparentemente nós dois estávamos envergonhados ou viajando em pensamentos. Ficar lado a lado com Jacob, depois de tanto tempo, foi incrivelmente bom. Mesmo naquele silêncio, saber que ele estava ao meu lado e se preocupava comigo, despertou uma parte de mim que estava adormecida. A parte que ainda tinha esperanças de um dia ficar com ele. Essa parte, com certeza, era o meu coração, ou um grande pedaço dele, porque na minha cabeça, eu tinha plena consciência de que isso nunca iria acontecer, e não adiantava eu lutar contra.

-- Chegamos. – ele falou estacionando o carro em frente à pequena, mas aconchegante, casinha de madeira que povoava grande parte dos meus pensamentos e da minha infância. – Vem. Vou cuidar desse corte. – falou saindo do carro e dando a volta para abrir a minha porta.

-- Você não está pensando em me pegar no colo de novo, está?! – ele me olhou com um sorriso no rosto. - Eu não estou doente Jacob! Eu só cortei a mão! – falei em vão enquanto ele me levantava.

-- Só por me chamar de Jacob eu vou te pegar. Por que você insiste nisso hein?

-- Porque seu nome é Jacob?! – disse emburrada enquanto subíamos as escadas da varanda.

Ele abriu a porta e eu fiquei impressionada ao perceber que nada ali havia mudado. O sofá vermelho continuava no mesmo lugar, em frente à TV, que parecia a única coisa diferente, já que era de LED, a cristaleira antiga ainda estava ao lado da porta que dava acesso ao corredor, contendo fotos do Tio Billy e de seus filhos, fotos da minha família... E no cantinho, uma foto nossa, minha e de Jacob, a mesma que tinha na sala da minha casa. Peguei-a com a mão boa e trouxe para mais perto. Tentando me lembrar de como aquela época era mágica.

Senti um toque no meu braço e encontrei aqueles olhos castanhos tão familiares... Voltei minha atenção para a fotografia.

-- Lembra desse dia? – perguntei.

-- Aham. Estávamos caminhando na praia...

-- E encontramos aquele baú...

 “-- Jake?! Duvido que você me pega! – falou uma Duda completamente diferente da atual, dando risadas gotosas ao correr pela extensão da praia.

Eu estava feliz. Dava pra ver pelo brilho nos meus olhos. Eu nunca enganei ninguém ao mostrar a verdadeira admiração que eu sentia por Jacob. Ele era meu porto seguro. Era pra ele que eu corria quando me feria, seja física ou psicologicamente.

-- Eu sou mais rápido que você. Nem adianta correr. – ele gritou vindo atrás de mim.

O Jake de cinco anos era muito mais alegre e divertido que o de quase trinta, e com razão, já que ele não tinha tantas responsabilidades, mas os dois ainda conservavam aquele olhar sonhador.

Sem prestar atenção no chão, eu acabei tropeçando em algo e caindo. De repente vejo o Jake chegando perto de mim todo preocupado e com uma vontade enorme de destruir o que me fez cair.

Ele dá uma olhada ao nosso redor e encontra um pequeno baú com uma aparência antiga e rústica, havia partes nele em madeira e outras douradas, que mesmo com meus olhos inexperientes, dava pra perceber que era ouro.

Jacob estava prestes a atirá-lo no mar quando eu, curiosa, puxei o objeto de suas mãos.

-- O q... – ele falou sem entender.

-- Vem cá Jake! – o puxei para sentar-se ao meu lado. – Viu?! É um bauzinho! – falei toda animada pra descobrir o que havia dentro. Tentei abri-lo, mas não consegui. – Abri pra mim?! – perguntei estendendo o baú para ele.

-- Tudo bem... – forçou a tampa, mas não conseguiu abrir. – Não abre.

-- Pera aí. – falei segurando o fecho, ao mesmo tempo que ele. Escutamos um barulho de algo destravando e a tampa se abriu.

Dentro havia duas correntinhas, todas com um pingente diferente, todo trançado. Uma imagem que eu nunca havia visto, mas era-me muito familiar. Por baixo da manta fofinha que abrigava os colares estava um papel dobrado, Jake o puxou. Havia algo escrito e embora soubéssemos ler, ele não conseguiu.

-- Duda... Eu não dou conta de ler. É diferente olha?! – falou me passando a folha.

Olhei todas aquelas letras e de repente elas se embaralharam e eu consegui ler:

‘Que sejas abençoado com bons amigos.

Que aprendas a ser um bom amigo para ti mesmo.

Que sejas capaz de viajar àquele lugar na tua alma onde existe o grande amor, calidez, sentimento e perdão.

Que isso te modifique.

Que isso transfigure o que é negativo, distante ou frio em ti.

Que sejas apresentado à verdadeira paixão, parentesco e afinidade da vinculação.

Que prezes os teus amigos.

Que sejas bom para eles e que estejas lá para eles; que eles te tragam todas as bênçãos, desafios, verdade e luz de que necessitas para a tua viagem.

Que nunca fiques isolado.

Que sempre fiques no sereno refúgio da vinculação com o teu Anam Cara. ’

Essas palavras ficaram gravadas na minha mente, mesmo eu não compreendendo muito.

-- Como você leu? – Jake perguntou assustado.

-- Não sei. As letrinhas se misturaram e depois eu li.

-- O que vamos fazer com isso? – falou esquecendo o papel e aquelas palavras estranhas, que não fizeram nenhum sentido naquele momento.

-- Colocar! – peguei um colar e entreguei o outro pra ele.

-- Vai ser um símb... Símbilo!

-- Símbolo! – o corrigi.

-- Foi o que eu disse! – falou contrariado. – Enquanto a gente usar vamos ser amigos.

-- Aham! E vai ser nosso segredo! Nem a mamãe e nem o Tio Billy podem saber, tá bom?!

-- Aham. Nem o Embry?

-- Nem o Quil! É o nosso segredo.

-- Pra sempre.

-- Pra sempre. ”

-- Ainda tem ela? – Jake perguntou me trazendo de volta à realidade.

-- Lógico! E você? – perguntei com medo da resposta.

-- Pra sempre Duda, lembra? – falou colocando a mão no pescoço e puxando a correntinha.

Fiz o mesmo movimento buscando a minha. Eu nunca conseguia retirá-la. Ela me mostrava que apesar de tudo, nós ainda éramos amigos. E nem a distância, as namoradas chatas ou a magia, iriam mudar isso. Nada me tiraria a sua amizade. E era por isso que eu vivia. Amores vêm e vão, mas a amizade dele, eu, com toda a certeza, sempre teria.

Senti um leve formigamento na mão direita, chamando a minha atenção. Levantei-a e qual não foi minha surpresa ao ver minha mão totalmente curada, sem nenhum sinal do corte.

-- Sua mão... – Jake falou tocando no lugar onde havia me cortado. – Como?!

-- Não faço a menor ideia. Isso nunca aconteceu!

-- Você está bem. É o que importa. – olhou nos meus olhos e me puxou para sentarmos no sofá. - Por que estava tão nervosa hoje na festa? – me questionou mudando completamente de assunto.

-- Não quero falar sobre isso.

-- Duda... – isso foi golpe baixo, quem resistiria àquela carinha linda de cachorro pidão?!

-- Eu estava cansada e acabei descontando em você. – menti. Eu nunca diria que estava com ciúmes de vê-lo com a Nessie...

--Você acha que eu não sei quando está mentindo? Duda eu te conheço melhor do que alguém conhece ou vai conhecer. Eu conheço mais você do que a mim mesmo... – suspirou – Então, por favor, não diga que não é nada. Se não quer falar tudo bem. Só não fica me atacando sem motivos.

-- Desculpa – falei encostando minha testa na sua – Acho que eu surtei.

Ele riu e passou a mão pelos meus cabelos, desfazendo o penteado. Suspirei, aproveitando a sensação de aconchego, os seus dedos deslizando pelos fios... O calor que passava do seu corpo para o meu...

-- Vamos fazer o quê agora? Sua mão está mais que curada...

-- Só me trouxe aqui por causa do meu corte?

-- Também... – falou com uma cara de quem está aprontando. – O corte foi uma desculpa pra conversar com você.

-- Era só falar que queria conversar ué?!

-- Não diria isso se tivesse visto a sua cara. Um misto de decepção com raiva.

Eu não fazia ideia de que tinha deixado minhas emoções transparecerem assim, tão facilmente. Precisava me controlar mais, desse jeito, todos descobririam que eu gostava dele.

-- Impressão sua! – falei desconversando.

-- Sabe que não me engana.

-- Quer conversar sobre o quê?

-- Sei lá.

-- Então, Black, acho melhor o senhor tomar um banho.

-- Está me chamando de fedido?

-- Não! É que um banho ajuda a relaxar e a pensar também. Você toma o seu, e eu tomo o meu. – disse me levantando, mas antes que pudesse fazer qualquer movimento ele segurou meu braço.

-- Vai tomar banho aonde?!

-- Aqui, vocês ainda têm o quarto da Rachel, não têm?! – ele assentiu. – Vou tomar banho lá. Eu vou pegar minhas coisas no carro e já venho. – beijei sua bochecha e saí.

[...]

Nesse momento eu estava parada, em frente a um espelho embaçado pelo vapor d’água do banheiro. Olhava para o reflexo do meu rosto molhado e tentava entender o porquê de estar ali, naquela casa, sozinha com Jacob. Nós éramos amigos, certo?! E amigos têm essas “intimidades”. Não estávamos fazendo nada demais. Não era como se fôssemos dormir juntos ao final da noite.

Com esses pensamentos vesti minha roupa, um vestido xadrezinho e uma rasteira, algo bem simples, e fui para o quarto dele.

Quase tive uma síncope ao entrar no cômodo. O quarto estava todo revirado e bagunçado. Foi uma verdadeira surpresa não encontrar nenhum resto de comida jogado em qualquer canto ou meias e cuecas dependuradas. Realmente, eu não me recordava de como ele podia ser tão desorganizado.

Ouvi a porta do banheiro se abrindo e me virei na sua direção. Se eu havia surtado quando vi a bagunça... Quase desmaiei ao ver um Jake todo molhado, só com uma toalha na cintura. As gotas descendo sobre aquele corpo todo definido... O rosto perfeito, o queixo quadrado, com um furinho sexy, que muitos dariam milhões para tê-lo. O peitoral malhado, cheio de músculos... E o tanquinho...

Mais uma vez naquela mesma noite tive inveja... Eu queria ser uma gotinha d’água só pra poder passear pelo corpo do Jake... As visões e lembranças que eu tinha dele, não faziam jus a toda a beleza e gost...

-- DUDA! – ele gritou me assustando. – O que você está fazendo aqui?!

-- Te esperando?! – falei tentando me manter calma e não mostrar como estava “abalada” de ver aquele monumento quase nu...

-- Mas eu tô pelado!

-- Nada que eu não tenha visto. – ele virou o rosto passando a mão pelo cabelo. Jake estava constrangido! – Nós já tomamos banho juntos!

-- Isso foi há muito tempo Duda!

-- Então...

-- Feche os olhos.

-- O quê?! Você tá falando sério?! – perguntei segurando a risada.

-- Claro! Ou fecha os olhos ou eu volto para o banheiro e me troco lá. – disse fazendo um biquinho lindo enquanto eu ria. Ele fechou a cara, pegou uma cueca boxer e uma calça de moletom e foi para o banheiro.

Depois de um tempo voltou devidamente vestido (infelizmente) e com uma tromba enorme, sinal de que não havia gostado nem um pouquinho da minha brincadeira.

-- Você vai ficar sem conversar comigo?! – o questionei enquanto ele deitava-se na cama e me ignorava. – Certo. Já que não quer conversar acho melhor eu ir embora. – me levantei e fui em direção à porta do quarto, em poucos segundos ele me seguiu e me impediu de sair.

-- Fica... Por favor... – disse olhando em meus olhos.

-- Sabe... Isso é golpe baixo. – ele me olhou com cara de quem não estava entendendo nada. – Você fica aí fazendo essa carinha de coitado e eu sempre caio. Dessa vez passa, afinal fui eu quem começou. – dei de ombros e voltei a me sentar na cama. – Não sabia que você era tão esquentadinho assim!

-- Não sou esquentadinho... Você que me provocou.

-- Só porque eu disse que já tinha visto você pelado?! Fala sério Jake! E vamos mudar de assunto antes que a gente discuta! – falei me encostando à cabeceira da cama. – Me responde uma coisa: Como conseguiu deixar seu quarto nesse estado?

-- Sei lá! Falta de tempo. – deu de ombros. – Era você quem me obrigava a arrumar o quarto, então...

-- Entendi... – ele deitou a cabeça no meu colo e eu fiquei passando a mão em seus cabelos. – Sabe... Você ficou bem melhor de cabelo curto.

-- É a primeira pessoa que me diz isso. – falou rindo. – Todos acharam estranho eu ter cortado. Disseram que eu fiquei mais sério e perdi a alegria.

-- Pode ter perdido a alegria, mas a recuperou. Além disso, uma hora todos têm que crescer, você só teve que fazer isso um pouco mais cedo. – fiz uma pausa e observei seu rosto. – Seu nariz diminuiu... – coloquei o indicador na ponta dele.

-- Eu tinha nariz grande?!

-- Óbvio! Seu nariz parecia uma batata. Ele ainda é assim, mas agora tá mais disfarçado... – ri.

-- Tem mais alguma coisa que você não goste em mim?! Porque eu estou pensando em fazer uma cirurgia no nariz, agora que você disse que ele é feio. – falou com humor.

-- Ele não é feio! É único! Mas já que perguntou... Eu odeio essa sua mania de insistir nas coisas mesmo sabendo que não vai dar certo. Você é a única pessoa que vai sair machucada no final. – disse quebrando o clima animado.

-- Você tá dizendo isso por causa da...

-- Isabella. – o interrompi.

-- Isso aconteceu há tanto tempo... Por que tocar no assunto agora?! – levantou-se e ficou de frente pra mim.

-- Porque eu quero entender o que você sentia por ela que não o deixou enxergar o que estava diante do seu nariz grande, ok?! É que... Sei lá! Desde pequeno você tinha uma queda ou um tombo por aquela garota! Chegava a me esquecer quando ela vinha passar as férias aqui. – ele fez menção de me interromper, mas levantei a mão o impedindo. – Depois eu fui embora, e ela chegou e você simplesmente ficou de quatro por ela.

-- Acontece Duda que eu só a deixei entrar na minha vida desse jeito por sua causa! Você que foi embora e nem me deu satisfações. Eu sentia sua falta e a Bella apareceu, eu fui me envolvendo e me apaixonei. E depois eu nem sabia mais o que estava fazendo, eu só... Eu só precisava dela comigo. – isso doeu em mim, mas eu que procurei saber.

-- Que você era apaixonado por ela eu já sabia. Mas por que insistir em algo que te fazia sofrer? Deveria saber disso, e mesmo que eu ficasse aqui, não adiantaria nada. Isso era uma coisa que teria que descobrir sozinho. – suspirei pesadamente. – E a Renesmee?!

-- O que tem ela?!

-- Ué! Como vai o relacionamento de vocês?!

-- Bem. Ela é meu imprinting... Sempre vai estar tudo bem... Na mesma.

-- Eu vi vocês discutindo na festa. – ele me olhou assustado.

-- Escutou o porquê?

-- Não... – me fiz de desentendida e ele me olhou com uma cara especulativa, sabia que eu estava mentindo. – Eu escutei.

-- Eu sei. A Nessie é meio ciumenta.

-- Meio?! Eu achei que ela iria me queimar só com o olhar!

-- Larga de ser exagerada. – falou rindo. – Não é pra tanto. Ela só tem medo que eu termine o namoro. – disse como se não tivesse importância deitando-se no meu colo novamente. – Agora me conta aí... Tem namorado?!

-- Deus me livre! Não. – respondi de imediato.

-- Por quê?!

-- Porque eu não quero compromisso. Gosto de curtir minha solteirice. – ri. – Tenho certeza que o meu destino é ficar sozinha.

-- Mas você é linda! – ele falou inconscientemente... Não vou negar que eu adorei saber disso. – É engraçada, inteligente...

-- Obrigada, mas eu não acho que alguém queira ficar com uma mulher transfiguradora e cheia de problemas.

-- Tantos problemas assim?! – dei de ombros e ele bocejou.

-- Agora vai dormir Jake.

-- Mas...

-- Nada de mas... Eu vou ficar aqui esqueceu?! E você está cansado. Amanhã a gente conversa mais. – ele se rendeu e fechou os olhos.

Comecei a cantarolar uma melodia qualquer e lembrei-me de uma música em especial. Era de um dos primeiros filmes que assistimos juntos “The Wedding Singer (Afinado no Amor)”. Lembro que depois do filme, nós ficamos com a música na cabeça por dias. Tanto que minha mãe não aguentava mais ouvir a nossa voz cantando. Era engraçado, já nessa época eu não conseguia ver minha vida longe dele.

“I wanna make you smile whenever you're sad

Carry you around when your arthritis is bad

All I wanna do is grow old with you

I'll get your medicine when your tummy aches

Build you a fire if the furnace breaks

Oh it could be so nice, growing old with you”

(Carry You Home - James Blunt - http://www.youtube.com/watch?v=2IFF9yu5i3k&ob=av3e)

Logo senti a respiração do Jake ficando mais lenta e seu coração batendo em um ritmo mais lento. Ele havia dormido.

Fiquei um tempo olhando para o nada e pensando em como eu tive coragem de ficar tanto tempo longe dele. Eu fui burra! Mas eu também tinha medo... E ciúmes. Infelizmente Jake era só meu amigo e continuaria sendo sempre assim.

Ele de um jeito totalmente insano me completava, mesmo sem saber. Era como se eu não pudesse estar bem sem ele. Durante esses quinze anos que passei fora, sempre faltou algo. Algo que eu deixei aqui quando decidi ir embora.

Eu sempre tive vários momentos especiais quando era mais nova. Minha amizade com o Jake foi marcada de muitas alegrias, algumas tristezas e várias promessas. Uma dessas promessas me marcou muito...

“-- Hoje as meninas lá da escola estavam falando de Príncipe Encantado... Elas estavam dando gritinhos e falaram que ele ia buscar elas em um cavalo branco... Você também quer isso? – ele perguntou curioso.

-- Pra quê eu vou querer um Príncipe Encantado? Ele não existe, igual ao Coelhinho da Páscoa e ao Papai Noel. – eu falei sem precisar pensar, nunca acreditei nessas “coisas mágicas”.

-- Papai Noel não existe? Então quem traz meus presentes de Natal? – ele disse fazendo aquele biquinho lindo...

-- Jake! Você sempre soube que Papai Noel não existe.

-- Tá bom! – sorriu – Mas você não me disse se quer mesmo um Príncipe Encantado...

-- Príncipes Encantados são pra garotas que não têm amigos. E eu tenho você! – falei sorrindo como se tivesse descoberto algo sensacional (e era ok?!).

-- Eu posso ser seu Príncipe Encantado?

-- Pode! – acho que no fundo eu queria um... - Mas só porque é você e não os outros garotos...

-- Eu vou te buscar de carro e não a cavalo. De carro é mais legal!

-- Também acho.

-- Pode ser um Firebird? – o olhei questionadora. - Papai vive falando que esse carro é demais.

-- Aham.

-- Você promete que vai me buscar Jake?

-- Prometo!”

Lágrimas rolavam pelo meu rosto e eu nem me preocupava em disfarçar os soluços que estavam cada vez mais violentos. Eu só pensava que essa promessa nunca poderia ser cumprida, pelo menos não do jeito que eu queria.

De repente me senti envolvida em um abraço acolhedor e repousei minha cabeça em seu ombro.

-- Shiii... Calma. – ele sussurrou no meu ouvido.

-- Jake promete que nunca vai deixar de ser meu amigo?

-- Por que você tá me perguntando isso?

-- Só promete.

-- Não precisa disso Pequena...

-- Jake... Promete que aconteça o que acontecer nunca vai deixar de ser meu amigo. Promete... – pedi suplicando.

-- Prometo. – disse com a voz segura – Vem dormir agora.

-- Eu não posso dormir aqui.

-- Claro que pode. A gente sempre dormia assim antes...

-- Antes Jake... Não somos mais crianças.

-- Você só sabe complicar as coisas. Vem.

Então ele deitou comigo e me abraçou até eu me acalmar. Senti meus olhos ficando cada vez mais pesados e adormeci assim, sentindo o melhor perfume do mundo e nos braços do meu amor, mesmo que este seja praticamente impossível.

NARRADOR

Billy Black que estava chegando da festa e passava pelo corredor de sua casa, resolveu dar uma olhada em seu filho. Abriu a porta do quarto e ao ver aquela cena tão linda e inusitada diante de seus olhos, sorriu e disse baixinho:

-- O destino há de se encarregar desses dois!


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Notas finais do capítulo

Comentem, recomendem...
Bjos



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